– Está nervosa? – perguntou Alice, enquanto arrumava minhas roupas no meu mais novo closet.

Olhei em volta do meu mais novo lar. Era perfeito. Cada centímetro, cada recanto, cada detalhe fora elaborado para ficar ao meu agrado.

– Não. Estou ansiosa, e feliz.

– E não é pra menos. – concordou ela. – Hoje você será finalmente totalmente independente, indo contra ao que sua mãe tinha dito – que você não sobreviveria sem ela.

– É, mas eu não cheguei aqui sozinha, não. – lembrei, abraçando-a por trás. – Você tem um dedinho nisso. Ou melhor, um pé inteiro. – rimos juntas. – O que seria de mim sem você, baixinha?

– Olha, seria bem difícil, mas você conseguiria... Olha para você! Nem parece a mesma pessoa; toda linda e poderosa.

– Linda e poderosa? – perguntei, sem entender. – Adjetivo errado, para a pessoa errada.

– Como sempre, modesta... – ela me puxou para frente do espelho, no qual tinha uma barra móvel à frente. – Olha esse olhar, esse brilho nos olhos...

– Uhum. Isso é ilusão de ótica.

– Não é, não, meu bem. Isso se chama Edward Cullen.

– Ah é? – cruzei os braços e olhei para ela.

– Nem pense em bancar a difícil. A sua fase durona já acabou. Assuma que suas pernas tremem quando o vê, que você sente milhões de borboletas no estômago... – e ela continuou falando e quicando no chão como uma criança.

– Sim, Alice. – deitei na cama, derrotada. – Eu sinto tudo isso e mais um pouco. – Alice nunca se contenta em saber o essencial sobre algo, ela quer saber tudo nos mínimos detalhes.

– Ah, Belinha, que lindo! Eu sempre soube que o Edward seria muito importante para você. Meu sexto sentido nunca falha. – ela saiu do closet e veio na minha direção. – Já terminei por aqui. Agora você está oficialmente instalada.

– Sabe, ás vezes você me trata como uma criança. – apontei para o closet com as roupas devidamente arrumadas. – Mesmo assim, obrigada. – sorrir para ela.

– Falta muita coisa para arrumar para hoje à noite? – perguntou ela.

– Não muito... É bem básico, mas você vai gostar. – Alice arqueou as sobrancelhas e me olhou seriamente.

– Básico? Ai, meu Deus... – passou a mão pelos cabelos exasperadamente.

– Calma, ok? Vamos começar arrumando as coisas, e você vai vendo tudo.

Fomos para a sala e eu mostrei para ela tudo que eu comprei para a sua festa de lingerie. Tudo muito rosa e cheio de corações, do jeito que ela gosta. Também algumas coisas com detalhe de renda preta, para dar um toque de sensualidade.

– Eu pesquisei algumas brincadeiras diferentes para a gente fazer, e também pesquisei bastante coisa sobre decoração. – informei-a, enquanto tirava as coisas da caixa. – Essas fitas vão ficar suspensas ali – apontei para um canto da sala. – E tem alguns balões em forma de coração para ficar bem fofo. Então, o que você acha?

– Nossa, Belinha, eu já estou imaginando tudo. Vai ficar lindo!

– Que bom que gostou. Mas agora temos muita coisa para arrumar.

– Sim, senhora. – Riu. – É você que manda hoje. – E então começamos a arrumação para deixar tudo perfeito para a noite.

(...)

– Eu tenho que assumir, – começou Alice –: foi uma ótima ideia fazer esse chá de lingerie. E olha essa decoração! – elogiou, maravilhada. – Você fez um ótimo trabalho. Eu nem sei como te agradecer.

– Eu imaginei que você ia gostar, fiz tudo pensando em você. – disse-lhe, feliz por saber que ela tinha gostado. – Você merece tudo de bom, e eu quero que essa nova fase da sua vida comece com o pé direito.

– Eu nem consigo acreditar que finalmente vou casar. – Alice suspirou e ficou delirando, olhando para a sua mão esquerda, provavelmente imaginando o grande dia em que terá uma aliança ali.

– Daqui a alguns dias você será a Sra. Witclock, e poderá desfrutar de toda a vida de casada. Imagine que emocionante! – comemorei sarcasticamente, revirando os olhos.

– Nem adianta fazer essa cara, Belinha. São poucas mulheres que estão livres do matrimônio, e você não faz parte desta lista, queridinha.

– Ah é? Isso é uma visão, um pressentimento ou simplesmente uma teoria?

– Um pouco dos três, e você sabe que eu nunca erro. – deu uma piscadela.

– Uhum. – fingi desentendimento. – Bom, comprei algumas velas aromáticas. O que acha? – perguntei, mudando de assunto.

– Acho que vai ficar lindo. E a comida?

– Eu encomendei alguns petiscos, alguns sanduíches... Tudo bem prático. Tem uma torta maravilhosa também, provavelmente os meninos devem estar trazendo.

– Que meninos? – perguntou ela.

– O seu noivo e o meu... É... – disse sem saber como nomear minha relação com o Edward.

– O seu namorado? – opinou ela, rindo.

– É, o Edward. – confirmei.

– Belinha, você tem medo de falar a palavra namorado? – ela tampou a boca para conter o riso. – Meu Deus, eu não acredito!

– Não dê risada, Alie, por favor. – ela tentou fazer uma cara séria, que saiu bastante, bastante forçada, por sinal.

– Não é que eu tenha medo, é que não sei como chamar o que a gente tem.

– Ah, Belinha, para com isso! É claro que vocês são namorados. Você acha mesmo que a essa altura vocês poderia se considerar só amigos?

– Talvez... Quer dizer, acho que não, né?

– É claro que não! Amigos não dão amassos. Pelo amor de Deus, querida, você precisa de mais ação!

– Ação?

– Sim, meu bem. Você tem um homem daquele apaixonado por você, use e abuse daquele corpo musculoso e atraente.

– Ah, Alice Brandon, se e existir alguém mais devassa que você, eu desconheço.

– Que nada, Belinha, eu só aproveito as coisas boas do mundo.

– Claro.

Continuei trabalhando em arrumar as velas aromáticas, junto com os objetos de decoração, quando ouvi o som da campainha tocando.

– Devem ser eles; deixa que eu atendo. – disse Alice. – Olá, Edward. Oi, amor.

Jasper foi entrando com uma torta nas mãos e Alice suspensa em seu pescoço. Edward vinha logo atrás, vestindo uma camisa de flanela azul um pouco colada no corpo e uma calça jeans claro. Estava com algumas bandejas e com um sorriso lindo, quando percebeu que eu estava o observando.

– Gostando da vista? – perguntou ele, se aproximando de mim.

– Ela realmente me agrada. – Me aproximei ainda mais do seu corpo, no intuito de tocá–lo, quando senti um leve empurrão.

– Se acalmem um pouco. – pediu Alice, entre nós dois. – Primeiro me dê essas bandejas – não quero perder a comida da minha festa. Agora, sim, podem ficar a vontade. – mandou, saindo com o nariz empinado.

– Ai, ai, Alice... – ri.

– As bandejas realmente estavam atrapalhando. – Edward concordou rindo, passando o braço pela minha cintura, me puxando para mais perto. – Ela não permitiria que eu fizesse isso. – passou o nariz pela minha bochecha. – E muito menos isso... – ele foi descendo em direção aos meus lábios, depositando leves beijos pelo caminho, até encontrar a minha boca.

Foi um beijo leve, calmo – o suficiente para me fazer ficar sem ar e sentir o meu corpo totalmente em chamas.

– Olha, gente, o quarto é bem aqui ao lado. Seria mais sensato vocês irem para lá. – brincou Alice.

Hoje ela estava com um humor invejável. No momento em que ela disse isso, Edward se afastou, mas permaneceu com as mãos em minha cintura. Senti o rubor subir para as minhas bochechas. Alice um dia me mataria de vergonha.

– Você está linda. – elogiou–me, olhando para o meu short jeans surrado e uma blusa preta, e um casaco quadriculado qualquer que eu vesti sem nem mesmo olhar.

Quem entende os homens?

– Obrigada.

– Que belo apartamento, Bella. – Jasper se pronunciou, sentado no sofá. Eu nem tinha reparado que ele estava o tempo todo ali. – A decoração é linda, quem decorou deve ter um ótimo gosto.

– Ah, engraçadinho... – Fui em sua direção e Edward me acompanhou, sentando no sofá. – Eu nem te agradeci pelo apartamento. Nem preciso dizer que eu amei.

– Eu imaginei que você ia gostar. Eu e Alice tivemos que arranjar um apartamento para você urgente. Porque você sabe, né? Você incomoda muito, muito mesmo.

– Ah é? – joguei uma almofada em sua direção. – Vocês amam a minha companhia. Alias, vocês dois hoje estão muito engraçadinhos para o meu gosto.

– É por isso que nós fazemos essa dupla perfeita, não é, meu amor? – Alice falou com uma voz melosa, quase infantil, o agarrando e depositando vários beijos nele.

– Está vendo? – me virei para Edward. – Era isso que eu aguentava todos os dias.

– Oh, meu amor, isso é normal. Ela só está apaixonada. – disse ele carinhosamente, tirando uma mecha de cabelo do meu rosto e colocando atrás da orelha.

– Mas precisa falar desse jeito? – perguntei.

– Não tem importância, Bella, e você fala igualzinho a ela.

– Eu? Não... – neguei com a cabeça.

– Fala sim, e fica a coisa mais linda do mundo. – Ele não me deixou falar mais nada e foi me puxando colando os seus lábios nos meus. E ficamos ali, eu e Alice, cada uma em um sofá e ambas com o homem que nós amamos.

(...)

– Será que eu vou ganhar muitos lingeries lindo e sexy? – perguntou Alice, enquanto terminava de se maquiar.

– A intenção é essa. – respondi. – Eu não consigo esquecer a cara dos rapazes, algo parecido quando o cão que caiu da mudança, quando mandamos eles irem embora.

Eu e Alice praticamente colocamos Jasper e Edward para fora do apartamento. Além de termos ficado praticamente com eles, no maior clima de romance, eles ainda pediram praticamente de joelhos para participarem do chá.

– Ai, meu Deus, o Jasper estava cansando a minha beleza... Eu precisava de um tempo para me arrumar e ficar belíssima. E então, como estou? – ela deu um giro, mostrando o seu vestido rosa bebe, com um cinto marcando a cintura, e um salto médio estilo sapatilha. Praticamente uma boneca.

– Lindíssima... Mas você vai mesmo usar esse salto ? – perguntei, imaginando que ela iria querer usar algo mais confortável.

– Belinha, você sabe que eu e os saltos temos uma relação de amor muito forte. Eu sem um salto me sinto completamente nua.

– Ok, ok. Você sem salto não seria Alice. – completei. – Eu vou dar uma olhada na sala, para ver se está tudo em ordem.

– Belinha? – me virei e a olhei novamente.

– Sim? – perguntei.

– Você está uma gatinha! – disse ela sorrindo. Acariciei o meu vestido azul e joguei o cabelo para trás teatralmente.

– Sabe, a gente faz o que pode.

Fui para a sala, e olhei em volta. Estava tudo perfeitamente em seu lugar. Velas aromáticas, balões vermelhos em forma de coração... Alguns salgados, o cheiro das velas aromáticas e das flores que eu comprei esta manhã estava empregando o ar.

A campainha tocou e fui atendê-la. Era Rosalie, divinamente linda com um vestido azul frente única, deixando sua barriga de quase 7 meses em bastante evidencia, o cabelo louro brilhando em várias camadas, descendo até a cintura.

– Olá, Rose. Você está linda! – a cumprimentei.

– Obrigada, Bella... Nossa, isso aqui está belíssimo. – elogiou, já entrando na sala, e olhando todo o local. – Meu Deus, acho que eu cheguei muito cedo.

– Não, imagina... Fique a vontade. Vamos tomar algo para aquecer.

Fomos para a cozinha ao mesmo tempo em que Alice saia do quarto devidamente arrumada.

– Rose querida, que bom que você veio. – cumprimentou Alice, já puxando Rose para um abraço.

– Vejo que foi uma ótima ideia juntar vocês para uma tarde de compras. – comentei, enquanto as duas se divertiam.

– Realmente foi uma excelente ideia... A próxima vez você irá conosco, Belinha, nem que seja amarrada.

– Tenha certeza absoluta disso! – exclamou Rose. – Eu obriguei o Emmert a fazer medicina, e hoje ele ama e é excelente no que faz. Porque não obrigá-la a fazer compras? Com o tempo você se acostuma.

– Ah não, antes era só uma, e agora duas? Já vi que vou me arrepender amargamente por ter juntado vocês duas. – rimos.

Servi vinho para mim e Alice, e chá gelado para Rosalie.

– Vamos fazer um brinde! – gritou Alice.

– Acho bastante digno. E a que brindamos? – perguntei.

– A uma nova vida que Alice terá pela frente. – supôs Rose.

– Uma nova vida que chegará ao mundo em breve. – declarei, acariciando a barriga de Rose.

– E também a um grande amor, forte e avassalador, na vida da Belinha.

Nos entreolharmos com olhares cúmplices, dando início a uma longa noite, que se dependesse de nós três, seria bastante produtiva.