— Só se você me derrotar aqui e agora, Fujin — disse Kagutsuchi retirando a espada flamejante da bainha. — Sua ideia é estúpida demais para se levar a sério.

O guardião do vento não demonstrou medo quando o samurai ameaçou retaliar naquele momento. Sua ideia era fazer com que o Grande Bruce pudesse sair do seu estado depressivo ao ver uma criança por perto. Entretanto, o velho ancião rechaçou o argumento de Fujin.

— Não podemos nos guiar por um simples capricho. O outro mundo não é lugar para seres humanos. Acredito que o Grande Bruce sabe disso perfeitamente.

— Aff... que velho estraga prazeres.

Enquanto isso, Jason continuou a brincar no jardim com Jizo e os pokémons, mas a sua preocupação aumentou à medida que o tempo passava. O guardião da terra entendeu o lado do humano.

— Vou te ajudar no que quiser, menino Jason. Infelizmente o Fujin não entende as coisas. Precisamos respeitar os limites dos seres humanos.

— Isso quer dizer que voltarei a ver meu pai e amigos?

— Claro que sim.

A notícia da aproximação de um grande pokémon fez com que Jizo também enfrentasse Fujin. Este se deu por vencido e garantiu que Jason voltaria para o seu pai.

Kagutsuchi e Ryūjin acreditaram na palavra de Jizo e foram embora do templo.

— Aqueles dois intrometidos! Só porque eu queria agradar o Grande Bruce...

O velho ancião repreendeu Fujin mais uma vez. Era contraproducente agir de maneira impulsiva.

Jason se despediu dos dois e de Celebi. Mas a sombra de Drampa apareceu no céu. Antes de serem vistos, o velho ancião fez o templo sumir do olhar de Luiza.

A guria, montada no Drampa, viu Jason sozinho com Charmander e Pikachu.

— O que faz vagando sozinho na floresta, Jason?

— Uow!! Isso é... um dragão? Posso ver?

— Claro.

Nome: Drampa

Designação: Pokémon plácido

Número: 780

Tipo: Normal/Dragão

Sexo: Fêmea

Grupo de ovos: monstro / dragão

Peso: 233 kg

Altura: 3,6 metros

Razão de gênero: 50% masculino e feminino

Estado: Ataque especial

— O que vocês estão esperando. Venham, montem.

O rapaz e os dois pokémons subiram no Drampa de Luiza. Era a primeira vez do menino voar montado numa criatura do tipo dragão.

— Pensei que não tinha pokémons.

— Eu não quis usar antes, porque não havia uma boa razão para tal. Mas acho que paguei a minha dívida.

— Dívida?

— Graças a você, posso sair numa jornada e ganhar muita grana. Antes minha aventura era tediosa.

O garoto não entendeu bem as palavras de Luiza. Aquilo não parecia motivo suficiente para fazê-la usar o Drampa. Mas Luiza tinha um motivo em oculto: quando Jason a defendeu das acusações. Ela queria devolver a gentileza de alguma forma.

O templo de Fujin voltou ao normal quando Drampa já estava a uma distância considerável. O velho ancião, Celebi, Jizo e Fujin continuaram por ali mesmo após a partida de Jason.

— Essa foi por pouco. Espero que não meta mais os pés pelas mãos, Fujin. Saiba o seu lugar.

O velho ancião saiu do templo. Fujin coçou o ouvido. Não quis ouvir sermões de alguém que ele considerava inferior.

— Você devia ter mais respeito ao velho. E não crie problemas.

— Cara, Aonikahara é enorme. Tem tanto lugar para você ir. Sai do meu templo.

Jizo sorriu e foi embora.

Fujin choramingou. Quis levar Jason ao mundo espiritual. Porém, sua abordagem direta era impossível. Pensou num plano.

...

Drampa apareceu na região do riacho. Os demais humanos estavam ali em busca de Jason. O garoto deu um pulo e saiu das costas do dragão. O mesmo fizeram Pikachu e Charmander.

— Filho. Você tá bem?

— Sim, papai. Consegui recuperar os pokémons. Ah... e não se preocupe com o ladrão. Ele não vai mais nos perturbar.

Poirrot permitiu que o seu detetive Pikachu subisse no seu ombro. O homem agradeceu ao garoto por salvar o Hastings.

Simon repreendeu Luiza por não ter revelado antes o seu Drampa, mas a gatuna não deu muita bola para o ruivo.

— Melhor voltarmos — avisou o maquinista.

E assim o grupo conseguiu rerornar para o trem antes do anoitecer. Não seria prudente se a noite viesse antes de sair da floresta.

O maquinista pediu desculpas pelo vacilo que teve e por ter deixado o seu Wobbuffet no controle.

Depois de algum tempo, os trem passou numa cidadezinha do interior da região, entre as montanhas. A fazendeira e a sua amiga não pediram desculpas a Luiza. Desceram com a joias delas que Jason recuperou no templo. (Ele devolveu tudo aos passageiros)

Após o obstáculo na viagem, os heróis puderam descansar bem durante toda a tarde. Na verdade a viagem duraria poucas horas, mas as coisas ficaram bem tardes depois do sequestro dos pokémons. Como era perigoso viajar à noite, o trem dava algumas paradas de descanso nos terminais que passava.

E assim a viagem se estendeu por quase um dia inteiro. Era madrugada, quase 5 da manhã. Luiza foi a primeira a acordar. Teve um pesadelo envolvendo a sua família e Dark Ling. Pegou a pokédex e verificou a hora. Mas o que chamou a sua atenção foi a paisagem. As montanhas ficaram para trás e algo verde parecido com um outra montanha surgiu. No entanto, era uma árvore.

— Ah... que enorme.

Ela acordou Jason. O garoto praticamente foi levado por ela para ver a tal árvore.

— Uma árvore gigante... que sono... UMA ÁRVORE GIGANTE?!!

Sim, uma árvore gigantesca surgiu no horizonte. Facilmente a maior do planeta. Uma espécie frondosa de 1 quilômetro de altura. Logo o maquinista avisou que ali ficava Woodland.

...

A partida de Jason deixou Fujin deprimido. Ele se interessou demais em levá-lo para agradar o Grande Bruce. Porém, seus colegas não deixaram.

Celebi comia alguns frutos quando Fujin se aproximou dele.

— Meu querido Celebi. Pode me ajudar?

O pokémon sentiu um calafrio ao ver o monge com o sorriso maléfico.

— E se nós dois sozinhos fôssemos atrás do Jason. Você gostou dele, não gostou?

A ideia de Fujin era de ir até Woodland com Celebi para tentar convencer Jason a ir escondido dos seus colegas para o mundo espiritual. Será que conseguirá?