Reyna's POV.

Sinceramente, eu tenho perdido muito a noção de tempo nessas ultimas semanas, até por que nada de mais tem acontecido, o que eu não sei se é ruim ou péssimo. Acho que o único lado menos pior do meu mês é que a semana de provas já acabou.

Minha vida continua a mesma, exatamente a mesma rotina, e melancolia, e hoje por exemplo era mais um domingo chato do qual eu não tinha mais nada pra fazer a não ser dormir ou hibernar.

Pois é, 100% emocionante.

Bom, mas tudo isso até a Piper ligar.

– Hey Reyna, sua linda quer ir de bicicleta até a praia com a galera? A gente vai queimar uns marshmallows e fazer um luau depois. Topa?

– Não, to com preguiça.

– Ok, to em frente a sua casa, ou você vem ou eu te arrasto. -disse ela, ao desligar o telefone.

Acho que eu não tinha escolha.

Coloquei um short e uma regata, fiz um rabo de cavalo e desci as escadas, pegando a minha bicicleta e saindo de casa. Piper, Rachel, Leo, Nico e Bianca já me esperavam na porta. Cumprimentei todos e seguimos o caminho, as meninas de bicicleta, enquanto Nico e Leo - que levava um violão nas costas - estavam de skate.

– Então vai ser assim: nós vamos até a casa da Annie, pegamos o resto da cambada e passamos no mercado, compramos umas porcarias e vamos até a praia. - disse Piper, enquanto andava de bicicleta do meu lado. - Ok? - Todos fizeram que sim e seguimos o caminho.

Piper olhava para eu e Leo, me perguntando com os olhos o que tinha acontecido com ele - já que Valdez mal tinha olhado para mim - dei de ombros pra ela, dizendo que não sabia de nada e segui pedalando.

Quando chegamos, todos já estavam sentados na sarjeta em frente a casa de Annie nos esperando, cumprimentamos uns aos outros e seguimos o caminho até o mercado.

Nesse meio tempo, lancei um olhar de ‘eu sei que você ta escondendo alguma coisa de mim’ para Piper, já que foi impossível não perceber a troca de olhares desconfortável entre ela e Jason.

Mas ignorando isso, nada alem do normal aconteceu.

Pelo menos até chegarmos no mercado.

***

– Leo? – aproveitei para falar com ele enquanto estávamos sozinhos na ala dos doces

– Fala.

– O que você tem?

– Nada.

– Certeza? – ele fez que sim – Então ta.

Olha, só falei ‘então ta’ por que fiquei sem resposta por que sabia que tinha alguma coisa errada com ele. Bem, não que eu me importe muito com isso sabe, por que Leo não tem nada comigo e ele acha que eu o odeio. Não que eu sinta outra coisa, mas... Ah, deixa quieto.

Mas eu sabia que tinha alguma coisa errada com ele e eu não iria sossegar até descobrir, e o que os olhos não vêem eu procuro ate achar.

– É serio. O que você tem?

– Já disse que não é nada!

– Ta bom, mas saiba que eu vou insistir até você me falar o que ta acontecendo.

– Então agora você se importa comigo? – Ele mudou completamente o tom de voz. – Nada, Reyna, eu só parei de ser tonto e dar bola pra quem não da a minha pra mim! – eu juro que aquilo acabou comigo, por que eu sabia que o motivo de Leo estar assim era quem eu via todos os dias do outra lado do espelho. Eu mesma. – Satisfeita?! – disse ele, se virando de costas e saindo.

– Leo, espera! – gritei, ele parou, mas ainda de costas. – Eu me importo, eu dou a mínima, eu... Eu te... – as palavras morreram na minha boca assim que ele se aproximou, ficando numa distancia perigosa.

– Você...?

– Eu me importo com você!

– Que bom Reyna. Pena que isso não é o suficiente. – ele disse, saindo.

Se eu não fosse Reyna, teria chorado, mas eu não me daria ao luxo de o fazer. Invés disso, deixei uma lagrima rolar, sozinha, fria e pesada, já que por orgulho, ou talvez medo, eu não tinha falado aquilo que eu mais sentia.

Reyna levava muito a sério as coisas, principalmente palavras. E ao contrario do que ela diz, não foi por medo nem por orgulho. Mas sim pelo verdadeiro significado do que é amar alguém.

(notas finais, leiam)