— Eu sou Fujin. Um dos quatro guardiões dessa floresta. Somos tratados como anciãos desde muito tempo, porque já vivemos séculos cuidando de Aonikahara.

— Oh... então desculpa a minha intromissão, senhor. Eu me chamo Jason Krueger.

— Ah para! Não precisa ser tão formal assim — Fujin passou a flutuar. — Você teve a sorte de se encontrar com o mais legal dos guardiões. Os outros três são um porre. Eu sou legal.

Mas Jason estava mais preocupado com o paradeiro do seu Charmander. Perguntou a Fujin sobre Pyro e o ladrão.

— Tu não sabia?

— Quê?

— Celebi mais o velho ancião acabaram com a raça daquele criminoso. Os seus pokémons estão bem.

Celebi foi buscar Pikachu e Charmander. Jason explicou que o pokémon elétrico era de outra pessoa. Fujin deu de ombros.

Pyro apareceu na frente de Jason. Ambos se abraçaram.

— Oh... eu vou me emocionar.

Um cajado bateu no chão. O velho ancião surgiu repentinamente, assustando Fujin. Este fez cara de quem comeu e não gostou.

— O que faz no meu templo, velhote?

— Que eu saiba sou o assistente de Celebi. Celebi é o guardião da floresta, portanto minha jurisdição inclui esse local.

— Hahaha... não me diga.

O velho se aproximou de Jason e perguntou se Charmander era dele. O menino afirmou.

— Teve sorte de Celebi encontrá-lo primeiro. Acontece que muita gente de caráter duvidoso entra nessa floresta para tentar caçar os pokémons ou derrubar árvores. Por isso eu sempre fico atento a qualquer um que entra.

— Tudo bem, senhor. Não pretendo fazer mal algum. Na verdade eu estou perdido.

O velho ancião olhou ao redor e pediu a Celebi para dar uma limpeza geral em todo o recinto. O pokémon mítico utilizou de seus poderes psíquicos para transformar todo o lugar e retirar a sujeira das folhas secas, poeira e teias. A piscina de verde voltou a ter água limpa.

— Por acaso eu deixei vocês mexerem no meu templo?

— Fujin, seu desleixo é preocupante. Quantos anos não limpa esse lugar? — questionou o velho.

Celebi convidou Jason e os pokémons a saírem pelos fundos e irem ao jardim velho do templo. Jason viu algo que mais parecia um jardim de flores mortas e cheio de moscas.

— Okay... eu ia limpar. Mas não precisa me esculachar geral. Sou o ancião dos ventos, não o dono de uma floricultura.

O Celebi usou o seu poder para transformar o jardim morto. Aos poucos a paisagem mudou de cinza para verde. As flores ganharam vida, o solo ficou fértil, as plantas esverdeadas, insetos foram eliminados. Agora era um jardim cheio de vida.

...

As buscas por Jason continuaram sem interrupção. Os homens passaram pelos mesmos locais que o garoto e se aproximavam do riacho.

Robert sentiu o tempo nublado começar a formar uma neblina na floresta. Também gotículas de chuva caíam. A floresta era um lugar bem úmido.

— Houndour não consegue mais farejar. Algo aconteceu. Como se o Jason tivesse aqui e desaparecido. — respondeu Simon.

Poirrot perguntou se o garoto tinha algum pokémon voador que possibilitasse de sair dali pelo céu. Robert e Simon negaram.

— Se o seu pokémon parou de farejar e não há mais pegadas, creio que o único jeito do seu filho ter saído daqui foi voando. Mas como? Minhas células cinzentas não estão funcionando direito.

A verdade era que a intuição de Arthur estava correta. Jason saiu voando. O problema era que ninguém testemunhou o poder de Celebi para ter a certeza.

Uma sombra grande surgiu no céu. Robert olhou para cima e viu Luiza montada sobre um pokémon voador. Era grande suficiente para a meninar ficar confortável ali.

— Hey, rapazes. Querem uma ajudinha?

Simon reclamou o fato da moça não ter procurado desde o início, haja vista tinha um pokémon voador.

— Fiquem quietinhos aí. Eu vou procurá-los rapidamente.

— Espere aí, Luiza. Essa garota... — resmungou Simon.

Ela saiu imediatamente na direção do riacho. Apesar da floresta ser grande, a corrente de água podia ser vista de longe.

...

Jason, Charmander e Pikachu brincaram no jardim do templo enquanto Fujin recebia seus 3 irmãos. Eram os anciãos/guardiões do fogo, da água e da terra.

— Você tá ficando louco, Fujin? Manter essa criança no templo. É uma irresponsabilidade!

A anciã guardiã das águas era Ryūjin. Uma mulher de longos cabelos esverdeados, que sempre estavam úmidos. Vestia-se totalmente de azul e possuía um colar com um pingente de cabeça de dragão.

— Resolvi que levarei ao mundo espiritual.

O velho ancião protestou. Outro que protestou foi o guardião do fogo.

— Só passando por cima do meu cadáver. E te digo que não será fácil.

Kagutsuchi vestia-se como um samurai com armadura o-yoroi vermelha e laranja. Era um homem alto e forte. Sempre levava uma espada na cintura.

Por fim, o guardião da terra era Jizo, um homem de estatura baixa, cabelo longo e orelhas pontudas que lembrava um elfo.

— Cadê o Jizo? — perguntou Ryūjin.

— Hehehe... parece que ele tá lá fora brincando com o Jason. Ele adora crianças — respondeu Fujin.

Jizo e Jason fizeram amizade mais rápido do que a luz. O guardião da terra era socializável e adorava viajantes perdidos.

— Senhor Jizo...

— Pode me chamar de Jizo.

— Quero voltar para os meus amigos. Tenho que voltar e me tornar o melhor treinador pokémon do mundo.

Jizo esfregou a cabeça do menino e disse que ele seria o melhor. Com muito esforço.

Celebi sentiu a presença de um grande pokémon perto do templo. Avisou aos guardiões.

Kagutsuchi repreendeu Fujin outra vez por ter hospedado o humano (Fujin deu a ordem para Celebi pegar Jason). Nenhum ser humano viu todos os anciãos juntos.

— Problema de vocês que vieram. Não deviam nem estar aqui. Caíram na lábia desse velhote. Jason é um problema meu. Quero ofertá-lo para o Grande Bruce.

Todos olharam impressionados.

...

Enquanto isso, Luiza surgiu sobre o riacho. O seu pokémon era um dragão chamado Drampa. Ele conseguia farejar melhor do que Houndour.

— Achou algo, Drampa?

O dragão assentiu. A moça voltou a montar nele e voar. Era questão de pouco tempo para ela encontrar o templo de Fujin.