Como Irritar Um Capitão Pirata escrita por Mrs Jones


Capítulo 57
Capítulo 53 - Amor de mãe


Notas iniciais do capítulo

Hey people! Algumas leitoras já descobriram o que está acontecendo com a Ruby, mas talvez isso seja uma surpresa para as outras, então espero que gostem. Quanto à duração da fic, não sei dizer ainda. Estou revendo a segunda temporada e vou usar algumas coisas, mas não vou colocar aquela chatice de Greg Mendell e Tamara. Talvez eu poste o próximo no domingo. Espero que gostem deste. Beijos e até a próxima.



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Nos dias que se seguiram, Storybrooke voltou ao seu ritmo normal. As lojas abriam normalmente e as pessoas trabalhavam como de costume. Graham agora trabalhava no abrigo de animais, enquanto que Emma continuou a ser a Xerife e seu pai era seu assistente. Branca voltou a dar aulas e Henry adorava o fato de sua avó ser sua professora. E Killian virou garçom no Granny’s, já que Ruby agora só trabalhava meio período e Kate abandonara o trabalho pra cuidar de August.

– Agora sei por que você tanto reclamava desse emprego – Killian disse a Ruby, tentando equilibrar pratos numa bandeja – Sua avó é muito exigente. Ela anda reclamando do gancho, mas não posso simplesmente usar uma mão só pra tudo.

Ele voltara a usar o gancho no lugar da mão, embora não se vestisse mais como pirata. Sentia falta daquela vida de pirata, o sol quente, o vento bagunçando seus cabelos, o balanço do mar... Talvez pudessem navegar novamente um dia.

– Tenho uma consulta com a doutora Coleman – Ruby informou – Você vai comigo, não é?

– É claro, amor, quero acompanhar sua gravidez – ele acariciou a bochecha dela.

Zangado e os outros anões chegaram. Estavam muitíssimo felizes, tinham encontrado pó de fada na mina.

– As coisas vão ficar mais fáceis agora, não é? – comentou Vovó – As fadas vão poder usar magia do bem contra a Regina.

Talvez eles até encontrassem um jeito de voltar pra casa. Vovó serviu cerveja de graça a todos, em comemoração à boa notícia. Henry veio acompanhado dos avós e todos ficaram muito animados com a evolução das coisas, finalmente Storybrooke estava indo pelo caminho certo.

– O que estão comemorando? – Belle perguntou a Ruby, enquanto experimentava a lasanha especial da Vovó.

– Encontraram pó de fada na mina, então as fadas agora podem usar magia branca.

Belle sorriu, depois notou a barriguinha de Ruby e não deixou de comentar o quanto adoraria ter um filho.

– Eu não tive a chance de lhe dar os parabéns – ela disse – E então, já sabe o sexo do bebê?

– Não – ela mentiu, não querendo que ninguém soubesse que era menina. Talvez ela pudesse ter se enganado e não queria ter que explicar que descobrira que esperava uma menina porque um colar lhe dissera isso – Mas tenho uma consulta com minha médica. Espero que esteja tudo bem com meu bebê. A propósito, como vai o trabalho na biblioteca?

– Ah, ótimo! Há tantos livros... Não sei como aquele lugar ficou fechado por tanto tempo... Ser bibliotecária é minha vocação!

Elas papearam mais um pouco, depois Belle disse que precisava voltar à biblioteca e foi embora. Tinker Bell chegou apressada e parecia bastante alarmada:

– Vocês souberam? A mãe da Regina está aqui!

– Cora? – Gancho perguntou, lembrando-se de quando Regina o encarregara de matar a Rainha de Copas, mas ele falhara na missão.

– Quem te disse isso, Tink? – indagou Ruby.

– Eu vi, as duas estavam juntas e não pareciam estar pensando em coisa boa. Escutem o que digo, elas ainda vão fazer algo de ruim a essa cidade.

– Escute, Tink, não comente isso com ninguém, está bem? – pediu Killian, quase sussurrando – As pessoas estão tranqüilas, não precisam se sentir ameaçadas por Cora. Mas avise a David e Mary, pra que fiquem de olho.

Tink foi embora tão apressada quanto viera e Gancho imediatamente se preocupou.

– Não se preocupe, elas não vão nos machucar. – disse Ruby, tentando tranqüilizá-lo, mesmo estando um pouco amedrontada.

– Cora poderia ter me matado quando tentei matá-la. E Regina assassinou nosso filho. Escute, querida, sozinhas elas já são terrivelmente cruéis, agora juntas... juntas elas são a encarnação do mal...

***

– Mas o que é que te preocupa, meu bem? – Gancho perguntou carinhosamente, dirigindo até o hospital.

– Tem algo de errado, Killian... Eu não sei o que é, mas sinto que há algo de errado... Olhe só pra mim, estou horrível! Gorda e inchada... não sei como consegue olhar pra mim.

Ele riu.

– Oh, querida! Você é linda de qualquer jeito, e se está engordando é por causa da gravidez.

– Então admite que estou gorda? – ela ficou irritada – Por que não disse isso quando eu perguntei?

Oh, mulheres... Se ele mentia e dizia que ela não estava gorda, Ruby insistia em dizer o contrário, mas se ele admitisse, aí ela ficava com raiva. Vai entender...

– Você não está gorda. Bem, sim, está mais cheinha mas... oh, não, não vai chorar, está bem?

– Não estou chorando – ela fungou.

– Meu bem, você está tão sentimental... Sabe que eu te acho linda de qualquer jeito, uns quilinhos a mais não vão interferir em nada.

Ela sorriu e Gancho estacionou na frente do hospital, ajudando-a a descer do carro em seguida. Aquela era a segunda consulta com a doutora Coleman e ela os recebeu alegremente.

– Ah, eu me lembro de você – ela disse, ao ver Killian – Lembro-me de como ficou arrasado pela perda do outro bebê... Mas não vamos falar disso, não é? Sentem-se! Fiquem à vontade!

A sala da mulher era toda decorada com papéis de parede de criança. Havia bichinhos de pelúcia a um canto, além de toda a parafernália médica necessária para o acompanhamento de um bebê.

– E então, como anda esse bebezinho? – ela se sentou à mesa, apanhando a ficha médica de Ruby.

– Ah doutora, acho que há algo de errado comigo...

Nos minutos seguintes, Ruby narrou todos os sintomas estranhos que tivera nos últimos dias, sem esquecer de mencionar o quanto estava engordando depressa. A médica fez anotações, enquanto Killian ficou calado e meio constrangido com tudo aquilo. Ninguém o ensinara a ser pai e ele temia não conseguir ser um pai tão bom quanto David estava sendo para Emma. A médica pensou por uns segundos, depois fez Ruby se deitar na maca e pôs-se a examiná-la.

– Bem, não há nada de errado com você, Ruby, talvez esses seus medos sejam apenas fantasminhas que atormentam sua cabeça.

– Sim, doutora, mas por que é que estou tão gorda?

Killian revirou os olhos. Sabia que as mulheres eram paranóicas com aquela coisa de estética, mas Ruby já estava exagerando.

– Bem, estou suspeitando de algo, mas ainda é cedo para dizer. – falou a doutora, enfiando as mãos nos bolsos do jaleco.

– O que foi? – Ruby pôs as mãos na barriga, amedrontada - Há algo errado, não é? Por favor, diga logo, eu acho que agüento o baque da notícia.

A doutora Coleman respirou fundo, olhou de Killian para Ruby e então disse:

– Bem, acredito que possa estar grávida de gêmeos.

– G-gêmeos? – Killian se levantou de um pulo e Ruby abriu a boca e ficou encarando a médica. – É sério?

– Bem, só poderei confirmar com o ultrassom. Não posso afirmar nada com certeza, mas é a única explicação para o fato de estar engordando tão rápido.

– Mas não há caso de gêmeos em nossas famílias – falou Killian.

– Bem, então vocês são sortudos – a doutora sorriu – Em todo caso, podemos fazer o ultrassom agora, mas ainda é cedo para saber o sexo do bebê, ou dos bebês se houver mais de um.

– Está bem, vamos fazer o ultrassom – Ruby finalmente falou e a médica se retirou da sala pra preparar o exame. – Killian... você acha que... acha que tem dois aqui dentro?

– Por que não? – ele abriu um sorriso – Eu ia adorar ter dois. Imagine só, dois pirralhinhos correndo pela casa.

Eles riram e o homem acariciou a barriga da esposa.

– Ah meu Deus, como é que vamos cuidar de dois? – ela estava preocupada, mas ainda assim ansiosa pra que a gravidez múltipla se confirmasse.

– Oh, querida, vamos dar um jeito. Não se esqueça, eu já viajei pelos sete mares e já lutei em várias batalhas, cuidar de bebês não deve ser tão difícil assim.

A doutora retornou, chamando-os para a sala do ultrassom. Killian ajudava Ruby, que mal conseguia caminhar, tão apreensiva que estava. Ela foi colocada em outra maca, enquanto a aparelhagem de ultrassom era preparada. Uma enfermeira veio ajudar e eles não gostaram nada quando viram que era Charlotte.

– Acalmem-se, está bem? – ela disse – Reconheço que minhas ações no passado foram cruéis e hoje me arrependo de tudo o que fiz. Aliás, só não arrependo de uma coisa, ter matado a Liza.

– É, aquela vaca mereceu aquilo – retrucou Gancho – Mas havia mesmo a necessidade de queimar meu navio?

– Eu mudaria o passado se pudesse, mas já que não posso, acredito que minhas desculpas sejam o suficiente. Será que conseguem aceitar isso? Não estou implorando por perdão, apenas peço que tentem entender meu lado. Aquele emprego era tudo pra mim... eu só quis honrá-lo.

– Tudo bem, Charlotte, está perdoada. – Ruby suspirou – Além disso, estava apenas fazendo o que meu pai mandou.

A ex-corsária ficou grata por ter sido perdoada e em seguida a doutora anunciou que estava pronta pra realizar o exame.

– Só não se decepcionem se não for o que estão esperando, está bem? – disse a doutora. Ela passou um gel na barriga de Ruby e em seguida deslizou um aparelhinho sobre ela, que mostrava a imagem do útero numa telinha.

– E então? São gêmeos? Consegue ver, doutora? – Killian segurava a mão de Ruby e os dois olhavam as formas em preto e branco que apareciam na tela, sem conseguir entender nada.

– Acalmem-se, vocês dois! – exclamou Charlotte, parada a um canto – Não é fácil conseguir ver com clareza logo no início da gravidez.

A doutora calculava que Ruby estaria em sua décima primeira semana. Só poderiam saber o sexo do bebê, ou dos bebês, dali a mais três semanas. Ruby apertava a mão de Killian e ele estava mais nervoso do que ela. A médica deslizava o aparelho sobre a barriga da moça e observava as formas estranhas que apareciam na tela.

– Oh, lá está um deles! – ela apontou na tela – Estão vendo?

– Só vejo chuviscos em preto e branco – disse Killian e a médica riu tentando mostrar a eles o que era o bebê.

– São dois! – a médica concluiu e os pais sorriram ao ver as formas na tela.

– É sério? Tem certeza? – Ruby estava de olhos marejados e Killian se segurava pra não chorar também – Está falando sério, não é? Não é nenhuma brincadeira, é?

– Estou falando sério, são dois bebezinhos, conseguem ver? Oh, seus chorões... – ela riu ao ver a reação do casal – Parabéns, vocês vão ser pais de gêmeos.

– Espere aí, doutora – Charlotte apontou pra tela – Tem uma coisa ali.

A doutora voltou a olhar a tela.

– O que foi? – Ruby enxugava as lágrimas e Killian sorria abobado.

– Ah meu Deus! – a doutora exclamou depois de um tempo – São trigêmeos!

– Quê?! – Ruby e Killian exclamaram juntos.

– Não, não... Está brincando... É brincadeira, não é? – Ruby tremia e derramava lágrimas. Gancho não sabia se ria ou se chorava.

– Oh, queridos, meus parabéns! – a doutora abriu um enorme sorriso - Vocês vão ter trigêmeos!

Ruby teve uma crise de choro e Killian ria e a abraçava. Levou um tempo até que se acalmassem. Charlotte deu a Ruby água com açúcar, porque ela não conseguia parar de chorar. Killian lhe enxugava as lágrimas, rindo como bobo.

– Minha princesa... obrigado por me dar esse presente – ele dizia, feliz da vida. Voltou-se para olhar a doutora – E então, ela vai ficar bem, não vai? Vamos ter que redobrar os cuidados?

– Sim, com certeza! São trigêmeos idênticos, univitelinos – a doutora voltou a examinar a imagem na tela – Os três são resultado de um mesmo óvulo que se dividiu em três e estão compartilhando a mesma placenta, o que significa que vão ter que dividir os nutrientes entre si. Vai ter que se cuidar muito bem, está ouvindo mocinha? Recomendo que consulte um nutricionista, pra que ele cuide de sua alimentação. E talvez fosse prudente que se afastasse do trabalho. Não quero assustar vocês, mas gravidez múltipla representa mais riscos do que uma gravidez comum.

Ruby ainda estava chocada quando foram pra casa. Gancho só sabia rir.

– Você não disse que tinha algo de errado? – ele dizia, dirigindo com uma mão só – Pois então, agora sabe o que há de diferente. Três bebês... não poderia estar mais feliz. Você está feliz, não está?

– É claro que sim, mas... ah meu Deus, Killian, nós vamos ter trigêmeos... eu acho... eu não sei se vou conseguir.

– Vai conseguir sim, sabe por que? Porque você é Ruby Blanchard Jones e você é uma guerreira! Chapeuzinho Vermelho pode fazer o que quiser!

Ela riu e eles começaram a imaginar qual seria a reação das pessoas quando soubessem. Minutos depois, Killian estacionou o Camaro vermelho em frente ao Granny’s e ele e Ruby entraram na lanchonete de mãos dadas.

– Como foi a consulta, querida? – Anita se aproximou, tão logo os viu.

Tink e Will também estavam ali, assim como Belle, Henry, os Charmings, Emma, Ellanor, Smee, Vovó e Juliet. Ruby caiu no choro e todos ficaram assustados, pensando que havia algo de errado com o bebê.

– O que foi? – Anita abraçou a filha e encarava Killian – Que aconteceu? Querida... Ruby, me diz o que aconteceu...

– Pelo amor de Deus – Vovó também estava assustada – Ela não perdeu o outro bebê, perdeu?

Todos começaram a falar ao mesmo tempo, enquanto Ruby chorava agarrada à mãe. Killian começou a rir, divertindo-se com a situação, e todos o encararam, esperando que se explicasse.

– Oh, ela está muito emotiva – ele disse, acariciando os cabelos de Ruby – Bem, talvez queiram saber que está tudo bem com nossos bebês.

– Você disse... bebês? – a avó arqueou a sobrancelha, pensando não ter escutado direito.

– Quer dizer que tem mais de um? – Mary perguntou.

– São gêmeos? É isso mesmo? – Will sorria, imaginando dois bebezinhos fofos.

Killian balançou a cabeça.

– Não. Nós vamos ter trigêmeos!

Riso e pranto se misturaram e a cena que se passou naquela lanchonete era quase impossível de se descrever. Ruby ora ria, ora chorava. Os clientes que chegavam queriam saber o que estava acontecendo e aquilo tornou-se uma verdadeira festa. Emma foi abraçar a tia, divertindo-se por saber que ia ter três priminhos ou priminhas. Mary adorou ter sobrinhos e Vovó e Juliet comemoraram por ainda estarem vivas pra participarem daquilo.

– Parabéns, amigo – David parabenizou Killian, dando tapinhas em seu ombro – E lhe desejo boa sorte pra conseguir agüentar a Ruby nos próximos meses.

– Ei! – ela protestou e todos riram.

– Oh, se ela já está assim agora, imagine quando tiver três bebês chorando ao mesmo tempo – Will deu risada – Eu não quero nem estar perto pra ver.

– Ah amiga, parabéns! – disse Tink – Eu disse que estava tudo certo, não disse? Ah, deixa eu ser madrinha?

– É claro, Tink!

O clima feliz teria continuado, não fosse a chegada de duas pessoas indesejadas. Cora entrou acompanhada de Regina e todos ficaram estagnados.

– Não precisam ter medo – disse Regina, encarando-os – Não vamos machucar ninguém.

– O que ela está fazendo aqui? – Vovó sussurrou – Se a Regina é cruel, a mãe dela é mil vezes pior.

– Talvez Emma e Mary não tenham contado a vocês – Tinker Bell falou baixinho – mas elas tiveram que fazer um acordo com Cora pra conseguirem voltar pra cá.

– Ah, isso não vai acabar bem... – disse Killian.

– Henry, quero que conheça uma pessoa – Regina se aproximou do filho, que estava sentado com Emma e os avós – Esta é Cora. Sua avó.

O garoto pareceu meio constrangido quando Cora o puxou para um abraço. Emma, Mary e David ficaram calados, sem saber o que fazer.

– Oh, é um prazer conhecê-lo, Henry – Cora sorria. Já não usava aquele vestido brega da Floresta Encantada, mas estava inteiramente vestida de preto e todos pensaram que não importava como ela se vestia, ia sempre ter uma aparência assustadora.

– Gostaria que Henry passasse esta noite comigo – pediu Regina – Se ele quiser, é claro. Reconheço que meus atos trouxeram conseqüências, mas estou disposta a mudar. Talvez... talvez possamos esquecer tudo isso.

– Ahn... não sei se é uma boa ideia, Regina... – balbuciou Emma e David e Branca se entreolharam. Regina pareceu decepcionada porque Henry não fez questão nenhuma de ir com ela.

– Devemos deixar que Henry se decida – falou Cora, depois que os outros ficaram muito calados, sem saber o que dizer – Venha Regina, estou mesmo faminta.

Elas se afastaram, indo sentar-se no último assento da lanchonete. Killian e Ruby se entreolharam e o homem suspirou quando Regina fez um sinal chamando Ruby.

– Eu vou – ele disse à esposa, caminhando até onde Regina e Cora estavam sentadas – O que vão querer, senhoras?

– Olá, Gancho! – Cora sorriu – Há quanto tempo!

– É garçom daqui agora? – Regina sorriu debochada e Killian arqueou a sobrancelha, irritado.

– Por quê? Não posso ter um emprego digno?

Cora pigarreou.

– Hum, vou querer uma porção de panquecas, seja lá o que isso for... A propósito, Gancho, como vai sua esposa? – ela deu uma olhada na direção de Ruby, que conversava com Belle.

– Muito bem, obrigado. – ele respondeu, achando tudo aquilo muito estranho – O que vai querer, Regina?

– Um cappuccino, por favor.

Killian se afastou. No balcão, Ruby podia sentir que Cora a olhava.

– Ela me perguntou como você estava – falou Gancho, enquanto John preparava as panquecas de Cora. – Olhem, temos que ficar de olho nessas duas. Eu não sei vocês, mas eu não acredito que a Regina possa mudar. E a mãe dela... existe uma razão pra ela ter sido Rainha de Copas, a mulher também colecionava corações.

– O que será que elas estão tramando? – indagou Will - A Regina já teve tudo o que queria, do que mais ela precisa?

– Ela precisa do filho – Ruby olhava Henry, que conversava com Emma e parecia meio confuso com toda aquela situação.

– Ela precisa de amor – disse Tink – Eu bem que tentei ajudar a Regina, mas ela estava com medo. Ela ama mesmo o Henry. Podem apostar que ela vai fazer de tudo pra conquistar o garoto.

Cora ainda olhava Ruby, sem nenhuma discrição. Ela devia estar tramando algo e Regina percebeu.

– Por que está tão interessada na senhora Jones? Não há nada de especial nela.

– Você matou o filho dela, não foi? – Cora encarou Regina – Soube que a deixou devastada.

– Quem te disse isso? – Regina arqueou a sobrancelha.

– Oh, minha querida – Cora riu – Seus feitos ficaram marcados na história de nosso mundo. As pessoas ainda temem seu nome. Ficaria impressionada com o que dizem sobre você.

Mesmo que Regina mudasse, talvez ninguém nunca conseguisse esquecer as maldades dela. Ainda assim, ela estava tentando. Se Henry visse que ela era uma boa pessoa, ela o teria de volta. Ela deu uma olhada na mesa dos Charmings. Henry ria de algo que David dissera.

– Não me importo com o que dizem sobre mim. A única coisa que me interessa é Henry. Devíamos estar focadas em trazê-lo para nosso lado.

– Oh, eu sei, querida. Eu estive pensando, há um meio de fazermos isso sem sujar as mãos.

Foram interrompidas por Gancho, que depositou as panquecas e o cappuccino sobre a mesa.

– Obrigada, querido! – Cora sorriu. Esperou que Gancho se afastasse e continuou – Rumplestiltskin pode ser controlado se encontrarmos a adaga.

– A adaga que lhe deu o poder? – Regina interessou-se.

– Exatamente. – Cora abaixou a voz - Se a encontrarmos, teremos poder sobre o Senhor das Trevas, e então poderemos fazer com que Rumple mate Emma e seus pais. O caminho vai ficar livre pra você e Henry nem vai desconfiar que estamos por trás disso. Vai ter o amor de seu filho só pra você.

A prefeita abriu um enorme sorriso. Como ela não pensara nisso antes? Mas havia um problema: como iam encontrar a adaga? Storybrooke não era muito grande, mas havia uma série de esconderijos que Rumple poderia ter usado. Regina disse isso à mãe e então Cora expôs mais uma parte de seu plano.

– Não se preocupe, querida, deixe isso comigo...

***

Mais alguns dias se passaram. Enquanto Cora e Regina faziam seus planos, Rumple descobriu um meio de deixar a cidade sem perder suas memórias. Ele conseguiu fazer uma poção, que se derramada em um objeto que a pessoa estimasse muito, teria poder de manter as memórias da pessoa. Ele tinha uma manta que pertencera a seu filho, um objeto de muita estima. Esperava que isso funcionasse, mas antes precisou testar o poder da poção. Ele seqüestrara Smee e derramara um pouco da poção no gorro vermelho que o homem sempre usava. Smee não estava muito a fim de cruzar a linha e esquecer tudo, mas foi ameaçado por Gold. Felizmente, tudo correu bem.

– Ele é completamente doido! – o gordinho reclamava, sentado no Granny’s – E se eu tivesse esquecido tudo? E se jamais me lembrasse da Ellanorzinha?

– Quer dizer que ele pode sair da cidade agora? – perguntou Ruby, sentindo uma pontinha de esperança. Ela adoraria sair da cidade, nem que fosse por uma única vez.

– Pode. E vai sair – falou Mary, bebericando seu chocolate quente – Ele vai procurar pelo filho e vai levar a Emma junto, ela deve a ele um favor.

Quando Rumple ia pegar o bebê de Ashley, Emma fizera um acordo com ele pra que a moça ficasse com o filho. Emma lhe devia um favor e ia pagar agora. O filho de Rumple caíra por um portal, há muito tempo. O Senhor das Trevas se arrependera amargamente por ter abandonado o filho e passara a vida inteira procurando por um meio de chegar ao mundo sem magia. E na verdade, ele criara a maldição com este objetivo. Podendo ver o futuro, ele sabia que um dia Regina lançaria aquela maldição, levando-os para aquele mundo. E sabia também que Emma quebraria a mesma, libertando a todos. Agora, com a ajuda da Salvadora, ele ia procurar por Baelfire.

– E quanto a nossas amiguinhas bruxas? – perguntou Zangado, engolindo sua porção de bacon – Devemos nos preocupar?

– Bom, devemos confiar na Regina, suponho – falou Branca – Archie diz que ela está melhorando, então acho que devemos acreditar que ela pode ser boa.

Quando se tratava de misericórdia, Branca sempre acreditava que uma pessoa podia mudar. Regina já fizera dezenas de maldades, mas e se estivesse mesmo arrependida? E se a Rainha Má pudesse ser boa, tão boa como já fora um dia? Por Henry, Regina estava disposta a mudar. Mas claro que ninguém contava com Cora, a mulher estava envenenando a filha.

– Querida, por que não descansa um pouco? – Killian abraçou Ruby por trás, acariciando sua enorme barriga – Aposto que esses três devem estar com fome.

– Ah, é verdade – ela riu – Acho que poderia comer um boi inteiro e ainda estaria com fome.

John lhe preparava uma refeição reforçada e Ruby se sentou com Mary enquanto esperava. Era um domingo tranqüilo de janeiro e Mary tentava não se preocupar com Emma. Gold não teria magia quando saísse da cidade e Branca temia que algo pudesse acontecer a eles. Emma levaria Henry, temendo deixá-lo na cidade com Cora. Ruby tranqüilizou a irmã, dizendo que tudo ia dar certo.

– A Emma sabe se virar sozinha. Você deve sentir falta de passar um tempo com ela, não é? Ela tem que ser “A Salvadora” o tempo todo.

– É, mas eu entendo – Mary suspirou, cutucando suas panquecas com o garfo – Emma salvou a todos nós. Ela não merecia tudo isso, esse peso nos ombros... Como eu gostaria de ter visto ela crescer... ensiná-la a andar, a falar... Teria sido ótimo.

– Aqui está! – John depositou um prato de mingau de aveia na frente de Ruby. Também lhe preparou panquecas e vitamina de banana – Coma tudo, hein mocinha?

– Que fome, hein? – riu Mary.

– Ah, você sabe, agora como por quatro – Ruby deu uma colherada no mingau.

Mary observou a irmã, depois olhou na direção de Killian, que servia Archie.

– Já contou pra ele? – perguntou, partindo uma panqueca.

– Contei o quê?

– Você sabe que são trigêmeas. Lembra daquele colar?

– Ah... é, eu sei. Sabe, não quero contar pra ele – Ruby se virou para olhar Killian e ele piscou pra ela, sorrindo em seguida. – Ele diz que adoraria ter meninas, mas sei que ele quer que sejam meninos. Não posso contar a ele, entende? Não quero desapontá-lo. Acha que estou fazendo isso errado?

– Não, eu entendo. Eu também não contei ao David que era menina, mas no fim ele não ficou decepcionado. E pode ter certeza, o Killian vai sentir muito ciúmes das filhas.

As duas riram.

– O David se morde de ciúmes quando a Emma está com o Graham – Mary continuou – Sabe, nunca pensei que ele fosse ser assim. Quero dizer, a Emma já é adulta, mas David quer protegê-la dos homens.

Horas mais tarde, depois que Emma, Gold e Henry partiram em direção a Nova Iorque, Regina e Cora acharam que era o momento que elas precisavam pra procurar pela adaga do Senhor das Trevas. Rumple descobrira a localização do filho usando um globo mágico. Baelfire estava em Nova Iorque e ele iria achá-lo. Mas enquanto estivesse fora de Storybrooke, corria perigo. Assim como Belle.

– Tudo certo – disse Regina – Eles já foram.

– Há algo de errado, Regina? O que foi, querida?

– Emma levou Henry com ela, nem se deu ao trabalho de me avisar.

– Oh, não se preocupe, querida – Cora acariciou o rosto da filha – Tudo isso vai acabar quando tivermos a adaga.

– Vamos, temos que seqüestrar uma bibliotecária!

***

– Podemos ir? – pediu Ruby - Estou cansada!

– Só um minuto, amor – Killian ajudava Vovó a organizar umas coisas, antes de fecharem a lanchonete.

– Por que não vamos embora juntas? – falou Tink – O Killian com certeza vai demorar.

– Não me sinto seguro com vocês duas andando sozinhas a esta hora – respondeu Killian – Onde é que está o Will?

– Foi ao supermercado. Não se preocupe, vamos encontrá-lo no caminho.

– Tudo bem, mas tomem cuidado. – Gancho e Chapeuzinho trocaram um beijo rápido – Te vejo mais tarde.

Tink e Ruby saíram para o ar frio da noite. Chapeuzinho sentia dor nas costas e nas pernas. Teria que arrumar alguém para substituí-la no trabalho, porque não ia agüentar se esforçar daquele jeito por mais tempo.

– Ele é sempre preocupado, não é? – comentou Tink, puxando seu casaco para se proteger mais do frio – O Gancho.

– É – Ruby sorriu – Ele se preocupa comigo, só isso. Dadas as circunstâncias, é natural que se preocupe. Cora e Regina estão soltas por aí, devemos mesmo ficar alertas, não é?

Pararam. Tinker Bell encarou Ruby, em seguida foi envolvida por uma fumaça roxa e depois se revelou como sendo Cora. Ruby arregalou os olhos, amedrontada.

– Com certeza, querida. Devemos ficar bem alertas...


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Provavelmente a continuação vai ser com as trigêmeas, uns dez anos depois de essa fic acabar . Algumas queriam que eles tivessem um casal de gêmeos, mas não se preocupem, eles vão ter um menino depois. Comentem! Beijos



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