— Mas por quê? O senhor pode me explicar direito?

Bruce suspirou. Odiava ter que dar explicações para os outros, afinal era o superior de todo aquele mundo espiritual. Dar satisfação não fazia parte da sua atual posição.

— Avaliei o seu pokémon e cheguei à conclusão de que ele realmente não poderá evoluir. Mas existe uma explicação plausível para isso.

Jason ficou na expectativa, mas Bruce apenas disse que contaria tudo na manhã do dia seguinte quando o treinamento iniciar de fato.

— Amanhã teu treino começa, por isso estou sendo bondoso contigo e te dando mais um dia livre. Digo logo de antemão que não gosto de corpo mole.

— Tá certo.

Bruce saiu do jardim e retornou para o templo. Jason abraçou Pyro e ficou se perguntando por qual motivo o monstrinho não poderia evoluir.

E o dia passou. Jason ficou entediado e ansioso ao mesmo tempo. Não parava de pensar nas palavras do seu futuro mestre.

Dia seguinte...

Eram cinco horas da manhã do dia seguinte. Jason acordou com a mucama chamando o seu nome. Ele fez beicinho e se virou na cama. A mucama ficou nervosa e balançou o sininho em sua mão (que Bruce havia dado ao prever a preguiça de Jason).

— Quero dormir mais...

— Não pode. O Grande Bruce já acordou e ordenou que você se levantasse. Já preparei o café da manhã.

Ainda com os olhos inchados de sono, Jason foi para o salão de jantar e comeu a comida que a mucama preparou.

— Acordou? Não era você que estava empolgado ontem? — ironizou Bruce.

— Mas tá muito cedo.

— Não é hora para chorar. Tarde demais. Eu te avisei que não toleraria corpo mole. Termine e vamos ao jardim.

O garoto suspirou. Depois de comer, escovou os dentes e se vestiu com o uniforme. Saiu. Viu Bruce sentado sobre a grama e meditando.

— Seu Charmander não veio?

— Quer que eu o traga?

— Não. Sente-se. O clima tá agradável.

Mas o clima tava frio demais. Nem eram 6 da manhã e fazia um frio de 15 graus.

— Então... por onde devo começar? Vou ter que dar um exemplo. Sabe quando dois pokémons da mesma espécie se enfrentam e apenas um ganha? Um foi treinado e o outro nem tanto. Essa é a resposta natural. No entanto, existem pokémons que não precisam de tanto treinamento assim para se tornarem tão fortes quanto os treinados.

— E isso é possível?

— Claro. Olha... antes de estar nesse mundo, eu era um ator famoso e fazia muitos filmes de luta. Morri de maneira inesperada por causa de um aneurisma que os médicos nunca souberam explicar.

Jason arregalou os olhos.

— O se-senhor morreu?

— Sou a reencarnação do deus do júbilo e da união dos mundos. De eras em eras eu reencarno em corpo humano. Provavelmente fui destruído ainda como deus e reencarnei num corpo humano. Morri e agora voltei para o meu posto original. Agora fica quieto, caramba! Enfim, eu decidi ficar com essa aparência quando eu era humano/ator, pois eu achei foda. Satisfeito? Agora voltando ao assunto. Quando eu era ator, treinei alguns pokémons e tive contatos com treinadores em todos os lugares. Descobri que existem criaturas chamadas de Berserkers. São pokémons que já nascem com o DNA superior aos demais da mesma espécie. Eles são tão fortes que sequer conseguem evoluir. Posso dizer que o seu Charmander é um berserker só tendo encostado a minha mão nele. Sinto o nível de poder e ele tem um poder muito adormecido.

— Não faz sentido, senhor. Pyro perdeu uma luta sem nem revidar. Como ele poderia ser berserker?

Bruce deu um cascudo em Jason.

— Deixa de ser burro. Aquele Charmander é filhote ainda. Você queria o quê? E também há a possibilidade do teu rival ter usado um pokémon também berserker. Ou pode ter sido um monstro bem treinado. Garoto, não se lembra de algo que te chamou a atenção no seu pokémon?

Jason se lembrou de algumas coisas fora do comum para a espécie de Pyro. O fogo na cauda dele não se apagou mesmo debaixo da água (exceto quando Greninja atacou), venceu treinadores difíceis como líderes de Ginásio, sobretudo Lea Ginger recentemente.

— Eu conheci um senhor chamado Joe Stone que até me falou algo sobre pokémons que já nasciam fortes. Mas nunca pensei que Pyro poderia ser um.

— Ele é. Está contente? Agora não faça corpo mole. Seu pokémon já está aqui.

Celebi surgiu voando com Charmander. Pousaram perto de Jason. O protetor da floresta também levou as três pokébolas do menino.

Grande Bruce se levantou e gritou:

— Ao treinamento!!

...

O dia foi puxado para Jason, Charmander e os seus outros pokémons. A primeira etapa era correr em volta do templo. Era uma tarefa árdua. O templo tinha um tamanho de 2 quarteirões e a área externa mais o jardim facilmente passava uns 10 quarteirões.

Bruce sequer ficava suado. Jason não conseguiu por as pernas eretas, pois ficavam bambas. Dera apenas 1 volta em uma área enorme.

— Preciso descansar...

— Mole para um caramba! Não gosto de preguiça.

— Mas é a minha primeira vez.

— Tudo bem. Descanso.

Os quatro guardiões faziam piquenique no jardim. Aproveitaram a folga que tiveram de Bruce para descansarem. Jason tentou chegar até eles, mas Bruce segurou o garoto no braço e o colocou sobre o seu ombro.

— Senhor?!

— Nada de doces, Jason. Você pode ter 10 anos, mas não ligo para números. E idade é número.

Fujin sorriu e deu tchauzinho para o garoto.

A comida eram barras de proteína. Não tinham muito gosto, mas enchiam o estômago.

Jason perguntou sobre os seus pokémons. Bruce explicou que Sawk, Throh e Celebi os treinariam.

Havia uma mesa de pedra numa extremidade do jardim. Ambos sentaram. Jason e a sua barra. Bruce apenas a observar.

— Eu sei que é cedo, mas esse treinamento que eu darei não vai garantir que você e o seus pokémons vençam esse rival.

— O quê?!!!

— Mas tem um meio para isso. E possivelmente há a possibilidade de evoluir Charmander com esse meio.

QUE MEIO ERA ESSE?!