Kate respirou fundo antes de poder falar uma única palavra.

– Sim, eu... - sussurrou sorrindo. - Eu... Recebi o chamado por causa de uma ameaça que o senhor sofreu.

– Sim, é isto mesmo. - sorriu ele galanteador. Kate corou.

– Então... Pode me contar exatamente o que lhe foi dito? - perguntou ela com um bloquinho e caneta nas mãos.

– Foi... - começou ele, mas Martha o cortou.

– Filho, foi por uma carta! - sorriu ela abraçando Kate por trás.

– Eu sei onde ela está, papai! - disse Alexis correndo até o escritório.

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Quando Alexis entregou o pequeno papel, Kate sorriu para a menina, mas logo se virou concentrada para a carta.
Ela leu, e arregalou os olhos. Eis o que escreveram na carta:

"Querido Castle,
Sei que estes dias têm sido complicadas para você. Não escreve há dias. Mas acho que tenho algo muito mais assustador do que não conseguir escrever. A morte. Posso ajudá-lo com ela, mas acho que se eu fizer isto, nada pior poderá acontecer. Sei que sua mãe e filha moram contigo, por isso, sei que pelo bem delas, você não mostrará isto à ninguém e não chamará a polícia, senão... Você, Alexis e Martha voam pelos ares, queridinho.
Boa Sorte,
X."

– Alguma idéia de quem seja? - perguntou Alexis abraçando o pai.

– Uh... Não, nunca vi nada assim antes. - disse Beckett frustrada. - Mas pedirei para dois de meus parceiros virem aqui para levar isto para a perícia.

Martha foi na direção do filho e o abraçou também, o que fez com que Beckett virasse de costas, não porque não queria ver nenhum tipo de afeto, por causa de sua mãe, mas pela vergonha de estar ali. Não admitiria que era fã dele, ainda mais tendo que ser um tipo de guarda-costas para ele.

– Pai! - resmungou a menina. Kate se virou rapidamente e sorriu.

– O que eu fiz? - perguntou ele em um tom de acusação. Acusando a si mesmo.

– Minha aula! Vó, você me leva? - perguntou a menina.

– Sim, claro, querida. Vamos lá. - disse Martha pegando a menina pela mão e subindo as escadas, deixando Castle e a detetive sozinhos.

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– Gosta de ler, detetive? - perguntou ele.

– Hm? Ah, sim. Adoro. - sorriu tímida.

– Já leu algum dos meus? - perguntou ele travesso.

– Ah, para falar a verdade... Não. Nunca li. - mentiu. Castle sorriu tímido. - Mas... Eu adoraria ler.

– Jura? - perguntou com certo brilho nos olhos.

– Sim, juro. - sorriu ela.

– Ah... Espere aqui! - disse ele correndo para o escritório e pegando todos os livros de Derrick Storm.

Kate apenas observou. Era óbvio que já havia lido todos os livros dele, mas não admitiria, não ali, não naquelas circunstâncias. Quando ela viu que ele trazia toda a coleção, não pôde deixar de sorrir.

– São muitos. - disse fingindo estar espantada.

– Parece muita coisa, mas você lê rápido. - sorriu ele entregando os livros a ela.

Martha e Alexis saíram na ponta dos pés para não chamarem atenção, e pelo jeito que Castle e a detetive se olhavam, Martha sabia que um romance forte sairia dali.

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Duas horas depois, Castle estava na cozinha e Kate estava lendo um de seus livros, o que fez com que Castle ficasse feliz, por isso cozinhando. O telefone tocou e ele foi até o escritório.

Kate sorriu e passou rapidamente algumas páginas, porque... Já havia lido todos, não é mesmo? Quando olhou para o livro novamente, algumas batidas na porta a interromperam e ela se lembrou de sua missão. O porquê de estar ali. O porquê de ter conhecido Castle. Ela se levantou com a mão na arma, e de dentro do escritório, Castle pôde ver a arma com ela, e rapidamente se apavorou.

– Ok, obrigada. - sorriu ele desligando o telefone.
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Kate se aproximou da porta e abriu a mesma rapidamente. Não havia ninguém ali, somente outro papel, outra carta. Saiu do apartamento cautelosamente e se assegurou de que não havia ninguém ali. Quando tomou a certeza, agachou ali e pegou a carta.

– Alguma coisa aí? - perguntou Castle com uma espada a laser de "Guerra Nas Estrelas" em mãos.

– Um sabre de luz? - perguntou abismada.

– Er... Sim. - sorriu ele. Kate sorriu tímida e depois fechou a porta. - Mas alguma coisa aí?

– Senhor Castle... Acho melhor você ir fazer alguma coisa enquanto eu chamo meus parceiros. - sorriu ela tímida novamente.

– Ah... Ok... Quer... Alguma coisa? - perguntou sorrindo. O perfeito anfitrião.

– Não. Obrigada. - sorriu ela olhando fixamente para a carta.

– Qualquer coisa que precisar... Estou lá em cima. - sorriu ele. Kate assentiu e voltou a olhar para a carta.

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Kate sentou no sofá, querendo que isto nunca tivesse começado. Agora, ela esperava por Esposito e Ryan para levarem ambas as cartas que foram entregues para Castle.

– Bem, vamos ver o que você tem para mim, X. - sussurrou ela abrindo a carta.

"Olá, Castle.

Sei que você chamou a polícia, pois vi uma policial, bem gostosa, devo admitir. Será ela mais uma de suas conquistas? Sei que não é você que está lendo, e sim ela, e sim a tal delegacia, mas quero lhe avisar algo... Se alguém me fizer mal, você e sua família morrem. E talvez, talvez eu possa ficar com ela, talvez ela goste de mim, então, querida, boa sorte em me achar. E você, Castle... Espero que nunca tenha o despreso de mais ninguém, a não ser de mim, porque você sabe o que fez para mim. Eu nunca lhe perdoarei.
Burn in hell.
X."

– Mas o quê? - suspirou ela.

– Algum problema? - perguntou Castle agachado ao lado dela.

– Oh! - gritou ela assustada.

Logo, a porta foi arrombada. Kate se levantou com a arma nas mãos, mas relaxou, ao ver que eram somente Ryan e Esposito.

Ela teria muito o que explicar.