Erika confirmou que alguns pokémons conseguiam evoluir temporariamente durante uma batalha. Essa condição não era apenas dos megas. O próprio Shaymin tinha uma condição muito especial, pois mudava a aprência quase por completo apenas entrando em contato com a flor gracidea.

Shaymin cresceu de uma forma que parecia uma mistura de canino com rena. Seu pelo verde agora parecia um moicano, uma pétala vermelha no pescoço que lembrava um lenço. Suas orelhas pareciam asas.

— Ele evoluiu? — questionou Jason.

— Não exatamente. Agora não é hora de bater papo. Meu Shaymin fará de tudo para vencer essa luta.

Charmander se preparou para a batalha. Correu na direção de Shaymin, mas este voou ao bater as suas orelhas. Mas o lagarto deu um pulo bastante alto e sorriu ao ver o seu adversário confuso.

— Agora!! — gritou Jason.

Charmander soltou uma rajada de fogo. Aquilo foi um Fire Blast bem forte. No entanto, no lugar de Shaymin havia um buquê de flores que queimou.

— O que foi isso? Uma ilusão?

Simon rechaçou a conclusão de Jason sobre ilusão. Zoroark era o único que tinha essa habilidade natural e apenas psíquicos conseguiam enganar com um golpe ilusório. Mas Shaymin era apenas um pokémon do tipo planta e voador.

— Não é magia, é tecnologia. — respondeu Lea.

Shaymin corria por toda arena. Jason viu que nascia flores por onde ele passava. A luz artificial do refletor batia e criava clones do Shaymin naquelas flores.

— Não se esqueça de que meu Shaymin é um ser mítico. Não há nada fora do previsto em seus poderes. O poder das flores hohohohohoho.

Jason ficou com raiva de Lea. Era bem diferente dos outros líderes de ginásio que enfrentou.

...

Luiza conseguiu fugir da polícia com a ajuda de Drampa, mas sobrevoar uma cidade como Woodland era arriscado demais, haja vista os policiais possuíam motos voadoras e drones.

No mesmo instante em que Jason duelava no ginásio, a garota se escondia na copa frondosa da árvore. As folhas eram gigantes, por isso era mais fácil se esconder.

O detetive Poirrot chegou ao topo da árvore. Viu os policiais isolando o local. Dali pra frente era territorio inexplorado pela mão humana. Um verdadeiro pântano diferenciado (um pântano no topo de uma árvore gigante).

— O criminoso supostamente está nesse ambiente lamacento. Os drones não puderam adentrar.

— Essa resina deixa as coisas mais difíceis, hein? Hastings... pode sentir o cheiro de humano?

Poirrot colocou o seu Pikachu para servir como cão farejador. Assim os dois entraram na área em que escorria a resina dos galhos ramificados.

O detetive se orientou com um aparelho de GPS para não se perder. Chegaram numa abertura do tronco da árvore como se fosse uma caverna.

— Pika... pikapi?

— Que foi, Hastings? Espera!

Os dois entraram na caverna. Poirrot sacou um revólver e caminhou pelo recinto grudento e cheio de poças de resina.

Uma sombra surgiu. O detetive apontou a arma para o suspeito, mas se deparou com Luiza segurando Pikachu no braço.

— O que faz aqui? — perguntou o detetive.

Enquanto isso, Bernardo esperou alguns minutos na recepção do ginásio. Aproximou-se da recepcionista e pediu informações sobre o duelo no andar inferior. A moça apenas avisou que logo acabaria.

— É que preciso ir ao banheiro.

— Ah é isso? Ei, psiu. Pode acompanhar esse rapaz ao banheiro? Não posso sair daqui agora — disse ela ao segurança.

O homem assentiu. Acompanhou Bernardo pelo corredor. O loiro fez um movimento com a mão, golpeando a nuca do segurança. Carregou o homem desmaiado para dentro do banheiro e pegou a sua arma.

— Quero ver agora como vão se livrar disso.

Era uma aposta. Bernardo não sabia exatamente se Robert estava no ginásio, mas precisava causar algo que o fizesse ter a certeza.

...

Ainda na batalha entre Charmander e Shaymin, o campo de duelo estava cheio de pétalas de flores que cresciam instantaneamente no chão. Os ataques do lagarto queimavam as flores e faziam com que uma fumaça branca saísse.

Lea ordenou que o seu Shaymin usasse um golpe cortante chamado Air Slash para o próximo ataque. O pokémon mítico voou e girou sobre o próprio eixo. Era como se fosse um pequeno tornado. Dele saiu várias lâminas de ar.

— Desvia — disse Jason.

A maioria das lâminas foram desviadas, mas uma atingiu o pokémon de fogo. Foi suficiente para deixá-lo desequilibrado e errasse o seu Iron Tail.

— Pyro... por que está errando os golpes?

Mais Air Slash, mais acertos e arranhões surgiram no corpo do animal. Pyro hesitou em atacar, vacilando no golpe Flamethrower.

Robert e Simon não entenderam o porquê do Charmander vacilar tanto nos ataques. Udonna explicou que tudo isso tinha a ver com a habilidade do Shaymin.

— Quando Shaymin fica nessa forma, adquire a habilidade Serene Grace.

— Sim... e daí? — indagou Simon.

— Viu que o Shaymin está atacando com o Air Slash? Aquele ataque não é poderoso, mas possui um segundo efeito. Há 30% de chance de fazer com que o adversário, se pego, falhar seu próximo ataque. Serene Grace é uma habilidade que duplica efeitos secundários de alguns golpes.

— Então quer dizer que é praticamente impossível do Charmander revidar? Caramba... isso é um problema. — falou Simon, preocupando-se demasiado com o rumo da batalha.

Os golpes de Shaymin acertavam quase todos, porém o mesmo não era igual para Charmander. Seu corpo ficou marcado por vários arranhões. Seu único movimento certeiro era a evasiva.

— Tem sorte de chegar até aqui, garotinho. Mas vai precisar de mais treinamento para arrancar a minha insígnia. Desista.

— Nunca!!

O Shaymin atacou Charmander com uma Energy Ball. Lea explicou que a defesa especial do réptil diminuiu graças ao efeito secundário do golpe potencializado com a habilidade natural do mítico.

— Melhor desistir. Seu Charmander não vai aguentar o próximo golpe. O Air Slash é um golpe especial. Por isso que não terá mais chance.

Não havia mais saída? O esforço do Jason foi em vão? Mas ele não deu ouvidos à líder de ginásio e se negou a desistir.

— Sofra as consequências.

— Acho que já sei como derrotá-la. Pyro, prepare-se!