As Histórias De Thalia escrita por GiGihh


Capítulo 15
Resgatamos gemeos




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THALIA

O menininho começou a chorar. Eu o peguei no colo e com o escudo na frente dele consegui me esconder em um canto.

Alguns monstros tem uma visão horrível, portanto a Hidra não conseguiria me achar durante alguns minutos.

 Com calma e com muita ternura sussurrei para o menino:

- Você não precisa ter medo. Eu nunca deixaria aquele monstro fazer mal algum a você. E daqui a pouco tempo você vai estar com o seu irmãozinho e com os seus pais.

Ele olhou fundo em meus olhos e pude sentir o medo sumindo de todo aquele corpinho pequeno. Ele me abraçou forte e fechou os olhos...

A hidra havia nos encontrado.

 Levantei-me rapidamente e com o pequenino nos braços corri para outro canto escondido da Hidra com o escudo sempre voltado apenas para todo aquele corpinho pequeno.

A Hidra já estava cansada e com raiva. Ela lançou uma das patas para cima de mim, como para me derrubar. Eu não tinha para onde correr e como a minha prioridade era proteger o garotinho, eu apenas virei o meu corpo para o lado protegendo ele das garras do monstro. Quanto a mim tive toda a pele do braço rasgada pelas garras do “animal”.

A ferida doía muito a ponto de não conseguir aturar mais o peso do menininho.

Foi então que aconteceu o que eu tinha certeza de que era praticamente impossível.

LUKE

 Quando eu saí com o menininho nos braços a senhora veio correndo em minha direção e pegou o filho com delicadeza. Ela mal teve tempo de olhar para mim. Pois um estrondo vindo de dentro chamou a atenção de todos.

Virei-me temendo o que veria a seguir. Não pude acreditar no que vi. Simplesmente não pude.

A Hidra havia feito parte do telhado desabar sobre as portas. O entulho impedia a minha visão de Thalia... Compreendi que era exatamente isso o que a Hidra queria. Distanciar-me da filha de Zeus.

O pânico invadiu todo o meu ser. Eu estava desesperado.

- Não, não pode ser... – eu murmurei para mim mesmo, mas pude notar que todos tinham escutado e estavam tão preocupados quanto eu. – THALIA!

Eu gritei desesperado e corri na direção do entulho. Com as mãos fui removendo pedaços grandes e pequenos de madeira, telhas e blocos. Aos poucos fui notando que as lagrimas corriam livremente pelo meu rosto.

Mas também percebi que todos estavam ajudando a remover os entulhos. Quando eu disse todos, eu quis dizer todos mesmo: os dois adultos e a mãe dos meninos removiam tanto quanto eu. Mas o que me surpreendeu foi ver o pequenino no chão pegando pedrinhas e jogando para longe.

- Não vamos conseguir a tempo! – exclamou o motorista com pesar na voz.

Eu não poderia desistir assim tão fácil. Eu não queria perde-la... Eu não podia perdê-la. Eu não aguentaria isso!

Senti meu corpo cair no chão e mais lagrimas caindo por meu rosto. Ainda pude sentir todos os olhares caindo sobre mim.

Ouvi passinhos pequenos, curtos e rápidos vindo em minha direção. O garotinho se aproximava de mim e segurou minha mão com delicadeza e olhou nos meus olhos. Era quase como se aqueles olhos castanhos perfurassem os meus olhos azuis.

- Thalia. – ele disse sorrindo

Eu olhei para ele com surpresa e os pais dele também.

- Thalia, ali! – ele apontou para um espaço estreito em uma única janela. Um espaço no qual eu conseguiria passar.

Eu levantei e quando ia começar a correr naquela direção sinto alguém segurar o meu pulso. O motorista olhava para mim com a expressão séria.

- Você não pode entrar La sozinho. Aquela coisa vai matar você e ela junto, fora o outro garotinho que já deve estar morto.

- Você esta subestimando Thalia. Ela nunca deixaria que ferissem alguém inocente. Principalmente uma criança. E eu sei que os dois estão vivos. E se eu não puder salvá-la minha vida não terá nenhuma utilidade.

Soltei meu pulso e corri naquela direção sentindo todos os olhares nas minhas costas. Passei pelo buraco e vi minha Thalia com o broco todo rasgado. Ela não aguentaria segurar e proteger o menininho para sempre.

Thalia me viu e isso foi o bastante para ela recuperar suas forças. Aproximei-me deles com dificuldade. A hidra estava furiosa, até porque não era para eu conseguir entrar novamente na lanchonete agora toda destruída.

Quando cheguei ao lado de minha amada Thalia, trocamos olhares rápidos e cheios de significados.

Peguei o menino ainda de olhos fechados e corri em uma direção enquanto Thalia corria na direção contraria a minha.

A Hidra, por não enxergar muito bem, teve que escolher um de nós para se manter concentrada. Logicamente ela escolheu Thalia, já que sua missão era leva-la até Hades.

Enquanto Thalia corria mais devagar do que o normal, eu só não sabia o porquê disso.

Desviei minha atenção para o pequenino e o escondi em um canto no qual aconteça o que acontecesse ele estaria seguro. Sussurrei em seu ouvido palavras para acalma-lo e que o incentivasse a ficar quieto e tranquilo.

Afastei-me dele e segui na direção que outrora Thalia tinha seguido. Peguei pedaços de entulho nas mãos e comecei a joga-los na fera com força. Ela voltou todas as suas cabeças para mim e com um ódio sem limites abriu a boca para despejar aquele liquido verde.

Não consegui negar um sorriso com o que aconteceu a seguir!

Thalia havia saído de seu esconderijo no exato momento em que a Hidra abriu as bocas. Assim que ela saiu, sacou sua lança e disparou cinco raios, um em cada boca. Toda aquela eletricidade acumulada fez com que o monstro explodisse. A explosão havia causado um ruído imenso!

Thalia correu na direção do esconderijo do menininho e o encontrou olhando assustado para todos os lados na procura de alguém. Assim que ele a viu abriu um sorrisinho e estendeu os braços para que Thalia o pegasse no colo. Reparei que Thalia não aguentaria pegá-lo com aquele ferimento no braço.

Mas ela pegou-o mesmo sentindo muita dor. Thalia fechou os olhos com força como para espantar a dor. Antes que ela abrisse novamente os olhos eu a peguei em meu colo, assim todos sairiam contentes: o pequenino ia ao colo de Thalia e Thalia ia aos meus braços.

Thalia beijou minha bochecha e encostou a cabeça no meu ombro. O pequenino se encolheu todo nos braços de Thalia e assim eu passei pela única brecha existente.

Assim que chegamos pude ver o casal chorando, pensando que perdera seu outro filho, sendo consolado pelo motorista.

Assim que eles nos viram era impossível saber se estavam mais felizes ou mais surpresos. Delicadamente coloquei Thalia no chão e senti seu corpo fraquejar. Amparei-a pela cintura e ficamos assim, abraçados, até que os pais viessem em nossa direção e pegassem o garotinho dos braços de Thalia.

 Eles olharam extremamente gratos para nós dois.

-Como podemos agradecer a vocês dois? – o pai perguntou com lagrimas nos olhos.

-Cuidem bem deles. Deem a eles todo o amor e carinho possíveis. Vocês não tem noção de como isso faz falta! – Thalia respondeu com a voz um tanto fraca.

- Não existe mais nada que possamos fazer para vocês dois? – dessa vez foi à mãe quem perguntou.

Ao longe Thalia e eu ouvimos sirenes de policias se aproximando.

- Digam que nunca nos viram. – respondi a eles olhando suplicante e eles com um sorriso sincero assentiram.

- E você... Pode guardar este segredo? – Thalia perguntou um pouco constrangida ao motorista.

- É claro que sim senhorita.

Ele respondeu com um sorriso quase tão grato quanto o dos pais.

Olhei para Thalia em uma indagação muda, ela assentiu e eu soube que ela estava bem para conseguir fugir mais uma vez.

Sorrimos para eles mais uma vez corremos na direção contraria a da policia.

Mais um dia de fuga!

Mas não fazia mal algum, pois eu tinha Thalia e isso era só o que me importava.


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Notas finais do capítulo

Comentem :)