CAPÍTULO 19

O diretor Lamont foi até o púlpito para um breve discurso repetitivo, que todo ano tinha, que Kou-chan já havia praticamente decorado. O homem agradeceu aos presentes — pais e alunos — e falou sobre a importância de fazer parte dos rangers. Também agradeceu àqueles que decidiram virar outros tipos de profissionais, como cientistas, mecânico, operador, entre outros. Dos 39 alunos, 20 se tornaram rangers, 9 operadores, 3 cientistas, 2 mecânicos, 2 médicos de pokémons, 1 secretário, 1 explorador e 1 guia. Todos os empregos eram bancados pela Ranger Union, sede do país.

— Obrigado a todos.

O próximo a discursar era o fundador dos rangers. Seiji caminhou até o púlpito.

— Essa é a segunda vez que discurso numa formatura. 

Seiji falou como decidiu, mais Lamont e uma terceira pessoa, a fundar os rangers como eram nos dias atuais. Uma breve história sobre os stylers. Todos ficaram supresos com a fala do idoso. De fato, era uma pessoa muito importante.

Os olhos de Kou-chan brilharam. O velho que ele ajudara era o fundador dos rangers. Isso era tudo aquilo que ele não imaginava.

Após o discurso, Lamont voltou para entregar os diplomas em forma de rolos. Os primeiros alunos seriam os da classe A. E cada um foi chamado até chegar a vez de Keith.

Keith recebeu vários apertos de mão até chegar em Seiji, que estava com o diploma, e receber o título de ranger novato. Os pais do menino choraram.

Após alguns outros, Kou-chan foi chamado. Era o último de sua sala. Agradeceu Lamont, Kate, Kincaid e outros professores, Goro e os rangers. Aproximando-se de Seiji, sentiu uma nostalgia. Lembrou do dia que havia ajudado o homem; há 3 anos. 

— Velh... Senhor! Eu... não imaginava.

— Eu sempre confiei em ti, Kou. Você merece tudo isso e muito mais. Voa longe, meu jovem.

O garoto chorou e pediu um abraço. O presidente abraçou o jovem. Nesse instante, uma explosão ocorreu. Foi forte suficiente para causar um estrondo.

— O que foi isso? — indagou Kate.

As pessoas na arquibancada ficaram assustadas. Não parecia nada bem. Goro pediu a todos que mantivessem calmos e que não causassem uma confusão desnecessária.

Outra estrondo. Dessa vez, as pessoas saíram do ginásio e foram para o lado de fora do prédio. 

— Da onde vem essas explosões?! — perguntou Lamont.

— Oh céus. Deve ser no meu laboratório — falou Kincaid. — Estava fazendo alguns experimentos antes do evento. Talvez eu tenha deixado algo ligado.

— Pois verifique logo isso, professor! — exclamou Lamont.

Era algo grave. Nunca na história da escola ocorrera algo como isso. Kincaid se ausentou. Pouco tempo depois, ouviram o grito dele.

— Vamos lá — disse Goro aos rangers.

A equipe de Goro correu para dentro da escola e viu o Snorlax totalmente descontrolado. O pokémon destruía tudo pela frente. Dava socos e cabeçadas. Uma parede foi destruída e logo o pokémon avançou para dentro do ginásio.

— Temos que pará-lo! — falou uma ranger do grupo.

— Afastem-se. Cuidem dos convidados. Eu vou enfrentá-lo sozinho. Vamos, Machop.

O diretor ficou preocupado. Os rangers saíram em seguida. Depois de alguns minutos, Goro correu com Machop no braço.

— Droga! Ele tá muito mais forte do que imaginava. Temos que chamar o Capitão Rickie para detê-lo.

Lamont pediu para que ligassem ao capitão, mas foi surpreendido quando Snorlax botou a porta de entrada da escola abaixo e partiu para cima das pessoas. Um tumulto tomou conta e as pessoas correram.

— Kou-chan! Cadê o Kou-chan?! — Soga gritava para ver o paradeiro do filho.

Enquanto isso, Kou e Keith ficaram e pediram para enfrentar Snorlax sozinhos.

— Vocês têm certeza de que querem fazer isso? — perguntou Seiji, recebendo a afirmação dos dois. — Bom, confio no futuro dos rangers.

Keith e Kou tiveram a coragem para enfrentar o Snorlax completamente enfurecido. Eles correram até perto dele e utilizaram os seus stylers.

Kincaid correu para perto do diretor.

— Sinto muito. Deve ter dado alguma interferência no laboratório que mexeu com o Snorlax.

— Professor Kincaid, sua negligência custou muito caro! O que Snorlax fazia no seu laboratório?

— Sinto muito. Precisei dele para carregar algumas caixas. Depois disso, ele dormiu. Não vi problema algum em deixá-lo lá.

Kate pediu a Lamont que não brigasse. Não era o momento para isso. Agora era apostar em Kou e Keith. Os dois fizeram tantas coisas juntos.

...

Kou-chan correu para um lado e Keith para o outro. A dupla utilizou os stylers a fim de segurar Snorlax, mas este era forte o suficiente para não ser pego pelo laço do pião. O protagonista teve uma ideia para Snorlax ficar quieto e preso ao mesmo tempo.

— Qual é a sua ideia?

— Você utiliza Drilbur para escavar o solo perto dele. Quando Snorlax passar por cima, vai cair e ficar da cintura pra baixo preso.

— Eu não sei se essa sua ideia será boa, mas vamos tentar.

Keith pediu a Drilbur que fizesse buracos no subsolo e deixasse o chão frágil o suficiente para alguém pisar e cair.

— Nós distrairemos o Snorlax. V-chan!

O pokémon mítico assentiu e voou para cima do Snorlax, utilizando bolinhas de fogo contra o maior. Snorlax era atingido, mas não se feria. Kou-chan aproveitou para fazer o laço do styler ao redor do pokémon. Snorlax quebrou o laço e avançou para cima do menino. V-chan impediu, usando a telecinese para mover Kou-chan.

— Kou! Agora — disse Keith.

— Certo. V-chan!

Os dois ficaram na frente de Snorlax e provocaram o bicho. Como um monstro enraivecido, Snorlax correu na direção dos dois, que fugiram até a direção da armadilha. Victini usou a levitação para, tanto ele quanto Kou, passarem por cima da armadilha e Snorlax cair nela. O pokémon normal ficou da cintura para baixo preso.

— Ele não consegue sair. Foi uma boa ideia, amigo. E Drilbur fez um otimo trabalho — Keith abraçava o seu parceiro.

— Agora precisamos usar o laço dos styler para acalmá-lo.

Kou-chan percebeu na nuca do pokémon, um aparelho muito igual ao que havia naquele Excadrill. A joaninha da Team White. O que aquilo fazia no corpo do mascote da escola?