Tinha alguma coisa estranha em Noivern. O único pokémon adversário que descobriu onde Charizard mantinha a pedra; dentro do seu peito. Jason havia aprendido uma técnica mágica com Grande Bruce em que conseguia enfiar até um braço no corpo de alguma criatura, ou seja, uma espécie de intangibilidade. Foi assim que ele enfiara a charizardite y dentro do peito do pokémon.

Jason abriu a sua pokédex e procurou por todas as habilidades registradas. Um nome veio perante a tela: FRISK.

Huntsman riu da cara do menino e revelou que o morcego tinha a capacidade de enxergar objetos que pokémons e pessoas carregavam, incluindo substâncias que qualquer um ingerisse pouco tempo antes. Era uma habilidade estranha, mas que era muito conveniente.

— Então é isso? — Jason perguntou antes de pegar a pedra. Pensou se haveria a possibilidade de Noivern descobrir a pedra da dobra dentro do coração de Pyro.

— Eu vi o que vi? Aquele objeto saiu do corpo do pokémon — falou Brown.

— Não tem cabimento. Como poderia um objeto sair de dentro do corpo dele? — indagou Golias.

— Eu sei lá!!

— Os dois, por favor, CALEM A BOCA!!! Não temos tantas opções para segurar esse guri. Capitão Onodera me pediu que atrasasse ele ao máximo — disse Huntsman.

Para Jason, a revelação sobre a habilidade de Noivern não foi uma surpresa tão impactante. Desde o terceiro ginásio, ele havia tido contato com o assunto "habilidade natural dos pokémons". Contudo, uma habilidade que permite o pokémon ver sem filtro qualquer objeto usado por outros pokémons e humanos era uma habilidade quebrada.

— Tenho que pensar num plano. Mas tenho medo que ele tente tirar a pedra da dobra.

— Do que tanto cochicha aí, moleque? Não vai continuar a luta? — questionou Huntsman.

— Cale-se. Estou pensando numa maneira.

O rapaz tirou a pedra charizardite x, dada por Victoria, do bolso da calça. Transformar Pyro em um dragão poderia ser interessante. Antes, porém, tinha que distrair o Noivern.

— Pyro, venha cá.

Charizard obedeceu.

Huntsman ordenou que Noivern atacasse o animal pelas costas, mas Sylveon serviu de escudo para o parceiro.

— Droga de pokémon fada...

Enquanto Sylveon segurava o morcego, Jason pediu que seus outros pokémons ficassem na frente dele e de Pyro como se fossem um biombo para que os inimigos não vissem.

...

Durante a guerra, Dakota correu pela floresta, tropeçando em galhos, raízes e neve. Conseguiu chegar até o local de batalha e viu o seu pai lutando contra um mutante feio demais.

— Não desvie o olhar — Onodera socou com os seus quatro braços. Cheyenne levou todo o impacto e caiu.

— Papai!!

— Dakota, saia daqui.

A menina abraçou o pai e pediu para ele não morrer.

Enquanto isso, Arcanine e Darmanitan disputavam para ver quem era a criatura com maior poder elemental. O gelo e o fogo se encontravam várias vezes.

O pokémon canino conseguiu quebrar a defesa pessoal do oponente e dar uma patada flamejante nele. Nesse momento, Darmanitan mudou de forma para uma aparência muito específica: os braços desapareceram e apenas duas mãos vermelhas ao lado do corpo, uma faixa vermelha ao redor dos olhos, uma crista flamejante no alto da cabeça. Lembrava um pouco um boneco de neve.

O fogo de Arcanine não derrotou Darmanitan, pois o pokémon outrora apenas de gelo também ganhou o tipo fogo.

Enquanto isso, Onodera pôs as mãos na cintura e as outras duas batia palmas para a cena que presenciava.

— Pelo visto encontrei o seu ponto fraco — o vilão riu.

Luiza tomava as rédeas da situação, haja vista Simon estava bastante esquisito. Ela retirou Mienshao para a batalha contra os Lycanrocs de Piero.

— Hehehehe. Isso não me assusta. Meus lobos são fortes para se defenderem do seu pokémon, sua pestinha.

— Cale a boca! Eu sei que você está manipulando essas pobres criaturas. Farei com que sejam libertadas — retrucou Luiza.

Lorelei avisou que também estava disposta a entrar na briga, apesar de estar ocupada com Iceburgh e Snover.

...

A guerra adentrou na aldeia. Muitas explosões e gritaria. Os moradores estavam dentro das suas casas, amedrontados por causa da invasão.

Alguns soldados kumos invadiram a sede do governo, mas foram recebidos a tiros de bestas por parte de alguns guerreiros.

Yakutia usou o seu Natu para fazer com que alguns invasores dormissem.

E a assim, Aldeia Geada estava um caos.

A última pessoa do grupo Kumo a entrar na aldeia foi Lady Kumo. Ela observou ao redor e achou o local muito feio e disse a si mesma que faria dali o centro de operações da Equipe Kumo.

— Que mau gosto tem esses índios.

Zeraora se levantou e voltou ao campo de batalha. Enfrentou Kyurem mais uma vez.

— Olhe, papai. É aquela mulher — avisou Elza ao ver Lady Kumo.

— Precisamos pará-la.

Nicolau e Elza se aproximaram de Lady Kumo.

— Tão corajosos. Mas não podem encostar em mim. Este cetro cria um escudo protetor a meu redor. Mokumokumoku!!

Zeraora usou a sua rapidez relâmpago para esmurrar Kyurem em vários locais. O dragão de gelo aguentava os ataques por causa da sua grande resistência. Mas Zeraora continuava a crescer mais e mais na batalha.

...

Cheyenne e Onodera se empurraram numa tentativa de medição de força. Mas o mutante acertou vários socos com os seus outros braços. O ex-líder indígena aguentava as fortes pancadas.

— Papai, pare!!

— Saia daqui, Dakota! Fique com a Kyuubi...

O homem levou socos constantes, mas tinha uma resistência fora do comum. Empurrou Onodera até o chão. Ambos rolaram numa ravina e caíram num riacho gélido.

— Papai!

Os golpes de Cheyenne finalmente atingiram Onodera com tudo. O capitão aranha não tinha resistência igual do seu oponente, por isso começou a se machucar pra valer.

Um soldado kumo chegou por trás de Dakota e a agarrou.

Cheyenne viu aquilo e deixou um soco atingir o seu rosto. Agora ambos estavam molhados e machucados pela luta intensa.

— Dakota!!

— Isso mesmo. Não deixe a filha desse homem fugir. Ela será a minha garantia de vitória — disse Onodera.

Dakota foi capturada por um kumo e agora o cenário era o pior possível para Cheyenne.