O papo do reencontro dos amigos foi sobre a ida de Jason ao mundo espiritual e o treinamento de dois anos com o Grande Bruce. A princípio, Simon achou difícil acreditar em algo sobrenatural dessa natureza, mas logo se convenceu, pois Jason realmente estava mais velho.

Jason apresentou Margot, Sasha e Chandele a Simon. Este ficou impressionado com a cor de Chandele e por ser uma Charmander Shiny.

— Você tá me dizendo que venceu aquele metidinho e o seu Greninja? — indagou Simon.

— Tudo por conta do meu treinamento. Ah! E disso também — Jason mostrou o seu bracelete.

— Consegue mega-evoluir?

— Ainda não. Estou atrás de uma pedra-chave para ativar o poder da mega-pedra do fogo.

— Amigo, então seja bem-vindo ao maior mercado a céu aberto. Eu fiz umas comprinhas ontem. Que tal vermos se dá para encontrarmos essa pedra?

Jason assentiu. Antes de ir com Simon, avisou a Guedara que ficaria mais algum tempo na feira. O líder dos guerrilheiros aceitou e pediu a um guerrilheiro que ficasse de olho. Saiu com Anubisio até a entrada do que parecia ser um sítio.

...

Os Camerupts foram recolhidos no campo do sítio. Era um local bastante verde e espaçoso. Os pokémons ficaram à vontade.

Guedara perguntou com mais detalhes sobre o ataque a bomba perpetrado por Pell Scorpion.

— Ora, Guedara! Eu lá sei o que se passa na cabeça daquele doido! Ele simplesmente soltou uma bomba no quartel.

— Conheço o Pell antes mesmo do golpe acontecer. Tenho que falar com ele.

Os guardas levaram a prisioneira para perto dos dois. Guedara pediu que preparassem os carros, afirmando que a prisioneira iria com eles até a delegacia do bairro central.

— E quem é essa?

— Uma militar do governo.

— O quê? Parece mais uma modelo de revista popular. Quanto desperdício.

Os carros surgiram na entrada do sítio. Guedara e Anubisio entraram numa picape e foram para a região central.

...

White City

Nesse meio tempo, Yamashida foi para o trabalho como de costume. Britney, sua filha, decidiu faltar a escola para saber sobre o suposto sequestro de uma pessoa por parte do seu pai. Ela retornou num táxi. O veículo ficou parado numa distância de cinquenta metros da entrada do portão externo da propriedade. O carro pessoal do mordomo Gerson saiu naquela manhã.

— Por favor, siga aquele carro.

— Sim, senhorita.

O taxista seguiu o carro de Gerson por várias ruas. Em nenhum momento o veículo passou no centro ou perto de algum estabelecimento comercial. Eles foram para um bairro mais distante e periférico. As casas e construções eram mais humildes e cheias de pichações.

— Moça?

— Sim?

— Não posso seguir adiante.

— Por que não?

— Esse bairro é o El Dorado. É o bairro das máfias de White City. Somente alguns motoristas de táxi possuem licença para entrar.

O diálogo do taxista parecia absurdo. Mesmo assim, Britney decidiu voltar para casa para a sua própria segurança. Talvez num outro momento descobriria o que tanto o seu pai escondia.

...

A picape e mais dois carros pararam em frente à delegacia do bairro central. Guedara e Anubisio entraram no prédio de cinco andares.

— Eu falo com ele sozinho.

— Tudo bem.

Guedara foi levado por um policial até a ala das celas. Entrou no corredor e viu o seu amigo deitado na cama.

— Diz?

Pell Scorpion era um homem forte, com os braços completamente tatuados. Ele ostentava piercings no nariz, orelhas e língua. O seu cabelo era um moicano loiro. Vestia roupas estilo camo, jaqueta com mangas no ombro e desfiadas, coturnos e calça da mesma cor. A jaqueta era aberta, mostrando o seu tronco atlético.

— Demorou demais — Pell se sentou e olhou com os seus olhos vermelhos para o seu amigo. — Fiquei esperando quase um dia inteiro.

— Sabe que você cometeu um crime, não é? Estão acusando você de ser contrarrevolucionário.

— Isso é uma falácia. Acontece que eu descobri uma informação quente.

Guedara pediu para o policial deixá-lo sozinho. Assim que o homem saiu, pediu para Pell contar o que sabia.

— Se eu te disser que há um traidor em nosso meio? Um guerrilheiro que na verdade é um agente duplo.

— Você tá brincando, Pell? Como pode um colega nosso vender a alma para o governo?

— E o que impediria? — Pell se aproximou da cela. — Você tem que parar com essa sua visão idealista e romântica da guerrilha. Essa é uma questão que envolve humanos. Humanos são imprevisíveis por natureza.

O celular de Guedara tocou. Era Anubisio chamando para falar com os juízes da suprema corte.

— Tenho que ir.

— Ernesto, não vai querer nem saber como eu fiquei sabendo do traidor?

— Melhor ficar quietinho aí. Deixa que eu tento livrar a sua barra.

Guedara saiu do corredor, deixando Pell sozinho.

Na sala principal da delegacia, apareceram mais dois guerrilheiros muito importantes para a causa. Um deles era o capitão Joaquim Lene, um cara baixinho, mas muito forte; e a outra era a sargento Effie Kaiser, uma mulher forte que adorava um estilo meio raspado de seus cabelos verdes.

O quarteto saiu da delegacia para irem até a sede da suprema corte de Omã.

Pell viu um policial trancar alguém na cela bem à sua frente. Era uma bela mulher. Na verdade, era a piloto que fora presa.

— Oi? Vai ser a minha colega de dormitório? Hehehehe.

Ela não deu tanta atencão a ele e se deitou na cama. Pell se sentiu rejeitado.

...

Ainda em algum lugar da cidade de Omã, uma dupla familiar chegou para causar algum rebuliço por ali.

— Tô com fome! Quero comer — gritou um homem sobre uma carroça movida a um Camerupt.

— Cala a boca, idiota. Só pensa nisso? Já se esqueceu da nossa missão?

O guia parou o Camerupt e falou que o passeio havia terminado.

Ambos foram deixados na frente de um restaurante.

— Cara, isso me lembra Celestial.

— Vamos almoçar. Dessa vez nós temos dinheiro. E para de choramingar!

O cara atrapalhado era o Gamb e o outro (o mais sério) era o Chucky. Sim, Gamb e Chucky retornaram mais uma vez ao caminho dos heróis.