Thalia POV

–MOÇO! –Juniper soltou um berro- Por que saí fumaça de mim quando eu corro muito rápido?

Afundei minha cabeça entre as mãos. Ela não podia estar falando sério. Imagino que a mãe da garota tivesse a deixado cair quando tinha acabado de nascer. Assim, o cérebro ficou tão deformado, que tiveram que retira-lo quase todo.

Ares apenas a fitou, deixando o silêncio prevalecer no ginásio. Odiava palestras. O pai da minha amiga do coração (ou não) decidiu melhorar as coisas e falar sobre o trabalho militar.

Devíamos ouvir palestras longas e entediantes sobre assuntos patéticos, apenas porque temos que nos decidir sobre o que seremos quando saímos do colégio.

–Lee. –cochichou Silena para o loiro que sentava ao meu lado esquerdo- O seu pai vem dar palestra?

Ele balançou a cabeça de forma positiva lentamente. Ainda estava parcialmente dormindo por causa da palestra. Não o culpava, devia estar em um estado parecido.

–Eba! -Silena disse em alto tom, mas não suficientemente para Ares ouvir- Seu pai é muito gostoso.

Olhei ao meu redor. O padrão era o mesmo. Todos ou estavam dormindo ou cutucando gente dormindo. Com exceção de Clarisse que ouvia atentamente. Imagino que seu pai deve ser rigoroso.

O sinal soa e eu dou graças aos Deuses que as aulas do dia acabaram. Agora? Rumo a sala 69. Sim, esse era o número da sala que iriamos praticar corais.

Rachel POV

Finalmente estávamos prestes a ter o primeiro treino. Annabeth era a líder. O que tornava tudo um treino militar. A conheço a algum tempo, mas pude observar que uma das coisas que mais importa para ela é vencer.

Até quando estou comendo percebo que ela compete para ver quem vai acabar antes. Ou quando falo que estou com sono, ela grita que aposta que está mais. Já havia me acostumado com o jeito dela.

As garotas entravam no salão. Era uma sala grande, parecia uma sala de aula comum, no canto direito continha diversos troféus. No canto da porta havia uma lousa. A direita os instrumentos musicais e uma caixa de som (minha). No sul da sala diversas cadeiras enfileiradas.

–Bom dia! –gritou Juniper ao entrar na sala.

Ela veio ao meu encontro, mas acabou, de alguma forma estúpida, tropeçar no próprios pés e cair em cima de mim.

Lá estava eu, atirada no chão, como uma batata esparramada. Eu era uma espécie de segunda líder, e havia passado uma impressão um tanto... Estranha.

–OPA! –Lee Fletcher entrou gritando no salão seguido dos seus coleguinhas– Já entendi o motivo do número da sala ser 69.

–OLÁ. –Juniper gritou, se levantando de mim- Bom dia flores do dia.

Nico a encarou durante alguns segundos, mas logo desviou o olhar. Ele chegou a abrir a boca para falar, mas Luke entrou em sua frente.

–Daremos uma festa, esperamos que vocês vão – ele falou fazendo sinal para Grover entregar os convites.

–Quanto mais gata, melhor - Nico falou indo na direção de Annabeth.

Pude ver a expressão facial de Percy, o ciúme estava tomando conta de mim, mas resolvi apenas ignorar. Podia estar errado (muito errada) ao não ligar para isso.

Acho que na realidade, avia me acostumado. Percy nunca partiria meu coração para ficar com a minha melhor amiga. Eu sei disso. Ele já teve uma queda por Anne, mas contou que passou. Acredito nele. É o que todo mundo deveria fazer, não é?

Enfim, pare de pensar besteira Rachel. Eu estou falando de mim na terceira pessoa, qual o problema?

–Eu estou me sentindo vazio- Grover disse olhando para um ponto fixo da parede- Vamos entregar os convites para o resto?

–O que a com o seu pequeno coração?- Juniper chegou perto dele e colocou o ouvido em seu peito.

Mas o que estava acontecendo naquela sala?

–É só fome. –dizendo isso, ele se retira da sala, e atrás dele, vem o resto.

Bianca POV

Eu ainda tremia. É. Eu estava quase tendo um ataque epilético no meio de todos. Não conseguia ouvir o que as pessoas falavam direito. Imagina se eu tiver que cantar na frente de todo mundo hoje. Fodeu.

Imagino o que minha madrasta diria sobre isso “Não é fodeu, é agora a situação ficou realmente complicada e não vejo uma solução cabivel para sairmos dessa”. Observe quantas palavras eu poupei.

–Odeio gente que acha que é o centro do universo. –Annabeth disse, provavelmente estava se referindo ao Lee, ou Nico- Não se tocam que o centro sou eu?

Risadas ecoaram no salão. Ela tinha senso de humor. Impressionante as descobertas. Ou, talvez, esteja falando a verdade, e deu uma risadinha no final.

Não se sabe. Ela era um enigma para mim ainda. Tudo bem que eu nunca havia tido uma conversa com ela, mas eu a persigo e a observo calada. Mas eu sou muito boa no jogo “Detetive”, vou decifrar ela.

–Sentem-se –Katie disse para o restante do grupo- Annabeth, quer começar dizendo algo?

–Eu quero falar algo! –Juniper se levantou da cadeira bruscamente, derrubando Silena no chão- Quem quer me ver brilhar?

Clarisse ajudou a Silena a retornar a cadeira. Ela podia ser bruta, rabugenta, briguenta, agressiva... Mas era educada quando queria. A expressão facial de Silena me lembrava uma vaca sem pasto.

–Isso aqui não é Crepúsculo não, garota- Thalia disse cruzando os braços.

Definitivamente, ela era grossa.

Juniper deu de ombros e pegou um pote de purpurina que estava dentro de sua mochila. Consegui ver a cena em câmera lenta:

Annabeth correu para tentar tirar o pote de sua mão. Silena gritou um grande “NÃO!”. Thalia e Clarisse se afastaram o mais rápido possível. Enquanto o resto ficou imóvel com diferentes expressões faciais.

Não houve jeito. Ela pegou o pote e o virou em sua cabeça, em seguida ela jogo em tudo, sujando tudo em volta. Quem leva purpurina na mochila? Aquela garota não batia nem um pouco bem da cabeça.

Em uma fração de segundos ela se tacou no chão, e começou a fazer anjo da neve nos restos de purpurina.

–Eu sou uma fada –ela dizia parecendo estar drogada- Todas somos fadas.

Queria chamar ela de sem-noção. Mas eu iria gaguejar muito entre palavras. Eu me conhecia muito bem.

–Você não é uma fada!- Anne (já me sinto na intimidade de chamar ela assim) deu um gritinho histérico após terminar a frase.

–Se você não acreditar em fadas, elas morrem. – lagrimas começaram a escorrer do resto de Juniper enquanto ela falava- Repitam “Eu acredito em fadas!”

– Isso é só o começo da primeira reunião oficial – Zöe murmurou.