Como Irritar Um Capitão Pirata escrita por Mrs Jones


Capítulo 5
Capítulo 4 - Fuja


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, desculpa a demora em postar, mas a escola tem exigido muito de mim e esse ano tem Enem então... Espero que entendam. Vou tentar postar mais vezes por semana. Espero que gostem! =D



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Capítulo 4 – Fuja


Ruby acordou com a cabeça a explodir de dor. Ela abriu os olhos e piscou com dificuldade, tentando se lembrar do que lhe acontecera. Estava deitada numa cama confortável e um raio de luz penetrava pela porta semicerrada. Parecia que ela estava acordando de um pesadelo muito ruim. Talvez tivesse apenas sonhado que havia sido seqüestrada por piratas, e agora estava acordando em seu quarto no castelo. Ela se deixou levar por esse pensamento por uns instantes, até se dar conta de que não sonhara nada. Aquilo era real. Só agora ela reconhecia aquele lugar, era a cabine do Capitão e ela estava deitada na cama dele.

“Que foi que eu fiz?”, ela pensou agoniada ao mesmo tempo em que percebia que não estava mais usando o mesmo vestido. Alguém tirara suas roupas e agora ela usava apenas uma camisa grande demais para seu corpinho magro. “Que foi que eu fiz?”, pensou novamente. Ficou aliviada ao constatar que ainda usava as roupas de baixo, mas sabe se lá o que poderia ter acontecido na noite anterior.

A porta se abriu e a luz do sol inundou o quarto. Ruby instintivamente fechou os olhos e ouviu a voz do Capitão.

– Espero que esteja bem acordada. Há muito trabalho a fazer – a voz dele soou desagradável, como que expressando o quanto ele parecia irritado com ela.

– Eu... não estou bem, Capitão. Que foi que aconteceu comigo?

– Você bebeu demais e acabou com minha noite de diversão. Eu devia ter imaginado que não era boa ideia levá-la ao bar...

– Desculpe...

– Não precisa se desculpar. O que está feito está feito! – e dizendo isso ele foi sentar-se à mesa e pôs-se a fazer anotações. Provavelmente escrevia em seu diário.

– O senhor está bravo... Que foi que eu fiz afinal? – ela perguntou inocentemente, ao mesmo tempo em que tentava lembrar algo.

– Você certamente não se lembra o que me fez passar, senhorita. Mas eu lhe garanto que nunca mais irá pisar em terra firme de novo, pelo menos não enquanto estiver a bordo deste navio. – ele falava e escrevia ao mesmo tempo – Você não tem noção do perigo que eu corri, por sua causa. Se tivessem descoberto quem você é... eu estaria ferrado.

– Do que o senhor está falando?

Ele bufou irritado ao ouvir a palavra proibida e em seguida disse:

– Estou dizendo que você falou demais ontem à noite. E por pouco não descobriram que você é uma princesa.

– Seria bem feito! – Ruby exclamou antes que pudesse refrear a língua – Então finalmente eu iria pra casa e você seria preso, juntamente com sua corja de piratas imundos.

Ao ouvir essas palavras, Killian se levantou furioso. A cadeira caiu e o tinteiro tombou sobre a mesa, manchando os mapas e anotações do Capitão. Antes, porém, que ele percebesse a bagunça que fizera, caminhou até Ruby e a segurou pelos braços.

– Dobre a língua! – ele gritou – Nunca mais, nunca mais fale assim comigo! Você me entendeu?

Ela não respondeu.

– Você me entendeu? – ele perguntou novamente, apertando-a com força.

– Pare, está me machucando... – ela choramingou com os olhos marejados de lágrimas. Ela a soltou e voltou-se para a mesa. Foi quando notou o estrago que fizera nos papéis e mapas.

– Droga! Olha o que você fez – resmungou tentando limpar a tinta, porém sem sucesso – Meus mapas estão danificados...

– Eu não fiz nada!

O Capitão a ignorou. Saiu pisando duro e bateu a porta depois que passou por ela. Ruby ficou novamente sozinha na cabine escura. As lágrimas rolavam por seu rosto...

***

Ruby estava com um ódio mortal do Capitão. Tudo o que ele fizera até agora fora seqüestrá-la e fazê-la chorar e sofrer, por isso, momentos mais tarde quando conseguiu se recuperar, ela decidiu que iria fugir. Não sabia quando e nem como, mas precisava fazer.

A oportunidade surgiu quando os piratas saíram à noite, o navio ainda estava atracado na cidade e aquela seria a última noite que passariam ali. Todos foram gastar dinheiro com mulheres e bebida, menos o Capitão, que, como na noite anterior, precisava tomar conta da Princesa.

A porta da cabine se abriu bruscamente e o Capitão entrou. Ele sequer olhou para Ruby e foi examinar seus papeis sobre a mesa.

– Quando é que você pretende desocupar minha cama? – perguntou usando um tom despreocupado, sinalizando que já não estava tão zangado quanto antes.

– Quando o senhor devolver minhas roupas, que, aliás, eu não sei onde estão...

– Suas roupas? Você quer dizer aquele vestido impregnado de sujeira e bebida? Eu o joguei fora.

– VOCÊ O QUE? – ela se levantou de um pulo, livrando-se dos cobertores e esquecendo-se de que não usava nada além de uma camisa masculina. – VOCÊ TEM IDEIA DO QUANTO AQUELE VESTIDO CUSTOU? FOI FEITO DA MAIS CARA SEDA IMPORTADA...

O Capitão se virou para olhá-la e então se deparou com uma garota raivosa, com as mãos na cintura e usando sua camisa favorita. Ela estava linda, ele não podia negar. Seu olhar se demorou nas pernas da moça e ela tentou se cobrir, envergonhada. O Capitão sorriu satisfeito.

– Feche os olhos – ela ordenou irritada – e trate de me arrumar roupas novas. Aliás, eu gostaria de saber quem foi que tirou meu vestido e me fez vestir essa camisa horrível.

O Capitão levantou uma sobrancelha e sorriu parecendo estar achando graça da situação.

– Smee trocou suas roupas, por ordens minhas. E já que não gostou da camisa, pode me devolvê-la. – ele estendeu a mão, esperando que ela lhe entregasse a camisa.

– Certamente que irei devolvê-la, assim que você me comprar roupas novas.

Killian pensou um pouco até concordar.

– Está certo. Providenciarei roupas para você. Agora desça até a cozinha e me prepare uma refeição decente.

Ruby obedeceu, era a oportunidade que ela precisava. Com o Capitão ocupado na cabine, a Princesa fingiu estar indo à cozinha, mas na verdade aproveitou para sair do navio. Apesar de estar fazendo frio, e ela estar quase nua, Ruby caminhou meio sem rumo, rezando para não encontrar nenhum dos piratas pelo caminho. Pretendia pedir socorro em uma das casas, e então aquele maldito Capitão ia se dar muito mal quando descobrissem que ele havia seqüestrado uma princesa.

Ela caminhou por alguns minutos, seus pés congelavam e ela achava que morreria de frio se não encontrasse ajuda logo. Não chegara a se afastar muito do porto, quando avistou uma sombra que se aproximava. Achou que fosse um dos marujos e tentou se esconder, mas a pessoa se aproximava rápido. Era um homem desconhecido.

– O que faz aqui sozinha a esta hora? – ele perguntou enquanto a encarava. Ele a olhava com desejo.

– Eu... – antes que Ruby pudesse responder o homem a agarrou.


***


Nesse meio tempo Killian Jones já notara que a Princesa não estava mais no navio. Fora muito burro de mandá-la para a cozinha, quando não havia ninguém além dele mesmo para ficar de olho nela. Foi logo procurá-la nos arredores do porto, culpando-se por ter sido tão bobo a ponto de pensar que ela não iria fugir.

Enquanto isso, o homem tentava conseguir algo com Ruby. Ele tentava beijá-la, dizendo o quanto ela era linda e insinuando que queria fazer coisas com ela.

– Você é linda, menina! Eu posso te fazer muito feliz, sabia? Vamos, conheço o lugar perfeito...

– Me solta! – ela gritava tentando se livrar dos braços do homem – Por favor... me larga!

– Ora, que é isso... Não precisa ter medo. Vou te fazer muito feliz...

– Me larga, seu nojento! – ela arranhou o rosto do desconhecido, que se enfureceu e a segurou com força.

– Sua vagabunda! – Ruby foi atirada ao chão e o homem foi logo abaixando as calças – Agora você vai aprender uma lição.

Ruby gritou desesperada, enquanto o homem tentava tirar suas roupas e estuprá-la. Ela se culpou mentalmente por não ter ficado em segurança no navio e desejou que o Capitão aparecesse para salvá-la. Como que por mágica, Killian se materializou bem onde eles estavam e puxou o homem pelo colarinho, em seguida deu lhe um belo soco.

– Deixa ela em paz! Como ousa tocar nela?

O homem caiu atordoado e o Capitão partiu para cima dele com murros e pontapés. Ruby se levantou, tremendo de susto, medo e frio. Tudo o que ela queria era voltar para a segurança e aconchego do navio, e talvez até dormir na cama do Capitão, se ele permitisse. O homem ficou inconsciente depois da surra que levou e o Capitão se voltou para Ruby. Ela chorava. Ele caminhou até ela e Ruby se encolheu já imaginando o quanto ele estava bravo com ela.

– Capitão... – ela murmurou – Eu sei que está bravo comigo, mas...

Mas ele simplesmente a pegou no colo. Talvez por ter ficado com pena da menina ou por ela estar num estado frágil, Killian não gritou com ela e nem ficou zangado por ela ter fugido. Ele apenas a carregou de volta ao navio.

Já de volta ao navio, Killian fez Ruby tomar um banho quente, dizendo que ia lhe fazer bem. Alguns dos piratas já haviam voltado e queriam saber o que acontecera para que a princesa estivesse tão pálida e trêmula. Killian não contou lhes o real motivo de ela estar daquele jeito e apenas mandou que providenciassem roupas femininas.

De banho tomado e com roupas limpas, Ruby, ainda assustada, foi conversar com o Capitão. Queria se desculpar por ter sido tão tola a ponto de fugir. Ele estava no convés estudando seus mapas e não notou a presença da Princesa. Olhando-o assim tão concentrado, Ruby precisava admitir para si mesma o quanto aquele homem era extraordinário. E aí ela se pegava observando-o. Como ele era atraente!

– Capitão?

Ele se virou e ficou surpreso com o que viu. A Princesa estava vestida como um verdadeiro pirata. Os marujos tinham lhe arranjado roupas apropriadas: uma camisa branca decotada, com um espartilho preto por cima, calça justa e botas de couro. O Capitão sorriu, apreciando as belas curvas da moça.

– Você está bem?

– Estou. O senhor está bravo comigo?

– Por que eu deveria estar?

– Porque eu fugi.

– É, quanto a isso, é melhor não tentar fugir de novo. Você teve sorte de eu salvá-la a tempo.

– Eu sei... mas o senhor não está bravo por isso?

– Não, não estou.

– Obrigada, Capitão! Se o senhor não tivesse aparecido... é melhor nem pensar...

– Está tudo bem. Afinal é meu dever cuidar dos meus marujos. Você é uma de nós agora... portanto, não vá fugir outra vez. Estamos entendidos?

– Sim, senhor!

– Agora eu vou ficar bravo de verdade se você continuar me tratando por senhor... – ele sorriu e ela riu. Os dois ficaram se olhando por um tempo. Um perdido no olhar do outro. Ruby achava que agora até gostava um pouco do Capitão. E ele com certeza podia dizer o mesmo...



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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar e fazer uma autora feliz rsrsrs ;)