Os dias passaram até que o dia da festa de aniversário de Vitor chegou.

À tarde, os organizadores começaram a montar e arrumar os equipamentos de luzes, som e a decoração. Aproveitaram tanto a área da piscina quanto o jardim. Tudo decorado em branco, azul marinho e os detalhes ficaram por conta do prata, já que Vitor não queria nada com cores berrantes e nem chamativo demais.

-Eu ainda acho que ficaria mais bonito se estivasse tudo colorido! – comentou enquanto reparava o local que começava a ser arrumado. 

A pequena cansou de insistir para que o irmão ouvisse seus conselhos e trocasse as cores que havia escolhido para outras que ela julgava serem mais alegres.

-Não obrigado, só me falta agora você querer que eu fique atrás do bolo enquanto todos cantam parabéns. – balançou a cabeça em reprovação.

-Espera, o que você quis dizer com isso? – a menina paralisou com a possível ideia de não haver o que para ela era, com exceção dos presentes, a melhor parte de qualquer festa. – Por acaso não vai ter bolo?

-Vai sim! – foi obrigado a rir da reação dela. – Fica tranquila. – levou a mão na cabeça da irmã, bagunçando lhe o cabelo com um cafuné.

-Para com isso Vitor. – não gostava quando ele a tratava como criança.

-Vitor Navarro! – a voz feminina o chamou derrepente.

Virou-se para ver quem era, mas já tinha reconhecido a voz de quem tinha lhe chamado.

-Você não acha que chegou cedo demais? – brincou ao ver a amiga e Paulo chegando.

-Para de graça seu emburrado. – aproximou-se de onde ele estava.

-Oi Kimberli!

-Oi Carla! Oi Paulo. - acenou para os dois.

-O que você tá querendo aqui tão cedo, hein?!

-Nada. Eu quero que você me leve à casa da Amanda, pode ser?

-E pra que?

-Desiste cara, – Paulo alertou. - Ela não vai te falar, eu também perguntei e ela não quis me contar.

-Paulo eu já falei que é coisa de mulher. E nem é nada de mais.

-Tá bom. – odiava ter que insistir. – Só que eu tô um pouco ocupado aqui, então eu te passo o endereço dela e você vai até lá.

-Ok!

Despediu-se do namorado, pegou o endereço da amiga e foi direto para lá já que estava de carro.

...

-Tia, acabei de tirar o bolo do forno. – colocou a forma na mesa. – A senhora quer um pedaço?

-Sim, por favor!

Trouxe uma fatia para Laura que estava sentada na sala, e ouviram batidas na porta. Entregou o bolo à tia e foi até a porta para abri-la.

-Oi Amanda!

-Carla? – não entendeu a empolgação da moça em sua porta.

-Espero que não se importe por eu ter vindo sem avisar.

-Que isso, não tem problema. Entra. – deu passagem a ela.

-A senhora deve ser a tia da Amanda. – entrou já cumprimentando a mulher. – Oi, muito prazer! Eu sou Carla, amiga da Amanda!

-É um prazer conhece-la Carla. – sorriu para ela . – Você quer um pedaço de bolo? A Amanda tirou do forno agora.

-Dona Laura eu já gostei da senhora. – sentou-se no sofá com ela.

-Deixa que eu pego. – Amanda dirigiu-se para a cozinha.

-A gente come no caminho, porque estamos com pressa. – destacou.

-Es-tamos? – parou no meio do caminho.

-É, eu e você vamos sair pra fazer compras hoje, agora.

-Hãn?...

-Roupas, sapatos, acessórios..., essas coisas. – apontava nos dedos enquanto listava. – Ah! Temos que passar no salão também.

-Mas...

-Nem adianta dizer que não vai. Nós duas temos que arrasar na festa hoje à noite, né?! Eu sou a melhor amiga e você é a namorada do aniversariante. Ou seja, as convidadas de honrra!

-É, vendo por esse lado, acho que você tem razão. – tentou não ver tudo de maneira tão exagerada quanto a moça.

-É claro que eu tenho razão. – sorriu vitoriosa para a amiga.

Amanda deixou as duas na sala conversando e foi até o quarto para trocar de roupa. Voltou minutos depois.

-Já podemos ir.

-Então thau Dona Laura! – virou-se praticamente arrastando Amanda pelo braço, que ficou espantada com a animação e toda a pressa de Carla.

Seguiram para o centro da cidade, passando por todas as lojas possíveis. Foram tantas que Amanda chegou a perder a conta de em quantas elas haviam passado. Carla estava acostumada a comprar, era nessas horas que de mostrava seu jeito patricinha de ser comprando praticamente tudo que via pela frente.

Eram mais sacolas do que as mãos podiam carregar, mas Carla não hesitava em levar mais um vestido para depois se decidir qual deles seria o melhor para usar na ocasião. Amanda apenas observava, achado graça, pois os olhos da moça chegavam a brilhar quando via algo que gostava ou julgava bonito. Parecia uma criança numa loja de brinquedos.

...

-Caramba! A Carla não escuta o celular tocando de jeito nenhum.  –  jogou o aparelho sobre a mesa, desistindo de falar com a namorada.

-Você sabe porque, né?! – apenas olhou-o de lado.

-Pior é que sim. Se eu bem conheço ela, deve estar em alguma loja experimentando várias e várias roupas agora.

-Tentei ligar pra Amanda, mas o celular dela deve estar sem bateria, ou sei lá.

-Pode deixar cara. – levantou-se. – Eu vou indo e ligo pra ela de novo mais tarde.

-Quer um conselho? Liga beem mais tarde.

...

-Essa aqui. – era mais uma loja em que paravam. – Tenho certeza que vamos encontrar alguma coisa pra você usar hoje à noite Amanda.

-Nossa essa loja é incrível!

-Eu sei. Sempre compro aqui, adoro as roupas dessa loja! – arrastou a amiga para dentro.

Ambas experimentaram várias peças. E Carla mais uma vez não resistiu, acabou levando mais um vestido.

-Nossa Carla, de todos os vestidos que você comprou esse é o mais lindo!

-Sério? Nesse caso, eu vou usar este na festa.

Essa era a quinta peça que a moça levava julgando que seria a que usaria na festa. O vestido era num tom rose, o modelo era de um ombro só com uma manga longa, era completamente justo no corpo e quase chegava aos joelhos.

-Mas e você, não gostou de nenhum?

-Bem, eu achei todos lindos mas, não acho que tenham a ver comigo.

Sabia que era para uma ocasião importante, mas não ira usar nada que não a deixasse confortável e que não a fizesse se sentir ela mesma.

-Já sei onde vamos achar alguma coisa pra você. – estalou os dedos com empolgação causada pelo fato da solução surgir em sua mente.

-Onde? Acho que já fomos a todas as lojas da cidade...

-Não acredito que me esqueci da Pretty Girl, a loja da Emily.

-Emily? A cunhada do Vitor?

-Isso mesmo! Você vai adorar a loja dela.

Carla jogou mais uma remessa de sacolas no banco de tras de seu Audi R8 branco e saíram para irem à loja da loira.

...

A boutique era bem moderna. Por fora tinha uma vitrine toda de vidro, no meio a porta, também de vidro, e acima dela o nome da loja. Suas cores eram em rosa bebê com detalhes em vermelho. Por dentro, tinha as mesmas cores, já os móveis eram todos em branco. Estantes e guarda roupas, sem as portas, eram usados para expor as peças. Havia um lindo lustre que descia do teto como uma cascata de cristais. O laço, símbolo da loja, estava estampado na parede de frente com à porta.

Ao chegarem lá logo foram recebidas pela dona que correu para cumprimentar a amiga que a tempos não via.

-Oi Carla! Quanto tempo, da última vez que você esteve aqui nem deu pra gente se ver.

-Eu sei. Desculpa, mas não deu mesmo.

-Me fala, o que você está precisando?

-Eu nada. Mas a Amanda precisa de um vestido pra ir na festa do namorado hoje à noite. – levou a mão ao ombro da morena.

-Amanda? – olhou para a moça ao lado e que até então não havia notado. – Você é a namorada do Vitor?

-A própria! – revelou Carla.

-É um prazer te conhecer Emily! – cumprimentou a loira.

-Igualmente. - sorriu simpática. – A misteriosa namorada do Vitor. Nossa, até que enfim a gente se conheceu.

-Então Emily, olha só a responsabilidade, tem que ser o vestido. – frizou empolgada como sempre.

-Sim, afinal ela é a namorada do aniversariante. – concordou.

-Só que, eu não quero nada muito extravagante. – achou melhor avisar vendo que ambas pareciam bastante empolgadas com a ideia. – Prefiro algo mais simples.

-Claro que sim. E eu já sei qual vestido vai ficar ótimo em você. – pousou a mão no queixo. – Gabi, o que você acha daquele novo que chegou pra loja essa semana?

-Vai ficar ótimo nela.

Pediu a uma das atendentes para pegar a peça da qual falava e entregou a Amanda. Ela foi até o provador para se trocar.

E, do lado de fora, as duas estavam impacientes para ver como a moça havia ficado.

-E então Amanda?

-Mostra pra gente como ficou.

Ela saiu.

-Eu sabia, ficou perfeito! – falou Emily. – Parece que foi feito pra você.

-Você está maravilhosa!

-Tem certeza meninas?

-Você gostou? Porque é isso que realmente importa.

-Eu gostei sim! – olhou-se mais uma vez no espelho para não ter dúvida. – Eu vou leva-lo. – sorriu satisfeita.

-Imagina o quanto o Vitor vai gostar. – Carla comentou atrevida. – Desse jeito, ele vai se apaixonar de novo.

As duas riram principalmente ao perceber que Amanda tinha ficado sem graça com o comentário de Carla. E depois de escolhido o vestido, as duas se despediram da loira. Partiram para o salão. Carla queria que elas tivessem ido ao spa também, mas Amanda achou melhor deixarem para uma próxima oportunidade.

...

Já era noite quando voltaram para casa.

-Nossa,... – exclamou com o celular nas mãos.

-O que foi?

-Acho que eu nunca vi tantas chamadas perdidas do Paulo no meu celular. – arregalou os olhos – Deixa, eu ligo pra ele depois. – parou o carro em frente a casa de Amanda.

-Obrigada Carla!

-Não precisa agradecer. E não esquece, eu e o Paulo vamos passar aqui pra te buscar.

-Tá, até mais tarde então!

...