Imperfeitos escrita por Felipe Perdigão


Capítulo 14
XII — Era Sigilo.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo mais chato de todos. Só existe pra enrolar a historia.



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O garoto que sempre carregava um sorriso falso no rosto acabara de sair da casa de seu amigo. Ele fora convidado pela mãe do qual para tomar café da manhã juntos. Com preguiça de elaborar algo mais complexo, ele disse a mesma coisa que ao enfermeiro.

Como sua melhor amiga, Alice, morava na mesma rua que Antony, ele passara em sua casa pra ver como ela passara a ultima noite antes de tomar um ônibus até o hospital. Não era de menos querer ficar ao lado de seu amigo até que ele tivesse certeza que o qual estivesse inteiramente bem.

Contente em saber que a menina estava bem e não sofrera nenhuma ameaça desde horas atrás, quando se despediram no hospital. Ele a desejara paciência na escola, pois a menina estava bastante irritada com todos os acontecimentos, mas avisara o amigo que se tivesse vontade de matar alguém, apenas abriria um sorriso e todos acreditariam. Por ser namorada de Etan, todos achavam que a garota tinha uma via perfeita.

O garoto carregava seu exemplar da continuação de Manfelos na mochila. Quando todos seus problemas em relação a Unknown começaram Oliver estava a ler o primeiro livro da série. Agora que a seqüência “Manfelos, repercussões do caos”, estava em suas mãos ele esperava que ao terminar de ler os problemas evaporassem, ainda mais porque agora ele sabia quem era Unkwnown. Ele pretendia ler no hospital já que não teria muito assunto com Antony.

Os dois não haviam se desculpado, o orgulho ainda era forte de mais pra isso, mas perceberam que agora teriam que estar unidos pra vencer Unknown.

Assim que o garoto passara pela recepção pra dar seu nome à lista de acompanhante na enfermaria sua mão começara a suar. Ele rapidamente com passos bem pequenos.

Oliver estava feliz em saber que as feridas de Antony estavam cicatrizando rapidamente, mas não na velocidade com que ele esperava. Mas segundos os médicos, era algo milagroso, as feridas quando ele dera entrada no hospital estavam profundas e ele não corria mais tanto risco de infecção.

Sem pensar duas vezes ele abriu a porta estreita do quarto em que o amigo estava e o deu bom dia com bastante ressentimento, mas com a mesma cara que quase nunca presenciava uma expressão sem ser o comum cenho franzido.

— Bom dia, Tony. — Oliver estalara os dedos disfarçando a vergonha.

— O que fazes aqui?

— Seus pais precisam trabalhar e eu estou de atestado médico pelo resto da semana, então falei a sua mãe que o faria companhia até poder sair daqui.

— Ah, obrigado Oliver, mas eu preciso sair daqui logo. Os treinos pros campeonatos de vôlei começam amanhã.

— Não sei se dará pra você jogar Antony. Quando você caiu de costas, batera o braço em uma pedra e pelo que entendi, talvez tenha que fazer até fisioterapia. — Oliver assentiu. Seus olhos lacrimejaram ao ver o sofrimento do amigo, mas ao perceber que estava prestes a chorar, forjara um espirro para disfarçar aquele sentimento de pena.

— Cara, que inferno.

— Tony...

— Não precisa dizer nada Oli, só quero que você e o NOSSO  — ele colocou um sorriso fechado na cara ao dizer “nosso”, ele tinha dúvidas se ainda faziam parte de um círculo — círculo acabe com o Tommy.

— Pelo nosso círculo — Oliver riu confirmando que ainda eram um círculo —, eu juro que vamos acabar com o Unknown.

— Com o Tommy! Nunca gostei dele, você sabe disso. Só não entendo o que ele tem contra nós.

— É. Eu tenho várias teses do porque ele nos quer mortos, mas... Nenhuma parece se concretizar.

— Aquele otaku esquisito e magricela.

Os dois riram e o único barulho que fazia parte daquele quarto era o barulho da televisão. Oliver tirara o livro da mochila e começara a ler o livro que trouxera. Antony demorou alguns minutos pra desconfiar que o amigo estivesse lendo, mas não era algo que o surpreende se. Ele sempre dissera a Oliver que o dinheiro que ele gasta com livros dava pra parcelar um apartamento.

O garoto estava intrigado com o livro. Os acontecimentos do qual o estava o deixando arrepiado. Toda hora suas narinas se dilatavam e com mais freqüência seu cenho era franzido.

Antony não conseguia encarar o fato de estar em uma cama de hospital com seu amigo e não estarem conversando. Ele estava guardando um segredo de Oliver. Um segredo que todos já sabiam, menos o garoto que vivia deprimido.

— Azeitona preciso te contar uma novidade.

“Azeitona, ele me chamara de Azeitona? Desde quando voltamos a ser íntimos?” — Oliver ignorou estes pensamentos e forçou um sorriso tentando mostrar interesse enquanto colocava o marca página no livro.

— Ah, é? Conte-a.

— Eu to namorando.

— Ah, meus parabéns. — Oliver sentira uma ficada na barriga e um gosto horrível subir por sua garganta.

— Estou namorando a Michelle.

— Com quem? — Oliver não havia escutado direito, Antony sabia que Oliver odiava esta menina como Voldemort odiava os “Muggles” e então havia sussurrado o nome da garota.

— Michelle.

— Ah sim, espero que sejam felizes, muito felizes. — Oliver mentiu. Sem saber o que fazer ele abriu o livro e tentara concentrar.

O silencio tomara conta mais uma vez do quarto. Oliver estava odiando ficar ali com Antony, se não tivesse prometido a mãe do garoto que o faria companhia, já teria ido embora.

Alguns minutos já haviam se passado desde que Antony havia aberto a boca pro desgosto do amigo e ele estava sentindo falta de alguma coisa. Sua cabeça estava começando a doer.

— Antony, se importa de eu sair por alguns segundos? Preciso tomar um café.

— Ah, tudo bem. Espero que não demore, é horrível ficar aqui sozinho.

“Chama sua namorada. Cadê ela agora?” — Por pouco Oliver não balbuciou. Antony percebera que o garoto estava mal. Antony sabia que os sentimentos do amigo não era apenas amizade. Era amor. Algo que nunca ninguém havia sentido por ele.

— Ah, só uma dose e voltarei. — Oliver levantou e tirou um pacote de marlboro da mochila e deixou seu livro em cima da poltrona que estava sentado.

Nos últimos dias Oliver havia pegado o habito de carregar consigo um pacote de cigarro. Ele não os fumava toda hora, era algo pra emergências. Quando ele pensara em suicídio. Como ele estava a fazer neste momento.

Ele caminhara pelos corredores do hospital com a mente cheia. O garoto não conseguia pensar em nada a não ser nas inúmeras formas de Antony e Michelle morrerem juntos e queimarem pela eternidade no Inferno.



Depois de várias besteiras passarem por sua mente uma atrás à outra ele avistara a cafeteria. Ele não sabia o que beber e então sentou ao balcão, em um canto afastado que tinha um cardápio vermelho com orelhas nas bordas.

Ele já havia decido o que tomaria. Estava a rezar pra que houvesse canecas largas e fundas. Ele odiava tomar coisas quentes em xícaras minúsculas das quais seus dedos não conseguiam penetrar na alça.

Oliver estava de olho em um dos atendentes. Ele usava uma calça de uniforme preta justa que o dava bastante volume atrás. Oliver havia até se esquecido do que pediria. Ele já ia chamar o rapaz para atendê-lo quando uma menina pálida com cabelos ruivos entrou na frente do funcionário e fez Oliver ficar alucinado.

— Desculpa, mas eu que tomo conta desse lado da cafeteria. Posso ajudar o senhor? — A voz da menina era encantadora. Era uma voz arrastada, suave e meiga.

— Ah, claro que pode. — Oliver não conseguia parar de olhar pros olhos azuis da garota.

Oliver a encarava e esquecera que estava ali pra encher o corpo de cafeína.

— E então, vai beber o que? — A menina olhou pros lados enquanto o garoto a encarava.

— Ah, vou querer... — Ele havia conferido o nome no cardápio. — Vou querer um Ristretto. — A menina havia regalado os olhos, parecia surpresa. — Mas será que vocês têm canecas ao invés de xícaras?

— Sim, claro que temos. — A menina ainda parecia surpresa e agora era ela que encarava o garoto.

— O que foi? Tem algo sujo no meu rosto?

— Não, é que... Deixa pra lá.

— Agora fala. — Oliver insistiu.

— É que ninguém além de mim nunca pediu um Ristretto e quase ninguém pede café em canecas.

— Ah, esse povo é mesquinho de mais. Não da nem pra segurar a xícara direito para beber.

— Exatamente, fora que da pra beber muito mais.

— Mas enfim, vou querer Ristretto e dois tabletes de chocolate amargo derretidos com leite.

— Agora você, digo, o senhor me assustou. Esse café com chocolate derretido é quase “orgasmático”.

— Senhor? Oliver, alguém vazio, nulo e confuso.

— Ah, prazer Oliver, mas pelas normas da cafeteria, tenho de tratar cliente como “senhor”.

Ambos estavam envergonhados. A menina demorou alguns minutos para preparar a bebida do garoto. Assim que ela voltara Oliver foi até o caixa e pagou. Ele acenou com um sorriso pra garota e fora pra uma das mesas que ficavam ao lado do jardim de inverno do hospital.

A vontade de fumar havia passado logo após de encarar a menina.

Oliver demorara pra beber. Ele ficava encarando a menina trabalhar. Havia algo de encantador nela que prendia a atenção do garoto.

Ele já ia pedir mais uma dose quando lembrara que o amigo o aguardava no quarto. Angustiado, ele pensara em não voltar pra lá, mas pensara “Sou apenas amigo dele, não dono de seu coração. Mesmo que eu o ame, ou amava, sei lá, ele nunca olhará pra mim co o mesmo olhar. Mesmo que eu não goste dessa menina, o que eu posso fazer? Abandonar ele nesta situação só porque ele está com alguém que me faz ter ânsia de vomito? É besteira minha ficar com ciúmes e ódio do Tony. Afinal, se ele não sabe escolher com quem se relacionar, quem vai se fuder não sou eu. Que ele vá a amar pra lá. Melhor ignorar isso tudo e ser um bom amigo”. Ele se levantou pra deixar a caneca e o pires sujos no balcão. Assim que tomara direção contrária à menina puxou o seu pulso. Ao sentir o toque de sua pele ele engoliu o ar.

— Meu nome é Jane.

Oliver sentia seu rosto esquentar de vergonha. Ele sem saber o que fazer disse a primeira coisa que passara em sua mente.

— Te vejo amanhã, Jane.


O garoto voltara pra fazer companhia ao amigo. Ele perguntara como Antony estava e ele respondeu com outra pergunta.

— Como que você está? Saiu do quarto com uma cara de morto. Você sabe que odeio quando faz isso.

— Ah, estou bem. — O garoto tirou o maço de cigarros do bolso da jaqueta e guardou na mochila. Ele tentara esconder do garoto que estava deitado na cama o encarando, mas fora impossível.

— Puta merda Oliver! Não acredito que está fazendo isso. Sério. — O garoto estava irritado e com as narinas dilatadas. Oliver odiava quando Antony dilatava as narinas, era como se estivesse mostrando o dedo do meio.

— Ah, tudo bem, se eu morrer por causa de um cigarro faz dois dias.

— Olha... Olha nada, vou falar porra nenhuma. Que vontade de esmurrar sua cara.

Oliver encarara o amigo por alguns segundos e abrira o livro e voltara a ler.

Já havia passado da metade da manhã. Oliver ainda pensava em Jane e cada vez que se lembrava dos cabelos ruivos presos em um rabo de cavalo com uma bandana azul bebe no centro de sua cabeça deixando sua franja que aumentava a serenidade da garota ele abria um sorriso.

Antony o observava ler e percebera que aquele sorriso em seu rosto era diferente.

— O livro deve estar bastante interessante em Oliver?

— Ah, de fato. Por quê?

— Esse sorriso na sua cara... Só pode ser por causa do livro. Você nunca sorri. — Antony o encarava querendo rir.

— Ah, deixa pra lá.

— O livro me parece interessante. Leia pra mim?

— Ah, há um livro antes desse, você não entenderia.

— Eu o li. Eu o vi falando dele várias vezes nas redes sociais e comprei a versão digital.

— Ah, é mesmo?

— Sim. E então, vai ler pra mim?

Oliver já estava a alguns capítulos desde o primeiro capítulo, mas já que não havia mais nada pra fazer concordou ler para o garoto que ficaria naquela cama pelo resto da semana.



O dia havia demorado a passar no hospital, mas além de ler, Oliver e Antony fizeram algumas outras coisas para passar o tempo, dês de discutir algum dos feitiços dos livros até falar de Michelle.

Antony entediado de um longo dia na adormecido.

A amante do garoto que dormia havia chegado ao quarto. Não era possível quem estava mais espantado, ela ou o acompanhante.

— Você, seu veado de merda. Morre de inveja de mim e do Antony. Ainda bem que eu estou com o Antony e irei o fazerele abrir o olho pra ver o que é amigo. Saia logo daqui, ninguém aqui precisa de sua companhia.

— Sou veado mesmo e peguei mais homem que você, vadiazinha de merda. Mesmo sendo gay eu tenho personalidade. — Oliver bufava.

— E quem precisa de personalidade quando se pode ter tudo que quero? Quando posso ter o Tony! — A garota sorria como se tivesse ganhado um troféu de uma competição importante.

— Olha como ela é vulgar, como é uma vadiazinha sem atitude, uma mariposa de quinta categoria. — Oliver tentava a ignorar.

— Nossa, olha como a donzela está irritada. Eu acabarei com você. Afastarei todos seus amigos de você, seu escroto.

Antony havia acordado. Ele não havia entendido o que estava acontecendo.

— Do que falavam? — Ainda sonolento e intrigado com as vozes alteradas Antony tentava entender o que estava acontecendo.

— Oliver me dizia o quanto ele espera que a gente seja feliz. — Ela mentiu. Antony sabia que era mentira.

— É, espero que sejam muito felizes. — Oliver olhou pra Michelle e sussurrou — No inferno. — Ele havia prometido que não se importaria com o namoro do amigo, mas ela o provocara.

Muito irritado Oliver saíra do quarto bufando de ódio. Ele pegara sua mochila que estava no chão e dera uma ultima olhada para os dois. A menina sorria contente e Antony tinha a respiração desregulada. Ele estava confuso.

— Antony, eu não sei se venho amanhã. Sua amada namorada pode ficar com você, não é mesmo? Ela é a pessoa mais adorável do mundo e não se importaria em perder um dia de aula, afinal, as notas dela são maravilhosas. — Antes de ouvir a resposta ele saiu irritado.

— Na verdade não posso faltar. — a menina gritara e Oliver teve que morder os lábios pra virar, mostrar o dedo do meio e dizer “problema é seu”.

O garoto não sabia o que fazer. Ele conferiu se o pacote de cigarros estava no mesmo lugar de sempre e fora comprar um café pra viajem. Já era tarde, a garota que o encantara com o sorriso já havia ido embora. Agora ela não seria capaz de fazê-lo perder a vontade de fumar. Com um copo térmico descartável quase transbordando café amargo e na outra um cigarro aceso ele caminhara embora tentando não pensar na morte.


Irritado, o rapaz estava quase em casa quando recebeu uma mensagem de Alice. Ela estava indo a um fast food em alguns quarteirões da casa do menino e dissera que queria encontrar com ele. Oliver, sem muito que fazer mandou uma mensagem de texto pra sua mãe que demoraria mais um pouco pra chegar e ela resmungara. Os pais do garoto precisavam sair, mais uma vez, e precisavam que ele tomasse conta de sua irmã.

Ele avisou a amiga que chegaria atrasado por causa de sua irmã mais Alice não esperou mais do que cinco minutos. Quando pedira pra encontrar com o amigo ela ainda estava no caminho da lanchonete.

A noite estava fria, mas dentro do estabelecimento estava quente. As duas blusas que o garoto havia colocado na irmã já estavam no banco enquanto ela comia dois daqueles lanches que vinham com surpresas.

Eles estavam discutindo sobre o que iriam fazer em relação a Unknown quando ambos lembraram que tinham um assunto em comum.

— Preciso falar com você sobre o Etan. — Os dois tinham malicia na voz.

— Você primeiro. — Disse o garoto com um sorriso no rosto.

— Meus pais viajaram e ele vai ir à minha casa hoje.

— Lavou o banheiro?

— Por quê?

— Por que Alice? — Ele franziu o cenho e mordeu os lábios. Mesmo assim ela não entendeu. — Lembra da festa... Quando vocês se conheceram? — Oliver riu pela cara que a amiga fez ao entender.

— Idiota. Dessa vez vai dar pra ser na cama. — Ela sussurrou para que a irmã de Oliver não escutasse, mas ela não tinha idade nem pra entender ainda e estava bem distraída se lambuzando com batata frita e as duas bonecas que vieram junto ao lanche. — Mas e aí, me conte agora?

— No ultimo treino da natação ele estava bem “animadinho” a falar de você...

— Animadinho como? — A menina interrompeu o amigo com entusiasmo.

— Ah, digamos que deu pra reparar como o “amiguinho”...

— “Amigão” — Ela corrigiu o menino que a desdenhou. — É, o amigão.

— Que seja. Isso não vem ao caso. Ah, escutei sobre um anel. Parece que ele vai dar pra você um anel que ta na família dele há muito tempo. Eu achei isso muito gay.

— Oliver, você é gay.

— Olha aqui queridinha — Oliver afeminou a voz. — Já peguei mais homem que a senhora. — Os dois riram.

— Ai vadia! Conta-me isso direito, terei que ir embora rápido pra encontrar com ele. — Ela ficou corada a ver Oliver encolher os lábios e fechar os punhos sobre a cintura e levar o braço pra frente e pra trás.

— Olha a língua. Isso a Katherin entende.

— Mas enfim, fala logo.

— Pelo que entendi o anel tem uma pedra de Ônix. Você sabe que Ônix é uma pedra da Terra e têm o poder de Concentração e Proteção.

— Ai que meigo!

— Se a senhora não fazer uma cara de surpresa quando ele te der o anel vou bater na sua cara. Prometi que não contaria nada.

— Farei minha melhor atuação.

— Espero que sim. — Ele franziu o cenho enquanto limpava a boca da irmã manchada de ketchup.

Os dois observavam a menininha se divertir com as duas bonecas que ganhara. Eles falavam do quão precisavam permanecer unidos com todos estes acontecimentos. Oliver explicara que não estava mal por causa do namoro do amigo e que estava preocupado com Matt. Ele havia sumido desde o hospital.

Alice percebera que havia um sorriso diferente no rosto do amigo. Ela tentara tirar de todas as formas o motivo dessa nova afeição no rosto do amigo, mas ele não queria falar. Era meio obvio, era por causa de Jane, mas ele havia pouco tempo pra dizer que sentia algo. Fora que Alice tinha ciúmes até de sua sombra.

Oliver esperou a amiga ir ao banheiro. Ela havia retocado o batom e colocado um lenço azul na cabeça que combinara com sua jaqueta preta.

Ela beijou Katy e deixou seu rosto marcado de batom. Oliver limpara e teve que ouvir os lamentos da amiga. Ele odiava marca de batom no rosto.

Assim que chegou em casa Oliver colocou a irmã pra assistir algumas animações até o sono chegar e se juntou a ela. Ele mexia no notebook e não conseguia parar de pensar na menina da cafeteria. Ele só percebeu quando viu o que estava prestes a publicar em sua rede social: “Estou terrivelmente convencido de que ela poderia ser minha princesa, e eu poderia ser o príncipe dela.”

— Puta merda Katy. Nunca escrevi algo tão gay. — Ele beijara a testa da irmã ao perceber que ela já dormia.

Sem mais o que fazer, o garoto pensara em ir ler. Já que ele não iria ao hospital visitar o amigo na manhã seguinte, ele poderia ler e quando voltara lá não levar o livro para ler para garoto que se recuperava.

Aquela ação do menino fora interrompida antes de terminar de ler um capítulo. Ele voltara a pensar em Jane. O sorriso da moça o encantava. “Se eu não for amanhã ver o Antony, como verei aquela perfeição com seios e olhos azuis?”. Agora a única preocupação do garoto era como iria ver o amigo se Michelle estivesse lá. Ele torcera pra que a menina não faltasse à aula, mas era o provável acontecer. Ela passava os dias fofocando e olhando sua cara cheia de acnes escondida por tanta maquiagem. Ela precisava ter freqüência até o final do ano se não quisesse repetir.


O garoto já estava adormecido quando se irritou ao sentir o celular vibrar. Era Alice. Ela enviara uma mensagem seguida de um anexo.

“Estava quase tudo perfeito. Já havíamos até tomado banho juntos. Estávamos deitados juntos pensando na felicidade e eu admirava o anel que ele me dera. Alegria era algo que havia tomado conta da noite até que...”

O anexo continha uma imagem. Era um screen capture de uma tela de mensagem de texto.

“Lembra quando sua única companhia era uma enorme lata de leite condensado e a única coisa que conversava com você eram suas banhas? Eram tão grandes que tinham até vida própria. — Unknown”.

Oliver imaginara o quão arrasada a amiga estava. Quando se conheceram a menina estava tendo problemas sérios com a saúde por causa dos quilos a mais. Quando sua avó morreu, ela tomara a iniciativa de emagrecer pra ser a “princesinha” da qual ela sempre a chamara.

Na cidade nova, ninguém, além de Oliver sabia desse segredo. Nem um dos dois conseguia entender como Unknown sabia do passado de Alice, Tommy havia falado com ela poucas vezes desde que ela se mudara pra cidade.

De uma coisa estavam certos. Tommy, ou pior, Unknown não pararia agora que sabiam sua verdadeira personalidade. Tudo parecia estar pior.


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