Ciúmes e o plano

Draco seguia silenciosamente para a quarto de cuidados intensivo onde Hermione estava. Pansy estava junto dele agarrada a seu braço, dando lhe força. Esbarrou em uma maca com um paciente que estava sendo levado para algum lugar. Sentiu uma sensação estranha ao encostar na pele da pessoa. Um estranho vazio, ele sentiu. Naquele momento ele percebeu que tinha perdido algo. Só não sabia o que era. Quando estava perto do lugar pode perceber uma correria e um tumulto dentro do recinto. Uma junta de médicos rodeavam um corpo e suas tentativas inúteis de salvá-lo. Era o corpo de sua mulher que aqueles homens desesperados tentavam reanimar. Era a mulher que ele amava que ele via ser coberta pelo lençol branco, ouvindo atentamente as palavras, ela não resistiu! Nós a perdemos! E tudo que se passou em sua vida veio em sua mente como em um filme. O sorriso dela. Os beijos e as juras de amor que trocavam. O nascimento dos filhos e cenas em que faziam amor. E ele não ouviu a própria voz, quando gritou desesperado um não inconformado. Ele não viu quando seu corpo empurrou uma série de mediuns bruxos para poder chegar perto dela e abraçá-la. Não viu também quando a pegou nos braços e gritou para o mundo o quanto a amava pedindo a Merlin que não a tirasse dele. Que lhe devolvesse a vida, e que consequentemente o levasse no lugar dela. Draco não viu que o hospital inteiro tinha parado diante daquele sofrimento, sensibilizados. E nem quando seus amigos chegaram. Não percebeu quando Gina abraçou seu marido em prantos, quando Pansy amparou Rony que estava ao lapso do desespero agarrando os médicos, gritando que não era verdade e nem viu quando Luna se aproximou, ele não enxergava nada. Ninguém, apenas sua dor. Não havia vida. Não havia nada.

Flash bach

Semanas haviam se passado depois daquele dia mágico que Hermione viveu ao lado de Draco. Os dias eram longos e as noites eram intermináveis. E Hermione começou a rejeitar seu namorado. Não deixava que ele a tocasse, dava sempre uma desculpa. Até que resolveu visitar seus pais. Pediu licença da escola e se ausentou por semanas. Draco achou que ficaria louco. Quando ela voltou, no mesmo dia o loiro não se conteve e a prensou no corredor e transaram ali mesmo numa loucura alucinante. E isso se repetiu por muitas vezes. Draco não conseguia esconder seus sentimentos e pouco se importava se estava se expondo ou não. Estava morrendo por ela e a cada minuto era um passo para loucura. Isso ficou claro quando viu Zabine tentar beijá-la no corredor próximo a sala de poções. Os dois se atracaram ali mesmo. E naquele momento a castanha teve que tomar uma decisão. Teria que terminar com Bláz  pois amava Draco, intensamente.

- Você o quê? Sua vagabunda! Como teve coragem? Não sabe o quanto te amo? Por que me traiu? E com ele? Ele era meu amigo! Traidores!

- Blaize entenda. Eu não queria mentir para você. Mas eu o amo. E nada posso fazer quanto a isso. Perdoe-me, mas não posso e não quero ficar com você. Eu gosto de você, mas não do jeito que merece.Tente me entender eu...

Você nunca ficará com ele. Prefiro vê-la morta! Não deixarei que fique com ele.

- Pare Bláz, você não é assim. Não pode...

Não posso o quê?  Não posso lutar por você? Saiba que não desistirei facilmente. Não vou deixá-la livre para Draco. Isso nunca. Antes disso eu mato você! Entendeu? Acabo com sua vida! Se não pode ser minha não será de mais ninguém. Tá ouvindo?- Zabine estava descontrolado, enquanto falava atacou a castanha. Colocou suas mãos em volta do pescoço e a enforcava de uma forma violenta. Seus olhos transmitiam toda raiva e ódio. Hermione ficava cada vez mais sem ar. E começava a perder seus sentidos quando alguma coisa aliviou a pressão em seu pescoço. E antes de cair sentidos ela viu Draco, Nott e Snape segurando Blaize Zabine. E viu o exato momento em que Theodoro estuporou o moreno e Draco a pegava em seus braços a levando para algum lugar. Alguns dias na ala hospitalar da escola ela soube que Blaize havia sido expulso. Semanas mais tarde soube ele havia desaparecido.

- Nott, quero falar com você.- Draco gritou no corredor.

O que quer?

Eu não vou permitir que se aproxime dela de novo. Ela é minha namorada. Minha! Ok! Deixa ela em paz.

Ah, cale a boca Draco! Não confia no seu taco! Ela é muito para você. Agora que me tornei amigo dela. Eu não vou me afastar.

O que está acontecendo aqui?- Hermione chegava naquele momento.

Nada amor. Só estava avisando Theo de uma coisa.- dizia Draco cinicamente. - Não é Nott?

- É claro, Mi. Não se preocupe.- falou Theo sarcasticamente.

Que bom! Amor pode vir comigo? Preciso de sua ajuda para um trabalho de poções. - dizia a castanha sorridente.

Claro amor, agora?

Sim, se puder.

Ah, meu amor! É que eu estava indo treinar agora. Pode ser daqui a duas horas?- perguntou o loiro dando um selinho na boca de Hermione fazendo questão de olhar para Nott neste momento.

Ah, Draco pode deixar então. Eu queria terminar o mais rápido possível mas...

Mi, se quiser posso te ajudar. Também sou bom em poções. Sabe disso. - dizia Theo triunfante.

- Não! Nunca! Draco falou imperativamente. Não se atreva a ir com ele Hermione. Não se atreva! - o loiro estava fervendo só em pensar de sua castanha ficar sozinha com Theo. - Tá querendo morrer Nott? Você é louco ou o quê?

Draco pare com isso! Ele só quer me ajudar!

Eu não quero saber. Você vai para seu quarto e me esperar lá tá ouvindo? - Draco falava cada palavra pausadamente e Hermione teve medo dele naquele momento.

Aliás, você não vai para seu quarto, vai comigo para o treino. Quero ficar de olho em você. Vamos!

Draco, pare com isso, você não me manda. Sonserino arrogante e idiota!

Vai sim. - Draco falava enquanto agarrava a castanha pelo braço . A morena ainda tentou resistir mas, Draco a pegou e jogou-a em suas costas como uma boneca de pano,  e não deixou nenhuma resistência para ela .E Nott apenas olhou jurando que um dia aquele loiro iria pagar.

Você é louco Draco? Como pode?

Não me interessa Hermione. Aquele safado da em cima de você descaradamente. Eu não estou nem ai. Ele quer tirar você de mim. Aquele bastado!

Draco para com isso você tá ficando paranoico. - a castanha parou de falar assim que o loiro a pegou pelos braços e a fez encará-lo.

Eu não estou nem ai com isso. Vamos deixar uma coisa bem clara aqui. Você é minha namorada! Minha! Estou louco de ciúmes de você, ouviu bem? Louco! Eu morro quando qualquer um chega perto de você.- Draco dizia cada palavra olhando atentamente nos olhos de Hermione.

-Não me contenho quando ele chega perto de você. Não admito a possibilidade de dividi-la com ninguém, você é minha! Entendeu? Minha! Quero seu sorriso só para mim, seu olhar, sua boca tudo! E sou capaz de qualquer coisa por você. Eu te amo! Amo tanto que chega a doer quando qualquer um se aproxima, chego a ficar louco quando alguém a toca.

Momentos antes da morte. Tempo presente

-Harry temos que passar no quarto de Draco para ver como ele está. Depois temos que verificar as varinhas. Vejamos Harry, se tinham apenas três pessoas naquele recinto, de quem era aquela quarta que encontramos? Tem alguém por trás disso. E tenho um sexto sentido dizendo que temos que fazer uma exumação no corpo de Zabine.- dizia Ron eufórico.

Cara, não é para tanto. Zabine está morto! Para que temos que fazer isso?

Harry me escute. Não custa nada verificar, se têm uma coisa que aprendi com Hermione é que sempre devemos esperar pelo inesperado. Fator surpresa! - ruivo dizia inteligentemente.

E mal sabia ele que tinha razão. Saíram do quarto de Hermione no exato momento que alguém virava no corredor em direção ao quarto da castanha. O estranho estava vestido de branco. Quem o visse acharia que se tratava apenas do medium bruxo, um médico exercendo suas funções. Ele andava elegantemente, seus olhos brilhavam. Um brilho de uma pessoa totalmente obcecada, doente e ao mesmo tempo esperançosa. Aproximou-se do corpo inerte na maca, olhou-a com ternura, ou será loucura?

- Olá amor, até que enfim nos vimos de novo. Aquele desgraçado quase a matou! Mas dei um jeito nele. Por que entrou na frente do feitiço meu anjo? Sabe o que senti quando desfaleceu nos meus braços? Não poderia suportar perdê-la meu amor. Nunca! Aqueles dois deveriam sair definitivamente de sua vida. Um, já tirei do caminho agora falta outro. - a pessoa falava sussurrada mente no ouvido da castanha, cada palavra era proferida venenosamente.

- Sei que pode me ouvir meu amor! Sei que pode. Mas somente eu posso reverter o feitiço que está sobre você. Vou levá-la para longe de todos e vamos viver felizes juntos. Somente você e eu.

- Hermione reconhecia aquela voz, sabia quem era. O desespero tomou conta de seu corpo e sua alma. Não havia esperança! Nenhuma.

O homem saiu alguns minutos e retornou rápido com outra maca, nela havia uma jovem. Hermione não pode vê-la mas, sentiu a presença de alguém, ouvia o barulho das rodinhas da cama móvel e sentiu na hora exata que também foi removida para ela. A troca de corpos foi feita. Hermione sentiu-se ser transportada nessa  maca, ouvia vozes, choros, e ouviu a voz dele.

- Vamos Pansy, preciso vê-la, quero tocá-la, tê-la perto de mim.

Era a voz de Draco. Era ele, seu amor que passava por ela. Sua vontade era de gritar, de dizer a ele que estava ali sendo levada para um lugar onde não sabia. Mas infelizmente sua voz não saia. Chegou a sentir a presença quando o loiro acidentalmente esbarrou na maca e seu toque aqueceu seu coração e entristeceu sua alma. Nunca mais o veria. Disso tinha certeza. Ouviu quando seu algoz apenas murmurou uma desculpa, saindo em seguida para o ar livre. Foi o que sentiu quando o vento tocou seu rosto e uma sensação de ser engolida pelo cano apossou de sua mente. Estava acabado. Jamais veria seus amigos. Jamais veria sua família e seus filhos. Nunca mais veria Draco. Não havia esperança. Um choro tomou conta de Hermione. Um pranto doloroso, cheio de saudade antecipada, cheio de revolta e de impotência.

Chegamos meu amor. Conforme meu plano!