O plano da Luiza era simples na teoria, mas na prática era complicado.

Passo 1: Conseguirem roupas de crupiês e um bom disfarce;

Passo 2: Conseguirem documentos (provavelmente crachás de identificação) para entrarem no cassino;

Passo 3: Terem um ajudante com um veículo de fuga (já tinha o Silverster);

Passo 4: Entrarem no cassino;

Passo 5¹: Simon usará os pokémons para chamar a atenção dos militares e de Candy;

Passo 5²: Luiza, disfarçada, subirá ao escritório de Candy a fim de libertar Jason e os outros {ela não conhece o subsolo do cassino};

Passo 5³: Silverster utiliza as suas técnicas para nocautear os soldados e guardas do lado de fora do cassino;

Passo 6: Derrotar Henry Candy ou fugir antes disso.

— Não parece ser simples nem na teoria quanto mais na prática — disse Mama Silverster sendo muito sincera.

— Mama tem razão. O que eu escrevi aqui no PC é um plano bem mirabolante.

— Mas Silverster, você é conhecido como mestre do nocaute com armas elétricas. O passo 3 e 5³ estão garantidos — argumentou Luiza.

Simon perguntou como conseguiriam os disfarces em pouco tempo. O cassino funcionava apenas à noite e nenhum funcionário estaria disponível para roubarem as fardas.

— Do que você está falando? Roubar? Isso é rude. A única aqui que rouba é a princesa — respondeu Silverster.

— Não precisa queimar o meu filme. Você sabe muito bem o porquê roubo! Agora vamos deixar de conversa fiada.

A Mama Silverster saiu de volta ao restaurante.

Silverster mexeu num computador conectado às duas cabines na parede. Pediu para Luiza e Simon entrarem em cada uma e ficassem sem roupas.

— O que é isso?

— Mais uma invenção dele. Acho que isso vai produzir os nossos disfarces — respondeu Luiza.

Ambos entraram nas cabines. Silverster teclou algumas coisas. Uma energia entrou nos fios e passou para as cabines. Feixes de luzes saíram um pouco. Depois de um minuto, as luzes apagaram.

— Podem sair.

Luiza e Simon saíram das cabines com os visuais mudados.

— Nunca vi algo assim!! — exclamou o ruivo.

— Legal, né? Essa tecnologia é como se fosse uma impressora 3D muito mais moderna. Consegue produzir não só roupas mas também pele e cabelos artificiais — Luiza explicava o funcionamento das cabines quando Simon ficou espantado com a sua aparência.

Simon estava mais branco, cabelos pretos, óculos de grau e roupa de crupiê do Sphynx; Luiza ostentava um cabelo loiro amarrado num rabo de cavalo, morena e óculos escuro.

— Incrível. Minha pele ficou clara. Isso é...?

— É uma pele artificial feita da seda de pokémons de algumas espécies insetoides. A camada é fina como a de uma pele descascada, mas adere bem à pele. Essa máquina consegue criar esse tipo de coisa. As roupas são reais e feitas do algodão xadrez (um algodão que nasce com cores preta e branca) — explicou Silverster.

— Essa tecnologia foi criada durante o governo do meu pai. Havia muito investimento em ciência e tecnologia. Criado pelo pai de Silverster.

O homenzarrão lembrou que o seu pai era um cientista brilhante e ministro da tecnologia. Mas morrera pelas mãos dos Sandstones.

— O próximo passo é conseguirmos identidades falsas para entrarmos no cassino. E a nossa sorte é que eu conheço gente que já trabalhou lá — concluiu Silverster.

...

Enquanto isso, Jason conseguiu uma vitória importante sobre Henry Candy. A diferença entre eles diminuiu drasticamente por conta da carta 53. Mesmo assim, o dono do cassino não se deixou abalar. Estava brincando desde o início e sabia que a qualquer momento Sirajudin ou Rosé apareceriam.

— É uma pena. Odiei perder a carta 53 para um garoto. Eu ia usá‐la no próximo turno. Mas não posso lamentar agora.

— Mentiroso. Eu vi a tua cara de decepção. Queria muito a carta. Mas agora eu vou virar o jogo — retrucou Jason.

Candy não deu atenção a Jason e descartou as cartas 150, 151, 120, 121, 122.

— Foram descartadas 4 cartas amarelas e 1 azul — avisou o dealer.

— Uau. Que desperdício!! — falou Jason.

— Calma lá, Jasonzinho. Nada é por acaso. Não cante vitória antes do tempo. Vamos iniciar o próximo turno?

Jason não entendeu como Candy teve coragem de descartar cartas tão boas.

Um militar apareceu no pátio do jogo e chamou Candy por um momento. O homem se levantou e falou com o outro. Voltou, retirou o terno vermelho e arregaçou as mangas da camisa.

— Acabei de descobrir que a Luiza fugiu.

— O quê? — indagou Jason impressionado.

— Isso vai ser um grande problema, porque Sirajudin poderá comer o meu fígado se souber. Mas eu não estou com medo. Conhecendo a Luiza como conheço, sei que ela vai querer salvá-los. Não sei quantos guerrilheiros ou membros da gangue conseguiram fugir, mas sei que há algum ou alguns aliados ajudando-a. Portanto, vamos jogar despreocupadamente até a Luiza chegar aqui e pensar que vai conseguir com êxito entrar no cassino. Quando menos esperar, será capturada. Bom... Vamos ao próximo turno.

Jason agora tinha mais uma preocupação.

...

Em algum hotel na Zona Verde, Mirían ordenou à sua assistente para uma preparação para voltarem ao cassino.

— Mas senhorita, o cassino é fechado ao dia.

— Sua plebeia estúpida. Eu sou a princesa Sandstone e você é uma assalariada que trabalha para mim. Nunca me questione. Iremos sim ao cassino.

A loira saiu da suíte com a assistente indo à reboque. A assistente pensou em vários palavrões contra a sua patroa.

Havia três veículos pretos no lado de fora do hotel. Mirían e a assistente entraram na limusine enquanto os seguranças foram atrás nos veículos apropriados (que lembravam Hillux).

— Ainda tenho 5 milhões em crédito mais o dinheiro que eu ganhei mais cedo. Acho que dará para me divertir por algum tempo ate Sirajudin chegar. Henry Candy não poderá negar o atendimento à princesa de Sahaarian. Certo?

— Sim, senhorita.

Os veículos passaram mesmo nos sinais vermelhos por causa do estandarte da família real pendurado na limusine.

Algo grande estava prestes a acontecer no Cassino Sphynx. Maior até mesmo do que o torneio de Alexandria. Mas será que Luiza e os outros salvarão Jason e aliados antes da chegada de Sirajudin?