Rescue My Heart escrita por Enirak


Capítulo 8
Capítulo 8 - When it Rains


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo.
http://www.youtube.com/watch?v=QuxjdxPLM9c

Mais um capítulo.

Boa leitura.



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Vem, vamos sair daqui. -  Olhei em seus olhos, e a luz, a tal luz divina da casa de shows iluminou seu rosto perfeito naquele momento, e minha boca automaticamente se abriu num sorriso, e recebi uma lambida de lábios por parte  dele, e um aceno de cabeça, me virei, o guiando com minha mão para fora da casa de shows.

 

 

Caminhamos para fora da casa de shows e logo ao lado o estacionamento a céu aberto, com dois postes de luz, mas somente um aceso. Olhei para lados, ainda segurando a mão de Bill que também olhava meio de cabeça baixa entre o boné, com a face tensa e completamente desconfiada, provavelmente estava esperando um paparazzi surgir do nada, tirando fotos nossas.

-         Caminho livre. -  Afirmei feliz o puxando enquanto andava a passos rápidos estacionamento adentro.

Tentava procurar um canto próximo aonde tinha luz, pois queria ver bem a cara mais linda que já tinha visto desde... sempre. Fiz um biquinho ao encontrar uma muretinha, mas fui puxada bruscamente para trás, encostando-me a uma superfície dura e gelada. Não tive tempo de ver o que era, pois fechei os lábios assim que Bill invadiu minha boca com a sua, me deixando entorpecida. Quando senti sua língua quente passeando na minha, seguido do geladinho do piercing, não pude deixar de sorrir, de novo, saindo um pouco do transe e o acompanhando com a minha língua, começando a pegar o ritmo e encaixando minha mão em sua nuca suavemente, enquanto o beijo ficava mais exigente. Senti os braços de Bill cobrindo minha cintura e me pressionando mais sobre a porta de um carro, que descobri após sentir a maçaneta cutucando minhas costas. Senti mais um aperto em seu abraço, e me ergueu um pouco do chão, terminando o beijo com um selinho, e antes que pudesse recuperar o fôlego, o olhei por meio segundo e não havia nada a ser dito, novamente minha boca chamou a sua, iniciando um beijo um pouco mais atrevido. Nossas línguas estavam mais ágeis e nossas bocas mais abertas, em meio ao beijo, gemidos de satisfação, pois aquele beijo estava realmente muito bom, senti sua mão entrar suavemente por dentro da camiseta subindo por minhas costas e descendo até meu quadril com firmeza.

-         Quer ir pro hotel? -  Bill sussurrou ainda com os lábios grudados nos meus. Abri os olhos e ele estava de olhos fechados, com a  testa encostada a minha e a respiração profunda, ele realmente parecia estar segurando alguma coisa. – Eu não agüento de tanta saudade. – Bill voltou a me beijar agora me apertando, me apertando beeem sobre a porta do carro, e foi quando entendi o porque da pergunta do hotel, fiquei um pouco nervosa, sem motivo, afinal já tínhamos nos entregado, mas senti um frio na barriga e descolei com dificuldade minha boca da dele, também ofegante, sussurrando a resposta em seu ouvido.

-         Vamos.

 

Bill sorriu ao ouvir minha resposta e demos um selinho antes de nos virar, tendo Josh e Jer um pouco a frente, quebrando totalmente o clima.

 

-         Tava te procurando, você sumiu do nada. -  Josh estava com a testa franzida e parecia realmente aborrecido. -  Bill? – Perguntou após tirar os olhos preocupados de mim e olhar para Bill que resolveu fechar o casaco para não se envergonhar com a felicidade em sua calça.

-         Mas não é que você veio mesmo? -  Jer estava estranhamente feliz ao ver Bill.

-         Você sabia que ele estava vindo? -  Perguntei olhando para Bill, e voltando o olhar para Jer.

-         Claro, como você acha que ele chegou aqui?

-         Vocês estavam fazendo o que aqui? – Josh interrompeu, cruzando os braços e foi a minha vez de franzir a testa.

-         Pára de ser babaca, até parece que você nunca deu uns amassos em um estacionamento escuro. Se eu não me engano você até pegou a Jenny naquele mesmo carro. -  Jer sorriu arrumando o enorme topete loiro e senti uma vergonha imensa, enfiando minha face no peito de Bill e o abraçando, olhando para ele em seguida.

-         Depois, okay? – Sorri sem graça, vendo a carinha de decepção na expressão dele e o beijei de leve, voltando a atenção aos dois penetras. -  Então, o que foi? Cadê o Zac?

-         Zac ta vindo, nós vamos pra minha casa passar umas músicas e estávamos atrás de você, ver se você está afim de ir, mas, acho que você tem outros planos agora. -  Josh sorriu de lado e cutucou Jer que veio em nossa direção.

-         Tó cara, a chave da minha casa, não precisa ficar em hotel, eu sei que você é celebridade, mas minha casa é confortável, e fica do lado da casa da Bob. -  Jer tirou o molho de chaves e entregou para Bill que agradeceu e me olhou com a  sobrancelha levantada.

-         Bob? -  Perguntou sem sorrir.

-         Não queira saber, eu não vou falar. – Senti minha bochecha queimar só de imaginar contar o porque do apelido Bob.

-         Tamo indo nessa. Ahh... eu moro sozinho Bill, ninguém vai te atacar com um taco de ferro ao entrar. -  Jer fez um gesto de paz e amor com a mão antes de ser puxado por Josh que virou para trás mais uma vez, e olhou para mim quando peguei na mão de Bill.

 

 

Voltamos andando pra casa e no caminho, Bill pediu, quer dizer, a voz saiu como um pedido, mas seus olhos ordenavam, que eu o apresentasse para minha mãe. Eu relutei, afinal como eu iria contar para minha mãe que meu namorado cantor famoso de uma banda de rock veio da Alemanha só para me ver, sendo que ela nem sabia que eu tinha um namorado?

Mas com aquela carinha de anjo, impossível recusar qualquer pedido. Prefiro não dar muitos detalhes sobre a apresentação. Minha mãe o olhou estranho enquanto cozinhava, ficou calada, a mão de Bill começou a  ficar mais gelada do que o normal, começou a  suar e então ela soltou a colhe de pau e foi dar um abraço nele. Sorriu falando que ele era lindo e cheiroso e depois perguntou se ele queria ficar para o jantar. Essa foi a  primeira da seqüência constrangedora de perguntas como: Sua mãe sabe que você está aqui? Como ela deixou você vir sozinho? Porque você usa maquiagem? Você é nazista?

Bill respondeu todas com um sorriso divertido no rosto e eu gostaria muito de não ter ficado tão vermelha de vergonha, fazendo minha mãe me provocar com “Vocês estão usando camisinha?”. E foi aí que eu decidi encerrar a conversa com um “Mããe!” e uma risada espontânea de Bill saiu assim que eu o puxei para fora da cozinha indo pra o quintal. Minha mãe ainda apareceu na porta da varanda para dizer que Bill não dormiria lá, por questões tradicionais, eu fiz questão de explicar que ele dormiria no Jeremy e sua face pareceu menos tensa.

-         Não fique muito tempo aí fora que vai chover, coloque uma blusa. Boa noite Bill.

 

Ouvi a porta da varanda fechar e ouvi uma gargalhada de Bill. Ao ver que estava realmente morta de vergonha me abraçou.

-         Você está até tremendo, nunca vi uma timidez tão grande numa pessoa tão pequena. -  Bill me abraçou e beijou o topo de minha cabeça, eu não retribuí o abraço, fingindo estar chateada, quando na verdade estava achando aquele abraço bem aconchegante. – Ta frio mesmo, quer buscar uma blusa? Eu espero.

-         Não. -  Falei com uma voz de birra e o abracei pela cintura. -  Assim é mais gostoso, você me esquenta.

 

Ficamos ali abraçados durante um tempo sem dizer nada, sentia a respiração quente de Bill no meu cabelo e me afastei, sentando-me na beirada da piscina e tirando o tênis, meia e mergulhando somente os pés na piscina.

 

-         Um frio desses e você quer entrar na piscina? -  Bill perguntou se sentando ao meu lado, se arrepiando ao imaginar que a água estava gelada.

-         Tem aquecedor. -  Sorri balançando os pés na água e sentindo um cheiro de terra molhada. -  Vai chover. -  Olhei para o céu azul escuro, sem nenhuma estrela. Bill seguiu meu olhar e se aproximou com as pernas esticadas na beira da piscina. Mais uma vez um silêncio incômodo tomou conta, até ser quebrado por uma pergunta:

-         O que significa Bob? -  Bill me olhou curioso.

-         Um apelido. -  Respondi fria e desinteressada.

-         E é Bob? -  Bill arqueou a sobrancelha e fez um bico, tentando adivinhar o por que do apelido.

-         Bob... esponja. -  Revelei a última parte quase num sussurro, e Bill arqueou mais a sobrancelha, fazendo cara de não fazia idéia do por que do apelido. Eu forcei um sorriso largo e totalmente sem graça, levantando as duas sobrancelhas e indicando a abertura entre meus dentes para que não restasse mais dúvidas do porque desse apelido.

-         Ahhhh, hahahaha. -  A risada me fez abaixar a cabeça e olhar a água cristalina da piscina. -  Desculpa, não é tirando um barato com você. -  Bill se aproximou de mim, tirando o cabelo que cobria meu rosto e o colocando atrás da orelha. -  Eu acho um charme, sério, não tem como você ser mais linda do que você já é, a não ser que você tenha uma gêmea... – Bill sorriu com a cabeça inclinada, buscando meu olhar que ainda estava preso a água. - ... acho que mesmo se você tivesse uma irmã, eu não amaria ela, porque isso é com você, minha birra é com você.

 

O comentário ascendeu uma seqüência de fogos de artifício em meu estômago, eu sorri ainda de cabeça baixa, e o melhor dos sentimentos encheu meu coração ao ouvir que ele me amava, e meu sorriso morreu quando eu deixei a dúvida dominar meu pensamento.

 

-         Por que você me ama?- Perguntei encontrando seu olhar. -  Quer dizer, eu acredito em amor e tudo, mas você não acha que tudo aconteceu rápido demais? A gente mal se conhece. – Soltei rapidamente, sem pensar e ele recuou um pouco, não entendendo o porque daquela pergunta, daquela forma e naquela hora.

Sua perna se encaixou embaixo da minha, para que ele pudesse virar de frente pra mim, buscou meu olhar puxando meu queixo com a sua mão e olhou dentro dos meus olhos, me fazendo sentir as borboletas novamente.

-         Gosto do jeito que você balança o cabelo quando está cantando, e quando coloca o pé em cima do amplificador, você fica tão diferente quando está no palco, você domina tudo, você perde toda a sua vergonha. Mas quer saber o que eu amo? O seu perfume de frutas vermelhas... são frutas vermelhas né? -  Bill parecia em dúvida e balancei a cabeça sorrindo largamente com a pergunta e seu sorriso se fechou. -  E eu amo como sua bochecha fica cheinha quando você ri assim. Seu olho fica apertadinho e você pisca mais rápido quando da risada. O jeito que você dorme com as mãos juntas perto do rosto, como você ficou no hotel, o jeito que você tem vergonha de falar de um apelido bobo, mas não tem vergonha de gritar e soltar tudo em cima do palco, me faz pensar que encontrei alguém que sabe exatamente como me sinto. -  A sinceridade nos olhos e Bill fez com meus olhos se enchessem de lágrimas, e eu estava pedindo para que começasse a chover, assim eu poderia falar que foi uma gota de chuva e não choro. – Eu não sei tudo sobre você, e sinceramente, não preciso saber, eu sei o suficiente, que é isso o que te falei, são as coisas que te tornaram especial pra mim, foi o que me tirou do que eu sou, tirou do meu mundo e me trouxe pro seu... e eu não ligo de ficar no seu mundo junto com você, até porque é mais parecido com o meu do que eu imaginava, só que no seu mundo a gente pode ficar junto. – Bill pareceu triste ao falar a última frase e eu encostei minha cabeça em seu ombro.

-         Você acha que vai dar certo? -  Perguntei soltando uma respiração tensa.

-         Acho. E você?

-         Também acho. -  levantei a cabeça e o olhei, seus olhos brilhavam e eu sorri, recebendo sua mão na maçã de meu rosto.

-         Eu te amo. -  Bill falou baixo e me beijou.

 

O beijo foi quase como uma valsa, lenta, delicada e paciente. Minhas mãos procuraram seu pescoço, aninhando seu cabelo preto. Suas mãos acariciavam meu rosto, descendo por meus braços e se encaixando perfeitamente em minha cintura. Senti uma gota em minha bochecha e não me preocupei em pensar se era uma lágrima, até que senti outras gotas caírem. Bill ergueu minhas pernas, tirando meu pé da piscina e os colocando por cima das suas pernas, me puxando para bem perto dele, estava quase sentada em seu colo. Senti seus dedos entrelaçando meu cabelo na parte de trás e puxando levemente quando suguei sua língua com mais força, mordendo seu lábio inferior em seguida, voltando ao beijo que se prolongou por um tempo que não me importava. O que importava era o nosso momento, no meu mundo, enquanto chovia.


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Notas finais do capítulo

É isso aí, até semana que vem, espero que tenham curtido.

Reviews serão respondidos em breve.

Love yall!!!