Ajuda-me a Viver escrita por Vitoria Bastos


Capítulo 16
A luz no fim do túnel


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora meninas, vamos ler que o capitulo está fofo '-'
P.s : Obrigada pelo recomendação Viviane Coutinho, beijos ♥



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– Bom dia, minha mais nova professora de Balé. – disse Alice, com um sorriso de orelha a orelha. – Ansiosa? – perguntou.

– Muito – afirmei. – Nem dormi direito.

Não precisei nem me olhar no espelho para imaginar as olheiras que deviam estar ao redor dos meus olhos.

Olhei para Alice. Ela estava com um coque, saia de malha e um collant.

Ela também estava indo para a companhia.

– Eu também estou ansiosa por você. Tenho boas notícias. – disse ela mudando de assunto.

– Sério? Conta então! – Pedi.

– Nós vamos começar a ensaiar Dom Quixote, e me escolheram para ser a Dulcinéia.

Esse sempre foi o sonho de Alice. Dançar um Balé de repertório *, sendo ela o papel principal. Há um semestre era eu que estava no palco, interpretando a Dulcinéia. Mike estava na plateia. Aplaudiu-me de pé. Foi lindo e mágico. Esse sempre vai ser o meu papel predileto, por causa da sua energia e força.

O Balé foi um sucesso de bilheteria, e eles disseram que iriam repetir a dose. E pelo visto, cumpriram com a palavra.

– Belinha? Você não ficou feliz com a notícia? – Sai dos meus devaneios com a Alice me chamando.

– Oh, Alice... Claro que eu fiquei feliz. – Me senti culpada só dela imaginar que eu não ficaria feliz com esta noticia. – É só que eu me lembrei quando eu interpretei Dulcinéia. Foi uma época tão boa...

– Nem me fala, Belinha! Você sabe que se você ainda estivesse lá, quem interpretaria era você, né?

– Eu sei. – Dei um sorriso – Você lutou tanto para conseguir um papel de tanto destaque... Fico feliz que seja você. Eu aposto que você vai tirar de letra!

– Eu nem sei se vou conseguir fazer tanto sucesso quanto a temporada passada. – disse ela estreitando os olhos – Como eu vou conseguir te substituir, Belinha? Preciso de umas dicas suas...

– Minha? – fingi cara de surpresa. – A super Alice, bailarina e estilista de sucesso, precisando da ajuda de uma mera professora de balé? Eu não acredito nisso!

– Belinha, eu estou falando sério! – gritou ela.

– Sério mesmo? – falei prendendo o riso. Alice é uma ótima atriz quando ela quer.

– Eu exagerei um pouco... – disse ela rindo. – Mas eu preciso da sua ajuda. De verdade.

– Está bem, Alie. O que você precisar, estarei aqui para te ajudar.

– Obrigada, meu amorzinho. – respondeu ela.

– Eu acho que já podemos ir, não é, Alie? – perguntei.

– Claro que sim. Só vou pegar a minha bolsa. – respondeu.

Saímos do seu apartamento, e, antes de entrarmos no seu carro, Alice me olhou de cima a baixo, fazendo uma inspeção rápida mas verídica.

– Eu já te disse que você está linda? – perguntou. – Eu senti falta de te ver vestida assim.

– Sabe de uma coisa? Eu também senti falta – assumi.

E assim seguimos para a Companhia Internacional de Londres.

(...)

– Bom, então chegamos. – Disse Alice quando saímos do carro e entramos no prédio da companhia. – Eu vou para o lado de lá... – disse apontando para a direção do Studio A, Studio esse que eu conhecia perfeitamente.

– E eu vou para cá... – disse eu apontando para a direção oposta. – Então, boa sorte para nós. – disse dando um riso histérico. Meu Deus, como eu estou nervosa!

Alice me deu um beijo na testa e seguiu para ensaiar.

Segui em direção ao Studio D com todas as anotações que a Gianne tinha me passado ontem.

Calcei as minhas sapatilhas, coloquei as minhas Polainas e dei mais uma ajeitada no meu coque. Ele estava perfeito! Provavelmente, se eu mexesse nele novamente iria dar algo errado. Arrumei novamente a minha saia de chiffon e o meu collant preto. Estava impecável!

Coloquei o cd e deixei o som da música clássica invadir a sala. Senti um arrepio subir da minha espinha, um frio na barriga... Sensações essas esquecidas por mim durante todo esse tempo. Apesar de tudo, eu amo este lugar, e ele sempre vai ser a minha casa.

Passado alguns minutos, as minhas alunas chegaram. Todas lindas, vestindo collant azul-bebê que combinavam perfeitamente com elas. Meninas inseguras, mas também não se pode esperar muito de meninas de 8 á 11 anos, que ainda não sabem nada o que vão enfrentar pela frente. Mal sabem elas que essa vida de bailarina profissional que elas tanto anseiam não é esse mar de rosas que elas acham. Que não é nada de fofo, e cor de rosa, como muitas idealizam o Balé. Mas, por incrível que pareça, elas irão gostar de tudo isso, e, por mais que seja exaustivo e desgastante, elas vão sempre querer aprender mais e mais.

Apresentei-me para as meninas. Elas me pareceram bastante entusiasmada quando eu disse que vou ser professora delas.

“Vamos lá, Bella, agora é sua vez!”, disse para mim mesma, como incentivo. A aula começou normalmente, e, por incrível que pareça, o meu nervosismo cessou. Eu nunca estive tão calma, é como se eu nascesse para isso. Sempre.

– Exercícios na Barra primeiro – acrescentei, após o alongamento. – Primeira posição: Plié*.

As imagens no espelho se moveram ao mesmo tempo. Algumas meninas pareciam mais familiarizadas, outras um pouco receosas, mas todas talentosas.

– Grand Plié*.

Aparentemente sem esforço, elas se abaixaram com os joelhos incrivelmente dobrados. Algumas correções feitas e continuei o meu trabalho.

Após as cinco posições principais, trabalhei com os battements*. E assim seguiu a minha aula. Apesar das meninas serem boas, cabe a mim ensinar a essência do Balé para elas, no qual eu terei o maior prazer em fazer.

(...)

– Obrigada, meninas – agradeci após ter terminado a aula. Arrumei-me e fui à procura de Alice.

Nada mal para o primeiro dia. Eu nunca me imaginei como professora. Muitas bailarinas, depois de já um tempo com experiência dançando, resolvem dar aulas. Às vezes, para conseguir pagar os custos das aulas, que é bem alto – diga-se de passagem – ou por puro prazer de ensinar. Eu nunca precisei dar aula; ficava praticamente o dia todo na companhia, e eu me sentia completa. Pelo menos eu achava que estava completa. Mas agora, eu vejo a famosa “luz no fim do túnel”. E eu tenho fé que, talvez, as coisas vão começar a dar certo agora. Estou sentindo algo nascendo dentro de mim: esperança. E é nela que eu vou me agarrar.

– Bella, espera. – Ouvi a voz de Gianne me chamando.

– Olá, Gianne. – a cumprimentei.

– Você está indo ver a Alice? – perguntou.

– Sim, eu já estou indo e queria ver se o seu ensaio já terminou.

– Claro. Será que eu poderia conversar rapidinho com você?

– Claro que sim. – respondi.

Ela veio para o meu lado e ficamos andando nos corredores da Companhia. Estava tudo tão calmo, provavelmente todos os bailarinos deviam estar super ocupados. A única coisa que rompia o silêncio era a música clássica.

– Nós podemos tomar algo na cantina. – sugeriu Gianne.

Fomos então em direção à cantina. Percebi Gianne meio receosa para falar, apesar dela não falar muito. Gianne nunca foi uma mulher de muitas palavras. O que ela sempre exigia, e muito, era empenho e profissionalismo. Sempre coordenou perfeitamente a Companhia, apesar de não ser uma bailarina tão boa.

– Então, Bella, como foi a aula? – perguntou ela meio presunçosa.

– Foi muito bem. Eu gostei das meninas; elas são bastante dedicadas.

– Que ótimo! Qualquer coisa de diferente me avise. – disse ela, segurando a minha mão.

Assenti.

Apesar de toda a gentileza da Gianne, eu ainda não conseguia me acostumar com isso. Não que ela fosse grossa comigo, pelo contrário, sempre foi muito prestativa com relação a todos nós bailarinos da Companhia. Quando ela queria algo a mais, ela cobrava de nós e bastante, mas sempre fazendo o seu trabalho e muito bem. E só. Nada mais do que isso.

– Bella, eu queria pedir desculpas a você. – disse ela de repente.

– Desculpas? – perguntei sem entender nada.

– Sim. Eu exigi muito de você todos esses anos, e nunca reconheci o seu trabalho.

– Gianne, eu já estou acostumada com isso. – Pressão, gritos, broncas e falta de reconhecimento é o que eu mais recebia da minha mãe. Então, eu já estava muito bem acostumada com isso. – Você só fez o seu trabalho.

– Não, Bella, eu fazia de propósito. Por você ser filha dela.

– Como? – perguntei sem entender. – Do que você está falando?

– Bella... – ela disse pausadamente – Os meus pais criaram a Companhia Internacional de Londres há muito tempo, quando nasci. Era óbvio que o objetivo da minha mãe era que eu fosse a primeira bailarina de lá, a bailarina modelo. Fiz aulas de balé, sapateado, jazz... Tudo que pudesse me tornar em uma bailarina profissional, eu fiz. Mas não adianta nada disso se você não tem talento. Você pode estudar na melhor escola, ter os melhores professores, fazer todo tipo de dança... E você continua vazia, sem alma.

“Aos 18 anos, meus pais me colocaram para cuidar da direção da Companhia. Eles perceberam que eu nunca viraria a primeira bailarina. E então, pouco tempo depois, aparece a sua mãe: linda e super talentosa, roubando todos os holofotes para ela. Todos os papeis importantes era para a Reneé. Minha mãe ficou completamente encantada com ela. E eu comecei a sentir inveja dela.”

Ela me deu um olhar de desculpas.

Como assim a Gianne tinha inveja da minha mãe? Tudo bem que o que tem de sobra do mundo da dança são inveja e rivalidade. Mas a Gianne? Ela é dona de tudo isso aqui; ela não teria motivos para isso.

– Eu... – Comecei a falar.

– Por favor, me deixa terminar. – Pediu ela. – Pouco tempo depois, meus pais faleceram, e eu comecei a dirigir a companhia sozinha. Com o tempo, sua mãe conseguiu ficar ainda melhor. Tínhamos praticamente a mesma idade, e no auge da sua carreira, eu não conseguia entender como ela conseguia tudo. Ser a melhor bailarina da minha companhia, ter um casamento perfeito, ganhar tudo aquilo que eu sempre quis.

“Depois de muito tempo, sua mãe engravidou de você. Quando ela veio me informar, eu a pedi, ou melhor, exigi que fizesse um aborto. No momento que eu pensei nisso não foi por má fé, nem por maldade, e sim porque eu não entendia como ela ia deixar a carreira dela por causa de um filho. Por mais que ela voltasse depois de ter você, ela ia perder tantos contratos, tantos concursos... Seria metade da carreira dela jogada fora. E ela me desafiou. Fiquei com tanta raiva, que espalhei o currículo dela por todas as outras companhias. Se ela não fosse da minha companhia, ela não seria mais de ninguém. Era um sentimento meio de possessão. E depois veio você, Bella. Eu nunca senti inveja de você e, sim, admiração. Eu comecei admirar a Reneé através de você. Eu ficava maravilhada com o seu talento... Um talento que veio da sua mãe. Só que eu comecei a te cobrar ainda mais, eu queria que você superasse ela. Eu nunca te elogiava, sempre dizia que precisava de mais. Nada do que eu fiz, Bella, não adiantou em nada. Eu continuo aqui, no mesmo lugar onde eu comecei. Dou aulas para muitas bailarinas, na esperança de superar a minha frustração de nunca ter conseguido realizar o meu sonho. Eu espero que você realmente me perdoe, Bella.”

Gianne respirou fundo e ficou me encarando. Eu acho que agora é o momento no qual eu tenho que dizer alguma coisa... Mas o que eu posso dizer? Eu sempre senti uma tensão entre minha mãe e Gianne, mas nunca iria imaginar que tinha algo por trás disso. Como não perdoá-la? Gianne não foi a primeira nem a última pessoa a errar no passado. Como eu posso julgá-la?

– Gianne, eu entendo perfeitamente. No meio da dança, se você não tem um controle, você acaba sempre querendo ser a melhor, pisa nas pessoas, sempre a procura de poder. – Disse eu. Eu sou uma prova viva de que isso é verdade. – E quando você não consegue isso, acaba nascendo a inveja. A única coisa que eu posso dizer é que eu fico feliz que você tenha se redimido.

– Obrigada, Bella. Eu tenho muita vergonha de tudo isso. – Disse ela humildemente. Dá para perceber na forma dela falar que ela está sendo sincera. – A sua mãe fez um belo trabalho com você, Bella...

– De uma forma errada, mas fez. – rebati.

– Bella, pelo amor de Deus – disse implorando –, não julgue a sua mãe. Se para você não foi fácil, imagine para ela?

Eu nunca tinha olhado por este ponto. Minha mãe sempre foi tão radical comigo, eu sempre achei que parecia que nós não falávamos a mesma língua. Talvez tudo isso seja a frustração dela não ter continuado a dançar. É claro que nada disso justifica, mas dá para imaginar o quanto que ela sofreu.

– Você está certa – assumi. – Eu nunca pensei desta forma. Mas é tão fácil julgar as pessoas sem conhecer realmente a verdade.

– Isso não é culpa só sua, querida. Infelizmente todos nós agimos assim – disse ela. – Bella, você está muito mudada. Está tão leve. Uma mudança e tanto...

– Obrigada, Gianne. Esses meses para mim foram bastante produtivos... A gente acaba aprendendo as coisas da pior forma possível.

Se eu parasse para colocar no papel a minha vida depois do acidente, daria para perceber o giro de 180º graus que ela deu.

– Que bom, Bella, eu fico muito feliz por você – ela se levantou e eu a acompanhei. – Por favor, não se esqueça de procurar a sua mãe. Eu fui muito injusta com a Reneé no passado.

– Claro, Gianne, eu entendo perfeitamente.

Despedi-me dela e fui a procura de Alice.

A única coisa que eu sei, é que eu preciso ver a minha mãe. Há tanto tempo que eu não a vejo... Como será que ela está? Todas as vezes que nos encontrávamos acontecia algo, e terminava em lágrimas. Nossa relação, que nunca foi tão boa, ficou insuportável depois do acidente. Eu só queria uma vez na vida poder conversar com ela sem brigar.

Encontrei o Studio da Alice, e ela já estava saindo.

– Bellinha! – ela veio toda saltitante ao meu encontro.

– Oi, Alie – a cumprimentei. – Como foi o ensaio?

– Foi bom – disse ela com um ar de cansada.

– Foi cansativo, né? Pela sua cara... – disse rindo.

– Super cansativo. Ai, Bellinha, me carrega... – pediu, fazendo graça. Alice e as suas gracinhas... Pior que eu nunca sei quando ela está brincando ou falando sério.

– Eu também necessito que alguém me carregue... Dar aula também não é fácil.

– Então o jeito é chamar o meu psicólogo e o seu fisioterapeuta... – disse ela rindo. E vem ela de novo com essas histórias.

– Meu nada, Alice... – rebati.

– Ok, vamos ver até quando você vai dizer isso... Mas então, como foi a aula?

– Foi ótima. Sei lá, Alice, mas eu acho que eu nasci para dar aula... Eu gostei da experiência.

– Sério? Quero ver quando aquelas pestinhas começarem a te desobedecer...

– Onw, Alice, elas nem são assim. – As minhas alunas são uns anjinhos. E o que ela está falando é calúnia.

– Eu sei, Bellinha – disse ela. – Então o que faremos hoje?

– Nossa, Alie, a única coisa que eu quero é ir para casa e descansar.

– Não vai ver o seu fisioterapeuta gostosão não? – questionou, não perdendo a oportunidade de fazer perguntas indiscretas.

– Não, Alice. – respondi, sem entrar muito em detalhes. Se eu der um pouco de espaço, Alice já cria a oportunidade de ficar falando sobre mim e Edward.

– Hum... Que pena! Com um fisioterapeuta daquele, até eu queria ter uma lesão.

– Alice! – gritei.

– Pronto, parei! – falou ela rápido, atropelando as palavras.

– Você não perde uma oportunidade, não é? – perguntei.

Rimos Juntas. Alice é sempre Alice.

Continuamos andando. Saímos da Companhia e indo em direção ao carro de Alice. Por um momento me dei conta que estava perto de casa, ou melhor, da casa da minha mãe. Eu poderia aproveitar e ir vê-la. Ela não vai gostar da ideia de eu estar dando aula, mas eu posso mostrar a ela o quanto eu estou feliz.

– Alice, eu preciso ir ver a minha mãe – falei.

– Sério, Bella? Logo hoje que está tudo correndo bem? – Questionou. Como sempre, Alice associa minha mãe a brigas. Mas, de certa forma, ela tem razão.

– Alice, por favor! – a repreendi. – Eu preciso vê-la. Talvez seja melhor eu ligar primeiro.

– Tem razão. Talvez ela esteja ocupada amedrontando a vida de alguma bailarina.

Dei um olhar de reprovação para ela.

– Desculpa.

Peguei o celular e liguei para ela. Chamou e caiu na caixa de mensagem... Liguei mais umas três vezes. Ninguém atendeu.

– Bom, ela não está em casa. – informei-lhe, quando já tinha desistido de ligar.

– Depois você vai vê-la então. Vamos para casa?

– Vamos. – falei tristemente.

Onde será que está minha mãe? Sinto-me culpada por ficar tanto tempo sem falar com ela. Por pior que sejam os nossos problemas, ela é a minha mãe.

Chegamos a casa de Alice, e cada uma se jogou em um canto para descansar.

– Alie, o Jasper vai vir hoje? – perguntei de repente.

– Não, por quê?

– Bem que ele podia estar aqui, para cozinha algo para nós almoçar – disse rindo. – Ou o Edward. Alie, eu tenho que admitir, ele cozinha muito bem. Ele parece ter tanta prática, leva o maior jeito...

– Depois você diz que sou eu que começo... – disse ela baixinho.

– Como assim? – perguntei sem entender nada.

– Nada, Bellinha. – Disse ela mudando de assunto. – Podemos pedir uma pizza.

– É né... – respondi– Vamos comer novamente pizza.

– Ou então você começa a ter aulas de culinária com o fisioterapeuta gostosão...

– Ai, Alice... Você não tem jeito.

Pedimos a Pizza e passamos a tarde toda descansando. Quer dizer, nós não, a Alice. Eu fiz alguns planos de aula, limpei algumas sapatilhas de balé... Eu tenho mais sapatilhas do quer sapatos normais. E os collants e saias? Eu tenho tantos...

Estava pensando em falar com a Gianne para pedir mais algumas turmas para dar aula. Seria tão bom para mim...

A noite chegou, e, depois de muito tempo, tive uma noite tranquila.

Sonhei com uma bailarina linda, dançando nos holofotes do palco. A música que tocava era rápida e marcadamente espanhola. Ela dançava com um tutu firme de renda preta com cetim vermelho. Também havia uma rosa completamente aberta sobre sua orelha e um enfeite espanhol em seu cabelo. Ela estava interpretando Dulcinéia. Toda cheia de espírito de aventura, com energia para dançar sem parar. A bailarina continuou dançando, como a bailarina da caixinha de música. Quando a música estava preste a acabar, ela começou a rodopiar com toda velocidade e estilo. Quando a música terminou, ela jogou uma de suas mãos sobre a cabeça e pôs a outra na cintura, fazendo o agradecimento. Assim que a bailarina levantou a cabeça, observei o seu rosto. A bailarina era eu, tão linda e delicada como a bailarina da caixinha de música.

*Balé de repertório – É o tipo de Ballet que contém uma história dentro dele, que precisa contar com um número razoável de bailarinos e coreografias para ser executado.

*Plié – Passo de Balé, no qual a o bailarino dobra os joelhos.

*Grand Plié – Um plié, indo até o chão, levantando os calcanhares.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de dizer o que acharam, ok? Beijos.

Roupa da Bella : http://www.polyvore.com/cap_15_bella_aula/set?id=87122301

Para quem se interessou, variação de Dom Quixote, interpretação de Dulcineia : http://www.youtube.com/watch?v=59bVZvjt1NU



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