I Knew You Were Trouble escrita por Barbara Fuhrwig


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Eis que eu estava bem linda vendo Homem de Ferro 3, ai o que aparece? Isso mesmo, o teaser trailer de Em Chamas *u* fiquei ~fangirlando~ lá e uma galera me olhando como se eu fosse retardada sldkjflsij Enfimmm, como vão? Não gosto muito de postar durante a semana, mas como estava com saudades decidi postar çlfgkç E eu sei que eu tinha mais alguma coisa pra falar, mas como esqueci, sem blá-blá-blá por hoje, então ai está mais um capitulo, espero que gostem!



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Eu já disse que não fiz nada! – gritei, pela milésima vez.

Aquela viatura estava praticamente caindo aos pedaços. Não era de se surpreender, já que os dois policiais gordinhos que a usavam pareciam dois porcos. E o carro também era tão antigo, que parecia o que os pais de minha avó usavam.

E sem contar que eu estava com as mãos e os pés algemados, e presa pelo cinto de segurança no banco de trás.

– Então o que você estava fazendo lá, mocinha? – o policial que estava dirigindo, que tinha cabelos apenas dos lados da cabeça e pele escura, estreitou os olhos para mim pelo retrovisor.

– Eu estava indo pra casa! Eu já falei pra vocês. São surdos, por acaso? – digo.

– Olha o respeito. Isso é desacato a autoridade! – o outro policial, que tinha cabelos loiros que quase pareciam brancos de tão claros, disse.

– E você vai fazer o que por isso? Me prender? Já estou sendo, de qualquer maneira – rebato – E ainda mais por uma coisa que não fiz!

O policial de pele clara virou-se para mim e me olhou de cara feia. Quer dizer, a cara dele já é feia, e com a careta que fez ficou pior ainda. Juro que tive vontade de rir, mas me controlei, mordendo meu lábio inferior e olhando pela janela.

Já tinha ido com minha mãe algumas vezes até a delegacia quando era menor e tinha certeza que esse não era o caminho. Mas resolvi não falar nada.

Só entendi o que eles estavam fazendo quando paramos em frente a uma loja de Donuts. Eles estão tirando sarro com a minha cara, não é? Bom, só pode!

– Eu não sei se vocês se lembram, mas têm que me levar pra delegacia – resmungo.

Eu queria sair o quanto antes possível daquela viatura. Se duvidasse, tinha até um ninho de rato embaixo dos bancos.

Encolhi meus pés instintivamente, colocando-os sobre o banco traseiro.

– E nós iremos te levar. Mas eu não consigo dirigir sem recompor minhas energias – o policial moreno disse, dando uma risada, sendo acompanho pelo louro, que passou a mão na barriga, que mais parecia uma bolinha de tão redonda.

Rolei os olhos.

– É brincadeira, não é?

– Fica quietinha ai que já voltamos – o policial louro disse – E coloca esses pés no chão. Vai sujar nossa viatura.

O encarei indignada enquanto ele batia a porta.

Deixe-me ver se eu entendi. Primeiro, sou presa sem motivo algum. Segundo, sou obrigada a ir na viatura dos policiais feios e barrigudos – porque, pra ser sincera, os outros dois que estavam lá até que davam para o gasto. E terceiro, a viatura deles simplesmente parece um chiqueiro, com todos aqueles pacotes de frango gritos, salgadinhos e juro até que vi metade de um hambúrguer, espalhados pelo chão, e eles ainda reclamam que estou sujando a viatura?

Conte até dez, Clove – lembro do que minha mãe me falava. Mas não tenho certeza se isso me acalmaria agora. Quer dizer, olha o meu estado! A primeira coisa que vou fazer quando chegar à delegacia é ligar para minha mãe. E ela vai processar todos esses policiais bostinhas que acham que mandam em alguma coisa.

Certo, ela provavelmente vai ter uma conversa amigável com eles para eles me soltarem e não vai processá-los coisíssima nenhuma, alegando que eles estavam fazendo o trabalho deles, mas pelo menos eu vou poder ir pra casa.

Uns dez minutos depois, os policiais voltaram, tão entupidos de donuts que era capaz de ter até alguns guardados nos bolsos das calças. Eles riam feitos crianças que haviam acabado de ganhar doces e simplesmente me ignoraram ao entrarem no carro. Eles foram o caminho inteiro comendo donuts e brincando com o radiocomunicador.

E nem pra me ofereceram um pedacinho das rosquinhas. Provavelmente eles estavam ouvindo meu estômago roncar alto, afinal, eu estava na casa de Katniss. Não que ela não tivesse comida em casa, obvio, mas toda vez que eu dizia que ia pegar alguma coisa na cozinha pra comer, ela me segurava e dizia “nós já vamos lá”. É claro que esse “nós já vamos lá” nunca chegou. Pelo menos, não até minha mãe me ligar e dizer pra eu ir embora.

Dez minutinhos depois, chegamos à delegacia. Agradeci mentalmente a Deus, porque era capaz de eu desmaiar se continuasse sentindo aquele cheiro da viatura. E os policiais certamente não eram das melhores companhias.

Dolorida, fui praticamente arrastada por eles e jogada em cima do banco de madeira que havia logo na entrada do local, onde ficava a recepção. Tive que aceitar o fato de que aquilo, provavelmente, seria minha cama hoje. O policial gordinho de cabelos claros ainda estava com uma caixa de Donuts em mãos, a qual ele foi dividir com seus outros colegas, fazendo todos me ignorarem.

– Ei! – chamei, cansada de ficar esperando enquanto eles riam da desgraça alheia – Será que eu posso ligar pra minha mãe? Eu estou cansada, com sono, com fome – choraminguei.

– Devia ter pensado nisso antes de assaltar aquela loja – o policial moreno, que estava na viatura comigo, rebateu.

Juro que eu teria feito ele se engasgar com a rosquinha que estava comendo se não estivesse algemada. Ainda.

– Eu já disse que não fui eu! – choraminguei mais ainda. Teria levantando as mãos para cima, mostrando que estava exausta de ficar repetindo aquilo, mas meus ombros doíam. E meus pulsos não estavam em dos melhores estados, por conta do aperto da algema.

Aquilo ali havia sido feito para uma criança de cinco anos, não?

Meu olhar se encontrou com o de uma senhora que estava atrás de uma bancada, atendendo ao telefone, que parecia me olhar com pena. Será que pelo menos ela acreditava em mim? E se acreditava, não podia me ajudar?

Vencida, me deitei no banco de madeira e me encolhi em posição fetal.

E adormeci, segurando a vontade de chorar de desespero.

Porque ser presa aos dezesseis anos certamente não estava na minha lista de coisas a fazer antes de morrer.

[...]

– Ei, garota, acorda! – me chacoalharam nada delicadamente.

– Mais cinco minutos, mamãe – resmunguei, revirando-me.

– Que mãe o que, garota! Tenho cara de tua mãe, por acaso? E levanta logo daí se quiser falar com ela – me chacoalharam mais forte ainda, me fazendo abrir os olhos rapidamente.

Sem sombra de dúvidas, aquele policial moreno da viatura não tinha cara de minha mãe, e eu agradecia por isso.

– Pode ir ali telefonar para sua mãe. Rápido, hein? – ele disse, indicando o telefone do lado da mulher que antes me encarava.

Vendo que eu não conseguia andar direito, ele soltou as algemas dos meus pés – até que enfim fez uma coisa útil, a única que eu vi até agora –, e fui até o telefone.

Ao olhar o relógio marcando três e meia da manhã, imaginei por que minha mãe não tinha me ligado milhões de vezes no meu celular até agora. E, procurando-o, me lembrei que o havia esquecido na casa de Katniss.

Ótimo! Agora, além de uma mãe desesperada, possivelmente, também tinha uma amiga e pais de uma amiga.

Alô? – minha mãe disse ao atender ao telefone.

– Mãe? Mãe, por favor, não se desesper...

CLOVE? ONDE VOCÊ ESTÁ, GAROTA? EU NÃO TE PEDI PRA VIR PRA CASA? E OS PAIS DA KATNISS TAMBÉM ESTÃO PREOCUPADOS! SE EU SOUBER QUE VOCÊ FOI A ALGUM BAR DE STRIP COM OS AMIGOS, EU JURO QUE VOU ARRANCAR SUA PELE COM AS MINHAS PRÓPRIAS UNHAS...

Pra que falar pra ela não se desesperar se ela já virou o demônio em forma de gente? E sério que ela achava que eu estava em um bar de strip?

– Mãe! – disse mais alto, interrompendo seu discurso – Eu não estou em nenhum bar. Na verdade... – tinha medo de como ela reagiria – Eu... Eu estou... Estou...

ESTÁ O QUE, GAROTA?

­- Estou presa.

O QUÊ?! O QUE VOCÊ APRONTOU DESSA VEZ? EM QUE DELEGACIA VOCÊ ESTÁ? EU JURO QUE O PAU VAI COMER QUANDO EU TE ENCONTRAR!

Ela me xingou por mais uns quinze minutos antes de eu poder falar onde estava e ai desligou o telefone na minha cara.

Como se não bastasse tudo que passei hoje, ainda vou apanhar na frente de toda a delegacia.

[...]

– CADÊ ELA? ELA TÁ MERECENDO UMAS BOAS BOFETADAS NA CARA, PRA APRENDER A NÃO FAZER COISA ERRADA!

Escutei a voz de minha mãe de longe. E também pude escutar alguém chamar seu nome, mas não soube quem.

E quando ela entrou, parecendo estar possuída, nem prestei atenção nas outras cinco pessoas que entraram com ela. Uma dela estava incrivelmente ridícula, de pijama rosa e pantufas de sapinho.

Ela teria chamado mais atenção que qualquer coisa, se minha mãe não estivesse fazendo barraco.

– Samantha, se acalme! – Henri disse, segurando-a pelos ombros pra que ela não voasse pra cima de mim quando me viu.

Katniss, que era quem estava de pijama, veio correndo para o meu lado, desesperada, enquanto seus pais e Cato nos encaravam ao lado de minha mãe.

– Clove, você está bem? – ela pergunta aflita – Fiquei morrendo de preocupação quando sua mãe começou a ligar dizendo que você não tinha chegado em casa.

– Bem? Katniss, eu estou presa! Como posso estar bem?! – quase grito, e Katniss abaixa os olhos de maneira constrangida – Desculpa, não quero me estressar com você, mas é que você pode ver que minha situação não é das melhores.

Katniss me dá um abraço de lado, e encosto a cabeça em seu ombro. Estou quase dormindo, quando sou interrompida pela voz da minha mãe.

– Muito bem, Clove, pode ir me explicando o que aconteceu.

Eu não sei o que Henri fazia, mas que conseguia acalmar minha mãe, isso ele conseguia.

Explico-lhe o que aconteceu desde que sai da casa de Katniss. Minha mãe suspirou milhões de vezes quando terminei de contar a história, andando de um lado para o outro.

– Se eu souber que você está mentindo... – ela disse, parando à minha frente.

– Mãe! – exclamei, indignada.

– Samantha – Henri intrometeu-se na conversa – Olhe para Clove! É só uma adolescente. Como ela poderia fazer isso? – Henri deu um riso meio incrédulo.

Nunca pensei que diria isso, mas obrigada, Henri!

Minha mãe me olha, suspirando outra vez.

– É, acho que ela nem teria capacidade para isso – diz, e caminha até onde os policiais estão reunidos.

Enquanto me pergunto se aquele comentário era bom ou se eu deveria me sentir ofendida, Cato – que até agora estava de pé ao lado de seu pai – senta-se do meu outro lado, e coloca a mão em meu ombro livre, sorrindo para mim de maneira confortadora.

Após minha mãe ter falado com alguns policiais, que por coincidência a conheciam, eu posso ir embora. Cato e Katniss levantam-se comigo; Katniss com o braço em torno de minha cintura, e Cato com o braço sobre meus ombros.

Me despeço de minha amiga e de seus pais, que me abraçam aliviados, e vou para o carro junto com Cato. O louro ainda está abraçado comigo, de modo que me encosto a ele e acabo finalmente adormecendo.

Porque, abraçada a ele, eu estava me sentido melhor do que em qualquer outro momento do dia.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? A propósito, quem gostou da nova capa? Eu achei linda, to apaixonada rçrçrçr E gente, se vocês continuarem comentando bem lindas assim, posto o capitulo 8 assim que terminá-lo (tentarei ser o mais rápida possível), e acho que vocês vão gostar dele. Tipo, é o meu preferido (até agora haha) mas sério, Clato lovers, vocês vão ficar tipo ~ai meu corassaum~ (quem precisa de português?) lkjsdlfkjs Beijos :3