Sophia escrita por Ana Carol M


Capítulo 13
Capítulo 13




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Peter analisou a tranca da porta e sorriu. Tirou um anel do dedo de pedra azul e empurrou pelo buraco da fechadura. E a porta se abriu. Nós entramos e o anel saiu pelo o outro lado da porta

- O que foi isso?

- Jude me deu esse anel quando estávamos na escola, a porta só abre....-

-...se alguém tiver algum objeto meu, ou seja, alguém realmente importante para mim – sorriu uma garota de cabelos loiros comprido. Vestia um corpete preto, calças jeans e um salto agulha. Do qual realmente lembrava uma agulha muito prateada. Era o perfeito par para Peter, a classe e de certa forma o modo de pensar e agir.

Bufei baixinho. Não sabia porque, mas já estava irritada.

- Jude, como é bom ver você – disse Peter abrindo um sorriso enorme.

A garota loira sorriu calorosamente e o abraçou com força. Assim como Steve, Jude havia desaparecido da escola. Resolvi olhar para o outro lado e não pensar porque aquele carinho me afetava tanto.  Apenas deixei a mente vagar, da qual acabou em meus amigos, como eles estariam? Uma forte dor atingiu meu peito, esperava com todas as minhas forças que eles estivessem vivos. Afinal não tiveram culpa de serem meus amigos. Depois eu sorri, como era bobo eu me sentir mal por Peter estar abraçado com uma garota loira quando meus amigos poderiam estar sendo torturados. Mas no fundo aquilo ainda me afetava. Era como se ele me pertencesse. 

 Peter e Jude conversaram por um tempo até que ele me olhou e acho que voltou para a realidade. Não podíamos perder tempo.

- Bem, vou direto ao ponto. Precisamos da sua ajuda – disse ele e me indicou com a cabeça.

- Sempre sonhei com o dia em que Sophia Beteenford viesse me pedir ajuda – Disse Jude, com ousadia na voz e um toque irônico. O que me deixou mais aborrecida ainda.

- Vamos logo ao ponto Peter, meus amigos estão correndo perigo – falei cortando o assunto e  ignorando as agressões ocultas da garota. Jude era outra que sempre me odiou, mas eu sentia que ela me odiava porque Peter me odiava. Não sabia se era porque ela queria ter algo em comum com ele, e enfim serem felizes para sempre juntos, ou porque ela queria estar no meu lugar. Vai saber.

Jude riu sarcasticamente. E nos conduziu para uma sala mais confortável. Estava suja, mas mais convidativa do que o corredor onde nós estavam anteriormente.

- Steve nos contou que você viu um homem com um Ankh gravado na mão – disse Peter.

- Sim. Semana passada, eu estava fazendo a guarda diária aqui na volta. E um homem encapuzado se atrapalhou com umas sacolas, a mão apareceu totalmente, e eu vi. Então acho que ele devia ter sentido que eu estava olhando e saiu quase correndo e eu o segui. Mas ele não me viu, entrou em uma casa, a cinco quadras daqui tem um corredor escuro e tem apenas uma porta nele. É ali.  Ela apontou para a direção em que eles havíamos andado.

- O que você sabe dos Mumianos? – perguntei. Não queria admitir mas imaginar que cadáveres estavam atrás de mim era muito pior do que imaginar pessoas.

 Jude soltou um longo suspiro e evitou olhar para Peter.

- São uma espécie de sociedade, que quer acabar com a nobreza e devastar o mundo humano. Alguns desprezam os idiotas lá de cima, acham eles inúteis. Outros sobrevivem comendo a carne humana. Normalmente são os que possuem a maior parte do corpo em forma de múmia. Nós providos de magia só conseguimos repelir eles. E...

- Como assim repelir? Não podemos matá-los? – comecei a ficar histérica. Peter apertava a cabeça como se estivesse com dor.

- Nós apenas os afastamos. Os únicos que conseguem matá-los são os nobres. Mas acredito que apenas os Sanakht saibam o que acaba com eles realmente, mas infelizmente eles não possuem a....

- Já é o suficiente Jude, Obrigada. – Peter e Jude trocaram olhares. E ela não continuou.

- Então porque eles não se livram dessas pessoas que acham que são múmias?

- Porque falta uma...Coisacrucial para o feitiço – disse Jude enquanto Peter a encarava.

- Já anoiteceu. Sophia temos que subir. Muito Obrigada Jude, logo entrarei em contato com você – Peter abraçou a garota de novo e abriu a porta com o anel.

Tentei sorrir com gratidão, e Jude apenas riu da minha expressão.

- Obrigada. – falei a contragosto.

Jude acentiu. E nós deixaram casa correndo novamente.

- Rápido, temos que arrumar um jeito de subir – falou Peter desesperado – Devíamos ter saído há meia hora. Não acredito em como fui idiota em ter ficado sentado batendo papo, estamos correndo perigo. –  eu via suas veias gritaren de pânico.

- Peter, acalme-se. Esta tudo bem. Vamos ficar bem – falei tentando convencer mais a eu mesma do que a ele. Eu o puxei para que parassem de correr.

- Estamos longe do açougue – disse ele histérico. Começando a andar para um lado e para o outro.

- Vamos até a casa que Jude falou.

Peter me olhou em duvida. Não haviam outras opções, e se eu queria me arriscar mais um pouco não era culpa dele. Ele estava em pânico, não conseguia pensar, e acabou se deixando levar por mim.

 Em seguida nós saímos caminhando rápido pelas pedras, que por varias vezes fez com que nós torcêssemos os pés. Realmente foi mais rápido achar a casa do que se nós tivéssemos voltado tudo o que havíamos caminhado. Mas o incomum, era que não havia ninguém na rua. Apenas uma senhora carrancuda havia passado por nós, e depois tudo ficou completamente deserto. Mesmo começando a pensar que talvez tivesse sido uma péssima ideia ir até a casa do tal membro da família, recuperei a confiança. Tinha algo estranho no ar, mas eu não iria desistir tão fácil.

Nós dois ficamos olhando a porta de carvalho negro, com a fechadura pouco convincente. Realmente alguma coisa estava errada.

 O estampido dos soldados soou no ar, eu não pensei duas vezes, meti a mão na fechadura e bati freneticamente na porta. Então ela se abriu e nós dois entramos eufóricos. O lugar estava mais escuro do que qualquer outro que nós estivemos. O que passou pela minha cabeça de que havia sido uma ideia idiota invadir a casa de um desconhecido.

Peter fechou a porta e tateou o meu pulso, sei que foi involuntário, mas nem um de nós percebeu.

Peter estalou os dedos, eu estalei os dedos e nada aconteceu. Eu estava apavorada com a situação e cheia de adrenalina. Ouvi passos lentos de algum lugar naquele cômodo, nós fomos por extinto andando para trás, longe da voz, até batermos - de mochila – na parede. Ofegávamos pelo o pavor e eu tirei o meu pulso da mão de Peter e a agarrei com força.

O barulho estava cada vez mais próximo e então senti uma baforada no rosto, e fechei os olhos. Era o fim. Sem qualquer tipo de magia, na casa de um estranho, com os amigos presos com múmias, pelo menos eu estava com Peter. E assim como esse pensamento veio rápido, ele foi. 


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