Como Irritar Um Capitão Pirata escrita por Mrs Jones


Capítulo 59
Capítulo 55 - Esperança


Notas iniciais do capítulo

Hey girls! Bom, este capítulo não ficou tão grande e nem sei se vocês vão gostar, mas me esforcei pra escreve-lo. Eu teria feito um pouco maior, mas levaria mais tempo e como o prometido é postar aos domingos, aqui estou.
Tenho que agradecer a Ana Carolina pela recomendação. Obrigada, flor! E a fofa da Ana de Cássia fez uma capa muito linda pra fic:http://i.imgur.com/X3R18qD.png
Por que vocês tem que ser tão fofas? kkkk Mais uma vez agradeço todo o carinho e apoio. Detesto ter que dizer, mas provavelmente só vamos ter mais uns dois capítulos e depois o Epílogo. Não quero que fiquem tristes pelo fim da fic, porque teremos a continuação e a fic nova, ainda sem nome, que vou postar junto com a outra.
Gente, vocês viram a tragédia do viaduto em BH? Pois eu passei debaixo daquele viaduto no dia anterior ao acidente. Que Deus console as famílias dos mortos.
Bom, sem mais delongas, espero que gostem do capítulo. O próximo talvez venha antes de domingo, mas não prometo nada. Beijos e até mais!



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Capítulo 55 – Esperança

– Ele ainda não perdoou o Gold – disse Emma, sobre Neal – Só veio até aqui por causa do Henry.

– Como Henry está reagindo a isso? – perguntou Ruby, limpando o balcão do Granny’s.

– Ele ficou com raiva. – a Xerife suspirou, cutucando as batatas em seu prato - Eu disse que o pai dele tinha morrido... Achei que estava protegendo o garoto, mas pelo visto não foi a coisa certa a se fazer.

– Ele vai te perdoar – Branca afirmou – Você disse que Neal te abandonou. Por quê?

– Ah, é uma longa história...

– Temos tempo para ouvir – disse Ruby, curiosa e Emma lhe lançou o olhar que queria dizer: “Não quero falar disso agora”.

Mas diante da insistência de mãe e tia, Emma contou que Neal a abandonara e ela acabara indo pra cadeia ao roubar relógios que eles pretendiam vender. Emma levou toda a culpa, enquanto que Neal desapareceu no mundo. Ela teve Henry na cadeia e decidiu dá-lo para a adoção, acreditando ser o melhor pra ele. O pior de tudo é que Neal a abandonara e a deixara ser presa porque Pinóquio o convencera a fazer isso.

– Ele sabia que eu tinha um destino, aquele maldito boneco de madeira – Emma falou, espetando as batatas com tanta força que elas quase saltaram do prato – E também sabia que Neal é Baelfire. Ele achou que era melhor se Neal me deixasse e foi o que ele fez. Como eu poderia perdoá-lo depois disso? Eu quero dizer, ele deu ouvidos ao Pinóquio, me deixou porque foi o que Pinóquio o mandou fazer...

– Oh, Emma, ele estava pensando no que era melhor pra você – disse Mary Margaret, tentando consolar a filha. Emma lhe lançou um olhar de reprovação, como se estivesse pensando o quanto a mãe era tão ingênua a ponto de sempre perdoar as pessoas – Eu quero dizer, é claro que ele errou, mas não é motivo para odiá-lo pra sempre. E Henry não ia querer isso.

Emma deu de ombros e mudou de assunto.

– E como as coisas ficaram enquanto estive fora? – perguntou.

Ruby e Mary se entreolharam e Emma logo imaginou que Regina e Cora deviam ter causado problema. A xerife pressionou a mãe a lhe contar o que acontecera e Mary falou do seqüestro de Ruby e Belle e como Killian salvara a todos ao arrancar o coração de Regina.

– E vocês o devolveram? – Emma abriu a boca, incapaz de entender a atitude de seus pais – Vocês simplesmente devolveram o coração da Regina? Por Deus!

– Nós achamos que era o melhor a se fazer – Branca se explicou - Não tínhamos o direito de ficar com o coração dela. E até pensamos que ela pode... ela pode fazer parte da família...

– Regina, da nossa família? – Ruby soltou um muxoxo – Eu não ia gostar nada disso! Devo lembra - lá, Branca, de que ela matou meu bebê? E a separou de sua filha, lembra? E nos trouxe pra este mundo, onde ficamos presos e desmemoriados por vinte e oito anos... Eu sinceramente não vejo como ela possa ser parte da família.

– Sim, eu sei, Regina fez tudo isso e muito mais, mas devemos depositar nossa fé nela. – respondeu Branca, bebericando seu café - Eu sempre acredito na mudança de uma pessoa. Você não presenciou isso com o Killian, não o mudou completamente? Pois então, eu acredito na mudança da Cora e da Regina, talvez elas possam se regenerar.

– Acontece que Killian era um homem infeliz e mal amado e eu lhe mostrei o amor. Regina e Cora já tem inclinação para o mal, elas jamais desistiriam do poder que têm, nem se isso significasse o bem do Henry e de todos nós.

– Ah, só espero que isso não nos traga mais problemas... – Emma suspirou.

Mary analisou a filha por uns instantes, depois perguntou:

– Você não vai mesmo perdoar o pai do Henry?

– Eu... não sei – Emma a encarou meio confusa, meio irritada – Não quero pensar nisso agora.

– Olha, Emma, as pessoas erram... Não deve achar que todo homem vai abandoná-la, talvez devesse dar uma chance para o amor.

Emma riu com escárnio.

– É claro, porque esta é a solução pra tudo, não? Amor verdadeiro...

– Você devia tentar – Ruby se intrometeu – E falando nisso, qual seu lance com o Graham?

– Ruby...

– Sei que está acontecendo algo, todo mundo já notou. – Ruby sorriu marota.

– Graham e eu somos amigos – a Xerife voltou a encarar o prato à sua frente – Apenas isso.

Emma nunca ia admitir, mas todo mundo sabia que havia algo entre ela e Graham. Mary Margaret e Ruby mudaram de assunto e começaram a comentar sobre a gravidez de Ruby. Chapeuzinho se sentia cansada o tempo todo e mal conseguia trabalhar.

– Coloquei um anúncio de emprego no jornal – ela disse, acariciando a barriga enquanto falava – Desde que Kate abandonou o trabalho, Killian está se desdobrando em dois pra dar conta do serviço.

– A vovó o explora tanto – Mary riu – Esses dois vão acabar se matando.

De fato, Vovó e Killian discutiam na cozinha.

– Eu já disse que foi um acidente – Killian insistia, após ter derrubado uma pilha de panquecas que levava para Archie.

– Ora, mas você é muito desastrado – a Vovó replicou, recolhendo as panquecas que caíram no chão – Olhe só o prejuízo! Tanta gente passando fome e você desperdiçando.

– O que você queria? – Killian bateu a bandeja no balcão, quase rachando-a ao meio - Eu só tenho uma mão! E caso não tenha notado, sou um pirata, não garçom.

– Vovó, não grite tanto com o Killian – Ruby pediu.

– Ele é muito lerdo! – reclamou a avó - Olha só quanta gente esperando. Sei que não posso me queixar, mas Kate escolheu a pior hora pra nos deixar.

– Não se preocupe, vou ajudar o Killian.

– Não, não. Você está grávida, não deve se esforçar.

– Ruby, é melhor você ir pra casa – falou Killian, irritado com a Vovó – Este ambiente hostil pode fazer mal aos bebês.

– Ambiente hostil? – a avó soltou uma gargalhada – Ora, essa é boa! Isto aqui é um ambiente familiar e se as coisas não estão indo bem é porque você não se esforça o bastante.

– Já chega! – Ruby interferiu, parando entre o marido e a avó – A senhora sabe que ele não leva jeito pra isso, não é culpa do Killian. E além disso, logo que as pessoas virem o anúncio no jornal virão atrás do emprego.

– Ah, assim espero... – a idosa se afastou e Killian bufou.

– Eu não agüento ela, isto aqui é exploração! Kate devia voltar, assim eu teria menos trabalho.

Enquanto isso, num trailer no meio da floresta...

– Quando é que você vai sair daqui? As pessoas estão sentindo sua falta, o Henry pergunta de você todo dia.

August piscou, mexendo-se com dificuldade.

– Não posso encarar as pessoas. – ele se sentou no pequeno sofá a um canto do trailer - Já conversamos sobre isso, Kate. E você tem sido muito boa pra mim, mas devia voltar pra cidade. Não há solução pra mim...

– Só se você acreditar que não – a ruiva se sentou, segurando a mão de madeira entre as dela – Isto aqui é o que você é, August. Foi assim que seu pai te criou, não é? Um menino de madeira que logo depois se tornou um menino de verdade. Soube que salvou a vida de Gepeto uma vez, sacrificando-se por ele. Não devia se envergonhar de quem você é.

– A Fada Azul disse que eu tinha que ser altruísta, corajoso e verdadeiro. Fui corajoso quando entrei naquele guarda-roupa, mas covarde e egoísta quando abandonei a Emma naquele orfanato. Eu não mereço sua compaixão... Isto aqui é o que eu mereço, viver isolado, longe de todos...

– Você é mesmo egoísta, sabia? – Kate suspirou – Há pessoas que se importam com você. Seu pai, Emma, Killian, Henry... eu...

– Eu não posso encará-los, não posso deixar que me vejam assim. Meu pai ficou feliz por me ver, mas e os outros? Olha, eu tinha esperança de que tudo ficasse bem. Tinha esperança de que a minha maldição se quebrasse quando Emma libertasse todos vocês da maldição da Rainha. Tinha esperança de que encontrasse redenção, que superasse meus erros... Mas há coisas que simplesmente não retornam ao que eram antes.

Kate balançou a cabeça, um tanto irritada com o homem. August ainda tinha a aparência de escritor bonitão, só que agora estava completamente virado em madeira. Escondia-se num trailer no meio da floresta e Kate largara sua vida em Storybrooke pra cuidar dele.

– Devia parar de sentir pena de si mesmo – ela disse e seu tom de voz revelava o quanto estava zangada com o homem – Você é um covarde! Seu pai se importa com você, ele sempre se importou e é assim que retribui todo o amor e carinho que ele lhe deu? Gepeto sente sua falta! Vamos voltar pra cidade...

– Você pode ir sozinha. – ele se afastou, dando as costas à moça - Eu não preciso de uma babá pra cuidar de mim...

– É isso que você pensa? – ela estava quase gritando – Uma babá? Você é mesmo um idiota, August.

– Eu sei que sou, não precisa me lembrar disso – ele rebateu, também um tanto zangado – Vá embora!

– E é assim que retribui tudo o que fiz por você? – os olhos dela estavam marejados – Eu larguei meu emprego por você, larguei minha casa, meus amigos, minha família...

Ele se virou para olhá-la e viu as lágrimas que agora escorriam por seu rosto. Ele era mesmo um idiota! Ela fizera tudo por ele, simplesmente porque o amava. Sim, ele podia ver isso agora... ela o amava...

– Me desculpe, Kate – August se aproximou, erguendo a mão para o rosto de Kate, que encarava o chão. Ele enxugou suas lágrimas e ela ergueu a cabeça. – Está vendo o que estou dizendo? Eu não mereço sua compaixão e você não merece sair machucada.

– Você não entende... Eu te amo, August!

Kate puxou o homem de madeira para um beijo, sem se importar com o fato de estar beijando uma coisa áspera e seca. No segundo seguinte, um pulso de energia os empurrou para longe e então August foi envolvido por uma luz branca que iluminou todo o trailer. O homem de madeira voltou a ser um homem de carne e osso e Kate sorriu, enquanto August se apalpava e a encarava completamente pasmo.

– A maldição, você a quebrou!

E aí ele a puxou para mais um beijo.

***

– Pelo amor de Deus, Killian, melhore esse seu humor – Ruby pediu mais uma vez. Killian estava de mau humor e o fato de Vovó gritar com ele não ajudava em nada.

– Desculpe, querida. Estou cansado da sua avó...

– Ela não faz por mal.

– É claro que não... ela só sabe me criticar em tudo.

– Vamos torcer pra que alguém queira o emprego e então poderemos nos concentrar nos bebês.

– A propósito, amor, quando é sua próxima consulta?

Ruby ia abrir a boca pra responder, mas nesse momento uma figura conhecida adentrou o Granny’s. Ela abriu um sorriso ao vê-lo apoiado numa bengala.

– Billy! – levantou-se e foi até ele, abraçando-o – Que bom ver você! Eu fiquei tão preocupada!

O mecânico foi bem recebido como sempre. As pessoas o abraçavam e faziam milhões de perguntas, querendo saber como ele estava.

– Os médicos disseram que vou ficar bem e que minha cabeça deve ser muito dura porque não tive seqüelas do acidente – ele disse e todos riram – Ainda estou me recuperando, logo vou poder voltar ao trabalho.

– Sinto muito pelo o que aconteceu – disse Ruby – Aquilo foi culpa minha, não devia ter tentado sair da cidade.

– Ruby, ninguém me obrigou a entrar naquele carro, eu fui porque quis. Tá tudo bem agora.

Billy se sentou numa das mesas e Ruby se apressou a se desculpar por tudo o que acontecera nas últimas semanas. Ela explicou que seu filho era mesmo de Killian, ela só não lembrava disso. Billy ficou surpreso quando soube que eram trigêmeos e pareceu um pouco desapontado por saber que Ruby na verdade era casada. Os dois conversaram por muito tempo e claro, Killian não gostou nada.

– Killian, a torta de maçã de Archie – disse John, o cozinheiro, depositando um prato de torta no balcão. – Ei! Você me ouviu?

– O quê? – Killian desgrudou os olhos de Ruby e voltou-se para John - Ah sim, a torta de maçã de Marco.

– Não, a torta é de Archie. Onde é que está com a cabeça? – o cozinheiro olhou na direção em que Killian olhava e então entendeu – Ah, já entendi. Está com ciúmes?

– Claro que não – Gancho fechou a cara, não suportava que as pessoas dissessem que ele estava com ciúmes – Esse Billy... eu não gosto dele...

– É claro que não, qualquer homem que se aproxime da mulher que amamos acaba tornando-se nosso inimigo.

Billy pediu donuts com café e Killian foi servi-lo, contrariado.

– Seja gentil com ele – disse a Vovó, encarando Gancho por trás dos óculos – Billy acabou de sair do hospital.

Killian fechou a cara e apanhou a bandeja sobre o balcão. Ruby ria de algo que Billy dissera e ele sorria pra ela. Ah mas ele não ia permitir uma coisa dessas, não ia mesmo. Depositou o prato de donuts na mesa (enquanto equilibrava a bandeja com o gancho) e então fez a xícara de café virar-se e molhar a roupa de Billy.

– Killian! – Ruby se levantou e tentou ajudar Billy a limpar a camisa manchada – Olha o que você fez.

– Tudo bem, foi um acidente – Billy estava um tanto sem graça, mas levantou-se e andou até o banheiro.

– Por que está rindo tanto? – um Killian enciumado perguntou a Ruby – Ele deve ser bem engraçado, não é? Ah é claro, ele é seu melhor amigo...

– Killian... não acredito – ela o encarou, incrédula, e soltou uma risada – Não acredito que está com ciúmes do Billy. Ele é só... o Billy.

– Não estou com ciúmes...

– É claro que está! Aquilo foi proposital? Você derramou o café de propósito?

– Derramei sim, e daí? Ele acha que pode entrar aqui e dar em cima de uma mulher casada? Pois está muito enganado.

– Ele não estava dando em cima de mim – Chapeuzinho revirou os olhos, o Killian ciumento estava de volta – Estávamos apenas conversando.

Killian se calou porque Billy já voltava do banheiro. Vovó vira a cena e obrigou o ex-pirata a limpar o café que respingara na mesa.

– Killian, por que não traz outro café pro Billy? – pediu Ruby, depois se voltou para o rapaz -Ah essa mancha na sua camisa vai custar a sair.

– Tudo bem, nada que um bom alvejante não resolva... – Billy sorriu, enquanto Killian marchava até o balcão.

– Não acredito que fez aquilo – Vovó balançou a cabeça quando Killian veio ao balcão pra pegar outro café – O que foi que eu disse sobre ser gentil?

– Foi um acidente.

– Oh, mas que cara de pau você tem! Agora, vá até lá e peça desculpas. O que você fez foi muito feio.

Killian tinha consciência de que Billy acabara de sair do hospital, mas o ciúme o cegava às vezes. Ele se desculpou pelo ocorrido e em seguida Chapeuzinho se afastou, dizendo a Billy que ia descansar um pouco.

– Não precisava ter feito isso – ela puxou Killian para um canto – O único homem que me importa é você.

– Eu sei, mas não suporto ver o quanto ele gosta de você. – Gancho estava muito irritado e encarava Billy com aversão - Sabe disso, não sabe? Porque todo mundo já percebeu. E devo lembrá-la de que ele a beijou uma vez?

– É, mas eu estava com raiva de você e ele só estava me consolando. Estávamos sob o poder da maldição, eu não sabia o que estava fazendo. E você já beijou a Regina, então estamos quites.

– Não quero que fale com ele, entendeu? Afaste-se dele!

– Ele é meu amigo!

– Não interessa! Ele quer ser mais do que seu amigo e amigos não ficam olhando o decote das amigas. Vá trocar essa blusa.

Chapeuzinho estava indignada e surpresa ao mesmo tempo. Gancho nunca fora ciumento daquele jeito, estava exagerando. Será que tudo aquilo era pelo fato de Billy a ter beijado?

– Não seja idiota! – ela exclamou e Gancho ficou com mais raiva ainda – Ele sabe que sou casada e é apenas meu amigo. Acha que eu seria capaz de trair você?

Ela se afastou e Killian se deu conta da burrada que fizera. Não queria chatear sua Chapeuzinho, mas agora ela estava irritada com ele.

– Killian! – Vovó berrou – Graham está esperando as panquecas!

Ah, como ele odiava aquele emprego...

***

Regina estava parada no meio de sua cozinha. Algo assava no forno e Cora não parava de falar, caminhando de um lado para o outro.

– ... podemos roubar a adaga, agora que ele está de volta à cidade, e então o controlaremos. Eu vou me vingar de todos eles, do Gancho principalmente... Regina, querida, o que há de errado?

A prefeita despertou de seus devaneios, estivera pensando no que Branca lhe dissera, que Cora não podia amá-la porque não tinha um coração. A Rainha já recolocara seu coração, mas estava pensando se devia recolocar o coração na mãe. E se aquilo fosse uma armadilha? E se Branca de Neve e o príncipe tivessem feito algo ao coração de Cora, algo que pudesse machucá-la, até matá-la? Mas eles tiveram a oportunidade de matá-las e não fizeram isso. Tiveram a oportunidade de controlá-las e ao invés disso devolveram seus corações.

– Não, nada... – respondeu Regina, caminhando até o forno e retirando a torta de maçã de dentro dele.

– Oh, maçãs... Você sempre foi ótima cozinheira. – comentou Cora. De fato, o cheiro de assado enchia a cozinha e a torta parecia deliciosa.

– Talvez não devêssemos mexer com Rumplestiltskin – Regina depositou a assadeira sobre o balcão e Cora a encarou.

– O que está dizendo? Esta é nossa chance! Eles nos humilharam, mas podemos nos vingar de todos eles.

– Não quero fazer isso! – e Regina estava decidida – Eu só quero meu filho de volta!

– E você o terá! O que foi que combinamos, querida? A adaga do Senhor das Trevas é nossa melhor arma. Você não quer Emma fora do caminho?

– Eles já conhecem o plano. Não daria certo.

– Há algo de errado – Cora parou com a mão no queixo, analisando a filha. Regina tentou se manter neutra e despreocupada, mas Cora era muito boa em descobrir quando uma pessoa estava mentindo. – O que aconteceu? Você ficou diferente depois de ontem à noite.

– Não há nada de errado – Regina partiu um pedaço da torta – Só não quero que Henry me veja como vilã. Eu quero conquistar o amor do meu filho, mas sem magia.

– Nunca vai conseguir isso sem magia – Cora retrucou, frustrada – Que diabos está pensando?

– Não se pode conquistar o amor de um filho assim – Regina se virou pra olhar a mãe. Estava zangada e precisava admitir que Branca estava certa. Cora nunca a amara, mas sempre a controlara, sempre quis pra Regina a vida que ela não pudera ter.

– Ora, e pra que precisa do amor dele? Você pode tê-lo aqui sempre que quiser. Quem não gostaria de morar numa mansão e ter uma mãe versada em magia? Você não soube educá-lo, é por isso que ele não respeita você.

– Chega! Sempre critica tudo o que eu faço! – A Rainha bateu a faca com força no balcão – Estou farta de tudo isso! Eu não quero ser você!

– Regina... – Cora estava chocada, mas reconhecia aquela Regina revoltada, sua filha já fora assim antes de se tornar rainha e ter o coração duro como pedra.

– Eu não vou ser como você! – a prefeita marchou para fora da cozinha.

***

– Emma, posso falar com você?

– Ah, não é uma boa hora, Graham – ela se desculpou, andando apressada.

– É sempre assim, não é? – ele riu, caminhando atrás dela – Por que sempre foge de mim?

– Eu não estou fugindo!

– É claro que está, é o que você sempre faz. – ele a segurou pelo braço, fazendo-a parar – Isso é por causa dele? O pai do Henry, vocês reataram?

– Eu não tenho nada com o Neal – ela se soltou do aperto da mão do homem e voltou a andar apressada. A última coisa que queria era Graham fazendo perguntas sobre seu antigo amor. Desde que Neal aparecera, Emma não queria pensar muito nele, queria esquecer o passado doloroso que a assombrava.

– Espera, eu só quero perguntar uma coisa – ele parou na frente dela e Emma suspirou. Graham era charmoso, fofo e simpático, mas talvez aquele muro que ela construíra para se proteger ainda estivesse de pé. Mary e Ruby tinham razão quando disseram que ela não devia achar que todo homem ia abandoná-la, mas Emma não estava muito certa disso.

– O que foi? – ela suspirou e cruzou os braços, encarando o chão.

– Aquela vez, quando nos beijamos na delegacia, você sentiu alguma coisa?

Ela o encarou, sem saber o que dizer. É claro que ela não ia admitir, mas sentia algo por Graham. Quando todos pensaram que ele morrera, ela ficara muito abalada e quando ele reapareceu, Emma ficou simplesmente surpresa, até feliz. Ele não era como os outros homens e Mary até fizera um discurso, expressando sua gratidão com o homem que poupara sua vida. Talvez Emma só estivesse com medo de se envolver demais.

– Eu... Aquilo foi... aquilo foi só um beijo, Graham...

Ele assentiu, desapontado.

– Mas você não sentiu nada? Eu quero dizer, você me beijou primeiro e...

– Graham... acho que você entendeu errado...

– Por favor, eu só quero uma chance... uma chance de mostrar a você que posso ser o homem que você precisa...

***

– Com licença, eu vi o anúncio no jornal e estou interessada no emprego.

– Ah, mas que ótimo! - Ruby se levantou, caminhando até a moça que ela não conhecia – Sou a Ruby.

– Riley Sullivan(1) – a moça estendeu a mão e as duas trocaram um cumprimento cordial. – Eu conheço você, é a irmã da Mary Margaret, não é?

– Conhece a Mary?

– Quem não conhece Branca de Neve e o Príncipe Encantado? É uma honra conhecer também a Chapeuzinho Vermelho.

Ruby riu e apontou para a avó, que fazia registros em um grande livro.

– Bom, a vovó vai conversar com você, tipo uma entrevista de emprego. Não se preocupe, ela se faz de durona, mas no fundo sabe que precisa de ajuda, então considere-se contratada.

– Ah, obrigada! – Riley sufocou Ruby num abraço e em seguida foi falar com a Vovó.

Ruby riu, divertindo-se com o carisma da moça e então foi até a cozinha, onde Killian ajudava John.

– Ainda está zangada? – Gancho perguntou, olhando a esposa.

– Não.

– Vem aqui – ele a puxou para mais perto, abraçando-a – Me desculpe, fui um idiota!

– Que bom que reconhece isso – ela disse, apoiando a cabeça no ombro dele – Sabe que esse ciúmes todo não tem fundamento, eu não trocaria você por nenhum homem.

– Eu sei, meu amor, mas não é esse o problema. Você é bonita demais pra ficar solta por aí e tenho que ficar de olho, você sabe, sempre aparecem esses malandros pra dar em cima de você.

– É mesmo? – ela arqueou as sobrancelhas e ergueu os olhos para encará-lo – Como se você também não fosse muito cobiçado pelas outras mulheres, Killian Jones.

– Mas eu posso, sou um pirata – ele riu maroto.

– Você sempre usa a pirataria como desculpa, não é? – ela riu, batendo no braço dele, depois mudou de assunto – Tenho uma notícia boa, apareceu uma garota interessada no emprego.

– Ótimo! Assim podemos focar no que realmente importa. – ele sorriu, acariciando a barriga dela – Nossos bebezinhos vão precisar de um espaço maior e o pai deles vai precisar de um emprego melhor.

– Bom, acho que vou subir pra descansar um pouco – Ruby soltou um longo bocejo – Esses três estão me deixando muito cansada...

No corredor que ligava o Granny’s à pensão, Ruby encontrou Anton, o gigante que viera com Mary Margaret e Emma e que ela conhecera ao escalar o pé de feijão. Ele estava encolhido ao tamanho de um homem normal e trabalhava arranjando bicos, geralmente fazendo consertos e carregando coisas pesadas.

– Olá, princesinha! – ele cumprimentou animado, enquanto pregava umas tábuas soltas do assoalho – Sinto falta daquelas suas imitações do capitão metido, mas acho que não vai mais conseguir imitá-lo, com a barriga desse tamanho.

Ela soltou uma gargalhada.

– É verdade, mal consigo carregar todo esse peso – ela suspirou – O que está achando de Storybrooke? Nós mal tivemos tempo de conversar desde que você chegou.

– Foi melhor do que eu esperava – ele se levantou, limpando o suor da testa – Sua avó foi muito bondosa ao me deixar ficar na pousada. As pessoas daqui são tão prestativas... bem, pelo menos algumas delas... Eu não vou com a cara da Cora.

– Ninguém vai. Ela e a Regina não são nada agradáveis, mas você não precisa se preocupar, elas não vão machucar ninguém, não enquanto Branca, Emma e Encantado estiverem por aqui.

Anton assentiu, depois ficou pensativo. Havia algo que ele estivera escondendo desde que chegara à cidade. Sabia que podia confiar na família de Branca de Neve, mas não confiava em Cora e Regina e temia que elas estragassem seus planos.

– Sabe, há uma coisa que eu estive pensando – ele disse, assumindo uma expressão séria – Sei que posso confiar em você, mas vai ter que guardar segredo.

– Ah, tudo bem. O que foi?

Anton olhou de um lado para o outro, certificando-se de que estavam sozinhos ali, então remexeu no bolso do casaco e tirou de lá de dentro um pequeno frasco de vidro, no qual havia uma muda de planta.

– Isto é... isto é uma muda de feijão? – Ruby estreitou os olhos, observando a muda no frasco.

– Shhh! Fale baixo! – ele pediu, depois abaixou a voz – Sim, é uma muda de feijões mágicos. Foi a única muda viva que restou, eu estive guardando-a por muito tempo.

– Pensei que todas tivessem sido destruídas.

– Não, restou uma e eu a mantive em segurança por todos esses anos. Se a plantarmos, talvez possamos cultivar feijões...

– ... e poderemos retornar à Floresta Encantada – Chapeuzinho animou-se. Ela gostava de Storybrooke, mas gostava muito mais de seu outro mundo, onde ela e Gancho viviam dezenas de aventuras.

– Tudo vai depender da qualidade do solo, mas creio que vamos conseguir. O que me preocupa mesmo são as bruxas, se elas descobrirem sobre isso, destruirão tudo.

Chapeuzinho assentiu, pensativa. Cora e Regina era o maior problema de todos. A cidade poderia ser tranqüila e feliz se as duas bruxas não estivessem por perto. E agora que havia uma esperança, havia também um problema. Se os feijões nascessem e Anton sabia que iam nascer, eles poderiam voltar à Floresta Encantada e reconstruir aquele mundo, mas se Cora e Regina descobrissem o plano, poderiam destruir todos os feijões e acabar com a última esperança de todos.

– Talvez haja um jeito – ela disse – A Fada Azul e as outras fadas podem proteger os feijões e talvez o senhor Gold possa esconde-los com magia.

Anton não parecia muito confiante. Embora a magia das fadas fosse boa e Rumplestiltskin fosse muito poderoso, Regina e Cora sempre davam um jeito de estragar tudo. Ele disse isso à Ruby e ela afirmou que iam encontrar um jeito.

– Branca sempre diz que a esperança é o melhor caminho. Devemos ter esperança, Anton, esperança de que iremos conseguir voltar pra nosso mundo.

(1) Créditos a Miss Hoechlin


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Notas finais do capítulo

Vocês já ouviram a banda do Colin? Parece que estão gravando uma nova música. Essa aqui é minha preferida: http://www.youtube.com/watch?v=jBL9ht7D-hU Beijos, leitoras fofas



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