Olho para Logan e vejo que ele ia segurar meu braço pela terceira vez, mas ele hesita então. Praticamente cuspindo fogo, viro-me e vou mancando e cheia de dor para casa, a pé mesmo, mas antes dele sair do meu campo de visão, olho para trás e vejo a preocupação dele.

Ele se importou muito comigo, como se eu fosse uma pessoa importante para ele. Mas, na realidade, sou tão importante para ele quanto o sofrimento das crianças que eram sorteadas na Colheita era importante para Snow. Está bem, exagerei um pouco na comparação, mas é mais ou menos nessa linha de raciocínio que penso.

Depois de aproximadamente uma hora chego a minha casa, mas eu ainda tinha que buscar Finn na escola. Eu não iria aguentar ir até lá. Resolvo então pedir para meu vizinho David.

Bato na porta e alguns segundos depois ele a abre:

- Posso ajudar? – diz ele com jeito simpático. Então me olha da cabeça aos pés e se assusta.

- Poderia buscar Finn na escola? Não estou em condições.

- Você está bem? – Pergunta exaltado. – Entre, deixe Sophia cuidar de você – Ele afirma já me puxando para dentro da casa rustica dele. Não hesito.

Sophia é sua esposa. Uma pessoa atraente e bonita. Têm os cabelos encaracolados e negros, olhos castanhos e brilhantes, corpo em forma, mesmo com 30 e poucos anos, quase 40, tem a aparência de alguém com 25 anos, ou um pouquinho mais. Ela não trabalha, mas sabe muito bem cuidar dos feridos. Assim como a Sra. Everdeen.

A esposa de David então pede para eu me deitar no sofá. Espero ansiosamente ela voltar, até avista-la segurando um pano e mais algumas coisas que não sei distinguir.

Ela fez o que seu marido lhe pediu em silêncio. É simpática e fluí conversa qualquer com bastante facilidade, mas é muito quieta. Eu também não sou muito de conversar, principalmente em momentos como esses, então não vejo problema nisso.

Ao terminar de limpar meus ferimentos e me socorrer, ela guarda os medicamentos, o pano e todas as outras ferramentas que usou em mim, até voltar à sala e sentar-se.

- Bom, terminei – ela sorri. – Quer tomar café?

Não. Da última vez que tomei café, que foi ainda hoje, acabei rolando na calçada de alguma parte do Distrito 4 e vim parar aqui. Café nunca mais.

- Não, obrigada – olho para ela e sorrio de volta. Sophia é realmente uma pessoa atenciosa e boa para conversar. Eu sempre me sinto bem ao lado dela. – Agradeço por ter me cuidado hoje, estou te devendo uma. Agora vou para casa, Finn já deve ter chegado há um bom tempo, quero vê-lo – me levanto então.

- Não tem que agradecer nada, minha querida; sabe que eu estou aqui para isso, não sabe? – Ela dá um risinho confortável de ouvir e chega perto de mim. – Mande um beijo para Finn e durma bem. Amanhã repouse o dia inteiro, ok? David levará e buscará seu filho.

Sophia me abraça carinhosamente e beija levemente na minha bochecha. Abraço-a de volta e dou um sorriso sincero.

- Pode deixar Soph. Obrigada novamente. Tchau – abro a porta ouvindo o rangido da mesma e vou para casa. Está de noite e frio e só quero Finn perto de mim agora.