Pov. Jacob
– Mãe, será que posso contar para Nessie a história daquele chalézinho? - perguntei para minha mãe.
– Bem, meu anjo. Essa história nunca foi tocada por ninguém e olha que nunca tinha visto casais como aquele - dizia mamãe - Até hoje não deixo de esquecer esse eterno romance. Isabella e Edward até hoje vive na minha memória, parece que foi ontem que peguei o bebê nos meus braços e entreguei para Isabella. Esta chorava emocionada e embalava a filhinha no colo.
– Nossa mamãe, isso é lindo. Mas parece que conheço aqueles olhos da Nessie - falei. Todas as vezes que a olhava, suas esmeraldas pareciam serem familiares para mim e aquela aparência eu podia estar conhecendo bem.
– Claro, anda tão desligado do planeta quando pensa nela - disse mamãe revirando os olhos e papai riu.
– Aaah Dona Sarah, só a senhora mesmo - disse e beijei sua bochecha. Olhei no relógio e já era quase 4 e meia da tarde - Agora vou tomar um banho e ir para a campina.
– Tudo bem, filho - disse meu pai e subi para meu quarto. Fui para o banheiro e entrando no chuveiro.

Pov. Renesmee
Despertei do meu cochilo e fui tomar um banho. Me arrumei com uma roupa simples: calça legin preta, blusinha regata vermelha e uma sapatilha; meu cabelo eu deixei solto e caiu pelas costas como cascatas.
Ouvi meu celular apitando em uma mensagem e o peguei. Abri a mensagem e o número era conhecido, pois me ligara hoje na hora da saída da escola e sorri: era Jacob.

"Oi linda, espero que não tenha dado para trás no nosso passeio.
Te vejo daqui alguns minutos.
Beijos do Jacob"

Balancei a cabeça feliz por esta mensagem. Ele havia me ligado a algumas horas durante a saída e só de lembrar daquela voz tudo parece que está fora do lugar. Comecei a escrever a resposta para ele.

"Oi Jake, claro que não dei para trás. Já estou pronta e daqui a pouco nos veremos.
Beijos da Nessie"

Sai do meu quarto e desci. Tia Georgina estava na sala lendo um livro que parecia ser de romance. Aff! Essa sala tem um ar muito triste e a TV servia de enfeite, já que nunca fora ligada.
– Tia Georgina, por que a senhora não liga a TV? Garanto que é muito mais interessante do que ficar lendo esses livros chatos - disse e ela me olhou.
– Porque prefiro mais os meus livros chatos e épicos do que ficar vendo essas tontices na televisão. Não sei como vocês jovens tem tanta paciência para ficar vendo essas coisas - respondeu ela ríspida como sempre.
– Simples, livros de época é coisa de museu. Televisão é mais moderna, contém notícias do cotidiano e adoro saber o que acontece, já que vivo dentro desta "prisão" - disse dando um sorriso cínico. Percebi que ela ficou incomodada com minhas palavras e deu de ombros, pigarreando.
– Vai sair? - perguntou ela me olhando de cima a baixo.
– Sim, quero sair um pouco. Estou entediada aqui dentro - disse e fui para a cozinha falar com a Kate.
Quando cheguei lá ela estava enxugando suas lágrimas com um lencinho. Arqueei a sombrancelha e percebi que ela estava concentrada em uma pequena TV, aproximando cada vez mais.
– Kate - chamei e ela colocou a mão no peito assustada.
– Menina, quer me matar do coração? - disse ela limpando o rosto, desligando a TV.
– Por que está chorando? - perguntei fingindo não saber o motivo. Ela olhou para mim fungando de tanto choro.
– Aah Nessie hoje Guillermo se declarou para Leyle. Ela o abraçou tão forte e o beijou nos lábios - disse ela com lágrimas nos olhos - Tão perfeito! É nesses momentos que penso naquele grande amor que vivi na juventude. Ah! Deus ele me faz tanta falta.
– Kate, você poderia resgatar esse amor. Sabia que ele ainda pode estar por ai pensando em você ou até mesmo sentindo saudades de reviver todos aqueles momentos da juventude - dizia e ela me olhava.
– É, eu nunca o esqueci - disse ela sorrindo - Bom, a senhorita deveria se apressar. Faltam 15 minutos pra dar 5 horas da tarde!
– Céus! Preciso ir - disse e beijei a bochecha da Kate - Tchau Kate.
– Tchau meu bem - retribuiu ela e fui para sala, abrindo a porta e saindo.
Caminhei rapidamente pela estradinha de grama. Andei por entre um jardim pequeno de margaridas, passando a mão por elas e até que percebi uma figura alta de longe. Sorri largamente lembrando ser o Jake e me aproximei mais ainda.
– Oi - disse ele sorrindo e beijando a minha mão.
– Oi - respondi com as bochechas vermelhas com seu leve toque. Aquela conhecida sensação de um choque passar por entre minhas veias aconteceu.
Nós fomos até uma grande árvore, onde havia uma toalha de pequenique e algumas coisas em cima dela. Tinha frutas, sanduiches e uma garrafinha de suco.
– Preparei um lanchinho para nós. Espero que goste! - disse ele e nos sentamos na toalha. Perto um do outro!
Começamos com uma simples conversa, nos conhecendo aos poucos, os gostos de cada um e até risos surgiram ente nós. Parecia que estava completo com Jake e todo aquela falta em meu peito estava sendo cicatrizado.
– Nessie, vamos até aquele chalézinho. Irei te contar uma história que aconteceu lá - disse ele e nos levantamos. Andamos até o local, que era pertinho da onde estávamos lanchando.
Depois de tantos dias eu estava em frente com aquele chalézinho. Parecia uma casinha daqueles dos nossos sonhos, perfeita e toda pintada de branco com vasinhos de flores na entrada. Com certeza uma linda história se passou por aqui e o casal também teve uma tremenda sorte.

– Nessie? - sai de meus pensamentos com Jake me chamando - Tudo bem?
– Huuh, sim está tudo bem - respondi - Só não consigo acreditar em tamanhã beleza que essa casinha tem. Ela é bem acabada, pintada e extremamente perfeita para um cenário de amor.
– É, eu também penso assim - disse ele e pigarreou - A história do casal é linda. Ele conheceu ela no colégio, da mesma turma para ser exato, porém no começo eles dois eram distantes. Por fim começaram a se encontar todos os dias depois da aula nessa mesma campina, surgindo o primeiro beijo e as declarações de amor e ela teve a brilhante ideia de montarem um cantinho para ficarem juntos, sempre que vierem passar a tarde na campina.
– Nossa - murmurei admirada.
– Você não é a única que se admira com a história. Confesso que quando minha mãe me contou eu me emocionei - disse ele - Bom, continuando. Ele adorou a ideia de montar um chalé só para os dois, pois seria um lugarzinho reservado só para curtirem o amor entre ambos. Meses depois eles continuaram a se encontrar, adivinha tiveram a primeira vez no chalé e ele a pediu em casamento jurando que viveriam juntos até o último suspiro. Mas uma surpresa veio depois, a moça descobriu que estava grávida, deixando seu amor feliz e emocionado com a novidade, afinal eles iriam ter um filho do mais puro amor que sentiam um pelo outro. O tempo foi passando e em um dos encontros a moça entrou em trabalho de parto, como não dava tempo de chegar no hospital, foram para o chalé e por sorte minha mãe estava lá. Ele a todo tempo segurava a mão dela e até que o bebê nasceu, descobrindo ser uma menininha.
– Jake, isso é lindo - disse
– Sim, lindo mesmo. Minha mãe me contara também que eles dois não paravam de olhar a bebezinha que tinha acabado de vir ao mundo - contava ele - Mas o tempo foi passando e minha mãe nunca mais os vira.
– Atualmente eles devem estar casados e com pelo menos mais 2 filhos - disse - A história é realmente linda.
– Bom, dona Sarah presenciou de perto a história. Ela disse que os dois faziam o casal perfeito, feitos um para o outro - disse ele - E agora que já contei e acabei com a sua curiosidade, quero saber um pouco sobre você.
Nos sentamos na escadinha do chalé. Fechei meus olhos e decidi que seria ótimo desabafar com alguém, desde o começo sinto que posso confiar em Jake.
– Jake, minha vida tem sido dificil. Não que eu esteja sofrendo algum tipo de abuso ou agressão, nada disso - disse e ele me olhou - Eu tinha apenas 4 meses de vida quando minha tia me tirou dos braços de meus pais. Ela procurou uma assistente social para conversar, até que pediu a minha guarda e ainda disse que meus pais eram imaturos para cuidar de mim - engoli em seco e continuei - Foi assim que tudo aconteceu, tia Georgina conseguiu minha guarda e me levou para sua casa. Hoje aos 16 anos convivo com o meu coração totalmente ferido, pois a saudade do carinho de meus pais é enorme e tenho vontade de ir atrás deles, porém meus avós foram autorizados para virem me visitar toda semana. E eles colocaram Kate para trabalhar na casa, na responsabilidade de vigiar se há algo errado e sempre cuidar de mim.
– Nessie, eu sinto muito - disse Jake enxugando uma lágrima que escapou por minhas bochechas. Em seguida me deu um abraço confortante, quente e macio - To aqui, certo? - assenti pelas palavras. Chorei intensamente em seu ombro, enquanto Jake acariciava meus cabelos loiro bronze.
Fui me acalmando aos poucos. Meu choro já havia cessado, mas a dor continuava ali.
– Obrigada Jake - agradeci. Ele sorriu e limpou minhas lágrimas com o dedão. Nossos olhos se conectaram profundamente, podia ver sua alma pura e os rostos foram se aproximando.
Fechei meus olhos e Jake tomou meus lábios com os seus, fazendo o beijo ser calmo e ao mesmo tempo apaixonante. Ele tocou meu rosto e eu acariciei seus fios pretos, puxando-o mais para mim. Nossas bocas faziam uma sincronia perfeita, meu estômago virou borboletas e minha veia tomou um choque elétrico com este ato.
– Nessie, me desculpe eu... - disse ele quando nos separamos.
– Shiiiu, não se desculpe - coloquei minha mão em seus lábios - Eu gostei. Foi maravilhoso e perfeito.
Nossas testas se juntaram e ficamos assim por minutos. Jake me deu aquele beijo, fazendo meu coração pular dentro do peito e me fez ficar ainda mais apaixonada. O dia foi escurecendo e fomos embora, não antes de nos despedirmos com mais um beijo.