O Canto da Vampira escrita por Gabriela Fortunato


Capítulo 11
Capitulo bônus- A eternidade começa agora


Notas iniciais do capítulo

(Narrado por Bella)



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Capitulo 9 – A eternidade começa agora

(Narrado por Isabella Swan)

 

 

“Alexander, eu te amo, Edward, eu te amo”

Eu o amava tanto, com ele eu havia voltado a ter uma alma. Voltado a me sentir como uma humana, voltado a sentir calor em meus olhos. Ele era definitivamente uma droga para mim. Não pelo seu sangue, mas por que eu me sentia viva com sua essência. Com sua presença. Eu já não podia mais viver sem ele.

 

Aquela decisão foi a mais difícil de ser tomada em toda a minha existência. Mas o que eu poderia fazer? Minha vida, se é que pode ser chamada de vida, já era bastante tortuosa, ver nos olhos de Edward a desconfiança e o medo seria demais para mim. Eu não suportaria. Preferiria mil vezes a morte.

 

Eu nunca havia sentido tanto remorso. Tanto receio. Tanto medo. Só em pensar que Edward um dia poderia recuperar a memória e me odiar pra sempre me causava arrepios. Eu era egoísta. Sim. Eu era egoísta o suficiente para pedir a Alice que apagasse a memória de Edward só para não sofrer mais. Mas o que estava feito estava feito. O erro já havia sido cometido. Eu já tinha dito a Edward o que eu era. Um monstro.

 

Deitada sobre a grama verde, dentro de uma clareira eu mergulhei em meus pensamentos. As imagens que vinham em minha mente me lembravam meu passado. O passado que eu lutava para esquecer, mas que cada vez mais me perseguia.

 

 

Flashback Off

 

“Eu estava tão eufórica. Era o baile mais perfeito que meus pais já haviam organizado. As luzes no salão cintilavam, os convidados não paravam de chegar, e a musica não parava de tocar. Um baile de mascaras. Eu vestia meu melhor vestido, de seda azul clara. Meus cabelos estavam soltos e iam macios e levementes encaracolados até um pouco acima de minha cintura, e minha mascara era pequena, dourada, delicada, brilhosa. Sem duvida a mais linda do salão. Sim eu  estava linda. Era a moça mais cobiçada da festa, todos os cavalheiros queriam dançar comigo. Lembro me de varias vezes recusar os pedidos pensando em como eram tolos aqueles que o faziam. Ria comigo mesma das feições que cada um fazia ao por olhos em mim.

-Dá a honra dessa dança senhorita?- olhei para o cavalheiro ao meu lado e fiz pouco caso de seu pedido.

-Oh... estou um tanto cansada. Quem sabe a próxima?-dei um sorriso de esgar, e virei o rosto foi então que eu o vi. Seus olhos eram verdes, seus cabelos bronze, seu porte atlético. Ele era lindo, mesmo com aquela mascara negra ele era sem duvida o mais lindo do salão. Elegante, charmoso. Então ele me olhou, meu coração acelerou. Seus olhos brilhavam. Minha mão começou a suar. Ele estava vindo em minha direção. Ele deu um sorriso torto. Eu já estava amando.

 

-Será que minha mão profana tem a permissão de tocar seu rosto bela donzela?

-Ofendeis vossa mão senhor. Não sou nenhuma santa!-ele então tirou suas luvas e tocou em minha face. Seus dedos eram gelados, mas macios, ele escorregou a mão pelo meu pescoço. Meu coração estava gritando, acelerado.

- Sim, você é. Quando a vi tive certeza de que era um anjo. Deixai que esta boca mostre o caminho certo aos corações. -gelei. Sim, eu queria que ele me beijasse. Fechei os olhos. - Em tua boca me limpo dos pecados. - E antes que eu pudesse sequer pensar em qualquer coisa. Senti-o segurando meu corpo contra o dele. Pela cintura, enquanto seu corpo grudava completamente no meu, e a mão que estava em meu pescoço, subia para meu rosto, segurando meu queixo, e encostando seus lábios frios urgentemente nos meus.
Senti sua língua invadir minha boca. E seus lábios me causarem arrepios.

Era a melhor sensação que já havia experimentado. Meu mundo parecia estar girando. Mas nada parecia importar, enquanto seus lábios frios estivessem grudados nos meus e sua língua dançando com a minha.

Senti-me como se estivesse completa. Sua mão deslizava por meu rosto, enquanto a outra me segurava fortemente pela cintura, prensando mais ainda, seu corpo ao meu.

Minha mão direita segurava sua camisa, e eu me vi inconscientemente o puxando para mim. Era um beijo urgente. Como se ambos quisessem fazer isso há muito tempo. Seus lábios eram macios, seu hálito era doce. Senti-me tonta. Mas isso não estava certo. Não podia estar.
Isso não podia estar certo. O que eu estava fazendo?
 Eu nem sequer o conhecia.

- Que passaram, assim, para meus lábios? Os pecados de um cavalheiro que eu não sei nem o nome? Quem és senhor que roubas meu coração? -Alexander. E tu o anjo da minha vida? -Isabella.”

 

Flashback On

 

Sim, eu lutava para esquecer aquilo que me fazia viver. Lutava para esquecer o dia em que meu destino encontrou o que ele tanto procurava. Sentir-me beijada por Alexander era um sonho para mim. Aquele amor não podia existir, mas aquela noite ambos eram ingênuos, não sabíamos quem era um ao outro. Não sabíamos que o destino fora cruel conosco. Não sabíamos que teríamos que lutar com toda a nossa força para conseguir ficarmos juntos. Mas sabíamos que nos amávamos desde quando nos olhamos.

 

Perdida em meus pensamentos eu fiquei até uma dor e uma preocupação invadir minha mente. Senti que algo estava errado. Senti que Edward não estava bem. Senti que acontecera algo que poderia mudar tudo. Me levantei de entre a relva e voltei para casa. Abri a porta mas Alice não estava lá. Eu estava preocupada. Onde Alice se metera? O que estava acontecendo? Por que ela demorava tanto? Me senti impotente, mas eu sabia, tinha certeza que Edward não estava bem, ele precisava de mim. Eu tinha que ajudá-lo. 

 

Pareceu-me horas até que Alice entrou pela porta. Ela parecia confusa.

-Alice, o que aconteceu com Edward?

-Como você sabe?

-Alice diga logo. O que aconteceu com Edward depois que você... apagou sua memória?

-Eu não sei direito Bella... ele.. ele desmaiou. Eu não sei o que aconteceu com ele- desmaiou? Por que Edward iria desmaiar? Será que ele estava doente? Eu estava inquieta, algo estava passando pelos meus instintos e eu não sabia o que era.

- O que você acha que foi? –olhei-a tensa

-Não sei. Talvez ele estivesse cansado. Ou talvez tenha sido o impacto deu meu “poder”! Eu não sei Bella!!-Alice estava preocupada também. Absorvida.

-Você acha que é grave?-arregalei os olhos para ela.

-Não sei. Mas fique tranqüila. O que quer que seja nos descobriremos. – ela me deu um sorriso reconfortante. Era bom ter Alice do meu lado. Ela me ajudava sempre.

-Ok. Mas mesmo assim, vou vigiá-lo de perto.

 

A noite caia. Fazia um tempo que eu e Alice não caçávamos. Saímos àquela noite e pegamos alguns animais. Foi uma noite longa, eu não esquecia, não tirava Edward de minha cabeça.

Quando já estava amanhecendo voltamos para casa, nos arrumamos para ir ao colégio de Forks. Chegamos cedo demais ao colégio. O estacionamento estava vazio. Estacionei o carro na vaga de sempre, desci. Ia me dirigir ao pátio principal quando eu ouvi algo que me deixou intrigada.

-Não posso...

Mesmo longe eu notei a voz de Tânia falando baixinho com alguém. Fui tomada de uma curiosidade inexplicável.

-Alice, vai indo. Tenho que resolver um assunto antes de ir para a sala. Te vejo no refeitório.

-Ok- ela disse e saiu.

Aproximei-me do lugar de onde vinha a voz, era um cantinho bastante escondido do colégio, o que fez aumentar ainda mais minha curiosidade. O que estaria fazendo Tânia escondida com alguém num lugar como aquele? Coisa boa que não era!

Então eu ouvi.

 

-Eu sei... mas espere mais um tempo. Por favor! –ela parecia suplicante.

-Mas Tânia, eu não agüento te ver com ele!-ela estava conversando com um garoto. O que Tânia estava fazendo conversando com garoto escondida de todo mundo?

-Eu também não agüento ter que ficar com ele. Eu tenho nojo dele!

- Ah Tânia meu amor, diz que isso vai acabar logo.

-Sim, amor, vai acabar. Mas você sabe que isso é importante pra mim!

-Eu sei. – aproximei-me mais um pouco, estiquei minha cabeça de forma que eu pude ver Tânia abraçada com um garoto. Ele era alto, loiro, de cabelo espetado.

-Eu te amo- Tânia disse. Minha boca abriu. Hãn? Te amo?

-Eu também! - Então ela o beijou. Minha raiva por Tânia aumentou. Ela estava traindo Edward. E ele era tão cego de amor por ela. Como ela podia fazer isso com ele? Que criatura mais deprimente ela era. Que mesquinha! Mas por que razão ela estava com Edward então, se não o amava? Decidi que ia tirar isso a limpo.

-Minha vida- ele disse- vamos para sala agora? Se não chegaremos atrasados.

-Ah... o tempo quando estou com você voa. Mas vá indo à frente. Não quero que nos vejam juntos, pelo menos por enquanto.

Eles se beijaram novamente. Quando eu percebi que o rapaz que ela conversava, estava vindo em minha direção, me encolhi e a baixei a cabeça. Ele passou. E então, qual não foi minha surpresa quando vi que era...ELE!!!

Não podia ser. Tânia estava indo longe demais, ela não tinha o direito de enganar Edward dessa forma. Eu não ia permitir.

Ela estava vindo, quando passou ao meu lado eu segurei seu braço. Ela me devia explicações!

-Ei... Bella? O que...?!!- eu a interrompi

-Me diga... o que você tem com ele, Tânia?

-Isso não é do seu interesse! Agora me largue!!

-Não. Não vou te largar enquanto você não me dizer por que esta traindo Edward!

-Me largue... se não eu vou começar a gritar!!

-Isso! Grite o mais alto que você puder, chame a atenção de todos, quero ver a atitude que Edward vai ter ao saber que você está o traindo!- ela pareceu ceder. – E então, vai dizer ou terei que forçá-la?

-Ok, mas me solte primeiro. Você esta apertando forte demais!-tamanha era minha raiva, que não percebi que estava quase quebrando o braço daquela víbora. Soltei-a, vi a marca de meus dedos no seu braço, aquilo me deu um pouco de prazer.

-Ande! Conte logo!

-O que você quer saber? O que você ganharia contando isso a ele?

-Mandei você contar!! Por que você esta fazendo isso? Se você não o ama, por que continua namorando Edward?

Ela me deu um sorriso de deboche, o que me deixou ainda mais irritada.

-Ora Bella, até parece que você não me conhece!-eu estava profundamente aborrecida. – vamos Bella, pense! O que eu tanto sou nesse colégio? – pensei por um momento. E então tudo clareou. VACA!

-Você e tão... tão baixa!!- ela riu mais alto.

-ora Bella, Edward é lindo, todas as garotas o veneram. Ele é o garoto mais cobiçado, não só do colégio, mas de toda essa misera cidade! – me controlei o Maximo que pude para não pular e estraçalhar aquela desqualificada.- mas ele não é o suficiente para mim! -Concentrei-me e fiz a pergunta

-Voce o ama?- seu semblante mudou. Ela parecia perturbada.

-Sim... nunca amei ninguém como ele!

-mas por que então você não esquece tudo e é feliz com ele?

-Porque eu quero, eu preciso, eu vivo, de uma só coisa Isabella, a minha... –interrompi-a

-Pois então fique com sua maldita POPULARIDADE, Tânia! Mas eu não vou permitir que você continue enganando Edward dessa forma. -Ela riu alto.

-E o que você pretende fazer Isabella? Contar a ele? Vai, conte! Diga a Edward que eu estou o traindo! Ande! O que esta esperando?

-Sua...-eu me segurava para não esbofeteá-la

-Eu duvido que ele acredite em você!! Ele me ama!! Nunca ira dar ouvidos a você! Eu sei que você o ama Bella... Mas se convença que Edward é meu, ate eu dizer que não o quero mais- que ódio eu estava sentindo.

Então eu senti aquele aroma. Edward estava se aproximando eu podia senti-lo perto.

-Vamos ver então Tânia! Em quem ele vai acreditar, porque ele esta chegando Mal terminei de falar Edward apareceu no fim do corredor. Ah... aquele cheiro me deixava em estado de êxtase. Tamanha era meu entorpecimento pelo seu cheiro que Tânia foi mais rápida do que eu

 

-Edward... sua amiga me odeia!! Está até inventando calúnias contra mim!! – Como ela conseguia ser tão mentirosa e se fingir de inocente? Era uma nojenta!!

-Mas o que está acontecendo aqui? – Edward parecia perdido. Eu estava tentando de alguma forma, juntar as palavras para que elas saíssem o mais convincente possível.

-Edward – Tânia disse novamente – Bella está inventando mentiras a meu respeito!! Eu não sei por que ela tem tanta inveja de mim!!- FALSA!!  Senti tremendo ódio que me controlei o máximo possível para não pular na garganta daquela mentirosa e matá-la!

-Eu não estou inventando nada – eu disse. Edward estava bem em minha frente sendo traído por uma garota egocêntrica e eu estava tão impotente-  você que é uma mentirosa!!

-Qual das duas vai me explicar o que está acontecendo? – ele estava confuso, ele precisava saber a verdade. Encarei Tânia com tanto rancor e ódio. Eu estava deixando bem claro que se ela não contasse por bem, eu contaria por mal. Ela não pareceu entender o meu recado, porque se manteve quieta. Talvez por medo, talvez porque estivesse querendo manter seu teatro fajuto. Pensei por um momento. E então falei

-Edward, Tânia está te traindo! –fui tão firme e tão categórica que por um momento cheguei a pensar que ele tivesse acreditado... mas depois... seu olhar endureceu.

-Viu Edward... – disse Tânia – ela tem inveja de mim!! Está até inventando mentiras absurdas!! Como ela pode sequer pensar que eu te trairia?? Eu gostaria de saber por que ela está inventando tudo isso!! Diga Edward... diga pra ela que você não acredita nisso!!

-Edward – falei novamente – eu não estou mentindo!! Eu a vi te traindo com...

-Agora não basta querer sujar só o meu nome com o Edward vai querer colocar outra pessoa nessa sua mentira? Bella como você é baixa!!- a minha paciência estava se esgotando, Tânia não tinha idéia de como eu podia ser perigosa!

-Cale a boca sua....

 

-Bella – Edward falou, ele parecia irritado– não ouse falar mais nada contra Tânia...-Hãn? Como? Senti-me apunhalada pelas costas. Novamente Edward não confiara em mim. Olhei de esguelha para Tânia. Ela percebeu e meu deu um sorriso cínico.

-Mas Edward – eu disse ressentida. Como ele podia duvidar de mim? – eu não estou mentindo!!

-Bella... eu não acredito em você... eu sei que Tânia é incapaz de fazer uma coisa dessas comigo –facadas e mais facadas. Morte atrás de morte. Senti meu chão desabando. – E eu não sei por que você está inventando tudo isso!! Porque está jogando fora nossa amizade?

-Edward.. eu não estou mentindo... ela que está –eu disse aos gritos. Isso era injusto demais!

-Sua falsa, invejosa, dissimulada... você ainda quer jogar Edward contra mim depois de ouvir que ele não acredita em uma palavra do que você diz?

-Tania... como você consegue ser tão falsa e mentirosa? Você sabe que eu digo a verdade e fica se fingindo de pobre moça injustiçada... Sua vadia mentirosa!!- minha raiva por Tânia aumentava a cada momento. VADIA!!

-Bella –Edward interrompeu zangado– Pare agora com isso... se você vai continuar mentindo para mim eu sinto muito... mas não poderei continuar sendo seu amigo... eu pensei que você fosse uma pessoa diferente.. que eu pudesse confiar... mas vejo que me enganei... eu acreditaria em você se você me dissesse qualquer coisa menos contra Tânia... eu conheço ela há anos.. e não vou por nosso namoro sob risco por causa de uma coisa que mesmo que você tenha me falado eu sei que é mentira!!- eu já não suportava mais aquilo. Ok. Se ele preferia a namorada mentirosa e vadia que ele tinha, eu não ia mais me importar. Um dia a verdade iria aparecer.

-Satisfeita Bella? Se convenceu agora que o Edward é meu e que você não pode fazer nada para mudar isso?? –ignorei as ultimas palavras de Tânia e olhei profundamente nos olhos de Edward e disse

-Edward... eu disse a verdade... e se você não consegue acreditar em mim temo realmente que nossa amizade não possa continuar...  – ele assentiu com a cabeça, o que aumento ainda mais minha raiva – um dia a verdade ira aparecer... mas até lá... eu espero que você goste de ser corno – ele pareceu completamente estarrecido com minhas ultimas palavras. Mas não dei importância. Se ele preferia aquela vadia mentirosa, não era eu que iria impedir. Que ele fosse muito feliz com ela!! Virei-me antes que ele pudesse dizer qualquer coisa. Tamanha era minha raiva, minha decepção que eu não queria pensar em mais nada a não ser a minha sina.

 

Decidi que não iria para a aula naquele dia, deixei um recado para Alice e fui caminhar nas praias de La Push. Cheguei a beira mar tirei os sapatos e senti a natureza. As ondas iam e vinham fazendo uma bela melodia junto com o canto das aves. O sol como sempre brincava de esconde-esconde com as nuvens. As ondas batiam em minhas pernas e tudo que eu queria era que elas levassem todo o meu passado que me atormentava. Queria que elas pudessem limpar a minha alma, se eu tivesse uma. A imagem de Tânia traindo Edward não saia de minha cabeça, bem como os olhos dele cegamente apaixonados por ela, se ele pelo menos soubesse que eu o amo. Que ele é o motivo da minha existência agora! Como o destino fora cruel comigo. Eu estava tão amargurada. As lembranças me consumiam

.

Flashback On

 

“O Sol brilhava aquela manhã. Eu passeava com minha ama pelas ruas da cidade. Estava tudo planejado, eu iria me encontrar com Alexander na praça central e minha adorada ama iria deixar-nos a sós e ir à igreja. Logo eu o avistei. Ele estava mais lindo do que nunca, os cabelos bronzes bagunçados e aquela sorriso torto na face.

-Olá estrela do meu céu. Temi não vê-la hoje.

-Ora, por que iria eu não vir encontrá-lo? Bem sabes que tu és a razão de meu viver!

-Também é a do meu minha doce Bella! Venha! Vamos andar pelos jardins dessa cidade cruel! Refugiar o nosso amor junto à natureza

-Espero não vir a encontrar nenhuma das pessoas que nos vão contra Alex. Bem sabes que não me sinto bem com isso. Mas não te deixarei, nem que para isto eu tenha que mover céus e terras contra tudo e todos!

Chegamos a um lugar onde a relva era verde e macia. As flores cobriam com seu aroma a atmosfera do local. Eu me sentia completa com ele.

Caminhamos devagar por alguns minutos. Em silencio. Um saboreando a companhia do outro. Isso bastava para nós. O silencio e estarmos juntos. Sentei na grama verde e ele sentou ao meu lado. Colheu uma flor e colocou em meus cabelos. Um lírio branco.

Ele deitou-se. Ali estava ele, tão próximo e ao mesmo tempo inalcançável. Deitei-me em seus braços e ali ficamos não sei quanto tempo. Até que o meu sonho acabou. Fui arrancada de seus braços, e ali nunca mais voltei. ”

 

Flashback Off

 

Fui tirada de meu devaneio quando novamente aquela sensação de que algo estava errado invadiu todo o meu corpo. Algo estava acontecendo com a pessoa que eu amava eu podia sentir. Voltei correndo para casa e lá encontrei Alice. Ela não havia visto Edward no colégio aquela manha. Obviamente ele também não havia ido para a aula. Algo não estava certo. Eu podia sentir.

 

Eu não ia esperar que algo acontecesse. Eu não podia esperar. Entrei no meu carro e dirigi até a casa de Edward. Notei logo que Esme estava sozinha, nem Rose e nem Carlisle haviam chegado. Entrei devagar na casa. Ouvi um som de radio vinda da cozinha. Dirigi-me para lá. La estava ela. Mal sabia o que eu iria fazer com ela. Antes que ela sequer se desse conta de minha presença eu já estava entoando minha canção maldita:

 

 

  Pela força deste canto

E por todo o meu encanto

Do crepúsculo ao amanhecer

Na mágica maldita desta melodia

A mim você irá pertencer

Sem jamais lembrar desta magia

Aonde quer que vá

Ao som da minha voz você obedecerá

 

Vi logo o brilho de seus olhos maternais escurecerem. Eu tinha pouco tempo. Então decidi perguntar o mais rápido possível o que eu gostaria de saber.

-Esme, escute, o que esta acontecendo com Edward?

-Nada- ela havia sido categórica. Eu sabia que ela havia dito a verdade, mas algo dentro de mim me dizia que havia coisas que eu deveria me preocupar.

-Bom, você ira agir normalmente. Continue com suas tarefas normais. Ao amanhecer você estará liberta.

Senti uma fisgada em meu peito. Havia usado meu poder para nada, Esme havia sido usada para nada. Eu nunca mais iria fazer aquilo com ela. Eu gostava dela.

 

Após aquele dia, passaram-se seis meses em que eu não havia falado com Edward, seis meses em que a angustia me dominava por completo. Seis meses em que cada vez mais eu o amava. Seis meses em que eu percebi, que, embora fosse difícil de acreditar, eu estava amando Edward muito alem do que eu amava Alexander. Eu o amava de uma forma inexplicável e inexpressível. Seis meses em que eu notava que ele estava ficando cada vez mais debilitado, pálido, doente. Ele não freqüentava regularmente as aulas e eram raros os dias em que ele parecia estar bem. Edward estava doente. Edward estava MUITO doente. E eu não sabia o que era. Isso me angustiava. Sempre que ele vinha para as aulas, eu o vigiava, seguia-o com meus olhos projetados para a caça e observação. Ele evitava me olhar, como que sabendo que eu percebera algo de errado. Eu não agüentava mais tanta dor e sofrimento. Tudo pareceu clarear em minha mente após eu presenciar uma cena que me deixou bastante abalada. Edward havia desmaiado novamente. Levei-o a enfermaria e fiquei lá o tempo todo ao seu lado. Vendo sua respiração dificultosa e os batimentos de seu coração, sentindo seu cheiro e saboreando sua presença. Eu estava profundamente triste a abatida. Eu o admirava quando o percebi se mexendo. Ele havia acordado. Quando abriu os olhos verdes e cheio de calor, minha esperança voltou, dei um pequeno sorriso

 

-Quer dizer que o dorminhoco decidiu acordar

-Bella? ... Onde... ah não me diga que aconteceu de novo?!- ele estava confuso em um primeiro momento, porem, pareceu que logo ele entendeu o que havia se passado, pois virou o rosto tentando esconder as lagrimas que nasciam de seus olhos, não sei exprimir o tamanho da dor que eu estava sentindo. Eu precisava ajudá-lo.

-Edward... sei que esta acontecendo alguma coisa muito ruim com você. Esqueça nossos problemas passados e me deixe ajudá-lo, por favor?!

- Não Bella, não esta acontecendo nada, foi apenas cansaço.

-Cansaço? Por favor Edward não minta pra mim. eu vejo em seus olhos que você não esta bem, você esta triste, sofrendo e eu quero muito te ajudar! Estou tão preocupada com você!!! Você cada dia fica pior... pelo amor de Deus, Edward, me deixe fazer alguma coisa por você!- eu já estava suplicando. Tudo que eu queria era que ele ficasse bem.

-Por favor Bella, da ultima coisa que eu preciso agora é que você sinta pena de mim. Eu não preciso da pena de ninguém, muito menos da sua!! Vá embora... –ele virou o rosto. Era isso que ele achava? Que eu estava com pena dele? O que eu podia fazer pra ele acreditar, pelo menos por um momento nas palavras que saiam de minha boca? Ele não fazia idéia do que estava falando! Eu não sei como foi que eu criei forças para fazer o que eu fiz. Algo agia por conta própria dentro de mim. Talvez meu amor por Edward tivesse criado vida e começado gritar o que tanto tempo estava guardando. Aproximei-me dele, cheguei bem pertinho de sua pele. 

-Edward... eu não sinto pena de você... eu jamais senti pena de você, você é tão importante pra mim... você é TUDO pra mim, será que você nunca percebeu que eu TE AMO? Nunca percebeu que tudo o que eu quero é te proteger? Nunca? – percebi que ele havia ficado confuso com minhas palavras. Abaixei-me até o nível de seu pescoço, e pela primeira vez eu pude sentir seu cheiro pela fonte mais provocante. A fonte que eu um dia quis saborear. Pensei em beijá-lo, mas pareceu-me que Edward percebia o que eu estava prestes a fazer e então recuei. Passei minha mão sem calor sobre seu rosto e pude sentir a textura de sua pele cheia de vida. Percebi logo o que estava fazendo, dentro de mim havia uma guerra. Uma guerra entre uma parte que queria com todas as forças continuar a senti-lo tão perto, e a outra que cismava em pensar que esse amor era impossível. Hesitei e tirei minha mão rapidamente de seu rosto. Mas a guerra não havia acabado eu apenas havia tomado parte de um dos lados.  - É tão difícil ficar perto de você, é tão difícil me CONTROLAR perto de você, você é uma droga pra mim Edward!- parei. Eu estava agindo de forma errada. Eu estava sendo tola demais. Edward estava muito doente e eu não estava fazendo nada com relação a isso, ele era minha vida e eu não estava lutando da maneira que eu deveria. Continuei – Mas você também é a minha vida.. Eu sei que você não esta bem, eu sinto que você esta sofrendo. E já que você não quer me contar, terei que descobrir eu mesma.

 

Ele não respondeu por algum tempo depois pediu que eu deixasse-o sozinho. Coisa que eu neguei decididamente. Eu não iria deixá-lo sozinho jamais! Porem de tanto ele insistir acabei cedendo, o que me arrependi logo que passei a porta. Eu havia deixado naquele quarto a minha estrela guia.

 

Comecei a pensar no que eu faria para ajudá-lo se não sabia o que se passava. Como algo vindo do céu, eu decidi o que iria fazer.

 

Sai da enfermaria e fiquei esperando até Carlisle aparecer para levar Edward para casa. Segui-o. Fiquei escondida na arvore que havia em frente ao quarto de Edward. Eu ouvia vozes preocupadas dentro da casa. Esme não saia do lado do filho. Edward parecia piorar a cada minuto.

Ouvi um barulho aproximando-se perto de mim, me virei rapidamente e qual não foi minha surpresa ao ver Alice parada atrás de mim. Sua expressão era pesada, algo estava errado.

-Bella.. você precisa vir comigo. Tem uma pessoa que quer conversar com você. E ela não quer esperar, aconselho que venha comigo agora mesmo. – ela olhou pela janela e viu Edward. - sinto muito Bella, mas pelo bem dele você tem que vir!

Dei uma olhada relutante para o leito em que Edward delirava, uma dor invadiu meu corpo

-Eu nunca mais irei deixá-lo Edward, eu prometo!- virei-me para Alice e disse

- vamos!

Chegamos em casa e qual não foi minha surpresa ao rever aquele carro que eu conhecia muito bem. O que eles estariam fazendo ali? Por que justamente nesse momento? Entrei. Ao olhar para as três figuras de preto sentadas em nosso sofá entrei em pânico. O que faria?

-Olá Bella?-disse Caius

-Oi- eu disse seca- o que vocês querem?

-Isso é jeito de tratar uma visita Bella?- olhei para Marcus desafiadoramente.

-Ora Marcus, você sabe que eu não uso muito de cortesias!

-Claro que sei.- ele deu uma olhada ao redor, observando a sala.- bela casa. Nem parece ser habitada por monstros!

-Esqueceu ,Marcus ,que Bella quer ser diferente- Aro disse em voz zombeteira.

-Por favor, Aro, deixe-nos em paz! – Alice estava suplicante.

-Não!- ele gritou- eu quero vocês em minha casa. Será que ainda não entenderam que não podem fingir ser o que não são?

-Podemos! – eu falei alto. Os três me olharam minuciosamente. – Vocês não vão me tirar daqui!!

-Que motivo teria você, Bella, para não querer ir embora conosco?

-Vocês... vocês matam pessoas!- eu disse sem ter certeza de que essa era a resposta verdadeira. A verdade era que minha alma estava naquela cidade e eu não iria a lugar algum sem ela!

-Mentira!-uma voz gritou atrás de mim.- eu sabia quem era. Arthur esta ali também. Pronto, minha desgraça estava completa! Arthur era afilhado de Aro, Marcus e Caius, ele era loiro de olhos profundos e castanhos mel. Seu corpo era de um porte atlético e seus cabelos desciam em seu rosto suave. Ele era definitivamente maravilhoso.

-Hum... intrigante- disse Caius ao ver Arthur ali.-entre meu filho. Por que você diz que Bella esta mentindo?- Arthur me olhou com desejo e falou

-Porque eu sinto que Bella esta mentindo! Eu sinto o estresse dela!- eu fiquei entorpecida, eu sabia do dom de Arthur, ele podia sentir no ambiente os sentimentos das pessoas.

-Hum... muito intrigante- Caius estava me deixando preocupada, eles não podiam saber da existência de Edward, jamais!- Por que esta mentindo Bella?

O que te prende nesta cidade? –fiquei em silencio, olhei para Alice, suplicante para que ela não dissesse nada. –Você ira me dizer ou teremos que forçá-la Bella?

-Vocês não podem me forçar a nada! Nunca irão penetrar minha mente!

-Você tem razão Bella. – Marcus disse, ele deu um meio sorriso e olhou para Alice.- Mas, podemos na dela!

-Não!- antes que eu pensasse em qualquer coisa vi Alice sendo arremeçada contra a parede, ela caiu de joelhos. Pôs as mãos na cabeça. Eu sabia o que Marcus estava fazendo. Ele estava obrigando Alice a pensar na verdade. Eu sabia que ele conseguiria. Alice gemia, gritava de dor.

-Muito interessante Bella! Quem diria não?- ele disse ao terminar o trabalho. Vi Alice cair desacordada no chão, corri para lá. Debrucei-me sobre seu corpo. Ela me abriu os olhos e me olhou pesadamente.

-Desculpe Bella! Não pude evitar.

-Tudo bem, Alice. Você vai ficar bem!-Levantei-me decidida- Pronto agora você já sabe a verdade Marcus! Vá embora!!

-Ora, o que Arthur ira dizer quando souber Bella? – ele olhou para o afilhado.

-Saber o que?

-Bella te trocou por um humano!

-Como?

-Explique Marcus!!- Aro disse levando-se do sofá autoritário- o que prende Bella aqui?

-Bella esta amando. Olha que bonito! A fera se apaixonou pelo cordeiro!

-Isso é verdade Bella?- Caius olhou-me e deu uma gargalhada. Tamanha era minha raiva que eu estava disposta a lutar com eles. Pus-me em posição de ataque, e deixei meus dentes à mostra.

-Não criança, não iremos lutar com você! Vamos embora agora, mas nos voltaremos Bella.

-Eu já vou. Tenho contas a acertar com Bella.-Arthur disse.

-Pois eu não tenho nada pra falar com você!-os três saíram, deixando-me com Arthur.

-Bella!- ele rosnou- você ama um humano? Prefere um humano a mim?

-Sim! – eu gritei com todas as minhas forças- eu o amo mais que minha própria vida!

-Como é o nome dele Bella?

-Não vou dizer!

-Tudo bem. Eu descobrirei sozinho. Não descansarei até provar o sangue do infeliz!

-Nunca!! Eu não vou permitir Arthur! Você terá que me matar!

-Não Bella, não vou te matar, quero você para mim! Só para mim! Você será minha companheira!- ele virou-se e saiu pela porta.

 

Deixei-me cair na sala. Se eu pudesse chorar, com certeza eu estaria chorando como uma criança naquele momento, Alice que já havia se recuperado da tortura, enlaçou os braços em mim, levantou-me e me colocou sentada no sofá. -Fique calma Bella, nós iremos protegê-lo. Nada ira ferir Edward!

Eu estava sem forças para nada. Minha única esperança era a existência de Edward. Fiquei ali no sofá, com Alice me confortando até o dia amanhecer.

-Esta melhor minha querida?-Alice disse com uma voz maternal e doce.

-Sim- eu disse- Alice, algo esta acontecendo com Edward. Ele esta morrendo. – eu falhei ao pronunciar essa ultima palavra. A morte de Edward era uma coisa que eu não iria permitir.

-Como assim Bella? Você sabe o que ele tem?

-Não. Mas vou descobrir. Hoje eu irei ver o medico dele, Alice. Eu irei obrigá-lo a me dizer o que Edward tem.

-Você vai... cantar?

-Sim.- eu estava decidida. Se essa era a única forma de saber o que Edward tinha, eu iria fazer. Alice não disse nada contra. Ela sabia que isso era importante para mim. Levantei-me e troquei de roupa.

-Onde você vai Bella?

-Vou cuidar de Edward.- eu disse e dei um pequeno sorriso para ela.

 

Dirigi até a casa de Edward e esperei até que vi Esme, Carlisle, Edward e Tânia saírem da casa e entrarem no carro. Os segui até uma clinica em Por Angeles. Pareceu-me anos até que eles saíram da clinica. Edward parecia mais pálido, Esme estava com os olhos vermelhos, Carlisle parecia frustrado e Tânia estava assustada. O médico não tinha trazido boas noticias. Eles entraram no carro, deram meia volta e seguiram o caminho para Forks. Eu sabia o que tinha que fazer.

 

Desci do carro. Caminhei lentamente a até a recepcionista. Ela era uma moça esguia, magra, de cabelos enrolados e castanhos.

-Por favor, eu queria falar com o medico que atendeu Edward. Você poderia chamá-lo?- eu disse.

-Sim, só um momento. – ela pegou o telefone. Dr. tem uma moça que gostaria de falar com o senhor.- ela olhou para mim e disse- Qual seu nome por favor?

-Isabella Swan. – ela voltou para o telefone

-Ela disse ser Isabella Swan. Devo deixá-la entrar?... Ok.- ela desligou o telefone, olhou para mim me examinando.- Siga o corredor, terceira porta a direita.

-Obrigada.

Segui o caminho indicado. Cheguei a frente à porta e bati. Uma voz vinda de dentro me mandou entrar.

Abri a porta, e entrei. Vi um médico sentado de frente a uma mesa que me indicou a cadeira na sua frente.

-O que deseja? – ele disse calmamente. Olhei para o crachá que ele carregava e vi o nome. Dr. Butler.

- Dr. Butler, eu gostaria de saber como esta a saúde de Edward Cullen.- eu fui sincera com ela, quem sabe não precisasse usar a força.

-O que a senhorita é dele?

-Amiga.

-Sinto, mas não posso falar nada sobre o paciente. - ele me indicou a porta.

-Ok.- levantei e debrucei-me sobre a mesa do medico olhei em seus olhos- Desculpe doutor, mas Edward é muito importante para mim.- então eu entoei minha canção

 

Pela força deste canto

E por todo o meu encanto

Do crepúsculo ao amanhecer

Na mágica maldita desta melodia

A mim você irá pertencer

Sem jamais lembrar desta magia

Aonde quer que vá

Ao som da minha voz você obedecerá

 

Acabei a canção e percebi logo o efeito desejado.

-Ouça-me e responda diretamente, Edward está doente?

-Sim.

-O que ele tem?

-Edward esta com Leucemia. –Leucemia? Não podia ser! Eu me negava a acreditar. Concentrei-me na pergunta mais difícil.

-Quanto tempo ele tem de vida?

-Ele esta em fase terminal. Tem poucos dias, talvez horas. O tratamento e nem os remédios fazem efeito. Ele vai morrer.

Não. Eu me negava a creditar naquilo. Edward não iria morrer, eu não iria permitir.

-Ótimo. Vá para casa agora. Diga que você não esta bem. Aja anormalmente, amanha você ira acordar e não se lembrara de nada.

Sai do hospital e fui direto até a casa de Edward.

 

Eu não iria me separar de Edward em nenhum momento. Estaria presente em sua vida. Empoleirada na arvore em frente ao quarto de Edward eu via como ele estava mal. Morrendo. Eu precisava ficar com ele. Notei que aquela noite Tânia não estava lá, e Edward negava a companhia de Esme. Fiquei feliz. Aquela noite eu iria cuidar dele. Ao notar que todas na casa dormiam, abri a janela do quarto de Edward e entrei. Prostrei-me no lado de sua cama. Ele estava ardendo de febre, delirando. Afaguei seu rosto e seu cabelo, ali estava ele. A minha alma, debilitada e fraca. Comecei a murmurar em seu ouvido que ele ficaria bem, que ele não iria morrer, que havia uma chance para ele. Seu fim não estava próximo. A pela de Edward era tão macia, passei a mão sobre sua boca. Eu precisava beijá-lo. Encostei meus lábios frios nos seus. Ele estava acordando, me afastei rápido. E sai pela janela, fiquei o observando de fora. Ele estava sobressaltado, mas parecia melhor.

 

O dia estava amanhecendo. Eu precisava trocar de roupa. Cheguei ao colégio e fiquei esperando Edward aparecer. Eu necessitava estar com ele. Qual não foi minha alegria ao vê-lo vindo em minha direção.

 

-Edward!

-Bella... nós –eu estava tão contente ao velo ali que enlacei meus braços em seu pescoço – podemos conversar? –ele se livrou de meu abraço, parecia surpreso.

-Claro Edward... claro... o que você quer conversar?

-Bella, eu queria que nós deixássemos nossas desavenças... eu não tenho muito tempo de vi...- eu arregalei os olhos

 -Vida...- pronunciei a palavra pausadamente, lembrando me do dia em que minha vida fora arrancada de mim. No dia em que Alexander havia morrido.- Edward, eu sei que você não esta bem de saúde, sei que o medico não pode mais fazer mais nada por você. Eu sei que você esta com... leucemia. Mas eu não vou deixá-lo mais...

-Como você descobriu Isabella Swan? Ein.. como? –ele agarrou meus braços numa tentativa inútil de apertá-los. Ele estava nervoso.

-Edward... eu... apenas sei ok? Pra que você quer saber como eu descobri? Como isso vai mudar a situação? Isso não muda nada Edward, absolutamente nada!

-Muda tudo Isabella! Eu estou acabado, perdendo as coisas que mais amo na minha vida, vim aqui falar com você porque.. porque você é importante pra mim também. Mas não quero sua pena – ele dizia aquelas coisas e chorava, eu estava comovida, queria poder chorar junto com ele, ou melhor queria poder estar no lugar dele, simplesmente para ele continuar vivendo.

-Edward...

-Bella... pare... – ele me cortou antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, deixando me surpresa com seu tom de voz. Eu precisava explicar o que estava sentindo.

-Você realmente acha que eu tenho pena de você? Mesmo depois de ter falado a você que você era absolutamente tudo de mais importante na minha vida? Eu só quero ajudá-lo!

-Não... ninguém pode me ajudar. Bella não há o que você possa fazer por mim,  eu gostaria que a gente conseguisse pelo menos ser colegas novamente...

-Edward.. por favor.. eu já te disse que você é a minha vida! Faria qualquer coisa por você. Eu não consigo ver você assim...- ele me cortou de novo.

-Chega... eu não quero ouvir mais!!! Eu não quero ouvir você dizer nada! Eu já disse que não quero a sua pena!!

-Mas Edward...

-Mas nada Bella!! Eu acreditei que nós poderíamos nos dar bem.. mas vejo que eu me enganei!! E....

 

Ele estava caindo, antes que tocasse o chão eu o agarrei e o segurei. Deitei-o no chão tentando reanimá-lo sem sucesso. Ouvi Tânia se aproximar. Ela gritava por ajuda.

-Vá embora Bella!

-Não!

Segurei Edward e levei-o até a enfermaria.

-Não precisamos mais de você Bella, saia!

-Não, eu vou ficar aqui até Edward acordar!

 

Ela deu meia volta e entrou no quarto em que Edward estava. Ficou lá um tempo, até que eu os ouvi conversarem e Edward pedir para ir embora. Poucos minutos depois a porta abriu e Tânia saiu por ela. Barrei seu caminho e disse

-Vou falar com Edward agora

-VOCE NÃO VAI ENTRAR AQUI ISABELLA!

- EU NÃO PEDI A SUA PERMISSÃO! SAIA DA MINHA FRENTE

-NÃO!

-SAIA DA MINHA FRENTE TÂNIA!! – gritei

- NUNCA!

-SAIA!

 

A enfermeira aproximou-se zangada

 

-O que esta acontecendo aqui?

-Essa daí quer entrar -Tânia disse autoritária

-Quero ver como ele esta, e ela acha que manda em alguma coisa aqui.-eu disse educadamente

-Entre senhorita, mas não vá perturbá-lo- ela disse para mim. Tânia quis discutir, mas teve que acabar cedendo

-Você tem o tempo de eu falar com a enfermeira e voltar... e vê se não faz ele ficar nervoso novamente!-ela disse, fingindo-se de preocupada. MENTIROSA!

 

Entrei pela porta e notei que Edward havia escutado os gritos vindos de fora. Eu estava tão triste.

-Edward.. me desculpe por isso –disse referindo me a briga com Tânia.

-Bella...eu... vou morrer! Entenda isso ok?- ele parecia conformado, o que me dava mais angustia, ele estava aceitando a morte!

-Edward... você não vai morrer!! Não diga isso!!

-Vou Bella.. eu vou sim... Saia por favor...  –eu estava aflita, ele não podia imaginar com era duro ouvi-lo falando em morte, eu não podia mais viver sem ele. O destino tinha me dado uma chance de ser feliz novamente, e agora eu não iria falhar. Edward viveria. Eu não iria deixá-lo morrer.

-Edward... você já pensou que todo mundo tem um passado? Seja ele feliz ou triste?

 

“Se eu pudesse quebrar essa minha forma, eu correria com ele hoje
E de alguma maneira eu sei que ele está nesse caminho para mim
Edward, você e eu estamos destinados um ao outro
Muito mais tempo do que para sempre
Vou te ter no meu coração
É quase como se você estivesse aqui comigo
Ainda estamos muito distantes”


-Do que você esta falando?

-Estou falando Edward que quando a vida nos dá uma segunda chance agente faz de tudo para não perde-la...

 

 

“Muito mais tempo do que para sempre
Como constante como uma estrela
fecharei meus olhos e estarei onde você está”

 


 

-Sabe por que Edward? Porque o amor ele vem e... você faz de tudo pela pessoa que ama. Você passa a viver pelo outro. O outro passa a ser sua alma. E quando ele vem, há sempre um motivo. Há sempre uma razão. Ele vem para salvar a pessoa da condenação! Mas quando você é obrigado a se afastar dessa pessoa, quando te arrancam do lado dessa pessoa. Você vira uma criatura sem alma. Mas agora que eu reencontrei a minha alma não vou perdê-la novamente!  

 

“Claro como a aurora traz o nascer do sol

Temos um vínculo inabalável

Destinada a durar toda a vida e para além

Muito mais tempo do que para sempre

Eu juro que vai ser verdade”
 

 

-Bella, você esta louca! O que você acha que pode fazer por mim? hein? Me desculpe Bella, mas você é minha amiga, ou pelo menos era. Eu não posso corresponder o seu sentimento, eu amo a Tânia, e mesmo que pudesse eu vou morrer!- ele não sabia o que estava dizendo. Ele não sabia com era viver para uma pessoa, ele devia ME amar, e não amar a Tânia, ela não o merecia, ela não o amava. Ele não tinha idéia de como é viver sem uma alma.

 

-Você não tem idéia do que está falando! Você não sabe como é perder a pessoa amada... eu quero que saiba Edward que eu não vou deixar você morrer... eu não vou te perder de novo!! – me virei e caminhei até a porta, minha decisão estava tomada, eu não iria esperar mais nenhum instante - Eu não vou deixar você morrer! Eu sou egoísta o suficiente para não suportar viver sem você! Eu vou fazê-lo viver! Não viverei mais sem você Alexander! Meu Edward!

 

“Eu fiz uma eterna promessa
Para te encontrar
Muito mais tempo do que para sempre
E com o seu amor nunca ficarei só
Muito mais tempo do que para sempre
Muito mais forte do que sempre
E com o seu amor que eu nunca vou ficar só”

 

Eu disse aquilo e antes de qualquer reação da parte dele eu sai pela porta, atravessei a recepção, olhei para Tânia, e notei que ela me olhava assustada.

Fui direto para casa, e sentei a sombra no enorme carvalho que eu tinha usado para provar a Edward o que eu era. Eu fiquei ali meditando na minha decisão, se essa era a única forma de salvar Edward eu a faria.

 

A noite chegava, estava na hora de minha visita ao quarto de Edward. Novamente eu subi até a janela e avistei-o na cama, a bandeja com sua comida estava ao lado e Esme tentava fazê-lo comer. Até que Edward finalmente dormiu. Mas não foi uma noite tranqüila, ele se remexia na cama, gritava, suava, ele estava tendo pesadelos.

 

O dia amanheceu, e Edward parecia realmente ter chego ao fim. Chamaram o Dr. Butler, que o examinou, ouvi quando ele disse a Esme que Edward tinha apenas poucas horas de vida. Ouvi-a chorar pelo filho amado, quis reconfortá-la dizer que eu não o deixaria morrer, que ele continuaria existindo.

 

As horas se arrastaram, o tempo parecia parar. A respiração de Edward ficava cada vez mais devagar e seus batimentos fracos.

Vi-o fechando os olhos, como se esperando a morte.

 

Flashback On

 

“-Você me salvou?

-Acho que era o que eu devia fazer... – ele respondeu

-Humm... obrigada!! Sou Bella Swan...

-Edward Cullen...”

 

~*~*

 

“-Bom.. é o mesmo garoto que me salvou!

-Ah – ela deixou escapar

-E isso não é tudo – ela me olhou espantada

-Não?

-Não... eu estou confusa...

-Me conte o que houve, e talvez eu possa te ajudar...

-Bom... quando ele me puxou, eu encostei em seu corpo e senti o calor dele.... e isso me deixou extasiada, senti como se eu fosse humana novamente... entende?

-entendo...

-Mas aí eu respirei, e senti o cheiro dele mais concentrado e intoxicante do que nunca... e a sede voltou me lembrando que eu não era humana, e para confirmar o que eu já sabia, eu o olhei nos olhos, depois de me afastar como você viu... e...

-e... – incitou-me ela

-e o calor tomou meu corpo novamente.... não sei se realmente foi meu corpo... mas eu me senti quente... e a sensação mais leve que eu senti foi a sede... e agora no carro, eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser em seus olhos, seu rosto, sua voz perfeita e em como ele é bonito e gentil... você consegue entender?

-Entendo sim – ela disse e deu um pequeno sorriso – eu tenho uma explicação que me parece razoável para isso... mas não sei se é uma coisa boa!!

-Oh Alice... me conte então!! Eu não sei o que é isso...

-Na verdade... você sabe o que é sim... apenas não pensou nisso ainda... afinal... é compreensível... nós não pensamos que podíamos sentir isso...

-Sentir o que Alice?

-Pense Bella... em toda a sua existência... você nuca sentiu isso?? – parei um momento para refletir sobre suas palavras e sobre minhas emoções... tentando lembrar quando senti algo assim... e então a resposta veio...

-Alice... isso É IMPOSSÍVEL!!!

 

Flashback Off

 

Eu não agüentei, abri a janela de seu quarto, e entrei. Afaguei seus cabelos.

 

Ele tinha pouco tempo de vida, eu tinha que agir rápido. Enlacei meus braços pelo seu corpo, protegendo-o de mim mesma. Corri com Edward o mais rápido possível. Corri contra o tempo que insistia em me separar dele. Corri contra o destino que não queria minha felicidade. Um filme passava em minha mente.

 

Flashback On

 

“Bom.. mas você disse que meu caso era curioso... você pode me explicar melhor?

-Seu caso é curioso para mim por dois motivos... e eu já tenho uma teoria para os dois.... o 1° motivo é que é a primeira vez, pelo menos que eu saiba, que isso acontece entre uma vampira e um humano...

-E qual a sua teoria sobre isso?

-A minha teoria é que você encontrou sua alma gêmea quando era humana, mas por algum motivo vocês se separaram... você virou vampira e ele não.. por isso ele voltou na pessoa que você ama agora...

-Boa teoria... talvez seja verdadeira , e o seu 2° motivo?

-O meu segundo motivo é o fato do sangue dele ser mais atrativo para você... e minha teoria sobre isso é que de algum modo você teria que perceber que reencontrou sua alma gêmea... e o modo mais eficaz disso acontecer seria o sangue dessa pessoa ser diferente para você...”

 

~*~*

 

“-Edward, você acredita em... Vampiros?”

 

~*~*

 

“-Bella?

-Edward? Pensei que você não quisesse mais me ver depois de tudo que eu te falei

-Bella...que garantia você me dá de que não estou sendo dominado?Que garantia você me dá de que Alice não apagou minha memória?”

 

Flashback Off

 

Cheguei em casa, levei-o até meu quarto e o deitei em minha cama. Ele estava tão frágil, mais que o normal. Eu tinha que tirar forças de dentro de mim para terminar o que eu havia começado eu não iria deixá-lo morrer.

 

“Eu sempre soube que pertencíamos um ao outro

Muito antes que eu descobrisse seu nome.

A única coisa para eu estar longe de você

Era um sinal que prova que você sentia o mesmo.

 

De alguma maneira eu soube todos os seus segredos,

Exatamente quando olhei em seus olhos,

Desde o momento em que te encontrei.

Eu estava pensando No resto de nossas vidas

 

Apenas diga para mim”

 

-Não se preocupe, você não vai morrer... eu não vou deixar... você terá sua segunda chance... nós teremos nossa segunda chance... EU TE AMO!!

Eu o amava incondicionalmente, irrevogavelmente, incontrolavelmente. Não sabia se eu conseguiria seguir o propósito que eu deveria seguir. Não sabia se eu agüentaria sentir o gosto do sangue de Edward e não prová-lo. Mas isso era um fato que eu estava disposta a enfrentar, apenas pela esperança de poder tê-lo a salvo.

 

“Por toda a eternidade eu sei que vou te amar,

Embora esse destino mal, queira nos separar.

Eu te procuro tanto e sei que vou te achar

 

Sempre, sempre, sempre estarei do seu lado

Eu não tenho medo, de dizer pra sempre

Você me faz sentir segura

Por que eu sei que é eterno

E eu nunca tive esse sentimento antes”

 

Eu não podia perder mais tempo. Edward estava morrendo a cada minuto. Eu tinha que transformá-lo, e aquela era à hora. Nem mais um minuto. Fitei-o e abri minha boca deixando meus caninos à mostra. Levantei-o e encostei minhas narinas em seu pescoço. Será que depois  da transformação ele teria o mesmo cheiro?  Aceitando minha sina, eu senti, talvez pela ultima vez o aroma de meu adorado Edward. Agora era a hora. A hora em que a eternidade iria começar para nós dois. Enfiei meus dentes em Edward, sofrendo juntamente com ele.

 

“Por toda a eternidade eu sei que vou te amar,

Embora esse destino mal, queira nos separar.

Sempre, sempre, sempre estarei do seu lado

 

Atraídos pela imensidão

O destino me trouxe você

E agora eu sei que sonhos podem tornar-se realidade

 

Por toda a eternidade eu sei que vou te amar,

Embora esse destino mal,

Queira nos separar.

Alem da eternidade

Eu sempre vou te amar.”

 

 


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Notas finais do capítulo

Beem minhas leitoras amadaas, esta aqui o cap. 9. vou postar o 10 hj tbm :D, no fiim do proximo cap. eu respondo os reviews de voces
Beeijos da autoras que ama vcs :*



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