Como Irritar Um Capitão Pirata escrita por Mrs Jones


Capítulo 25
Capítulo 21 - A nova tripulação do Capitão


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, desculpem a demora para postar, semana passada eu estive sem tempo pois foi minha última semana de aula e eu tive que estudar para as provas, antes que repetisse o ano por causa de matemática kkkk E ontem foi minha formatura, então não tive tempo no fim de semana pois fui resolver o vestido e procurar um salão. Peço desculpas também por este capítulo não ter ficado muito bom, eu escrevi correndo apenas para que vocês não tivessem que esperar muito tempo.
Gente, como vou sobreviver sem Once? Agora só volta em março :( Eu não sei vocês, mas eu vi o episódio dessa semana ontem e chorei litros. Fiquei feliz porque claramente o Hook ama a Emma, e quem sabe eles acabem juntos? Estou torcendo rsrs



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Capítulo 21 – A nova tripulação do Capitão

– Ahn, bem... é que sem um navio, eu precisei fazer um acordo com a bruxa que mora nesta ilha, para que pudéssemos chegar a Terra do Nunca – o Capitão explicou.

– E não parou para pensar que bruxas não são confiáveis? – falou John – O que foi que ela pediu em troca?

– Ah bem, não se preocupem. Eu me resolvo com ela. Por que não... procuram algo para comer enquanto eu vou falar com a bruxa? – o Capitão sumiu floresta adentro e Ruby foi atrás dele.

– Killian! Espera! – ela o alcançou – O que pretende fazer agora?

– Cumprir com o acordo – ele andava apressado até a cabana da bruxa.

– Vai simplesmente entregar um deles assim?

– Bem, o que quer que eu faça? Eu não tenho exatamente uma escolha. – ele afastava as folhas que se postavam em seu caminho.

– E o que vai acontecer depois que ela escolher um deles?

– Suponho que o escolhido vai ter que ficar por aqui.

– Mas... quer andar mais devagar? – ela correu para alcançá-lo e o Capitão parou e virou-se para olhá-la – Não pode entregar um deles assim...

– E o que sugere que eu faça? Eu mesmo não gosto da ideia de ter que entregar um deles.

Ruby ia dizer que talvez o Capitão devesse convidar a bruxa a tornar-se parte da tripulação, mas mal ela abriu a boca para falar e uma voz já conhecida veio de trás deles.

– Ei, mas o que raios estão fazendo? Aonde é que estão indo? – era Will acompanhado de Tinker Bell. Ruby e o Capitão se surpreenderam ao ver que a fada estava do tamanho de uma pessoa normal e suas asas não estavam à mostra.

– Não fiquem assim tão assustados – Tink riu – Não sabiam que fadas podem assumir o tamanho dos humanos?

– Que seja – resmungou Killian – Retornem pelo caminho que vieram, temos coisas a fazer.

– Se estão indo falar com uma bruxa sugiro que não o façam. Elas não são confiáveis – falou Tink, cruzando os braços e recusando-se a voltar à praia.

– Eu sei disso, amor – o Capitão sorriu e Ruby ficou enciumada por ele chamar Tink de amor – Mas acontece que tenho um acordo a cumprir e ela vai me matar se eu não o fizer.

– Onde é que estava com a cabeça quando fez um acordo com uma bruxa? – Will indagou. O Capitão não respondeu. Ao invés disso, continuou seu caminho e Ruby, Will e Tink o seguiram.

– Talvez você não precise cumprir esse acordo – disse Ruby, andando apressada para alcançar o Capitão.

– Você não sabe o que acontece com pessoas que quebram acordos? – Will vinha logo atrás.

– Eu não posso quebrar esse acordo – o Capitão virou para trás repentinamente e Ruby se chocou com ele, antes que pudesse parar. Ele a segurou para que não caísse – Lembra-se do que ela me disse? Se eu quebrar esse acordo, ela vai tirar de mim a coisa que eu mais amo. Você.

Eles se olharam por uns segundos e então o Capitão a soltou e se afastou.

– Não me sigam. Eu tenho que fazer isto sozinho...

***

– Ele vai acabar fazendo besteira – Will atirou uma pedrinha na água. Os marujos exploravam a ilha, enquanto que Will, Tink e Ruby tinham voltado à praia e agora esperavam até que o Capitão voltasse – Afinal que acordo é esse que eles fizeram?

– Oh não olhe para mim, eu não sei de nada – Ruby evitou encarar Will, mas ele sabia que ela sabia de algo.

– É claro que você sabe, vocês dois estavam sozinhos aqui quando meu irmão fez o tal acordo.

– Eu não estava com ele quando foi falar com a bruxa, fiquei aqui na praia, com Ariel e Mabel – ela mentiu. Bem, talvez uma mentirinha daquela não fizesse mal.

– Você é uma péssima mentirosa, sabia? – Tinker Bell riu, ainda em seu tamanho adulto.

– Vamos, diga logo o que ela pediu em troca... – Will estava impaciente e Ruby percebeu que ele estava era bastante preocupado. Ele se importava mesmo com o irmão.

– Ah, bom... – a Princesa começou, sem saber como contar aquilo a Will, mas acabou sendo salva quando os outros piratas saíram da floresta, rindo e conversando animadamente.

– Vejam só o que encontrei – Smee balançou as mãos cheias de amoras – Amoras! Há tanto tempo que eu não comia essas coisas...

Tink abriu um sorriso e faminta como estava, logo estava comendo tudo o que os marujos haviam trago. Por um momento Will se esqueceu dos problemas de Killian e ficou apenas observando a alegria da fada. Ariel veio se sentar ao lado de Ruby e a sereia contou à Princesa que Beto estava louco por Mabel.

– Infelizmente ele ainda não sabe que somos sereias... – Ariel lamentou e Ruby apenas disse que tinha certeza de que Beto não iria se importar com o fato de Mabel ser uma sereia. Nisso o Capitão veio caminhando até onde eles estavam, com a bruxa atrás...

Um silêncio pairou entre eles no momento em que viram a bruxa e o Capitão se sentiu desconfortável. Alguns marujos instantaneamente colocaram as mãos nos cabos de suas espadas, prontos para se defender caso precisassem, enquanto olhavam a mulher com desconfiança. A bruxa já não tinha uma aparência deplorável como antes, ela decididamente cuidara da aparência, talvez já esperando impressionar o que seria seu futuro amante: tomara banho, penteara os cabelos e parecia até ter se maquiado um pouco.

– Hum... ahn – o Capitão pigarreou – Fique à vontade em escolher.

A bruxa sorriu e caminhou por entre os marujos analisando seus rostos, sem que eles conseguissem entender o que estava acontecendo. Ela deu uma breve olhada em Will, ainda sentado entre Tink e Ruby, e por um momento, tanto a Princesa quanto o Capitão temeram que Will fosse o escolhido. Mas por fim a bruxa parou em frente ao Sr. Smee e ficou encarando o marujo gordinho, com aqueles seus olhos profundamente tempestuosos.

– Eu já escolhi – ela sorriu e Smee ficou nervoso.

– Hum, Capitão? O que está acontecendo? E-escolheu para quê?

– Ora, mas então você não disse a eles? – a bruxa se virou para Killian com uma expressão de surpresa no rosto.

– Mas é óbvio que não – o Capitão respondeu impaciente, querendo que aquilo acabasse logo.

– Você vai ser meu novo namorado – ela anunciou e tanto Smee quanto os outros marujos arregalaram os olhos.

– Quê? Eu... n-não entendo... – Smee falou olhando hora para o Capitão hora para a bruxa.

– Espera! Esse era o acordo? – John se indignou – Entregar um de nós a ela?

O Capitão ficou mais branco que papel e os outros marujos se mostraram também indignados por Killian ter feito algo daquela espécie.

– Um de nós em troca de você chegar à Terra do Nunca?

– Como você pode?

– Acalmem-se! – pedia Ruby, mas a confusão já se instalara. Os marujos fizeram um círculo em volta do Capitão e agora falavam e gritavam todos ao mesmo tempo, exigindo uma explicação.

– PAREM! – a bruxa berrou e todos se calaram e a olharam meio amedrontados. Talvez pensassem que ela fosse os enfeitiçar ou algo assim – Killian fez o que tinha que ser feito – ela disse enquanto caminhava de um lado para o outro – O destino estava traçado, mas é claro que ele teve a opção de fazer suas próprias escolhas. Fizemos um acordo em troca de eu ajudar essas duas jovens sereiazinhas – ela fez um movimento na direção de Mabel e Ariel e os marujos olharam para elas surpresos.

– Sereias? – Beto murmurou meio surpreso, meio apaixonado.

– Para que elas pudessem ajudá-lo a chegar à Terra do Nunca – a bruxa continuou – Devo lembrar a vocês: toda magia vem com um preço, e este é o preço que seu Capitão deve pagar pela minha ajuda. Eu escolhi este homem, o bravo e honesto Sr. Smee, como meu companheiro. Este é meu preço: ou vocês me entregam Smee, ou eu tiro de Killian a coisa que ele mais ama... – ela olhou diretamente para a Princesa e todos os outros presentes fizeram o mesmo.

– Hum, nesse caso – Smee falou chamando a atenção de todos – Devo mesmo ir com ela...

– Não! – a Princesa protestou – Você não tem que fazer isto por mim.

– Tem razão, Princesa – disse John – O Capitão estava errado ao colocar o destino de um de nós nas mãos dessa bruxa. Ele que resolva isso.

– Ah, quer dizer que agora todos se voltaram contra mim? – o Capitão fez cara de bravo e ergueu uma das sobrancelhas, como fazia quando estava chateado com alguma coisa.

– Ela pode ir com a gente – a Princesa falou rápido, antes que o Capitão pudesse interrompê-la – Assim Smee não vai ter que nos abandonar.

Killian olhou para ela, incrédulo. Ruby não estava mesmo achando que ele ia permitir uma bruxa a bordo de seu amado Jolly, estava? É, parecia que sim...

– Ah, ótima ideia! – a bruxa aprovou e então sorriu e ficou admirando o navio atracado ali perto. Os marujos olharam o Capitão esperando que ele tomasse uma decisão. Killian apenas suspirou, olhou para Smee, depois para a bruxa, em seguida para Ruby, o Jolly Roger, e então olhou de volta para a bruxa.

– Ah está bem! Seja bem vinda à tripulação.

***

– Você não está com raiva, está? – Ruby perguntou ao Capitão, meio hesitante. O Capitão parecia pensativo e a Princesa logo achou que ele estava bravo com ela.

– É claro que não – ele se virou para olhá-la e então sorriu – Não há como eu ficar com raiva de você... talvez um pouco bravo quando você me provoca... – ele piscou.

Ela riu.

– É, digamos que é bem divertido provocar você.

– Divertido, não é? Espere só até eu...

–Hum, Capitão? – Ariel se aproximou meio envergonhada, acompanhada de Mabel – Nós... hum... queríamos lhe pedir algo...

Ele suspirou.

– Eu já sei! Também querem se juntar à tripulação, não é?

– Como sabia? – Mabel ergueu uma sobrancelha. Talvez o Capitão estivesse ficando mais esperto com o tempo.

– Não pense que eu não vi a troca de olhares entre você e Beto – ele sorriu de modo malicioso – É claro que não vou permitir namoricos a bordo de meu navio, mas vocês podem ir conosco...

Elas ficaram super felizes e agradeceram ao Capitão com fervor. Ariel disse que estava ansiosa por conhecer lugares diferentes daquele e Ruby ficou feliz por ter mais companhias femininas.

– Ah, agora isto vai se tornar a festa das garotas? – o Capitão balançou a cabeça quando Tinker Bell se juntou às outras três moças. Elas riram e Smee chamou, dizendo que estavam prontos para voltar ao navio.

– Ei, Capitão, sabe que eu gostei dela? – Smee segredou ao Capitão quando eles já estavam de volta ao navio. A bruxa e o marujo trocavam olhares - Acho que a Ella é bem simpática no final das contas...

– Ella?

– É, Ellanor. Ela não disse o nome dela a vocês?

O Capitão revirou os olhos e Smee foi ver se sua bruxinha estava confortável e satisfeita. Ellanor fizera questão de levar para o navio tudo o que precisava, e isso incluía duas vassouras, um caldeirão, seus livros de bruxaria e algumas coisas estranhas que ela usava em suas poções. O Capitão não sabia onde acomodar a bruxa, mas ela disse que ficaria satisfeita em morar no porão.

– Ótimo... não bastava uma princesa, agora temos também uma fada, duas sereias e uma bruxa... – Killian resmungou enquanto observava a diversidade em seu navio.

– No fundo você está adorando isso, não é? – Ruby sorriu e veio andando para o lado dele.

– E como! Suponho que nunca mais vamos conseguir ficar sozinhos, se é que me entende... – ele sorriu maroto e a puxou para seus braços e Ruby fez cara de indignação.

– Seu tarado, o que é que está pretendendo fazer comigo? Não esqueça, eu sou menor de idade...

– Por enquanto – ele sorriu – Não esqueça que seu aniversário é em duas semanas. E depois disso nós podemos... digamos que aprofundar nossa relação... – ele sorriu com malícia e Ruby ficou vermelha.

– Pare com isso! – ela bateu no braço dele, fazendo Killian rir – Não fique dizendo obscenidades...

– Eu não estava... mas como você é pervertida! – ele exclamou – Eu não estava insinuando nada.

– Ah não, é claro que não... – ela tentava se livrar dele, mas o Capitão a abraçava com força.

– Eu só quis dizer que depois poderemos dizer que somos namorados – ele disse tentando se fazer de inocente.

– E o que somos agora?

– Você é minha criada-de-bordo e eu sou seu capitão – ele disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo e ela riu.

– Idiota!

– Linda!

Eles se beijaram de um jeito apaixonado e Will, que passava por ali, balançou a cabeça enojado com o excesso de romance. Talvez Will ainda gostasse de Ruby. Na verdade ele não sabia bem o que sentia por ela, mas sabia que de um jeito ou de outro, eles nunca poderiam ficar juntos. Era melhor encontrar outra pessoa.

– Will – Tinker Bell chamou – Você está bem?

– Ah, estou sim, Tink. Por que a pergunta?

– Por nada. Só estava preocupada... E então, o Capitão já disse para onde estamos indo agora?

– Não faço ideia. Só espero que ele não se meta em mais aventuras...

– E então, para onde vamos agora? – a Princesa perguntou ao Capitão.

– Bem, eu esperava que você fosse me dizer – ele apanhou seu mapa, que estava por ali perto do leme, e então o abriu para que a Princesa pudesse ver. – Como presente de aniversário, acho que é bem justo você escolher para onde devemos ir.

– Eu escolheria se seu mapa não estivesse manchado... – ela apontou para as grandes manchas de tinta que cobriam o mapa e se lembrou de que fora o próprio Capitão quem derramara a tinta.

– Eu posso dar um jeito nisso – Tink veio para o lado deles e então fez um movimento com as mãos sobre o mapa e logo as manchas haviam sumido.

– Impressionante! – exclamou o Capitão – Você até que vai ser útil aqui no meu navio.

Ruby examinava o mapa, sem saber exatamente que lugar escolher. Ela queria passar bem longe da Ilha das Tarântulas e mais longe ainda das fronteiras de seu reino.

– Não sei exatamente o que escolher... Existe algum lugar nesse mundo que não esteja ocupado por monstros e coisas do tipo?

O Capitão riu.

– Mas é claro, minha querida. Suponho que você vá gostar destas ilhas aqui – ele apontou no mapa duas ilhas não muito longe dali – Eu só estive lá uma vez, mas aquele lugar é o paraíso!

– O que quer dizer com “o paraíso”?

– Praias de areia branquinha, cachoeiras, sombra e água fresca por todo lugar e é claro, uma paisagem maravilhosa. Eles chamam esse lugar de Ilhas Maravilha.

– Sendo assim, quero passar meu aniversário neste lugar – ela sorriu. O Capitão disse que tinha certeza que ela iria adorar e que faria de tudo para que aquele fosse o melhor aniversário de sua vida.

– Soltar velas! Içar âncora! – o Capitão gritou aos marujos e eles correram a obedecer as ordens. Killian se voltou para Ruby – Minha querida, em cinco dias você irá conhecer o melhor lugar deste mundo...

***

Dois dias depois...

– Mas que raios... já não agüento mais... Por que é que este navio balança tanto? – Ellanor subiu ao convés mais uma vez, irritada com o Capitão. Seu rosto estava meio esverdeado e ela realmente parecia enjoada.

– Eu já lhe disse, Ell. Logo você acostuma – Smee se afeiçoara a bruxa, e agora os marujos não tinham dúvida de que o Imediato acabara se apaixonando. Isso era uma coisa boa, já que dois dias atrás os marujos tinham se voltado contra o Capitão, por ele simplesmente ter entregado um dos marujos à bruxa. – Vou pedir ao cozinheiro para preparar um chá.

– Eu sabia que isso não ia dar certo – o Capitão disse para si mesmo, enquanto virava o leme suavemente.

Nos últimos dois dias, ele tivera mais problemas do que imaginava. A bruxa estava sempre reclamando de enjôo, isso quando não reclamava que o porão era uma completa bagunça; Smee quase não tinha tempo de substituir o Capitão, pois estava sempre tentando agradar Ellanor, que nunca o deixava em paz; Beto estava sempre atrás de Mabel, e com isso se esquecia de suas tarefas, e os outros marujos reclamavam dele; John estava de mau humor, ainda zangado por causa do acordo que Ellanor e Killian haviam feito, e a comida estava horrível; Tinker Bell reclamava das condições em que viviam no navio; Ariel e Mabel se recusavam a dormir entre os homens, de modo que o Capitão teve de abrir mão de sua cabine e agora aquilo havia se transformado no quarto das garotas; E além de tudo isso, ainda havia o fato de que todos pareciam estar de mau humor.

– Você precisa dormir – Ruby disse ao Capitão mais uma vez.

Killian estava se esforçando tanto em dar a Ruby o aniversário que ela merecia, que sequer estava reclamando de tudo o que estava acontecendo por ali. Ele estava acordado há horas (já que Smee não tinha tempo para substituí-lo) e realmente apresentava uma aparência cansada.

– Eu não posso. Se pelo menos Smee estivesse aqui...

– Isso tudo é culpa minha, eu sugeri que Ellanor viesse para cá.

– Ruby... não é culpa sua. Você fez o que tinha que ser feito e acabou salvando minha pele. Não imagino o que poderia ter acontecido comigo, os rapazes estavam realmente zangados. Acho que John nunca mais vai me perdoar.

– É claro que vai. Logo tudo vai melhorar.

– Ah, eu espero que sim...

– CAPITÃO!

– O que foi agora? – Killian olhou assustado na direção de onde tinha vindo o grito. John veio correndo desajeitado com sua perna de pau:

– Venha depressa! Beto e Thomas se meteram numa briga e a cozinha está um caos.

– Segure aqui! – o Capitão disse a Ruby indicando que ela devia segurar o leme.

– Mas... – ela não tinha ideia de como navegar, embora o Capitão tivesse ensinado algumas coisas a ela.

– Apenas mantenha o navio no rumo certo. Eu volto num instante. – Killian soltou o leme antes que Ruby tivesse tempo de pensar e o navio guinou para o lado. Felizmente ela conseguiu mantê-lo reto, enquanto o Capitão corria para a cozinha com John.

– Ah certo. Você consegue Ruby. Não é tão difícil assim – ela murmurou para si mesma, tentando ficar calma. Ouviu gritos vindo do andar de baixo e escutou a voz do Capitão meio abafada.

– ...duas crianças brigando por bobagem... quase botaram fogo na cozinha...

– Foi ele quem começou – disse Beto.

– Eu não quero saber – falou o Capitão – Os dois serão punidos...

Pelo o que parecia, Beto e Thomas haviam brigado por causa de Mabel. Thomas também estava interessado na moça, no entanto, não corria atrás dela como Beto. Ruby continuou a escutar a discussão e Tink apareceu perto dela, ainda no tamanho de uma pessoa normal.

– A cada dia esse navio fica pior – ela comentou – Não fosse minha vontade de conhecer lugares novos, acho que já teria voltado à Terra do Nunca. Ei, até que você está indo bem - ela sorriu ao finalmente perceber que era Ruby quem estava comandando o navio.

– Ah obrigada. Na verdade eu não sei bem o que estou fazendo... Céus! O que é aquilo? – ela percebeu que havia algo no caminho e logo viu que era uma formação rochosa bem ali no meio do mar – E agora, como vou desviar daquilo?

– Suponho que basta virar o leme – Tink ia dizendo, mas Ruby a interrompeu:

– Vá chamar o Capitão!

Tink correu para a cozinha e Ruby se desesperou, pois as rochas estavam a poucos metros de distância. Ela certamente teria de fazer uma curva para poder desviar delas, e não achava que fosse conseguir fazer isso sem estragar o navio. O Capitão ainda estava resolvendo algo lá embaixo e aparentemente havia se esquecido de que Ruby precisava de ajuda lá em cima. Smee não aparecia e Tinker Bell não conseguia falar com o Capitão, já que os gritos novamente recomeçaram.

– Jack! Eu preciso de ajuda – ela gritou quando viu o marujo no convés – As rochas. Não sei como desviar delas.

– Vou chamar o Killian!

– Não! Jack! – mas Jack já havia sumido no andar de baixo e não havia ninguém por ali para ajudá-la.

As rochas estavam a poucos metros agora e Ruby respirava fundo tentando se acalmar e dizendo para si mesma que ela podia fazer isso. Ela girou o leme todo para bombordo e o navio pendeu para o lado tão subitamente que ela achou que iam afundar. O navio fez uma curva fechada e por pouco não bateu numa das rochas, felizmente Ruby logo manteve o Jolly na posição correta e então respirou mais calma quando o perigo passou.

– Por que não disse logo? – o Capitão veio correndo pelo convés com Tinker Bell atrás dele.

– Eu bem que tentei! – ela resmungou irritada.

– Pensei que tivesse dito que Ruby precisava de ajuda – o Capitão parou há poucos metros de onde Ruby estava e ficou admirado ao ver que ela estava indo bem. Tink sorriu e Ruby brincou:

– Vocês demoraram tanto que eu tive que fazer alguma coisa.

– Você aprende rápido – Killian sorriu satisfeito e então retomou seu lugar ao leme, mas logo Smee apareceu para substituí-lo. O Capitão então foi dormir numa das redes no andar de baixo e Ruby e Tink foram passar o resto do dia na cabine do Capitão.

***

– Ele está tão apaixonado por você – Ariel disse se referindo ao fato de o Capitão estar cada vez mais apaixonado por Ruby. – Parece estar mesmo dedicado em lhe dar a melhor festa de aniversário.

– Ele é legal apesar de convencido – Mabel comentou – E também acho que é um tanto exagerado ao se vestir, quero dizer, quem usa um gancho no lugar da mão? E por que ele usa delineador?

– Eu não faço ideia – Ruby observava o Capitão. Depois de tirar uma soneca, Killian estava novamente descansado e assumira seu lugar ao leme. As garotas conversavam um pouco afastadas do Capitão, praticamente jogadas no chão do convés. – Mas ele fica sexy assim...

– Safadinha! – Tink, Ariel e Mabel disseram juntas e riram e Ruby ficou vermelha.

– O que foi? Não posso admirar um homem mais? – ela perguntou completamente sem graça.

– Ah sei bem como você o admira – Mabel olhou para a princesa de um jeito malicioso – Não vou me surpreender se daqui a um tempo você aparecer grávida.

– Mabel! – Ariel ralhou e Ruby ficou mais vermelha do que sua capa. – A Ruby não é dessas...

– É claro que não – disse Tink – Aposto como o Capitão deve ser um safado, mas a Ruby não se deixa levar, não é Ruby? Ela é uma moça de família...

– Eu estava brincando – Mabel riu – Vai demorar séculos até que esses dois resolvam fazer alguma coisa.

– Posso saber o que as mocinhas estão fazendo? – Killian parou perto delas e Ruby ficou vermelha, enquanto as outras três tentavam não rir. Será que o Capitão tinha escutado aquela última parte da conversa?

– Estamos apenas conversando, Capitão – falou Mabel.

– Acho que vocês deviam ajudar o cozinheiro, sabe? Eu não sei vocês, mas estou cansado daquela comida viscosa...

Elas se levantaram e foram em direção a cozinha, mas o Capitão segurou Ruby dizendo que precisavam conversar. Ele foi até sua cabine e fechou a porta depois que Ruby passou. A moça já estava se perguntando o que fizera de errado para o Capitão querer conversar com ela, quando Killian lhe roubou um beijo. Eles nunca ficavam a sós, agora que o Jolly Roger estava cheio de novas pessoas, por isso era natural que Killian quisesse aproveitar um tempo sozinho com ela.

– Eu estava com saudades – ele disse abraçando-a carinhosamente – Quando nos casarmos eu quero passar pelo menos um mês sozinho com você.

– Casar? – ela se surpreendeu. Eles nem mesmo eram namorados e o Capitão já pensava em casamento?

– A menos que você não queira. – Killian disse rápido - Eu vou entender se disser que não quer isso pra sua vida, afinal eu sou apenas um pirata...

– Eu quero, mas não acha que está indo rápido demais?

– Bom, é que eu nunca amei ninguém antes – ele sorriu apaixonado – Talvez eu queira me certificar de que não vou perder você.

– Você não vai...

Eles se beijaram de novo, antes que alguém pudesse interrompê-los e só se separaram quando o Capitão ouviu Smee chamando por ele.

– Embarcação inimiga a estibordo! – alguém gritou e o Capitão correu para o convés, seguido de Ruby. Ele usou sua luneta e avistou um navio duas vezes maior que o Jolly Roger.

– Parece que foram atacados, Capitão – Smee falou e o Capitão ordenou que preparassem os canhões e mosquetes, já que aquilo poderia ser uma armadilha.

Porém, quando se aproximaram do navio, viram que realmente havia sido atacado. Algumas velas pegavam fogo, havia buracos no casco e cadáveres flutuavam na água. Aparentemente ninguém sobrevivera.

– Quem pode ter feito algo assim? – Will indagou, horrorizado com o cenário de morte e destruição.

– Oh, você realmente não sabe o que piratas são capazes de fazer – Killian respondeu e um segundo depois eles ouviram alguém tossir. Ainda havia uma pessoa viva naquele navio. Uma moça veio cambaleando pelo convés e se assustou quando viu o Jolly Roger e outros piratas a observando.

– Não tenha medo, não vamos machucá-la. – Will a tranqüilizou – Você está ferida? – perguntou ao notar que ela estava com as mãos sujas de sangue.

Ela não teve tempo de responder, pois nesse momento um dos mastros em chamas despencou no meio do navio e a moça só teve tempo de gritar.

– Não! – Will gritou e fez menção de ir salvá-la, mas Killian e Smee o impediram. – Me larguem! Preciso salvá-la!

– Ela pulou no mar – John apontou na direção em que a moça pulara e Will, sem pensar duas vezes, se atirou ao mar para salvá-la.

– Mas o que esse idiota está fazendo? – Killian resmungou irritado. Agora o navio inteiro estava em chamas e eles precisaram se afastar antes que o Jolly também fosse incendiado.

Will apareceu, dois minutos depois, amparando a moça para que ela não afogasse. Realmente estava ferida e abalada. Os marujos desceram um bote para que Will e a jovem fossem puxados para cima e eles rapidamente foram tragos para o convés. Will carregava a moça e ela tossia e tremia.

– Levem-na para a cabine – ordenou o Capitão.

Assim foi feito e John e Ruby foram tratar das feridas da moça. As sereias também ficaram felizes em ajudar, trataram de lhe preparar um banho quente e pegaram emprestada uma camisa do Capitão. Logo a jovem estava limpa, aquecida e se recuperava acomodada na cama do Capitão. Will foi visitá-la e aproveitou para levar um chá que o cozinheiro preparara.

– Obrigada! – ela agradeceu sorrindo – E obrigada também por salvar minha vida. Eu não sei como lhe agradecer.

– Tudo bem, não precisa se preocupar com isso – ele sorriu de volta – Fico feliz que esteja bem. Você não me disse seu nome...

– Liza.

– Liza de Elizabeth?

– É.

– Sou Will.

Desse momento em diante, Will sentiu que algo nele mudara. Talvez desde o momento em que a vira pela primeira vez, tão frágil e indefesa, ele sentiu que ela seria a mulher que o faria feliz...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Como eu acho que o Orlando Bloom combina muito com a Keira Knightley (a Elizabeth de Piratas do Caribe), é assim que eu imagino a Liza, até coloquei o nome dela de Elizabeth igual a do filme rs O próximo deve sair mais rápido agora que estou de férias, talvez eu poste amanhã. Ah, e eu acho que essa fic ainda vai demorar muito a acabar, porque tive umas ideias e ainda acontece um bocado de coisa antes da maldição, durante e depois. Eu não posso afirmar nada, mas acho que pode ser que ela tenha pelo menos uns 40 capítulos. Beijos meninas