You Found Me escrita por moonshiner, Jeane, Luisa Stoll


Capítulo 37
Confissões


Notas iniciais do capítulo

Olásss, Maggie here!
Bem, aqui vai um capítulo quentinho!
Confissões, muitas confissões e se você acompanha meu perfil da Amy, vai saber que acontece algo no final surpreendente e eu acho que vocês vão gostar ^.^
Enfim, a Lanna nos deixou novamente essa semana para os que não sabem e ela ficará fora por um tempo, mas eu e a Luh tentaremos nos encarregar do recado e não fazer vocês esperarem a eternidade que nem da última vez que ela se foi, né? kkkk
Já chega de falar, boa leitura pra vocês ^.^



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POV Luisa

Vi Nico saindo do quarto da Sammy. Ele parecia desolado.

– O que aconteceu? - perguntei

– Sam está muito mal... Não consigo acalmá-la. - ele respondeu, triste.

– Vou lá ver.

Bati na porta do quarto.

– En... Entre... - falou uma voz chorosa.

– Sammy? Tudo bem? - perguntei.

– Não...

– Quer desabafar?

– Sim... Meu pai veio aqui hoje, depois de anos... Trazendo uma irmã que eu não conhecia...

– Sam, se ele voltou é porque se importa ao menos um pouco com você... - eu disse, passando a mão em suas costas.

– Não sei... Eu tenho raiva dele...

– Samantha, a raiva é um sentimento que não deve ser alimentado, ainda mais quando se trata de seus familiares... Não se preocupe...

Sam me abraçou e começou a chorar no meu ombro.

– Você sempre foi tão forte... O que aconteceu?

– Eu não sou tão forte assim... Não consigo controlar muito bem meus sentimentos...

– Entendo...

– Luisa, você é a deusa das emoções... Provavelmente não deve saber como é isso...

– Você está errada. Eu posso até controlar os sentimentos dos outros, mas não posso controlar os meus próprios muito bem...

– Como assim?

– Eu já passei por coisas parecidas... Especialmente no período em que Connor mudou de cidade até eu ir para o Acampamento...

– O que aconteceu? - perguntou ela, assustada, mas duvidosa.

– Fora ele e Travis, eu tinha poucos amigos na escola onde eu estudava. Eu era considerada uma nerd... Todos me ignoravam... Até que precisassem de alguma coisa.

– E os poucos amigos que restaram? O que aconteceu?

- Bom, duas delas tiveram que mudar de cidade... Os outros, eu apenas descobri a falsidade deles...

Samantha me olhou com uma cara triste.

– Então comecei a usar os livros mais do que para diversão, eles me serviam de refúgio... Meus pais adotivos estranhavam que quando eu não estava na escola, estava lendo, com os fones de ouvido, a música ligada no máximo...

– Você era excluída na escola? - perguntou

– Sim. Por me sobressair.

Samantha agora havia parado de chorar.

– Não sabia que você já tinha passado por coisas tão parecidas com as que eu passei.

POV Sam

Eu penso sobre o que Luisa disse.

Ora,francamente (N/Miss Nowhere/MIONE)

Ele não se importa.

Se ele se importasse, pra começo de conversa, não teria ido embora.

Eu tinha apenas oito anos.

Ele me deixou sozinha.

No dia dos pais, quando garotas passavam de mãos dadas com seus pais e suas mães, suas famílias, rindo, se divertindo...

Eu não sabia o que era aquilo.

Na verdade, eu não lembrava da sensação.

Eu a sentira há muito tempo atrás.

Na escola, eu era simplesmente ninguém.

Só A Garota Que Foi Abandonada.

A Nerd, estranha, sozinha, gorda, ridícula.

Em casa, só a minha avó. Descontando toda a sua amargura de anos em cima de meus ombros jovens e cansados.

Quando cheguei ao ápice, tive de sucumbir aos hábitos de mutilar os próprios pulsos.

Na época, doía. Mas eu me sentia aliviada.

– É engraçado o modo que pessoas diferentes reagem de formas diferentes à situações iguais. - comentou Luisa, como se estivesse lendo meus pensamentos. - Uns se cortam. Outros escrevem livros. Outros os lêem. Outros ouvem musicas depressivas. E outros ainda discutem sobre política... Isso chega a ser estranho.

Ler, escutar música, escrever, se mutilar, chorar....O comentário de Luisa não poderia estar mais correto. São só saídas de tentar curar a dor.

Luisa acaricia minha mão esquerda com o polegar.

– Ei, não fique assim.

Ela sorri.

–Eu sei o que você sente. Mas todos nós superamos, agora levanta,que eu senti cheiro da sua avó fazendo cupcake.

Ela levanta,então estendo a mão pra que ela me ajuda a levantar.

Eu sorrio.
***

Eu estou me sentindo melhor.

Todos na sala olham pra mim assim que piso no hall

Papai não está presente, muito menos Angie.

Ótimo.

Nico vem até mim.

–Você se sente melhor?

Eu assinto.

–Obrigada por ser preocupar. – dou-lhe um selinho rápido.

Posso ver Connor e Tobias fingindo vomitar.

Mostro o dedo Não-Tão-Amigo.

–Ui! – exclama Connor - Ta revoltada, querida? Quer tretar bate na minha cara e vem, beijos - ele diz, fingindo uma voz feminina que mais sai como uma voz de algum travesti.

Todos na sala riem.

– E lá se foi minha dúvida sobre sua sexualidade! - diz Nico.

Connor revira os olhos.

– Tu é um chato mesmo, Caveirinha. Melhor se familiarizar com as brincadeiras de filhos de Hermes - falou.

– Ui, ui, ui, ele se estressou - diz Tobias, rindo.

– Parem vocês! - exclamou Luisa.

– Olha só, Connor precisa da namorada para defender ele - diz Travis, quase caindo de tanto rir.

– Travis, preciso citar a vez em que te afoguei no chafariz? - falou Luisa, jogando o cabelo ruivo para o lado.

POV Connor

Na hora em que Luisa falou sobre ter afogado Travis no chafariz, eu comecei a rir. A rir muito.

Isso foi quando tínhamos 5 anos. Travis nunca mais chegou perto de um chafariz depois daquilo.

– Um chafariz? Você nunca me contou isso, Kirsten! - falou Samantha, rolando de rir.

– É... Eu sinto meus pulmões cheios de água até hoje... – disse Travis fingindo um engasgo.

– O que ele fez? - Perguntou Tobias, rindo.

– A culpa foi sua. Quem mandou me irritar? - falou Luisa, dando de ombros.

– Ficou falando "namoradinhos, namoradinhos, namoradinhos, lalalalalala" para mim e Connor... Bom... Digamos que a água do chafariz o agarrou e o prendeu dentro do chafariz... - falou ela, olhando pra mim.

– O Travis começou a achar que chafarizes deveriam ser proibidos em escolas depois daquele dia...

– Só não me vinguei porque ela era garota. - falou Travis, sério.

– Claro, com 5 anos você tinha muita força, Travis... Só sei que ele morre de medo de ruivas até hoje. - falei

– Ah parem com isso, aquela Ariel é medonha – ele responde estremecendo.

A Vovó Lacaster sai da cozinha usando um avental sujo de algo azul.

Ela pega o controle da televisão, e vai passando o canal, até chegar, adivinha? Na Disney!

Está passando HIGH SCHOOL MUSICAL 3.

Justamente na cena em que Troy e Gabriela estão dançando no terraço.

–Take my hand,take a breath,pull me close...Take one step - canta Sam - Keep Your Eyes, Locked,to mine... And let the music be your guide - ela levanta e começa a dançar até a cozinha.

É estranho.

Não tão estranho quanto fato de Samantha Eaton cantar bem, mas estranho.

– Você já tomou seus remédios, amor? - pergunta Nico, as sobrancelhas arqueadas.

Ela ri.

–Eu amo High School Musical desde os 12 anos, cala a boca - ela o repreende.

Eu rio.

–Saudades Normalidade, saudades - diz Luisa, suspirando.

– Como se você fosse muito normal, amor - falei para ela

–Eu sou sim!-Ela insiste.

Sam ri.

–Aham, e a Atena é virgem... Não, pera.. - diz Nico.

Todos riem.

Pov Amy

Estava deitada no chão acariciando o carpete tentando achar algum tipo de relação de sentido no que a estranha e grossa voz disse-me no meio de meu transe, quando ouvi um ruído estranho vindo da janela. Algo como a respiração de alguém com muito frio. Resolvi investigar. Fui até a janela e pude sentir o vento fresco daquela interminável tarde de Outubro.

Olhei para os lados e me deparei com um Travis tremulo e encolhido sentado no parapeito da janela. Ele estava ofegante por causa do frio, e toda vez que ele soltava o ar pelos lábios rachados, uma névoa esbranquiçada saía por sua boca.

Ele ainda não tinha me visto.

– Por favor, não se jogue por mim – eu ri quando ele saltou de susto.

Ele sorriu pra mim, um sorriso vingativo:

– Não, você nunca será digna de ser o motivo – ele diz com sarcasmo – Não quer sentar-se? – ele indica com seu dedo o lugar vago ao seu lado. Acontece que de minha janela para a dele, havia pelo menos três metros de uma parede totalmente lisa.

– Sem chance – balancei a cabeça em negativa. Ele só podia estar brincando.

– Medrosa – ele zomba.

Arqueio uma sobrancelha.

– Está duvidando de mim? – digo no tom mais desafiador que consigo reproduzir, o que soa bem patético.

Ele apenas balança os ombros, indiferente e arqueia as sobrancelhas também:

– Sim, eu estou.

Eu rio de um jeito superior, arrogante.

– Nunca – coloco os dois pés na janela, de modo que fico sentada no parapeito como ele – Duvide de Amy Gilbert.

Tento não olhar para baixo e parecer confiante, mas é humanamente impossível ignorar os três andares daquela enorme mansão. Respiro fundo. Seguro firme nos apoios da janela e olho para Travis incerta, dessa vez mantendo um semblante sério, mas sem nenhum indicio de medo.

– Segure a minha mão e se eu cair, não hesite em me puxar de volta – estico meu braço o máximo que posso em sua direção. Ele o agarra com força.

– Sempre – ele disse sério, e deixou bem claro que aquilo era uma promessa. Ele não iria me soltar. Mesmo que isso significasse cair comigo, o que eu espero que não aconteça, porque no caso, eu seria o colchão que amorteceria a queda da princesa.

Estico as pernas e no segundo seguinte eu não sentia mais o chão estável debaixo de meus despreparados pés. Estava apenas sustentada pelo seu braço forte. Nunca tinha reparado na capacidade inútil da minha mão em produzir suor.

Os gritos me subiram até a garganta, mas eu impedi que eles saíssem, porque tinha algo me dando apoio.

E naquele momento, eu não precisava de chão. Eu tinha Travis.

Meu corpo estava pendurado e minhas pernas balançavam com o vento fazendo com que meus pelos se arrepiassem.

Levantei a cabeça e encontrei ali, com o céu azul de cenário, meu eterno salvador. Olhei dentro daquelas enormes piscinas azuis que eram seus olhos. Aqueles olhos que eu havia aprendido a nadar. Então eu finalmente entendi o real motivo da surpresa de todos quando eu beijei Nico. Eu era de Travis e Travis era meu. Tínhamos algo inexplicavelmente lindo. Um tipo de conexão que nem a própria morte poderia abalar.

Ele me içou para a janela e pude ouvir seu coração disparado. Endireitei-me ao seu lado e apoiei a cabeça em seu ombro:

– Nunca duvide de Amy Gilbert – disse, e até então eu não havia reparado o quando eu estava ofegante.

Ele da um sorriso torto.

– Eu duvido que você me beije – Travis sussurrou quase imperceptivelmente, sem gesticular.

Eu o encarei pra ver se falava sério. Ele falava.

Travis pegou meu rosto com as duas mãos e assim que suas mãos milagrosamente quentes chocaram-se contra minhas bochechas frias, outro maldito arrepio me subiu pela espinha.

Eu cheguei um pouco mais perto dele, ignorando qualquer droga de barreira de espaço pessoal. Nossos narizes se encontraram e eu sorri. Ele fechou os olhos e eu resolvi fazer o mesmo. Seus lábios macios encostaram-se aos meus e eu juro pelo rio Estige que foi o melhor beijo que já dei na vida.

Finalmente nos largamos e eu sorri pra ele:

– Nunca duvide de Amy Gilbert.

– Duvidar? Fui eu que fiz a maior parte.

– Só não vou discordar pra não acabar com sua auto-estima, okay? – eu rio.

– Obrigado – ele sorri.

Deve ser meio patético pra você, sabe? Ler todos esses “eu rio”, “ele sorriu”, “eu sorri”, mas é que estávamos muito felizes, e eu não podia descrever de outra forma. Nós rimos e quase caímos da janela. Parecíamos bêbados. E estávamos. Embriagados de amor (N/Maggie: Okay, isso soou MUITOOOOO brega, mas foda-se, o POV é meu e eu escrevo o que eu quiser u.u).

Naquele momento, naquela janela, com aquela vista perfeita, Travis disse algo que me lembrarei para sempre:

– Amy, eu te amo.

E eu não pude fazer nada a não ser chorar como alguém com sérios distúrbios mentais. Não consegui identificar se era um choro de felicidade ou de tristeza. Talvez, a sorte não estivesse ao meu favor (N/Maggie: JOGOS VORAZES, awn :3 The odds are never in your favor )quando perdi a memória, mas com certeza ela estava quando me deu esse garoto incrível que eu nem sequer me lembrava direito.

Ele envolveu-me no meio de seus braços e permaneceu em silêncio mortal até eu parar de chorar:

– Queria tanto poder me lembrar de você – disse em meio a um soluço nervoso.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Falem sério, 2109 palavras? Nós merecemos, vai?



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