Como Irritar Um Capitão Pirata escrita por Mrs Jones


Capítulo 30
Capítulo 26 - Problemas...


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas! Sei que demorei, mas esses dias estou sem tempo. Ontem foi aniversário de um ano da fic :D Eu pretendia fazer um capítulo bem grande como comemoração, mas acabou não saindo como o esperado. Bem, só tenho que agradecer a vocês, leitoras lindas e maravilhosas. Quando eu postei essa fic, não imaginei a repercursão que ela ia ter. Essa fic alcançou a marca de 212 comentários e 13 recomendações, algo que eu não esperava. Tenho até que agradecer à Lucyle Liddel pela recomendação que ela deixou essa semana. Vocês não sabem o quanto fico feliz ao ler os comentários e as recomendações. O apoio de vocês é tudo pra mim e espero que essa fic ainda demore bastante para acabar rsrsrs Também fico feliz pelas 37 pessoas que favoritaram a fic e pelas outras 76 que estão acompanhando. Embora nem todos comentem, sei que estão aí e agradeço de coração. Eu amo vocês



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– Shh, está tudo bem... Ele te machucou?

– Não, mas ele... me beijou...

– Quê? – Killian pousou o olhar em Quinn, que aparentemente já não respirava mais – Por que ele fez isso?

– Ele me amava, queria me transformar em loba para que ficássemos juntos.

– Oh... está tudo bem agora – o Capitão a abraçou mais forte.

Vozes se aproximavam e ouviu-se o som de folhas sendo pisadas e galhos se partindo. Era o grupo de homens à procura do lobo. Foi um susto quando viram Quinn caído morto, com a espada do Capitão atravessada no peito.

– Que aconteceu aqui? – perguntou o líder do grupo.

– Quinn era o lobo, tentou matar Ruby. – o Capitão esclareceu

– Tem certeza? Nós reviramos a casa dele e não encontramos nada.

– Isso porque ele tratou de esconder tudo o que o incriminasse – contou Ruby.

A Princesa os levou ao esconderijo de Quinn, onde encontraram todos os pertences do rapaz e mais dezenas de coisas estranhas. Parecia que aquela toca servira de esconderijo a toda uma linhagem de lobos. Killian levou Ruby para casa e tanto Anita quanto Vovó e Mary ficaram horrorizadas ao saber que a princesa quase fora morta por Quinn.

– Sorte que eu a encontrei a tempo – o Capitão contou a elas – Notei que as pegadas de Ruby iam até a floresta e presumi que ela estivesse com Quinn. Se eu não tivesse chegado... talvez a essa altura ela já estaria morta.

Foi o suficiente para que Vovó e Mary mudassem sua opinião sobre o Capitão. Se o pirata salvara a princesa tantas vezes, era sinal de que ele realmente a amava.

Enquanto a Princesa tomava um banho relaxante, Anita e Vovó foram à taberna acompanhadas de Killian, pois queriam saber quando seria o funeral de Quinn e se haveria uma cerimônia. Quando Ruby terminou o banho, se sentiu mais pura, já que não suportava o fato de Quinn ter tocado nela.

– Você realmente é uma sortuda – Comentou Mary enquanto penteava os longos cabelos da irmã – Ele gosta mesmo de você.

– Já mudou sua opinião sobre ele? – Ruby sorriu, agora já mais calma.

– É, até que ele é legal, mas meio excêntrico. Que homem usa delineador? E um gancho no lugar da mão... Francamente! – Branca balançou a cabeça e Ruby apenas riu. – Mas sabe, você está diferente. Feliz. De um jeito que eu nunca tinha visto antes.

– Ele me faz feliz. As coisas mudaram desde que nos conhecemos. Pena que passamos tanto tempo brigando antes de percebermos que nos amávamos...

Mary suspirou:

– Às vezes eu penso no meu James e sinto uma dor no coração... Talvez ele nem se lembre de mim...

– Ei, não diga isso! – Ruby fez a irmã se sentar à sua frente – Você não me contou a história da Rainha, porque ela está atrás de você?

– Ah é uma longa história... – Mary tentou mudar de assunto, mas Ruby insistiu:

– Temos muito tempo, eu quero saber tudo.

– Ah, está bem... Lembra quando ela se casou com o Rei Leopoldo?

– Claro, nós fomos ao casamento.

– A verdade é que ela se casou forçada. E foi Cora, a mãe dela, quem armou tudo. A esposa do rei tinha morrido, e só depois fui descobrir que a própria Cora a matou.

– A Rainha Eva? Mas pensei que ela estava enferma.

– Não – Branca balançou a cabeça – Cora a envenenou, assim o Rei estaria viúvo e provavelmente procuraria outra esposa. Não sei ao certo o que Cora fez, mas acabou dando um jeito de que o Rei conhecesse Regina, e quando ele a pediu em casamento, a própria Cora aceitou em nome da filha. Mas Regina estava muito insatisfeita com isso e logo eu descobri por que. Quando fomos convidadas para o casamento acabei descobrindo que secretamente ela amava o garoto do estábulo, Daniel. Regina me fez guardar segredo para que Cora não descobrisse nada, mas eu fui tola a ponto de contar a ela. Achei que Regina estaria se distanciando da mãe se mantivesse isso como segredo, e afinal, ela não devia se casar com um homem sendo que amava outro. Como eu fui tola...

– Oh, você era apenas uma criança...

– Mas Regina nunca me perdoou. Depois que Cora descobriu sobre os dois, ela matou Daniel. Regina disse que ele tinha fugido, mas o que ela queria mesmo era esperar até poder se vingar de mim. E é por isso que ela me odeia tanto, eu destruí o amor da vida dela...

Ruby estava chocada.

– Eu não imaginava...

– Quem imaginaria, não é? – Mary suspirou tristemente – Depois que o Rei Leopoldo morreu, ela colocou em prática sua vingança contra mim. Ela fez parecer que eu era uma criminosa, até insinuou que eu tinha cometido assassinatos e roubos. É por isso que estou fugindo, ela ainda está por aí procurando por mim, e o reino dela está contra mim. Não vai demorar até que ela contamine outros reinos, fazendo parecer que sou mesmo uma ameaça. Agora você entende porque eu vivo me escondendo por aí? Se me encontrarem, vou parar na forca.

– Não fale isso! – Ruby estremeceu apavorada.

– Ela até mandou um caçador para me matar, felizmente ele era um homem muito bom e me deixou fugir...

– Oh céus! A coisa é mesmo grave. Mas... acho que você devia vir conosco, digo, no navio. Poderíamos protegê-la.

– Não! Ficou louca? Se Regina descobrir que estão me ajudando, ela mata todos vocês. É o que ela faz com aqueles que se dispõe a me ajudar. Não... eu vou continuar fugindo, não se preocupe. Tenho me escondido em florestas, lugares em que ela não pode me achar.

– Você é quem sabe...

– É melhor assim. Além disso, você tem que viver sua vida... com aquele Capitão convencido...

As duas riram e Ruby perguntou de James.

– Ah ele fez o possível para me ajudar. Mas faz um tempo que não nos vemos. Só espero que ele esteja bem. Talvez tenha se casado com a Princesa Abigail.

– Não, ele ama você.

– Ele não ia me esperar por tanto tempo...

– Claro que ia. Se ele realmente a ama, ele vai esperar o tempo que for.

Mary sorriu e suspirou apaixonada.

– Ah bem, vou ver onde aquelas duas se meteram – disse se referindo a Vovó e Anita – Descanse!

Ela passou pela porta e acabou topando com o Capitão, que voltava da taberna. Ele perguntou a Ruby o que Mary ia fazer e se ela não queria se juntar à tripulação do Jolly Roger, assim fugindo da Rainha. Ruby explicou que Mary não queria causar problemas a eles caso Regina descobrisse que a estavam ajudando e o Capitão comentou:

– Ah, ainda bem. Eu não ia suportar sua irmã nos vigiando o tempo todo...

– Killian! – Ruby bateu nele e o pirata riu:

– Estou brincando. – ele deu a ela um beijo na bochecha - Você parece melhor agora. Vão enterrar o Quinn, mas não de um jeito cerimonioso. Ninguém parece achar que ele merece isso, depois que matou aqueles homens.

– Ele não teve culpa. Estava enlouquecido sob o poder da maldição.

– Você pode prestar uma homenagem se quiser. A Vovó quer levar flores. Sabe que agora ela até gosta de mim? Sabia que era apenas questão de tempo até que ficasse seduzida pelo meu charme.

– Você é mesmo convencido – Ruby riu e Gancho sorriu:

– Um pouquinho. – depois mudou de assunto como que acabando de se lembrar de algo -Acabei de me lembrar que não lhe dei seu presente de aniversário.

– Ah, nem precisava de presente. Só aquela festa já foi o suficiente...

– Não, não foi. Bem, vamos fazer isso da maneira apropriada.

Ruby observou enquanto o Capitão se abaixava, apoiando-se num dos joelhos. Ela inicialmente não entendeu qual era a intenção do pirata.

– O que está fazendo? – perguntou meio confusa.

– Algo que só vou fazer uma vez na vida, então não estrague o momento – ele remexeu nos bolsos procurando por algo – Onde está? Ah, encontrei!

E pasma, a princesa observou enquanto ele tirava uma caixinha de veludo de um dos bolsos. Ela não esperava por isso, mas será que... Não, ele não estava mesmo fazendo aquilo. Um pirata? Mas então ele estendeu a caixa para ela e quando Ruby abriu...

– Oh... – ela murmurou surpresa ao ver um lindo anel banhado em ouro e cravejado de pequenas pedrinhas brilhantes, que ela reconheceu como diamantes.

– Ruby, quer se casar comigo?

– Eu... – ela levou dois segundos até processar o fato de que Killian a estava pedindo em casamento, mas não pensou duas vezes em aceitar a proposta – Sim! Sim, eu aceito! – e se jogou nos braços dele.

– Ah graças aos céus! – o Capitão suspirou aliviado e a abraçando forte – Eu temia que você fosse recusar o pedido.

– É claro que não. Eu te amo...

– Eu também te amo, minha princesa.

Os dois se beijaram brandamente e o Capitão colocou o anel no dedo anular esquerdo da moça. Os olhos dela estavam marejados por lágrimas de emoção e Killian os enxugou gentilmente.

– Onde conseguiu esse anel? Deve ter sido muito caro... – ela indagou enquanto admirava a beleza do anel.

– Eu o comprei há muito tempo, de um velho joalheiro. Ele me disse que um anel tão delicado só poderia servir para uma mulher que eu realmente amasse. Então resolvi comprá-lo com a esperança de que um dia encontrasse essa mulher, me apaixonasse e a pedisse em casamento. E agora você está aqui, bem do jeito que eu queria. Oh, não chore...

As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Ruby e ela simplesmente não se importava, pois aquele era o momento mais feliz de sua vida. Eles se abraçaram e Ruby lembrou ao Capitão que ele devia pedir a benção de seus pais. Bem, no caso apenas de Anita.

– Eu já pedi. Sua mãe ficou muito feliz e até sua avó pareceu uma pouco alegre, mas também me ameaçou dizendo que vai arrancar minha outra mão caso eu faça você sofrer.

Ruby não pôde deixar de rir e nesse momento Vovó, Anita e Mary entraram na casa.

– Vejo que já fez o pedido – Anita sorriu ao notar o anel no dedo da filha – Espero que sejam muito felizes juntos.

– Oh, vão se casar – Mary correu a abraçar a irmã – Que notícia boa. Espero ser convidada.

– É claro que vai – disse Ruby – Podemos até fazer um casamento duplo.

– Ah, é muita emoção para o coração de uma velha – Vovó se queixou – Espero que ao menos me dêem bisnetos antes que eu morra. E para o seu bem, espero que eles não usem delineador e roupas pretas como o pai.

– Ei! – Gancho protestou e todos riram.

Depois Vovó lembrou que deviam prestar uma última homenagem a Quinn e eles saíram para a tarde fria daquele dia de outubro. O cemitério local não era muito grande, havia uma cerca de ferro delimitando o lugar e lápides velhas e empoeiradas se erguiam por lá. Ninguém fora ao funeral de Quinn, nem mesmo sua família. Dois homens cavavam uma cova e o corpo de Quinn estava no chão ali perto, envolto em lençóis brancos.

– Pobre rapaz – a avó murmurou.

Killian abraçou Ruby quando ela começou a chorar e teve que admitir que ela realmente gostasse de Quinn, mesmo ele tendo tentado matá-la. Ela explicou que eram bons amigos, e que perdoava Quinn, pois ele não sabia o que estava fazendo. Ninguém falou nada enquanto assistiam os homens depositando o corpo no fundo da cova e cobrindo-o com terra. Depois que acabou e os homens se retiraram, Ruby se adiantou e depositou uma rosa branca sobre o túmulo de Quinn.

– Você foi um bom amigo – murmurou entre as lágrimas – E eu o perdôo. Descanse em paz.

Mary, Vovó e Anita também colocaram rosas e eles fizeram seu caminho de volta à casa da avó.

– O que vão fazer agora? – indagou Anita enquanto eles caminhavam – Suponho que devem ter programado alguma viagem...

– Na verdade não – falou o Capitão – Nós passamos um tempo nas Ilhas Maravilha, mas viemos correndo para cá já que Ruby estava preocupada com a irmã. Ainda não tivemos tempo de pensar no que fazer.

– Talvez devessem ficar mais um pouco – a avó sugeriu e Anita balançou a cabeça.

– Não!

Todos se assustaram e pararam para olhá-la. A mulher pareceu meio constrangida, até confusa. Ruby que não era nada boba, logo percebeu que a mãe lhe escondia algo.

– O que foi? Tem algo que a senhora não me contou, não é?

– Ah, eu não queria ter que lhe dizer isso... – Anita encarava o chão e depois olhou a filha – Seu pai se arrependeu por ter vendido você...

– Foi por isso que ele colocou corsários atrás de nós? – o Capitão perguntou antes que Ruby pudesse dizer algo. Ela olhou para ele chocada, mas não conseguiu dizer nada.

– Você sabia? – Anita olhou para Killian surpresa. Ela certamente não percebera o quanto o Capitão era esperto.

– Eu descobri recentemente, quando avistamos os corsários. Sabemos que receberam ordens de destruir qualquer navio pirata, e eu logo imaginei do que se tratava. É claro que ele se arrependeu, e agora quer a Ruby de volta...

– Por que não me contou? – A Princesa estava chateada.

– Porque não queria preocupá-la. Era o seu aniversário, queria que aproveitasse.

– O fato é que ele está atrás de vocês. Devem tomar cuidado, meu marido não vai descansar enquanto não recuperar a filha. E é por isso que devem partir, se ele aparecer por aqui e encontrar vocês...

– Mas se os corsários estão por aí, não seria mais óbvio que se escondessem em terra firme? – foi a vez de a avó falar.

– Eu realmente não sei o que fazer. – o Capitão confessou. – Há perigo por todos os lados.

– Eu vou falar com ele – Ruby estava decidida – Pedir que nos deixe em paz. Ele não pode estragar minha vida.

– Não. Seu pai não escutaria – a mãe colocou as mãos nos ombros da filha – Se ele encontrar vocês vai mandar prender os piratas e levá-la de volta ao castelo.

A situação era delicada. Calaram-se por uns segundos, pensando no que fazer.

– Talvez Ellanor pudesse nos esconder como fez aquele dia na ilha. Claro que ela vai ter que se esforçar para nos manter protegidos vinte e quatro horas por dia. – o Capitão falou.

Então ele e Ruby resolveram ir atrás da bruxa, que não dera as caras desde que eles haviam chegado no vilarejo. Como de costume, ela estava no porão do navio, fazendo suas poções e bruxarias. Desde que Ellanor ocupara aquele espaço, os ratos e baratas tinham sumido e o lugar parecia menos sujo, mas ainda havia algo de sombrio no ar.

– Eu já esperava que aparecessem por aqui – a bruxa disse quando eles entraram no porão. Ela estava sentada a uma velha poltrona e bebericava um chá de aparência estranha. Provavelmente tivera uma visão do futuro e previra que Killian e Ruby fossem precisar de ajuda.

– Por que não foi nos ajudar com o lobo? – perguntou o Capitão.

– Bruxas não se metem com lobos, vocês já deviam saber. E, além disso, se as pessoas descobrissem que sou uma bruxa, iam tratar de me queimar na fogueira. Eu não ia permitir é claro, mas isso ia causar uma enorme confusão. Mas vocês estão aqui para outra coisa, não?

– Os corsários, é a mim que eles querem – explicou Ruby – Você pode fazer aquele feitiço de novo, aquele para tornar o navio invisível?

– É claro que posso, mas necessito de um pagamento antes.

– Morar no porão do meu navio já não é pagamento suficiente? – o Capitão indignou-se. Aquela bruxa sempre arrumava jeito de conseguir o que queria.

– Tente entender meu lado, caro Capitão. Sabe o esforço que terei de fazer para manter esse navio protegido? Você não imagina o quanto eu preciso estar preparada. Vai ser como se meu poder estivesse se esvaindo de mim, tal vai ser a força que vou ter de fazer.

– Está bem... o que quer?

– Bem, digamos que eu quero algo precioso. Não suas jóias ou seu dinheiro – ela ergueu um dedo magricelo e apontou-o para o Capitão – Mas algo tão precioso quanto. Algo que só você pode me oferecer.

– E o que seria?

– Seu coração, meu caro.

– Meu coração? – o Capitão ergueu as sobrancelhas, confuso.

A bruxa pôs uma das mãos sobre o peito do Capitão, bem em cima de onde seu coração batia.

– Eu posso sentir... coragem, bondade, um pouquinho de ganância, ciúmes e muita paixão... Sem dúvida, esse coração me renderia uma magia poderosa.

– Eu não vou dar meu coração a você – o Capitão se afastou puxando Ruby junto, como que para protegê-la – Ficou louca, mulher?

– Bem, nesse caso, nada de feitiço de proteção... – a bruxa deu de ombros e foi sentar-se à sua poltrona. Killian a encarou por uns segundos até dizer:

– Não há nada mais que você queira?

– É claro que não. Eu já tenho esse porão, meu marujo, minhas poções... Não há nada mais que eu queira de você.

– Sendo assim... Vamos indo, Ruby.

Eles saíram deixando a bruxa sozinha. O Capitão estava preocupado, mas se Ellanor não se dispunha a ajudá-los, o que mais ele poderia fazer?

– Ei, não fique assim – Ruby o abraçou quando o Capitão deu sinais de nervosismo – Daremos um jeito. Meu pai não pode me controlar, não agora que sou maior de idade.

– Eu sei, mas você sabe do que ele é capaz. Eu não quero perdê-la.

– E não vai. Tudo o que temos que fazer é ir para longe, para um lugar em que ele não nos encontre. Vai ficar tudo bem.

O Capitão pareceu mais tranqüilo, mas nem por isso deixou de lado seu jeito desconfiado. Ele reuniu os marujos e moças e disse que era hora de partir. Enquanto os piratas preparavam o navio, Ruby e Killian foram se despedir de Vovó, Anita e Mary. A essa altura, Mary Margaret já tinha fugido, ela não queria saber de despedidas e cada minuto que ela passava ali, era um minuto a mais que Regina tinha para encontrá-la.

– Sua irmã sabe o que faz – Anita tranqüilizou a filha – Ela ficou mais esperta desde que começou a se esconder por aí. Não vai ser pega facilmente. Agora eu estou preocupada é com vocês.

– Não fique. – falou Ruby – Vamos viajar para longe. Estamos pensando em passar um tempo viajando por outros mundos.

– Oh, então divirtam-se! E não se esqueçam de me trazer um cogumelo de crescimento caso passem pelo País das Maravilhas. – disse a avó fazendo os outros três rirem.

– Vovó, não tem nada de errado com sua altura. – afirmou Ruby.

– Ah tem sim. Parece que eu diminuo mais a cada dia que passa.

Eles riram de novo e Ruby e Killian prometeram voltar para uma visita. Eles se despediram das duas senhoras e já iam fazendo seu caminho de volta ao navio.

– E não se esqueçam, não quero que meus bisnetos se vistam como o pai – Vovó gritou para eles quando já estavam longe e Killian riu:

– Parece que meu estilo incomodou mesmo a sua avó.

Já de volta ao navio, Ruby sentiu falta de Tinker Bell. Todos os marujos estavam ali, além de Ellanor, Ariel, Mabel e Elizabeth. Mas nada da fadinha.

– Alguém viu a Tink? – a princesa perguntou às outras garotas quando se juntou a elas. As meninas se entreolharam, sem saber como contar a Ruby – Que foi? Aconteceu alguma coisa?

– Foi minha culpa – Liza confessou – Eu disse a ela que não devia ter raiva de mim só porque o Will me escolheu. Ela ficou enraivecida e começamos a discutir. Eu acabei dizendo que ao invés de brigar por Will ela deveria fazer algo útil e... bom ela foi atrás da Rainha Má.

– Quê?! Mas o que ela está pensando? Como foi que permitiram que ela saísse assim?

– Não conseguimos impedi-la – Ariel justificou – Você sabe como ela é rápida. Estava decidida a falar com a Rainha e ajudar sua irmã.

– Ah céus...

– Marujos, soltar velas, içar âncora. Todos ao trabalho! – a voz do Capitão percorreu o convés e ele fez seu caminho até Ruby – Ruby, querida, preciso que seja minha Imediata por enquanto. Smee está adoentado e creio que vai levar tempo até se recuperar.

– O que ele tem? Ellanor não pode preparar uma poção como fez comigo?

– Ela disse que é grave. Não sei ao certo, mas o coitado está de cama. Não vou exigir muito de você. Tudo o que tem que fazer é dividir a comida na hora das refeições, dar algumas ordens e me substituir no leme por uns minutos.

– Certo, Capitão. – ela fez uma continência e o Capitão riu, logo depois indo tomar seu lugar ao leme.

– Fiquei sabendo que seu amigo era o lobo – Mabel disse a Ruby – Sinto muito.

– Obrigada.

– É verdade que ele tentou matar você? – Ariel perguntou curiosa.

– É, sorte que o Killian apareceu. Foi horrível!

– Ah pobrezinha! – Mabel se aproximou para abraçá-la – Ainda bem que você tem o Capitão para protegê-la.

– Que é isso no seu dedo? – Liza reparou no anel de noivado – Ah pelo amor das fadas! Ele te pediu em casamento?

As garotas encararam Ruby, meio surpresas meio encantadas. O Capitão era mesmo romântico.

– Ah sim – Ruby suspirou apaixonada – E eu aceitei!

– Ohh... – as outras três suspiraram e começaram a abordar Ruby com todo tipo de perguntas. Queriam saber quando e onde seria a cerimônia de casamento, se ela já pensara no vestido, se já preparara seu enxoval, quantas pessoas iriam convidar, se haveria uma grande festa... A moça ficou atordoada com tanta coisa, e apenas disse que ela e Killian ainda não tinham pensando em nada. Confessou que sua maior preocupação eram os corsários e explicou que eles tinham sido mandados por seu pai. As garotas disseram que ela não devia se preocupar, e que tudo o que eles tinham que fazer era ir para longe. Liza pareceu aterrorizada ante a ideia de reencontrar aqueles homens, mas não demonstrou.

Eles partiram e Vovó e Anita acenaram tristemente para Ruby. Pelo visto elas só iam se ver de novo depois de muito tempo.

– Pena que eu não pude ver sua irmã – Ariel veio para o lado de Ruby – Espero que ela esteja bem.

Ruby contou a elas que Branca estava bem, mas que vivia se arriscando e fugindo. Ela disse a Ariel que Mary lhe mandara um abraço.

Ruby ainda estava preocupada com Tink. Em conversa com o Capitão, a princesa confessou temer pela vida de Tinker Bell, mas ele a tranqüilizou dizendo que a fadinha era esperta e sabia como escapar de situações de risco. Ruby ficou mais tranqüila, mas não menos preocupada.

Os marujos faziam suas tarefas habituais, agora divididos em turnos. Killian teria de passar a noite toda acordado, já que Smee estava doente e Ruby não podia ficar sozinha com o leme por muito tempo. As garotas foram para a cabine do Capitão. Will desapareceu no andar de baixo, agora tendo a tarefa de cuidar dos canhões e armas. Jack passeava pelo convés, dando ordens e supervisionando o trabalho dos outros marujos. Killian assobiava tranquilamente e Ruby ainda admirava o anel de noivado, vez ou outra trocando olhares com o Capitão.

Agora que estavam noivos, a princesa não podia deixar de pensar no quanto era sortuda e no quanto sua vida mudara em tão pouco tempo. Se lhe dissessem que tanta coisa iria acontecer em apenas dois meses, ela não teria acreditado. Killian podia dizer o mesmo. Sua vida como pirata era cheia de aventuras, mas ele nunca pensara que um dia fosse se apaixonar por uma princesa e fazer dela sua esposa. O destino realmente gostava de criar caminhos inesperados!

Eles voavam velozmente, usando a vela de Pégasos. Já que os corsários haviam sido vistos há milhas de onde eles estavam, o Capitão achou melhor que eles se afastassem ainda mais, e o mais rápido que pudessem. Mas as coisas começaram a ir mal...

– Capitão, é impressão minha ou os ventos estão mais fortes? – Jack perguntou ao irmão, notando que as velas balançavam furiosamente. – Não seria melhor descermos um pouco? As velas podem arrebentar.

– É que pegamos uma corrente de ar vindo do sul – o Capitão explicou – São ventos fortes, mas não há per...

Antes que o Capitão terminasse de falar, uma das velas se soltou e caiu no convés. Foi o suficiente para que o navio balançasse todo e tombasse para o lado, já que estava sem equilíbrio.

– O que está esperando? Desça o navio! – Jack berrou e o Capitão começou a gritar ordens, mandando que retirassem a vela de Pégasos e ao mesmo tempo tentando estabilizar o navio.

Killian desceu o navio e Beto, que além de carpinteiro também era responsável pela manutenção das velas, sugeriu que navegassem por mar, para que as velas não fossem forçadas. O capitão concordou, já que eles estavam longe o bastante dos corsários. A vela foi recolocada no lugar e a viagem prosseguiu como se nada tivesse acontecido.

– Para onde estamos indo? – Ruby perguntou a Killian, notando que pela primeira vez ele não usava um mapa ou uma bússola.

– Não faço ideia – ele respondeu tranquilamente – Estou deixando a brisa nos levar. Talvez devêssemos passar uns tempos em uma ilha qualquer.

– Aquilo que você falou sobre outros mundos...

– Ah sim, existem dezenas de mundos por aí e poderíamos nos esconder. Mas a parte difícil é chegar até eles. Precisamos de um portal.

– E onde encontramos esses portais?

– Bem, eu não sei ao certo, querida. Mas garanto a você que logo vou descobrir. Nem que precise ameaçar Ellanor... Agora, se não se importa, eu gostaria muito que você fosse dormir. O dia foi atribulado e caso não se lembre, você quase foi morta por um lobo...

– Ah está bem. E obrigada por me lembrar disso, agora eu vou ter pesadelos à noite...

Ruby se despediu dele com um beijo e fez seu caminho até a cabine do Capitão. Era uma noite tranqüila e alguns marujos cochilavam sentados sobre caixotes. A lua cheia brilhava e as estrelas piscavam timidamente. Mas havia uma estrela que era a mais brilhante de todas, uma estrela de brilho meio azulado. O Capitão ficou observando aquela estrela por uns segundos, até que ela começou a descer até ele...

– Mas o que é isso? – ele sussurrou para si mesmo.

Mas então a estrela se transformou numa fada. A Fada Azul. Ela sorriu para o Capitão:

– Olá, Capitão. Como prometido, vim ao seu auxílio para lhe ajudar com seu pai.

– Você o encontrou? – o Capitão sentiu uma pontinha de esperança.

– Sim, mas não exatamente do jeito que eu esperava...

– O que quer dizer?

– Bem... ele foi feito prisioneiro há muitos anos e por isso nunca mais voltou.

– Mas prisioneiro de quem?

– Rumplestiltskin – ela disse com certo temor na voz.

– Rumple o quê? – o Capitão ergueu as sobrancelhas.

– Rumplestiltskin, o Senhor das Trevas. Ele é muito poderoso e mantém seu pai como prisioneiro. Rumplestiltskin costuma fazer acordos com as pessoas e na maioria das vezes, esses acordos não acabam bem.

– Então, você acha que meu pai fez um acordo com esse Rumple...

– Rumplestiltskin – a Fada Azul repetiu impaciente.

– Isso! Acha que ele fez um acordo com esse Rumplestiltskin?

– Não sei ao certo, mas suponho que sim. Provavelmente seu pai não sabia onde estava se metendo. Ou então foi enganado. O fato é que eu não posso fazer nada por ele, o castelo do Senhor das Trevas é impregnado de magia negra. Eu não posso libertar seu pai, minha magia não é suficiente.

– Céus, é pior do que eu pensava... – o Capitão murmurou tristemente, ainda mantendo um olho na direção. – O que eu faço? Deve haver uma maneira...

– Receio que a única maneira é fazer outro acordo com o Senhor das Trevas.

– Um acordo? Então basta que eu ofereça a esse Rumpletilssim algo que ele queira, em troca da liberdade do meu pai.

– Mas deve tomar cuidado. – a fada advertiu - O Senhor das Trevas sempre cobra caro. Lembre-se sempre, Capitão, toda magia vem com um preço. Se fizer uma escolha errada, isso vai repercutir no seu futuro...

O Capitão estremeceu e a fada subitamente mudou de assunto.

– Vejo que estão com problemas maiores, os corsários... – ela disse como que lendo os pensamentos do Capitão. Killian estava justamente pensando que os problemas escolhiam sempre a hora errada para aparecer, primeiro os corsários, agora seu pai...

– Há algo que você possa fazer? Nos proteja! – ele implorou

– Desculpe, isso está além do que eu posso fazer. A única magia forte o suficiente para protegê-los é magia negra. E eu o aconselho a não fazer uso dela... Há outras maneiras.

– Estive pensando em fugir para outros mundos, assim eles não podem nos encontrar. Mas como fazer isso sem um portal?

– Essa é a melhor alternativa que vocês têm – a fada sorriu – Você nunca ouviu falar dos feijões mágicos? Eles são o melhor tipo de portal que existe. Basta que você escolha o lugar para o qual quer ir e o feijão irá transportá-lo.

Os olhos do Capitão se iluminaram.

– Ótimo! E onde encontro esses feijões?

– Bem, não vai ser fácil. Feijões mágicos são cultivados por gigantes.

– Gigantes?

Por que as coisas sempre pioravam quando já estavam ruins? O Capitão respirou fundo, tentando ficar calmo.

– E esses gigantes não vivem muito longe daqui. – informou a Fada Azul.

– Ótimo! Basta que eu vá até lá e compre um feijão...

– Mas há um “porém”...

– Certo. E eu achando que não poderia ser pior...

– Os gigantes vivem lá em cima, num castelo construído nas nuvens.

É, tinha como ficar pior...

– Ótimo! Então arrumamos um jeito de subir até lá.

– Você vai subir por um pé de feijão.

– Um pé de feijão? Mas...

– E a escalada é cansativa e perigosa, mas quando chegar lá em cima, vai encontrar o castelo.

– E depois basta que eu compre o feijão...

– Ah meu caro Capitão, não é tão fácil quanto parece. Os gigantes são muito desconfiados, e eles não gostam de humanos. Primeiro você tem que se certificar de que não vai ser morto, depois deve pensar em como conseguir o feijão.

– Mas que droga! Por que tudo tem que ser tão complicado?

A fada ignorou o fato de o Capitão ter dito uma palavra feia e apenas lhe desejou boa sorte.

– Eu preciso ajudar outras pessoas, mas se precisar, vai me encontrar lá em cima, em forma de estrela – ela apontou para o céu. Ela já ia levantando vôo quando se lembrou – Ah, e caso a Tinker Bell apareça, diga a ela que esta é a última chance que estou dando a ela. É melhor que não estrague o restinho de confiança que ainda tenho nela...

A fada foi embora e o Capitão ficou sozinho e pensativo. Um pé de feijão? Certo. Agora, como é que ele ia escalar um pé de feijão gigante que subia até o céu? Poderia fazer isso apenas com uma mão? E se ele conhecia Ruby, sabia que ela ia querer acompanhá-lo nessa aventura. Bem, se era para o bem de todos, então ele tinha que fazer isso. Ele era Killian Jones e ele ia escalar um pé de feijão...


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Notas finais do capítulo

Bem meninas, eu queria que esse capítulo tivesse sido maior e melhor. E era pra eu ter postado ontem, mas acabou que não deu tempo. Se acharem que ficou muito ruim, digam nos comentários e eu vou reescrever. Estive sem tempo porque vou viajar daqui a pouco e só volto na segunda-feira, então até lá vocês vão ficar sem capítulo novo. Provavelmente só devo postar na terça ou quarta que vem.
Já adianto que o próximo capítulo vai se chamar Killian e o pé de feijão kkkk Vou me inspirar um pouco na série e também já vou dizendo que pretendo matar a Liza. Sim, porque eu sou má muahahahahah O Will combina mesmo é com a Tink, e bom, até eu já estou com raiva da Liza kkkk Então esperem que ela tenha uma morte meio trágica.
Não sei se vcs viram os spoilers que saíram sobre a série, mas vai ter a morte de um personagem principal. Estou torcendo para que seja o Neal, assim o Gancho fica com a Emma. E se matarem o Gancho, juro que vou lá na casa dos criadores da série, para ameaça-los... brinks kkkkk Meu Hook não pode morrer... Beijos e até semana que vem



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