Como Irritar Um Capitão Pirata escrita por Mrs Jones


Capítulo 49
Capítulo 45 - Grávida?


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas! Que saudade de vocês rsrs Enquanto o Nyah! estava fora do ar e eu estava desesperada, escrevi dois capítulos e uma one shot. Vou postar a one amanhã porque ainda tenho que revisar umas coisas e está tarde. E espero que comentem nos dois que irei postar agora. E gente, o que foi aquela season finale? Eu sinceramente ainda não me recuperei. Pare de ler se não viu o episódio.


Primeiro, adorei aquela cena quando o portal puxa os dois e a Emma se segura na mão do Killian *-* e ele ainda foi atrás dela. Que amor! Depois quando ela troca de roupa e ele diz que ficou muito melhor daquele jeito (Emma, minha filha, você devia usar mais vestidos). E a cena dos dois na taberna? kkkk A Emma embebedando o Hook foi muito engraçado e amei a cena com os dois Hooks e o Killian com ciúmes dele mesmo kkkkk E a Emma estava bem se aproveitando da situação. E quando eles pensam que a Branca morreu e ele consola a Emma. *-* Tão fofo! Ah, devo dizer que amei aquela cena dele com a Ruby, quando ele põe a capa pra ela voltar à forma humana. Quando vi aquilo fiquei tipo: Aleluia! Uma cena deles juntos! E o baile? Quando é que eu iria imaginar que Capitão Gancho sabe dançar valsa rsrs Bem que eu queria estar no lugar da Emma. E o casamento de Rumple e Belle? Eu até chorei. E gostei também de terem dado o nome ao bebê de Neal. E depois, quando a Emma olha pra trás e vai atrás do Killian, eu já esperava que algo fosse acontecer. Até que enfim ela fez alguma coisa certa rsrs porque tadinho né gente, ele estava sozinho bebendo enquanto todos comemoravam. E eu surtei quando ele falou que trocou o Jolly Roger por ela. Que homem mais perfeito! Mas aquele beijo dos dois foi a melhor coisa do episódio. Sério! Eu achei que estava sonhando kkkkkk Até que enfim, Emma! Pelo amor de Cristo, até que enfim essa mulher tomou atitude e correu pros braços do Killian. E o final? Vocês viram Frozen? Adorei essa aparição da Elsa. Agora espero que a próxima temporada fique melhor ainda, pelo menos espero que a Emma e o Hook namorem, ou sei lá, deem uns pegas um no outro de vez em quando rsrs. Mas pobre Regina... bem que o Hook avisou, não se pode mexer no passado. Enfim... espero sobreviver até a próxima temporada. Comentem!



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Capítulo 45 – Grávida?

– G-grávida? – Killian repetiu completamente atordoado – Mas como? Você tem certeza?

Ela assentiu e remexeu na bolsa vermelha que tinha sobre o colo. De dentro dela tirou um teste de gravidez e o mostrou a Killian. Havia duas linhas cor-de-rosa no teste. Positivo. Ela estava grávida!

O homem estava aturdido e boquiaberto. Ruby ainda chorava. Ela permitiu que as lágrimas escorressem por seu rosto e desviou o olhar para o mar que se agitava. Não queria que Killian achasse que ela era uma vagabunda. Talvez ele nem quisesse falar com ela mais depois disso.

– Já pode sair correndo, se quiser – ela balbuciou.

– É claro que não, sou seu amigo, lembra? – ele se aproximou para secar as lágrimas dela e Ruby continuou a encarar o mar. – Ruby... como... como isso aconteceu?

– Eu não sei... – ela balançou a cabeça e escondeu o rosto nas mãos.

– Venha, vou te levar pra minha casa, assim você pode me explicar isso melhor. – ele disse depois de um tempo.

Ruby hesitou, mas acabou por acompanhá-lo. Eles caminharam devagar até o apartamento de Killian. Ruby evitava olhá-lo, preferindo encarar o chão. Killian queria dizer algo para acalmá-la, mas a voz não saía. Logo depois , quando chegaram ao prédio de Killian, eles subiram a escadaria para o primeiro andar e o homem destrancou a porta do apartamento número 15. Ela entrou devagar e o rapaz fez ela se sentar no sofá.

Ele se sentou ao lado dela e pegou o teste de gravidez pra dar mais uma olhada. Sem dúvida, o teste dera positivo. As instruções na embalagem diziam que se apenas uma linha rosa aparecesse, a mulher não estava grávida, mas sendo duas... Ruby se encolhera contra o sofá e soluçava descontroladamente. Ele apenas a puxou para mais perto e começou a consolá-la. Pensar que ela estava grávida só cortava o coração de Killian, mas ele não disse nada, apenas tentou acalmá-la.

– O que é que eu vou fazer? – ela soluçava – O que eu vou fazer, Killian?

Ele não sabia o que dizer e ainda estava atordoado. Ruby não saíra com mais ninguém no momento, como é que ela podia estar grávida? Logo ela que vivia reclamando dos homens de Storybrooke? Logo ela que rejeitara Billy, Dr. Whale e todos os outros que tentaram se aproximar? Como era possível?

– Talvez o teste esteja errado – ele acabou por dizer, enquanto Ruby molhava sua camiseta com suas lágrimas. Ela estava recostada contra o peito do homem e ele precisou passar seus braços em volta dela pra que ela parasse de tremer – Não se pode confiar muito em testes de farmácia, não é?

Aquilo deu a ela uma nova esperança, mas demorou um tempo até que Ruby se acalmasse. Killian lhe preparou água com açúcar e ela ficou realmente grata por ele ser tão bom pra ela, mas ainda estava muito confusa.

– Como é possível? – ela murmurou – Eu não entendo... eu não posso ter filhos...

– Não?

– Os médicos disseram que eu nasci sem útero – ela explicou enxugando as lágrimas – Eu nunca menstruei, então como é possível que eu esteja grávida? E eu... eu nunca dormi com um homem...

Killian precisou de uns segundos para absorver todas aquelas informações. Ficou feliz por saber que ela ainda era virgem, mas não conseguia entender mais nada. Se ela não podia gerar filhos, então como é que engravidara? Ou melhor, de quem engravidara, já que afirmava não ter “feito coisas” com nenhum homem?

– Isso... isso está muito estranho... – foi tudo o que ele conseguiu dizer.

Ela assentiu e ficou muito quieta. Killian suspirou e ponderou a situação por uns minutos.

– Escute, Ruby, você precisa ver um médico...

Ela negou com a cabeça e choramingou.

– Não posso! Metade dos funcionários do hospital freqüenta o Granny’s e eles contariam à vovó.

– E você não tem pretensão de contar a ela?

Ela olhou pra ele aterrorizada e pegou na mão do homem.

– Não! E por favor, prometa que não vai contar isso pra ninguém.

– Eu não vou contar, mas ela precisa saber... ela é sua avó...

– Ela me expulsaria de casa! – as lágrimas voltaram a escorrer por seu rosto – E seria questão de segundos até que eu e Mary Margaret trocássemos de papel. Eu ia ser a nova vadia da cidade e o desgosto pra minha avó. Não, Killian, ela não merece isso e nem eu...

Nenhum dos dois teve noção de quanto tempo se passou. Ruby chorava com a cabeça no colo de Killian e ele a consolava, acariciando seus cabelos e dizendo que eles dariam um jeito.

– Ruby... – Killian começou meio hesitante – você sabe que estou aqui para o que você precisar... e se acontecer... bem, deixa pra lá...

– Continue – ela pediu e ele pareceu ainda mais nervoso.

– Bem... se você estiver mesmo grávida, eu vou estar aqui para te apoiar...

– Obrigada. – ela sorriu emocionada. Killian era mesmo um homem decente. Ele não a julgara quando ela anunciara a possível gravidez, ao invés disso, ele se preocupara com ela.

– O que eu quero dizer... é que posso assumir essa criança...

Ela o olhou completamente chocada. Ela sabia que ele tinha sentimentos por ela, mas daí a assumir um filho que não era dele? Céus! Aquele homem era perfeito...

– Não, você não tem que fazer isso. Não tem que fazer isso, Killian.

Em resposta, ele enxugou suas lágrimas. Ela desviou o olhar, tão envergonhada que estava. Não com vergonha por ele estar assim tão próximo, mas com vergonha por imaginar o que ele estaria pensando dela. Killian, então, ergueu o queixo da moça, forçando-a a olhar pra ele.

– Você não tem que ter vergonha – ele disse, encarando-a com aqueles olhos azuis tempestuosos – Porque eu não vou julgar você, Ruby.

– Mas devia... porque é o que todos vão fazer quando descobrirem.

Se descobrirem... e se você estiver mesmo grávida, o que eu não acredito que esteja. Já ouviu falar em gravidez psicológica?

A cabeça de Killian estivera trabalhando muito nos últimos minutos, procurando por uma explicação pra aquela gravidez repentina de Ruby. A única explicação plausível seria uma gravidez psicológica.

– Mas eu não quero um bebê. Gravidez psicológica só acontece com mulheres que têm muito desejo de engravidar. E eu não quero uma barriga enorme com uma criança dentro...

Ela estava zangada. Zangada com aquela criança (que ela nem mesmo sabia se existia) que se desenvolvia dentro dela. Por quê? Por que justo ela? Por que justo Ruby Lucas? Não havia tantas mulheres querendo engravidar e não conseguiam? Pois então, porque aquele bebê viera justamente pra ela?

– Eu julguei tanto a Ashley... – ela murmurou com os olhos marejados – Eu olhava pra barriga dela e me imaginava naquela situação... grávida, sozinha, ingênua... Parece que agora é minha vez...

– Não diga isso. Você nem mesmo tem certeza...

– E como é que você explica as náuseas, as tonturas, os vômitos, cansaço, mudança de humor e falta de apetite?

– Há quanto tempo vem tendo esses sintomas?

– Há umas duas semanas.

– E por que não procurou um médico?

– Eu não sei... acho que estava com medo de saber o que era, sabe. Eu tenho medo de ficar muito doente e dar trabalho pra vovó. E eu não queria que Dr. Whale comentasse nada com ela.

– Mas existe o sigilo entre médico e paciente, não é? Se você se consultar com ele, pode pedir que ele não diga nada a ela.

– Eu não confio muito no Dr. Whale – foi tudo o que Ruby disse, deixando claro que ela não ia se consultar com ele.

Killian não disse mais nada, apenas foi pra cozinha e preparou um chá de camomila para a pobre moça. Ela se sentou no batente da janela e ficou olhando a vista. Dava pra ver as docas e o mar revolto. Enquanto a chaleira fervia no fogo, Killian se sentou numa banqueta e a ficou observando. Era uma história estranha. E se ela estivesse mentindo?

– Ruby? – ele chamou e ela se virou para olhá-lo. Seus olhos estavam inchados e avermelhados e ela estava muito pálida.

– O quê?

– Você está dizendo a verdade, não é? Por acaso não está tentando esconder quem é o pai dessa criança, está?

– É claro que não! – ela irritou-se – Está me chamando de mentirosa? Olha, eu posso ser muitas coisas, mas não sou mentirosa...

Ela voltou a admirar a paisagem e Killian coçou a cabeça. Não queria que ela se zangasse com ele.

– Desculpe. É que está tudo muito confuso...

Ela o encarou e enxugou uma lágrima teimosa. Por que ele tinha que ser tão perfeito? Por que ele se preocupava tanto com ela, mesmo ao saber que talvez ela estivesse grávida de outro? Ela observou enquanto ele preparava o chá com uma mão só.

– Por que está me ajudando? – ela perguntou.

– Porque sou seu amigo – ele sorriu ternamente e lhe estendeu a xícara de chá.

– Obrigada. – e ela não estava agradecendo apenas pelo chá, estava agradecendo por tudo, por ele ser tão compreensivo e por estar do lado dela.

Ela bebericava o chá e depois de um tempo se acalmou. Lá fora já escurecera e Ruby pensava que talvez a avó estivesse procurando por ela, já que a garçonete deveria estar trabalhando. Ruby mal voltara ao trabalho e já estava fugindo de suas obrigações. Talvez a avó perdesse a confiança que tinha nela e até desistisse de lhe deixar o Granny’s e a pensão quando se aposentasse.

– Ruby... você não quer fazer outro teste? – Killian perguntou depois de uns minutos.

– Pra quê? – ela perguntou já mais calma e lhe devolvendo a xícara.

– Penso que o primeiro teste se enganou. Se você fizer outro, tenho certeza de que o resultado será negativo. Quero dizer, não há como você estar grávida se não é capaz de engravidar.

Ela assentiu, concordando.

– É, eu pensei nisso. Mas não posso simplesmente entrar na farmácia e comprar um teste, o Sr. Clarke me conhece e comentaria com a vovó.

– E como foi que comprou o outro?

– Bem... – ela enrubesceu – eu não comprei...

– Você roubou? – ele arregalou os olhos.

– Sim... e não me orgulho disso, mas eu estava enlouquecendo, Killian. Eu pesquisei no Google e todos os sintomas apontavam para gravidez, mas eu precisava ter certeza...

– Tudo bem, eu entendo. Bom, em todo caso, posso comprar o teste pra você.

– Faria isso por mim? – um pequeno sorriso se formou no rosto dela.

– É claro! Fique aqui e tente se distrair com alguma coisa.

Ele saiu e Ruby foi ver TV. Killian era mesmo muito organizado, embora morasse sozinho, e seu apartamento era muito confortável. Havia uma pequena sala com um sofá e duas poltronas. A TV era de um modelo antigo, mas funcionava muito bem. A um canto havia uma estante lotada de livros e as janelas sem cortinas arejavam bem o lugar. Ao lado da sala havia uma cozinha pequena com apenas alguns balcões, armários, um fogão e uma geladeira. Uma mesa redonda ficava entre a sala e a cozinha, de modo que era possível comer assistindo TV. Um pequeno corredor levava ao quarto e ao banheiro. Ruby não quis parecer intrometida, por isso não chegou a percorrer os outros cômodos da casa, mas pela janela viu que havia escadas de incêndio.

Uma propaganda de fraldas descartáveis passou na TV e Ruby começou a tremer só de pensar em ter um filho. Se isso acontecesse, ela seria a nova vadia de Storybrooke e o pai da criança permaneceria uma incógnita, já que ela mesma não fazia ideia de como teria engravidado. Ela mudou de canal, tentando varrer os pensamentos ruins de sua cabeça.

Enquanto isso, na farmácia, Killian teve que passar pelo constrangimento de comprar um teste de gravidez. Acabou por comprar também uns chocolates e outros objetos de higiene pessoal, apenas para disfarçar. Quando passou as compras pelo caixa, o Sr. Clarke, dono da loja, estava tão distraído que mal notou o que ele comprara. Killian correu pra casa e Ruby ficou ainda mais tensa quando ele chegou.

– Killian, se der positivo... – ela encarava a caixinha do teste de gravidez.

– Não se preocupe – ele tentou tranqüilizá-la – Apenas faça o teste e se der positivo... bem, então vamos pensar no que fazer... Fique tranqüila!

Killian se sentou na sala e Ruby se trancou no banheiro.

– Eu posso fazer isso – ela disse a si mesma enquanto retirava o teste da caixa – Vai dar tudo certo... não há possibilidade de eu estar grávida...

Ela respirou fundo e seguiu as instruções da embalagem, para se certificar de que estava fazendo certo. Talvez ela tivesse errado em algo quando fizera o outro teste. Era necessário urinar numa tira de papel e esperar por uns minutos. Caso o teste detectasse a presença do Beta-hGC na urina, um hormônio produzido pela placenta após haver a fecundação do óvulo, duas linhas apareceriam na tira de papel. Caso contrário, se apenas uma linha aparecesse, significava que Ruby não estava grávida. Não podia ser mais fácil. Ela apenas fez o que tinha que ser feito e saiu para a sala segurando o teste.

– E então? – Killian perguntou um tanto ansioso.

– É preciso esperar uns minutos – ela se sentou ao lado do homem – Eu só não queria estar sozinha quando o resultado saísse.

– Fique tranqüila – foi tudo o que ele disse.

Ela notou que ele parecia nervoso, até preocupado. Talvez Killian gostasse mais dela do que ela imaginava. E ela só podia pensar que ele devia estar preocupado com o fato de ela estar grávida de outro. Cinco minutos se passaram. Ruby tentou se distrair com a televisão, mas a ansiedade a levava a observar o teste de trinta em trinta segundos.

– Por que demora tanto? – ela reclamou – Essa coisa só está me deixando mais preocupada...

Ela novamente deu uma olhada no teste. Sua respiração parou e seu corpo ficou paralisado pelo choque. Aquele teste também dera positivo.

– Não... não... – ela começou a chorar histericamente.

Killian a abraçou enquanto ela tremia cada vez mais. A pobre menina estava tão assustada...

– Ruby, olha pra mim – ele acariciou a bochecha dela, fazendo com que ela erguesse o rosto para olhá-lo – Acha mesmo que vou te deixar desamparada? Nós vamos dizer que esse filho é meu.

– Você não precisa fazer isso... – ela murmurou em meio às lágrimas.

– Mas eu quero. Me deixa ser o pai dessa criança.

Ele mais implorou do que pediu. Ela o olhou completamente pasma. Por que ele estava fazendo aquilo?

– Mas... – ela ia dizendo.

– Por favor...

– Por que está fazendo isso? Você não tem que me ajudar...

– Porque você está sozinha e não sabe quem é o pai dessa criança, ou como engravidou... E sua avó gosta um pouco de mim então... podemos dizer que nos apaixonamos e você engravidou por acidente.

– Isso é loucura... – ela balançou a cabeça, atordoada.

Ficaram em silêncio por uns minutos, cada um com seus pensamentos. Talvez a avó acreditasse naquela história, mas Ruby ainda não conseguia entender por que Killian estava tão empenhado em ajudá-la. A avó lhe dissera que da forma como Killian a olhava, era perceptível que ele gostava dela. Mas talvez fosse algo mais. Talvez ele estivesse apaixonado...

– Você sente algo por mim? – ela indagou e o rapaz começou a enrubescer.

É claro que ele sentia. Ele a amava desde que a vira pela primeira vez. E a verdade é que ele estava enlouquecido por ela. Todos os seus pensamentos tinham Ruby no meio e ele até sonhava com ela de vez em quando.

– Sim.

Bem, talvez fosse hora de se declarar pra ela, coisa que ele vinha tentando há um tempo, mas sempre lhe faltava coragem. Ruby sorriu em meio às lágrimas.

– E o que é? – ela perguntou.

– Eu... eu gosto de você. Muito. – ele começou, meio envergonhado, sem saber o que dizer. Depois as palavras começaram a sair naturalmente - E eu não sei mais o que fazer porque estou apaixonado desde que te vi pela primeira vez no Granny’s. E a verdade... a verdade é que eu vou lá todo dia só pra te ver. E meus amigos acham que estou louco por ter me apaixonado assim, mas se estar apaixonado é estar louco... então eu enlouqueci...

Ela estava boquiaberta por ouvir aquilo. Lágrimas de alegria substituíram as lágrimas de preocupação e ela abriu um enorme sorriso.

– Eu nem sei o que dizer – ela disse e ele sorriu envergonhado.

Quando seus lábios se encontraram, foi como se todas as preocupações fossem varridas da mente de Ruby. Aquele, sem dúvida, fora o melhor beijo de todos. E ela não se lembrava de seu coração estar batendo tão forte como batia agora. Ela gostava dele também, embora estivesse confusa quanto a isso, mas poderia dizer que estava apaixonada.

– Fica comigo – ele pediu – Deixa eu cuidar de você...

***

Quando Killian a levou pra casa, Ruby foi se refugiar em seu quarto, antes que a avó aparecesse e visse que ela estivera chorando. Ruby e Killian bolaram uma mentira e ele ia dizer a Vovó que Ruby passara mal na rua e ele a trouxera para casa.

– Ah essa menina... – foi tudo o que a avó disse – Saiu sem avisar e deixou todo o trabalho pra Kate. Onde é que ela está agora?

– Foi dormir – ele disse, o que não era exatamente mentira – Disse que estava cansada e ainda não se sentia muito bem.

– Vou deixá-la dormir, amanhã temos muito que fazer.

A avó se despediu e Killian foi embora. Ruby fizera ele prometer que não diria nada a ninguém. Ela mesma contaria a avó, quando não pudesse esconder a gravidez por mais tempo. Ela calculava que estaria com mais ou menos um mês e meio. Enquanto a barriga não aparecesse, ela poderia agir naturalmente e fingir que estava tudo bem.

Quando fez o caminho de volta pra casa, Killian acabou por esbarrar com a prefeita e ela o cumprimentou alegremente. A mulher era muito grata por ele ter salvado Henry na mina, mas Regina também era diabólica e estava planejando separar Killian e Ruby.

O propósito da maldição era manter as pessoas separadas de quem elas amavam. Quando Mary e David se reencontraram e se apaixonaram de novo, Regina colocou Kathryn no caminho e fez de tudo para impedir que o amor deles renascesse. O amor de Branca de Neve e Príncipe Encantado poderia enfraquecer a maldição e sendo Emma a filha deles e a pessoa que quebraria a maldição, Regina precisava ser cautelosa e fazer o máximo possível para manter tudo funcionando da forma como ela queria.

Com Killian e Ruby não seria diferente. O amor deles era muito forte e ela notara isso quando Gancho quis se sacrificar por Ruby, na noite em que Regina fora atrás deles e matara o bebê da princesa. Aquele amor estava renascendo e ela precisava encontrar um jeito de destruí-lo. A Rainha Má faria qualquer coisa para preservar a maldição, nem que para isso precisasse matar.

Ela seguiu seu caminho para casa, bolando um plano para separá-los de uma vez por todas.

Enquanto isso, a pobre Mary Margaret iria passar a noite na cadeia. Emma sabia que Mary jamais mataria Kathryn, no entanto, sendo Xerife, Emma tinha obrigações a cumprir e precisou prender Mary. A pobre professora jurava que era inocente, enquanto que Regina ria vitoriosa ao vê-la atrás das grades.

Acabaram por descobrir que a caixa em que o coração fora encontrado pertencia a Mary. Ela jurara que não tinha nada a ver com isso e disse a Emma que alguém devia ter roubado a caixa e colocado o coração lá dentro para incriminá-la. Emma acreditou nisso, mas não houve sinais de arrombamento no apartamento de Mary. A coisa ficou pior ainda quando Emma encontrou uma faca de açougueiro escondida no tubo de ventilação do apartamento. A cidade inteira comentava sobre o fato.

– Ei, você soube? – Kate perguntou a Ruby na manhã seguinte. – Mary Margaret foi presa sob suspeita de ter matado Kathryn.

– O quê? – Ruby arregalou os olhos. Hoje ela estava com uma carinha melhor – O que está dizendo?

– As impressões digitais dela estavam naquela caixa que você encontrou na floresta. E eu acabei de saber pelo Billy que a Xerife encontrou uma faca escondida no apartamento da Mary. Você disse que ela não seria capaz de dar sumiço na Kathryn, mas acho que estava enganada.

Ruby estava muito chocada e nem soube o que pensar, ela só sabia que a amiga era inocente.

– Não, ela é inocente, Kate. Mary jamais faria uma coisa dessas. Ela pode ter tido um caso com o David e isso foi muito errado, mas ela não mataria alguém, nem se essa pessoa estivesse a impedindo de ficar com seu amor.

Ignorando o fato de estar grávida e assustada, Ruby correu para a delegacia e Emma mexia com uma papelada, enquanto Mary estava muito abatida sentada em sua cela.

– Emma, a Mary é inocente! – Ruby bradou ainda esbaforida pela corrida – Não importam quais sejam as evidências, ela não matou a Kathryn.

– Eu sei – Emma tranqüilizou a outra – Mas preciso fazer meu trabalho e Regina teria me demitido se eu não prendesse Mary Margaret, afinal, sou a xerife. Estou tentando juntar os pedaços e tentar entender o que realmente aconteceu. Alguém está tentando incriminar Mary e eu vou descobrir quem é.

– Quem mais seria? – Mary falou fracamente, levantando-se de sua cama – A Regina tem motivos pra me odiar, seja lá o que eu tenha feito pra ela. Tenho certeza de que foi ela quem fez isso. Não entendo por que esse ódio todo, por que ela se empenha tanto em me separar do David?

– Ela deve ter inveja de você porque seu amor é verdadeiro e Regina está sozinha depois do Graham – disse Ruby, depois se lembrou de que mencionara o nome proibido – Oh, desculpe, Emma, eu sei que você gostava dele.

– Eu não gostava dele – a outra mentiu – Éramos amigos, apenas isso.

– Não se preocupe, Ruby. Vou ficar bem – Mary sorriu – O Sr. Gold vai ser meu advogado.

– Gold? – Ruby franziu a testa – Por essa eu não esperava.

– É, ninguém esperava, mas é a única chance que eu tenho então vou confiar nele.

Ruby voltou ao Granny’s. Era sábado e ela tinha que aprender contabilidade com a avó. A senhora a encarou por cima dos óculos quando ela passou pela porta de entrada da lanchonete.

– Onde esteve?

– Fui ver a Mary na delegacia – Ruby tirou o casaco e o pendurou no cabideiro ao lado da porta – A cidade inteira está contra a coitada, mas eu sei que ela é inocente.

– Humpf! – a avó bufou – Com aquela cara de tonta ela pode até enganar você, mas não engana a mim.

– Vovó... não diga isso.

– Em todo caso, acho que ela não seria capaz de matar alguém e ainda lhe arrancar o coração. Mas tome cuidado com aquela garota, nunca se sabe...

Ruby revirou os olhos e em seguida a avó começou a mexer numa papelada. A garçonete tinha certeza de que não seria nada interessante fazer a contabilidade, mas era melhor do que ir pra lá e pra cá servindo clientes.

À hora do almoço, Killian veio e se sentou numa das mesas do fundo. Kate foi servi-lo, já que Ruby estava ocupada, e o rapaz ficou trocando olhares com a garçonete. A avó, é claro, não era nada boba e percebeu.

– Vocês dois estão... como é que se diz? Ficando? – ela perguntou com um sorriso maroto.

– Vovó! – Ruby enrubesceu – É claro que não... foi só um beijo e... é, acho que estamos ficando... não sei...

– Bem, se eu fosse você não esperaria mais tempo. Um gatão desses não fica disponível por muito tempo.

Ruby estava pasma. Sua avó estava mesmo dizendo aquilo? Oh, é claro que Killian era um gato (embora ele mesmo não achasse isso), mas era de se admirar que Vovó achasse aquilo.

– O que foi? – disse a avó – Posso ser velha, mas ainda admiro o que há de bonito nesta cidade. Está bem, vou lhe dar uns minutos de descanso.

A avó se afastou lançando a Ruby um olhar sugestivo e a garçonete riu. Ela foi se sentar com Killian e eles sorriram um para o outro.

– Oi! Você está bem? – ele perguntou enquanto dava uma garfada em sua lasanha.

– Sim... na verdade, estou meio confusa... mas estou bem...

– E a sua avó não desconfiou de nada, não é? – ele sussurrou.

– Não. E eu vou continuar fingindo que está tudo bem. – ela sussurrou de volta – Eu sei o que você pensa, mas não posso contar a ela ainda. Eu preciso aceitar isso primeiro...

Ele entendia. Afinal, era de uma criança que estavam falando. Ruby estava meio zangada com aquele bebê que crescia dentro dela, mas eles não tinham muita certeza de nada. Mesmo que os testes tivessem dado positivo e mesmo que ela tivesse tido sintomas de gravidez, não podiam afirmar nada até que ela fizesse um exame de sangue. Ruby estava relutante, mas Killian dissera que eles poderiam conversar com o Dr. Whale. Um médico não poderia comentar nada com ninguém, se assim o paciente exigisse.

– Vamos esperar um pouco, tá? – ela deu o assunto por encerrado – O que acha de sairmos hoje à noite?

– Por mim tudo bem.

Combinaram de ir ao The Rabbit Hole. Killian não achava que Ruby devesse beber, estando grávida, mas ela replicou dizendo que precisava se distrair. A avó a liberou depois de algumas horas e ela correu para se arrumar.

– Aonde é que você vai? – Kate perguntou.

– Vou sair com o Killian.

– Ah é? – a outra sorriu marota – Vocês estão ficando?

– Por que é que todo mundo quer saber? – Ruby revirou os olhos – Não posso simplesmente sair com um cara sem todo mundo ficar de olho?

– Porque finalmente você arrumou um homem decente. Um homem, não um garotinho inconveniente como o Billy ou o Peter. Ou como o Orlando...

– Lamento não ter dado certo entre você e Orlando – Ruby passava chapinha nos cabelos.

– Tudo bem. – Kate se recostou ao batente da porta e ficou observando enquanto Ruby se arrumava – Ele nem é meu tipo. Mas o August... talvez, quem sabe... eu andei conversando com ele.

– É mesmo?

– É... ele é simpático. Mas acho que está a fim da Xerife Swan.

– Oh, só porque ele a levou pra passear, não quer dizer que eles tenham algo.

August Booth parecia ter algum tipo de interesse em Emma Swan. Pelo menos foi o que todo mundo pensou quando ele a levou para dar uma volta de moto. Mas já que Emma não parecia muito interessada em outro amor, August não tinha muita chance com ela.

Ruby terminou de se arrumar e a avó a elogiou quando a viu.

– Viu só? Você fica muito mais bonita quando não se veste de maneira exagerada e inapropriada. Ainda bem que deu um fim àquelas minissaias e shortinhos.

– O Killian não precisa ver minhas pernas para gostar de mim – Ruby respondeu – Ele elogia meu cérebro.

– É mesmo? – debochou Kate – Surpreendente você ter um...

Kate e a avó riram e Ruby ficou irritada. As duas se puseram a fazer perguntas e Ruby não sabia dizer se ela e Killian eram amigos, ficantes ou namorados. Depois daquela declaração da noite anterior, a garçonete até achava que talvez ele fosse pedi-la em namoro, mas achou que não devia esperar muito por isso, para o caso de se decepcionar depois.

– Ele devia ter um carro você não acha? – disse Kate, espiando pela janela da frente. As três estavam no hall de entrada da pensão e Kate esperava encontrar August. Ele tinha saído mais cedo e a garçonete se perguntou se ele estaria com a Xerife.

– Por mim tanto faz – Ruby respondeu – Eu gosto de ser a motorista.

– Sim, mas é o cara que deve buscar a moça e não o contrário.

– Oh, Kate... sua cabeça vive no passado. Estamos no século XXI, amiga. Nem a vovó, que é das antigas, fica pensando essas coisas.

– Está me chamando de velha? – a avó encarou a neta por cima dos óculos, desviando a atenção das anotações que fazia.

– Não, vovó... Só estou dizendo que você não fica presa no passado, apesar de as coisas terem sido diferentes na sua época. Bem, vou indo, o Killian chegou.

– Juízo vocês dois – Vovó gritou pra ela.

Killian a elogiou quando a viu e os dois caminharam até o Rabbit Hole. Ruby teria dirigido até lá, mas Killian não queria que ela se esforçasse. Eles conversavam animadamente e a garçonete ficava um tanto envergonhada quando o homem a olhava.

– Por que você gosta de mim? – ela perguntou enquanto encarava o drinque à sua frente.

– Porque você é simpática, inteligente, engraçada, carismática... e muito linda. – ele respondeu, brincando com o guarda-chuvinha de sua bebida.

– Eu não sou tudo isso – ela sorriu envergonhada.

– É claro que é. E não sei por que está saindo com um cara como eu...

Ruby o encarou. Por que é que ele tinha tanta dificuldade de se olhar no espelho e ver o quanto era perfeito?

– Você tem visto o Archie?

– Uma vez por semana – Killian assentiu e tomou um gole de seu drinque.

– E por que ainda tem tanta dificuldade em aceitar quem você é?

Eles se olharam, enquanto o homem pensava numa resposta. Ele mesmo não sabia. Embora as últimas semanas tivessem sido boas, ele ainda não tinha uma boa autoestima. Archie estava trabalhando nisso e Killian precisava se esforçar pra aceitar quem era.

– Eu não sei... eu só... às vezes eu não consigo aceitar...

– Aceitar o quê?

– O que aconteceu comigo... e a morte de meus pais – ele disse meio deprimido – Por quê? Há tantas pessoas más no mundo... Então por que isso tinha que acontecer logo comigo?

Ela pegou na mão dele, consolando-o.

– Sei o quanto dói, porque também perdi meus pais. Mas acredito que as coisas acontecem por uma razão... e pra nos deixar mais fortes. É claro que o destino foi cruel com você, mas isso te transformou em quem você é hoje: um homem honesto e de bem.

Eles sorriram um para o outro. Killian enxugou uma lágrima solitária.

– Tem razão... só que é difícil aceitar...- ele deu uma pequena pausa – E os seus pais? Você nunca me disse como eles morreram...

Ela desviou o olhar, soltando a mão de Killian. Talvez ela também tivesse um passado doloroso e não quisesse compartilhar isso com ele.

– Desculpe. Eu não devia perguntar isso.

– Não, tudo bem – ela sorriu forçadamente – Você me contou sobre você, então devo me abrir também. – ela apertava as mãos como se estivesse nervosa – A minha mãe morreu quando eu nasci. Complicações no parto... os médicos não conseguiram salvá-la. E o meu pai... ele era um bêbado. A vovó disse que ele enfiou o carro num poste... não sobrou nada dele...

– Eu sinto muito.

Ele enxugou as lágrimas que escorreram pelo rosto dela. Ruby fungou.

– Eu me culpava, sabe... por ela ter morrido. Até desejei não ter nascido. Mas aí a vovó disse que não tinha sido minha culpa, que era pra acontecer. Se Deus quis assim, então não há nada que possamos fazer.

– É claro que não foi sua culpa. Como poderia?

Seguiu-se um longo silêncio. Algumas pessoas agitavam a pista de dança, enquanto garçonetes passavam com bandejas e bartenders preparavam bebidas. Killian observou Ruby por uns instantes, ela estava distraída observando o movimento do bar. Ele não se importava com o fato de ela estar grávida. Mesmo que aquela história fosse muito estranha, não iria abandoná-la.

– Quer dançar? – ele indagou depois de esvaziar sua taça.

Ela negou com a cabeça.

– Estou um pouco cansada. Você sabe... esse lance de gravidez...

– Você tem que ir ao médico.

– Não...

– Ruby! É uma vida que você está gerando. Não pode fingir que esse bebê não está aí. Você tem que se cuidar.

– Eu não posso... – os olhos dela estavam marejados.

– Não, não chore. – ele tentou acalmá-la, mas Ruby se levantou e saiu correndo. Ele a alcançou quando ela saiu pra rua, caminhando a passos trôpegos. – Não precisa chorar. Vai ficar tudo bem.

– Não, não vai – ela choramingou, virando-se para olhá-lo.

Ele odiava vê-la chorar. Era como se uma parte dele doesse com a dor dela. Ele a amava tanto que a dor dela também era sua dor.

– Eu não posso fazer isso... – ela continuou – Eu não posso lidar com isso e não posso ir a um médico. E quando eu descobrir quem é o pai dessa criança? Vamos encarar os fatos, Killian, esse bebê não brotou dentro de mim. Eu provavelmente me embebedei e dormi com alguém... Eu me lembraria, mas...

– Shh!Não fique pensando nisso – Killian tentou abraçá-la, mas ela se afastou.

– Por que está fazendo isso? Eu sei o que você sente por mim, mas não entendo... Esse filho não é seu. Por que ainda está do meu lado?

– Porque me importo com você.

– E não liga para o fato de esse filho ser de outro? Como é que consegue aceitar isso? Como aceita o fato de que sou uma vadia que nem sabe de quem engravidou?

– Pare! – ele a segurou por um braço – Pare com isso! Você não é uma vadia. – ele disse pausadamente e Ruby caiu no choro - Olhe pra mim... Não chore. Eu estou aqui pra você. E eu vou cuidar de você. Vou cuidar desse bebê e fazer de você minha mulher.

– O que está dizendo? – ela murmurou fracamente.

Os dois se olharam. Um vento frio passou por ali e Ruby se encolheu. Killian lhe acariciou o rosto e ela se acalmou um pouco.

– Casa comigo! – foi o que ele disse.

Ruby o encarou completamente pasma. Por um momento, foi como se o mundo parasse, como se não houvesse nada, nem ninguém. Só havia Killian e Ruby. Ela tentou articular umas palavras, mas não conseguiu. Killian observou quando a boca da moça se abriu e se fechou. Ela estava em choque. Ele estava a pedindo em casamento, mas por quê?

– Eu...

– Case-se comigo. – ele pediu novamente – Me deixa cuidar de você e dessa criança.

Oh, ele parecia um cachorrinho abandonado. Ruby quase não conseguia dizer não àqueles olhinhos tristes. Ele parecia esperançoso. É claro que era uma loucura. Eles mal se conheciam! Ela estava confusa e toda aquela história parecia um pesadelo horrível ou o melhor dos sonhos. A gravidez indesejada estava sendo um sufoco, mas Killian era um anjo na vida dela. Como ela poderia dizer não? Como poderia recusar o pedido? Ela estava apaixonada pelo homem...

– Eu não posso te dar um anel de noivado – ele continuou e remexeu num dos bolsos do casaco – Mas posso te dar isto – ele lhe mostrou um delicado anel de prata em que havia um rubi incrustado. Ruby não sabia dizer se era realmente uma jóia ou bijuteria, mas o que valia era a intenção. – É uma jóia de família. Pertenceu à minha mãe e eu ficaria honrado se você aceitasse.

– Mas eu não posso aceitar... Não sou digna!

– É claro que é – ele novamente lhe enxugou as lágrimas, afastando as mechas de cabelo que teimavam em lhe esconder o rosto – Eu sei que está confusa, mas não me importo que esse filho não seja meu. Por favor, aceite meu pedido. Você não precisa me amar... apenas me deixe cuidar de você...

Um lindo sorriso se formou no rosto da moça, pra depois se transformar numa expressão confusa.

– Por que está fazendo isso? Por que se importa tanto comigo?

– Porque eu te amo!

Sem hesitação. Ele fora realmente verdadeiro ao dizer aquilo. Killian sorriu meio envergonhado e novas lágrimas se formaram nos olhos verdes de Ruby. Inacreditável! Ele a amava...

Ela o puxou para um beijo desesperado. Separaram-se por falta de ar e Killian acariciou o rosto da moça. Ruby respirava com dificuldade, como se estivesse sufocada, quase sem respirar. Ele passou os braços em volta dela, puxando-a pra um abraço carinhoso.

– Eu aceito! – ela disse baixinho e eles se separaram.

– Mesmo? – Killian sorriu e ela assentiu envergonhada.

– Eu estive confusa quanto a meus sentimentos. E mais confusa ainda quando descobri essa gravidez. Mas você sempre esteve do meu lado, me apoiou quando eu precisei e acreditou em mim quando eu mesma não acreditei no que podia fazer. E você me mostrou que eu não precisava ser vulgar pra atrair a atenção dos homens... Você me ama pelo o que eu sou. E eu também te amo pelo o que você é.

– Você me ama? – Killian perguntou desacreditado. Ele não esperava isso. Parecia um sonho se realizando.

– É, amo sim... – ela sorriu.

Killian amava o quanto ela ficava envergonhada. Pra ele Ruby parecia uma bonequinha e ele não se cansava de acariciar aquelas bochechas rosadas. Ele pegou a mão dela e lhe enfiou o anel no dedo anelar.

– Não é muito, mas é de coração.

– É lindo! Obrigada!

Eles se abraçaram e caminharam de volta para a pensão. Killian passou um braço em volta dela, protegendo-a do frio. No caminho eles passaram por Archie, que sorriu e lançou um olhar satisfeito a Killian. O psicólogo ainda não sabia que Ruby era o grande amor de Killian, mas o encorajara a se declarar. Com certeza os dois teriam muito que conversar na próxima sessão de terapia.

– Acha que sua avó vai nos aceitar? – Killian perguntou quando eles já estavam em frente à pensão.

– É claro que vai. Ela adora você.

Eles riram.

– Bem, de todo jeito vou ter que falar com ela pra pedir sua mão.

– Killian, não estamos no século XX... – a moça riu. Killian era mesmo um cavalheiro à moda antiga, mas pedir a permissão da avó já era demais – É uma decisão minha, a vovó não tem que se intrometer.

– Mas tem que nos dar a benção.

– Está bem – ela sorriu – Vou prepará-la pra quando você vier.

Ele a puxou para um beijo apaixonado. Poderiam ficar ali a vida inteira. Abraçados. Juntos. Que loucura! Eles se conheciam há pouco mais de um mês e ele já a pedira em casamento. Mas não parecia apenas um mês. Era como se eles já se conhecessem há muito tempo. Às vezes Killian olhava pra Ruby e conseguia ver uma princesa. Talvez ele estivesse conversando demais com Henry e o garoto pusera bobagens demais em sua cabeça. Mas o menino estava certo quando dissera que os dois ficariam juntos. Com certeza Killian o agradeceria depois, Henry também lhe encorajara a se declarar pra Ruby.

Os dois se separaram e se despediram. Killian caminhou pra casa feliz da vida e Ruby apenas subiu a escadaria da pensão aos pulos. A luz do quarto da avó estava acesa e ela saiu para o corredor, vestida num roupão de banho.

– Só ficando, não é? – ela ergueu uma sobrancelha para a neta. Vovó olhara pela janela e vira os dois se beijando. E agora, vendo o enorme sorriso no rosto da neta, ela sabia que aquilo não podia ter sido apenas um encontro casual.

– Agora é oficial – Ruby sorria de orelha a orelha e ergueu a mão mostrando a avó o anel que ganhara – Estamos namorando.

– Oh... ele te deu isso? – os olhos da senhora se arregalaram – É uma jóia e tanto! Oh, ele gosta mesmo de você.

– Vovó... sei que vai achar que é loucura, mas...

Ruby estava hesitante em contar a avó que ela e Killian iriam se casar. Como a senhora reagiria? É claro que Ruby era maior de idade e completamente capaz de tomar suas próprias decisões, mas a avó a criara. E o que será que ela ia pensar disso tudo?

– Continue – Vovó ajeitou os óculos em cima do nariz.

– Bem... o Killian me pediu em casamento... e eu aceitei!

A avó fez uma expressão engraçada, um misto de espanto, felicidade e confusão.

– Mas... há quanto tempo vocês se conhecem mesmo? Um mês?

– Isso. Pouco mais de um mês. Eu sei que pode parecer uma decisão precipitada, mas eu o amo e ele me ama também.

A avó ficou quieta por uns instantes. Parecia estar levando um tempo pra absorver tudo. Ela gostava de Killian, era um bom rapaz, mas não esperava que tudo acontecesse tão rápido. Num dia eles eram amigos, no outro já eram namorados e então Ruby vinha com aquela conversa de casamento... Era muita coisa pra cabeça de uma velha.

– Ah, eu entendo. – Vovó disse por fim – As coisas acontecem rápido hoje em dia, não é? Mas a decisão é sua. E pra mim basta que seja feliz.

– Quer dizer que a senhora nos aceita?

– Claro! Por que não aceitaria? – a avó abriu um sorriso, coisa que Ruby raramente via – Se você está feliz, também estou feliz.

– Obrigada, vovó!

As duas se abraçaram.

– Agora vá dormir, menina. Já está tarde e amanhã você tem que acordar cedo.

Mas Ruby não conseguiu dormir. Ela e Killian passaram quase a noite toda trocando mensagens. Ele estava feliz, ela estava feliz. Como poderia ser mais perfeito? Mas nem tudo seria como eles esperavam. Do outro lado da cidade, no número 108 da Rua Mifflin, Regina Mills tramava um plano...


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