16.O encontro? (Lua e Matt)

POV Luanna.

Cadê a Sofie,eu vou matar ela se ela não aparecer em cinco minutos.Certo,eu sei que acabei de ligar pra ela,mas mesmo assim,vou arrancar fio por fio daqueles cabelos verdes desbotados (agora desbotados) dela.

-Que foi Lua? – Alguém quase quebra a porta do meu quarto,educação?Pra que isso?

-ME AJUDA. – Berro segurando ela pelos ombros.

-Oi,eu vou bem,comi bolacha quando cheguei em casa,fui no banheiro,troquei de roupa,sem estou maravilhosamente bem. – Sofie e sua ironia.Reviro os olhos.

-Não sei que roupa ir. – Falo soltando ela e colocando a mão na testa.

-Sente-se,oh jovem e doce Luanna. – Ela fala apontando pra minha cama.O que deu nela? – Vamos começar. – Ela adota uma postura séria. – O Matt é diferente.E mesmo se você for vestida de palhaça ele não vai ligar. – Agora foi a vez dela de revirar os olhos. – Ache algo normal,algo que seja a tua cara.Não vá vestida estilo “menina de filme americano bv e virgem no primeiro encontro,que fica parecendo uma puta” – Ela fez aspas com a mão,não deixo de rir com a frase. – Seja você mesma,por que é da Lua que ele vê todo dia que ele gosta. – Emocionei. – Puta que foi pro vale,da onde eu tirei essas palavras,acho que a conversa com o Leo me deixou assim. – Ela murmura sozinha.

-Hein? – Fico com a minha melhor cara de paisagem.

-A sim,tive uma conversa com o pai do Bernardo,ahhhh acertei o Bernardo com uma escova na cabeça. – Ela me conta e começa a rir.

-Ainda não entendo tua briga com os meninos. – Falo procurando minha blusa preferida.

-Bem,tudo culpa da Francisca. – Ela se deita na minha cama.

-Explique-se melhor. – Falo procurando uma calça agora.

-Bem,teve a briga em que a Natali falou mal do meu pai,ai ela falo que ninguém gostava de mim,e os viados concordaram.Afinal nem sei por que to falando com o Matt,ta,tudo bem eu sei,ele me ajudou aquele dia da bolada. – Ela tenta explicar,vou e me sento na cama.

-Sofie,você sabe apenas um lado da historia,o lado que você conhece,o lado em que você sofreu. – Seguro na mão dela que se senta ao meu lado. – Você deveria pedir pra eles uma explicação do por que eles terem concordado,o por que deles terem ficado do lado delas,bem o Matt foi o único a perceber algo errado,os outros ainda não perceberem,e bem,teu ódio com o Bernardo é algo engraçado.Afinal ele tem nada a ver com nada na historia,apenas o fato dele ter feito o Franci sofrer,porem agora ele não tem nada com ele,tecnicamente. – Penso um pouco. – Acho que o fato de depois de tudo que aconteceu,ele ter feito você se afastar dela,para agora estar lá grudado,como amigos,com ela,bem,isso te deixa com raiva dele e dela. – Ela concorda com a cabeça.

-O meu ódio por ele,eu não entendo direito,mas é que,porra,eles brigaram,ele me xingou,ele falou do meu pai. – Ela fez uma cara de indignada. – Ninguém pode falar do meu pai.Mas sabe,é daqueles ódios tipo,eu tenho mais não tenho motivos pra odiar ele.É estranho,eu sei,nos dois já fomos amigos,mas sabe,aconteceu tanta coisa,com tantas pessoas junto,que agora é estranho pensar que eu posso ser amiga dele de novo.E nem morta que eu iria querer falar com a Francisca depois de tudo. – Ela da uma sorriso fraco. – Mas então escolheu a roupa? – Ela me pergunta se levantando.

-Sim,o que acha? – E mostro a roupa que escolhi para ela,uma calça Jeans normal,um All Star meio bege e uma blusa com tipo um quadrinho do Bob Esponja na frente.

-Perfeita. – E ela sorri animadamente.

[...]

Ai não,a Sofie foi embora faz uns 10 minutos,daqui uns 5 os Matt chega.Acho que vou morrer.Eu sei que encontro soa muito clichê,e que parece filme americano de patricinha,mas a gente vai assistir um filme,então seria como um encontro certo?To ferrada,maldita campainha.

-LUANNA VÁ JÁ ABRIR A PORTA. – Minha mãe berra.

-TA BOM. – Berro em resposta.Abro lentamente a porta,revelando um buque de rosas,espera,um buque de rosas?

-Olá. – Fala meigamente Matt aparecendo de trás do buque.Awn,acho que vou chorar.

-Oi Matt. – Falo fitando o chão e colocando uma mecha do meu cabelo pra trás.

-São pra você. – E me entrega as rosas.

-Ah,sim,obrigado. – Dou um abraço nele. – Só vou lá dentro colocar na água,ai a gente vai ta bom? – Por que meu tom de voz ta tão meigo?A sim,eu sou meiga.Ou não.

-Claro,te espero aqui. – Ele fala se encostando no batente da porta.Corro pra dentro de casa,coloco as rosas no balcão da cozinha e volto correndo de novo. – Vamos? – E eles estende a mão para mim.Pego na mão dele.

-Claro. – Sorrio pra ele.

[...]

-Obrigado por tudo Matt. – Falo assim que chegamos no portão da minha casa.

-De nada,eu acho. – Ele sorri tímido. – Então,até amanhã? – Ele pergunta colocando a mão na nuca.Esses meninos de hoje em dia não tem mais atitude não?

-Claro. – Falo e dou um selinho nele.Vou me afastando lentamente,porem,a mão que estava na nuca dele,passa a ir pra minha nuca.Então ele me puxa para um outro beijo.Um beijo mais profundo.A boca dele tem gosto de chocolate.Eu amo chocolate.Nos afastamos lentamente de novo.Nos encaramos nos olhos por segundos (que pareceram anos) e então eu digo. – Vou entrar. – Sim eu corto o clima.Como sou burra,se bem que,o que eu deveria ter falado?Oras...

-Até... – Ele fala e espera eu entrar em casa para ai sim ir embora.

Repassando tudo que aconteceu,primeiro ele chega aqui em casa com um buque de rosas.Ai ele me leva no cinema e ME deixa escolher o filme,sem reclamar ainda por cima.Ai durante o filme,só depois da metade que começamos a famosa “seção amasso”,ahh e ele comprou uma pipoca bem grande,doce.Bem,não vou mentir,a gente jogou em alguma pessoas enquanto o filme não começava.Mas tudo bem...Ai depois do cinema,fomos na praça e bem,ahhh,bem,lá foi perfeito.Nós ficamos deitados na grama olhando as estrelas e a lua.Falamos besteiras,falamos sobre sonhos e foi simplesmente perfeito.Ele foi perfeito.Podem chamar de clichê o quanto quiser,podem achar coisa de filme americano sem graça.Mas,cara,foi perfeito.

Eu sei que é muito cedo pra achar que é pra sempre,sendo que nem namoramos somos,ainda é muito cedo para nos imaginar juntos,tendo filhos.Afinal,olha a minha idade,daqui alguns anos eu posso estar com um russo me casando na Irlanda,por que a vida toda faz sentido.Mas eu e o Matt nos damos tão bem,não vou dizer que concordamos com tudo,por que seria mentira,nos temos nossas pequenas brigas sobre futilidades.O Matt sabe ser romântico,sabe ser louco,sabe ser irônico,tudo na medida certa,na medida completamente certa pra mim.