Leah E Benjamin: Amor Ou Impressão? escrita por DragonFly


Capítulo 13
Lobos não choram


Notas iniciais do capítulo

Geente, vocês acreditam que ontem à noite eu estava postando um capítulo maior e deu falha? Acabei perdendo tudo, então desisti e resolvi deixar para postar hoje.
Espero que gostem!
xoxo



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Estou parada na parte escura da floresta, sozinha e gelada. Não sei por que estou aqui depois de tudo o que vi neste lugar, mas sinto como se estivesse sendo observada. De repente, olhos vermelhos surgem por entre as árvores e chegam cada vez mais perto. Uma pele dourada está em volta dos olhos vermelhos. Uma risada arrepiante me faz ter medo e não traz o calor que costumo sentir com sua presença. Seu sorriso não chega aos olhos e sei que há algo errado.

Ouço estalos vindos das árvores atrás de mim, mesmo não querendo baixar a guarda perante Benjamin, sou obrigada a virar. No mesmo momento, estou arrependida por ter olhado. Três múmias estão penduradas nos galhos mais próximos. As silhuetas indicam homens grandes e me sinto ainda mais gelada, agora. Preciso me aproximar e quando o faço, percebo que as cabeças estão descobertas. Olhos abertos, opacos e sem vida que não mais pertencem aos meus amigos, Paul, Jacob e Suhen. Estranho, mas não há sequer uma gota de sangue visível. Preciso tocar o rosto de Jacob uma última vez, devo minha vida a ele e nunca poderei agradecer. O que direi à monstrinha? Tão nova e já terá uma grande perda... por um momento, penso que estão vivos, pois a pele de seus pescoços parece se mover, mas o horror logo me domina quando vejo horríveis e nojentos escaravelhos saírem de suas bocas como se fossem antigos moradores do local. Viro-me, rapidamente, havia esquecido de Benjamin. Por que ele não fez nada? Mas ele já está muito perto e um grito ameaça sair por minha garganta, mas não antes que ele libere flocos de gelo e me cubra com o manto frio e silencioso da morte.

Não acordo gritando. Estou muito suada e ofegante, mas sei que estou em silêncio quando percebo que Paul e Jacob dormem como crianças.Eu deveria acordá-los, o dia já vai nascer, mas decido que eles merecem mais um tempo. Vou para o banho e saio de lá revigorada. O dia vai ser longo, mas confio em nossas habilidades. Quando chego à minúscula sala de estar da cabana, Kate me oferece uma caneca de café fumegante. Sua gentileza me causa surpresa, mas esses seguidores dos Cullen são assim mesmo. Ela me diz que Garret e o Garoto Dourado estão fora reconhecendo as trilhas que pegaremos. Quando voltam, meus meninos lobos já estão prontos para partir também. Em poucos minutos estamos todos focados na trilha que seguiremos até os desconhecidos.

Caminhamos bastante e minha mochila começa a pesar, mas nada que me faça parar ou demonstrar fraqueza. Está muito quente por estarmos caminhando há horas e por isso sinto minha camiseta grudar no corpo e o suor descer por minhas costas. Meu cabelo também está uma bagunça, amarrado no alto e, provavelmente, cheio de folhas. Os meninos já estão sem camisa, exibindo seus peitorais, barriga e costas definidos. Kate parece um pouco desconcentrada e tensa, enquanto Garret resmunga algo sobre a terceira guerra mundial. Eu bem que gostaria de ser um garoto agora, não para provocar a Kate, mas para não me sentir mal por andar sem blusa. Como não sou, vou seguir com calor e pular no primeiro córrego que vier.

De repente, uma brisa muito fresca, na verdade, bem geladinha, nos pega de surpresa. Em poucos minutos o suor se vai e os garotos são obrigados a vestirem suas camisas. Não vejo as folhas e galhos das árvores se mexerem, parece que a brisa só está sobre nós. Só então me dou conta da face concentrada de Benjamin, andando atrás de mim. Sei o que está fazendo e só posso sentir gratidão por isso. Antes que me dê conta, estou sorrindo de leve para ele, que retribui com uma luz dourada em sua aura, imagino. Tenho que admitir, ele é brilhante. Poetica e literalmente, brilhante!

Estamos andando há muito tempo e já passa do meio-dia quando a fome aperta e decidimos parar para recuperar as forças e beber água. Enquanto os lobos em forma de gente se sentam pelo chão para comer, os vampiros ficam de guarda para que possamos comer sossegados. Paul e Suhen parecem não conhecer a civilização, são dois esfomeados, deixando pasta de frango escorrer pelo queixo. Argh, neandertais! Jacob tem alguma educação, pelo menos, mas sei que também está pensativo e um pouco chateado por não vê-la a tanto tempo. Enquanto viro uma garrafa de água por minha boca, olho para os lados à procura dos sangue-sugas aliados e meu olhar encontra o de Benjamin. Ele parece um pouco desconcertado e logo percebo a razão. Kate e Garret estão em cima de uma árvore muito próximos e com mãos bobas por todos os lados. Não sinto inveja, apenas repulsa, juro! Esses dois deveriam procurar uma árvore mais alta e distante. Sem graça, volto o olhar para Benjamin e ele dá de ombros. Certas coisas não devem ser vistas nem por lobos, nem por vampiros. Quando me levanto e vou em direção ao caminho que devemos seguir, Benjamin se põe ao meu lado, lançando-me um olhar de soslaio. Já me sinto à vontade o suficiente para encará-lo de volta, mas nada preparada para o gesto que ele faz a seguir. Uma de suas mãos está agora em meu queixo, enquanto ele parece limpar algo em minha bochecha. Vexame, Leah! Reclamou tanto dos trogloditas comendo e faz uma dessa!

- Tem uma coisa no seu rosto. - ele diz bem-humorado. - Você deveria usar um guardanapo.

Pronto. Estou sem graça e mal-humorada de novo.

Logo, estamos todos seguindo a trilha, novamente. Andaremos até o anoitecer, quando pararemos para algumas horas de sono enquanto os vampiros saem à caça de qualquer animal que não uive, pela floresta. Não posso evitar pensar na falta de segurança a que estaremos expostos os quatro lobos, portanto faremos turnos de vigia. Com uma barraca para dois montada, Paul e Suhen são os primeiros a dormir, enquanto Jacob e eu ficamos de guarda. Os vampiros se retiram, prometendo estarem de volta o quanto antes. Antes de sair de meu campo de visão, noto uma expressão triste e preocupada no rosto de Benjamin muito diferente do que vi naquele sonho estúpido.

Não puxo assunto com Jacob porque sei que ele está com ela em sua mente. Eca! Eu compreendo sua necessidade de suprir a falta dela em carne e osso, mas não entendo que ele tenha que ficar tão fora de si e triste. Estamos em uma missão, afinal. Passamos cerca de três horas calados e sentados, meio alertas, meio sonolentos, quando, finalmente chega o momento de trocar de turno. Remelentos Paul e Suhen saem da barraca e assumem nossos lugares. Dentro da barraca, sinto a testosterona no ar, mas o jeito é ficar por ali. Jacob já está sem camisa e deitado de costas, com um braço sobre a cabeça, exibindo axilas depiladas. Huhm, sei. Parece que esse lobo é um chiuaua, afinal. Não que eu vá dizer isso em voz alta agora, vou deixar a brincadeira para quando Nessie estiver por perto. Háhá, Leah-humor-ácido está de volta...

Parece ter passado poucos segundos desde que deitei quando ouço algo diferente vindo de fora. Levantando devagar, noto que Jacob já está alerta e faz um sinal com as mãos para que eu fique quieta. Há algo errado lá fora. Por uma pequena abertura, vejo que há três silhuetas altas cercando Suhen e Paul. Eles estão em posição de ataque e, pelo tremor que vejo em suas pernas, sei que estão prestes a se tornarem lobos. Logo, quadrúpedes peludos avançam contra as silhuetas que são, obviamente, vampiros recém-criados. Saio da barraca antes que Jacob me impeça e já sou o lobo cinzento quando fecho minhas mandíbulas na perna de um dos sangue-sugas. A briga não é nada fácil. Somos quatro contra três, mas recém-criados são bem astutos e fortes. Em dado momento, Suhen está encurralado por dois, enquanto Paul e Jacob destroçam um terceiro. Esses lobos não sabem mesmo contar, não? Vou ao socorro de Suhen, mas antes que chegue até ele, um dos vampiros já está sobre mim, cravando suas garras bizarras de ex-prostituta em meus flancos lupinos. Sei que estou uivando, pois logo Paul e Jacob vêm ao meu auxílio. Suhen parece se virar bem com o outro vampiro, mas a fêmea que me atacou é uma espécie de ás do Krav magá e dá trabalho para ser desmembrada. Eu não queria me tornar humana agora, estaria me expondo demais, só que está fora do meu controle. Estou tremendo e antes que me dê conta, estou agachada no solo terroso da clareira, sem roupas e com muito sangue na lateral de minha barriga. Acho que as garras também têm veneno, afinal. Dói bastante e parece afetar minha capacidade de ser lobo, preciso limpar isto antes que piore.

Deixo os garotos se virarem com o último vampiro inteiro e volto para a barraca. Sinto uma presença se aproximar e esbravejo esperando um outro recém-criado, mas só o que encontro são os olhos, agora dourados, de Benjamin. Ele me ajuda a caminhar até a barraca, jogando um cobertor em cima de mim. Peço que espere do lado de fora enquanto visto meu top e minhas calças de ginástica. Antes de subir a calça por completo ele já está aqui dentro, com um kit de primeiros socorros e água limpa. Percebo que ele faz caretas estranhas enquanto limpa o sangue e, por um momento, acho que ele quer lambê-lo. Porém seu autocontrole é maior e logo está fazendo piadas com minha ferida.

- Desculpe, mas seria melhor se usasse uma máscara. Não é nada agradável sentir esse cheiro de sangue canino...

- Engraçadinho. Não pedi sua ajuda, então não reclame.- o comentário do Garoto Dourado me deixa irritada, mas a raiva logo se esvai quando olhos em seus olhos. Sua gentileza e preocupação é algo a que não estou acostumada há muito tempo e não posso desconsiderar.

Com o sangue e os arranhões limpos e cobertos por um curativo, me perco em um mar de areia e ouro imaginário que é o que parecem os olhos de Benjamin agora. Ficamos parados e sinto um leve formigar onde suas mãos tocam as minhas, apesar da falta de jeito, não consigo desviar o olhar. Não há nada mais à nossa volta, mas antes que nossos rostos estejam perto demais, uma lufada de ar fresco nos atinge vindo de fora. Três cabeças imundas e ansiosas de garotos lobos surgem na pequena entrada da barraca me perguntando como estou. Há, eles não sabem, mas acabam de me salvar de uma bela confusão.


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Notas finais do capítulo

Então...?
Melhor?
Não deixem de opinar, gente!



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