- Oito horas de jogo, crianças! – diz o general – O que tivemos na última hora de jogo? Decepção... Apenas uma pessoa morreu. Kelly. Restam agora doze alunos. Sete rapazes e cinco moças... Apesar de tudo esta edição está sendo uma grande surpresa para todos nós. Dentre os sobreviventes, apenas dois eram considerados favoritos no início do jogo. Bem, tivemos que tomar certas medidas... A partir de agora, apenas quatro quadrantes são permitidos. Seus localizadores indicarão se vocês estiverem em um proibido. Boa sorte a todos. Recuperem o ritmo ok?

***

Walber já dirigia com mais calma. Thiane ajuda Alisson a parar o sangramento. O garoto reclamava de dor, mas já estava melhor.

- Eu nem sabia que você dirigia... – diz Iara a Walber.

- Há muitas coisas que você não sabe de mim... – diz Walber, piscando para a amiga.

- Como o quê, por exemplo? – Iara pergunta.

- Tipo... Eu tirei na moeda meu destino nesse jogo... – fala Walber, sorrindo.

- Como assim? – quer saber Thiane.

- É que eu pensei se ajudaria a galera ou entraria no jogo. – explica Walber – Para a sorte de vocês, deu que eu devia ajudar...

***

Pedro, Neto e Leandro ainda estavam por perto do conjunto de casas. Estavam chorando pela morte de Kelly. Ela era, talvez, a pessoas mais querida da turma. Todos gostavam e riam dela.

- Só restam doze pessoas? – Pedro se espanta – Nossa! Que situação... Eu nunca imaginei nossos amigos morrendo... Ainda mais, todos de uma vez só!

- Além de nós três só restam mais nove alunos... – calcula Leandro – Conseguem lembrar quem são?

- Bem, sabemos que o Walber, a Iara e a Thiane estão vivos, felizmente... – diz Neto.

- É! – concorda Pedro – Acho que os outros são o Alisson, a Mônica, o Wilgner, a Carol, o Felipe e... E tem mais uma menina. Quem é?

- Hm... – Neto pensa – É a Lívia? A Adriely?

- Não! Elas já morreram... – fala Leandro – Tem certeza que é uma menina?

- Esqueceu-se de mim? – eles escutam uma voz feminina. Olham para trás e veem Taline sorrindo diabolicamente com a picareta nas mãos.

Leandro, lembrando que ela e Adriely haviam lhe ajudado no início do jogo, fica feliz ao vê-la e se aproxima.

- Não Leo! – diz Pedro para o amigo.

- Está com medo de mim? – pergunta Taline, ameaçadora, rangendo a picareta no chão.

- Acho melhor você sair daqui! – Neto aponta a escopeta para Taline.

- Que é? Vai me matar?

Então, Taline joga a picareta na direção de Neto. A picareta atinge as pernas do garoto abrindo o corte e fazendo-o cair no chão. Neto dispara duas vezes, mas como estava machucado, não consegue acertar o tiro.

Pedro e Taline olham no mesmo momento para a picareta e decidem pegá-la. Então os dois, que estavam na mesma distancia da arma correm em sua direção. Taline consegue ser mais rápida e apanha a picareta antes de Pedro, brandindo a arma ameaçadoramente.

Leandro sai correndo o mais rápido que podia, mesmo desarmado e machucado. Pedro vira-se e prepara-se para imitá-lo, quando Taline o ataca e enfia a picareta com toda a sua força nas costas de Pedro.

O garoto grita e cai no chão chorando. Sem piedade, Taline retira a picareta e aplica um novo golpe, desta vez, na altura do coração.

Neto se levanta e reage, tentando disparar mais uma vez, mas para seu azar a arma trava. Taline sorri e dá um golpe brutal e rápido na cabeça de Neto. Ataque certeiro, a arma perfura o crânio do garoto, bem no meio da testa.

Neto cai de joelhos, com um olhar apavorado para a garota, com uma linha de sangue escorrendo por seu rosto. Taline segura o cabo da picareta e puxa, enquanto com um dos pés empurra o garoto. O corpo sem vida de Neto desaba e a garota arranca a arma violentamente.

Os dois garotos estavam jogados em poças de sangue quando Taline olha para eles como se nada tivesse acontecido. Lembrou-se de Leandro e olhou no localizador. Machucado, ele não poderia ter ido muito longe, mas não havia sinal dele.

Foi quando ela nota um sinal, longe e fraco, mas aparente. Olha para trás e reconhece Carol a distancia. Antes que pudesse fazer algo para se defender, Carol aperta o gatilho da submetralhadora. Baleada em várias partes do corpo, Taline cai de joelhos, olhando com ódio para sua assassina.

Sem respirar e perdendo muito sangue, Taline cai no chão, imóvel.

Alguns metros dali, Carol verifica seu localizador. O sinal de Taline some. “Menos uma”, Carol pensa. “Faltam oito”.

***

Baleado em várias partes do corpo e com uma facada nas costas, Wilgner por mais incrível que parecesse ainda conseguia caminhar. E não perdera a vontade de vencer aquele jogo. Todos os apostadores e até mesmo o general estavam impressionados.

Foi então que uma das câmeras focadas nele o flagra retirando do bolso uma seringa. O fiscal do jogo pede zoom e a aproximação revela Wilgner ingerindo algum tipo de droga no braço.

- Agora está explicada tanta resistência! – diz o fiscal sorridente para o homem que manipula as câmeras – Como não notamos isso antes? Está na cara que ele vai ganhar este jogo!

Nove alunos restantes...