Depois Da Guerra escrita por Sem Noção


Capítulo 2
"Acabaria de uma vez por todas com a vida dela..."


Notas iniciais do capítulo

Oi, desculpem a demora :D Mas aqui está o próximo capítulo. Boa leitura
^.^



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110, 111, 112...

Debruçou-se contra o chão quando seu celular tocou. Observou a imagem na tela e ignorou a ligação. Arrependia-se de ter dado seu número de telefone a algumas pessoas. Thalia Grace era uma delas.

Costumavam ser melhores amigos... No passado, claro. Já não tinha mais tempo para amigos. Talvez um cara ou dois, pra beber com ele, pra assistir qualquer jogo na televisão... Ou pra matar. Eram os únicos laços que costumava fazer. Ah, sim... Tinha aqueles para quem trabalhava, não podia se esquecer. Aqueles que o pagavam.

Thalia... Até sentia sua falta. Mas agora já não tinha mais tempo para ela. Não tinha mais tempo pra ninguém.

Sua foto apareceu na tela do celular mais uma vez e ele deixou tocando sobre o tapete.

Levantou-se num pulo e trocou de roupa. Fazia três dias que havia deixado de ir a escola. Jake havia questionado a demora, mas ele apenas ficou calado. E o loiro não reclamou. Um serviço de Percy Jackson, interessa somente a Percy Jackson, como costumava dizer.

Observou a foto da garota presa à parede. Nos últimos dias havia reunido todas as coisas que sabia sobre ela, e ainda outras que conseguiu com alguns... Mensageiros. Nada muito interessante.

Mas podia encontrar-se com ela na escola... Mais uma vez.

Agora sentia raiva dela. Raiva por tê-lo feito se sentir um idiota. Por ter passado uma noite em claro culpando-a. Raiva por ter falhado. Poderia tê-la matado ali mesmo na biblioteca. Serviço finalizado. Assim não teria mais trabalho.

Desceu as escadas correndo. Não queria chegar atrasado, afinal tinha faltado os últimos três dias de aula, com uma desculpa não muito boa. É o que acontece quando deixa outras pessoas pra fazer o próprio trabalho.

Jurou pra si mesmo que nunca mais pediria favor aos irmãos Stoll.

Chegou ao colégio em pouco tempo. Ainda não tinha se acostumado a receber regras, não gostava. E odiava quando professores idiotas lhe questionavam a quantidade de faltas. Droga, ele era novato, não podiam dar-lhe uma chance.

Tá aí, um dos mais motivos para ele odiar a sociedade. Bando de energúmenos.

Passou os dois primeiros intervalos procurando cabeleiras loiras no segundo andar e nada. A garota parecia ter sumido no mapa. Nem na biblioteca ela se encontrava.

Considerou a ideia de que ela pudesse ter mudado de escola, se transferido. O que o faria ter mais trabalho. E a odiou por isso.

Estava começando mais uma sessão de ideias absurdas enquanto o professor barbudo falava alguma coisa sobre a guerra da Secessão. Já havia ouvido aquilo milhares e milhares de vezes, e se brincasse, até poderia refazer a situação. Pois bem, estava colocando seus planos em prática na cabeça, com todas as regras da física cabíveis no momento, quando a porta se abriu, e ela entrou na sala.

Exatamente no momento em que seus olhos se encontraram. Ele a viu abaixar a cabeça timidamente, e isso o fez esboçar um sorriso, e se odiou por isso dois segundos depois.

- Atrasada, senhorita Chase! – Talvez se essa fosse a primeira vez que a via, poderia ter evitado todo aquele constrangimento de conhecer uma pessoa agradável e depois de alguns minutos de convivência descobrir que ela é a sua vítima tão preciosa que você precisa matar antes que a culpa venha à cabeça. Aquilo era estranho.

Ficou olhando o professor mexer a boca por mais alguns segundos antes de a loira sentar-se ao seu lado.

Certo, hora de por o plano em ação. Sempre teve a consciência de que há diferentes tipos de pessoa. E dependendo da pessoa, formas de agir. Era o problema da garota ao seu lado. Não sabia como atraí-la para uma teia.

Sabia?

- Não ouvi notícias suas dos últimos três dias! – ela disse surpreendendo e ele soltou um sorriso de canto. Até parecia agradável, mas sua cabeça estava em um momento de crise. Ela tinha falado com ele. Por quê? Ele é que tinha que falar com ela. Era ELE que estava tentando mata-la. Que droga, porque ela não podia simplesmente seguir o roteiro?

- Eu... Estava com um problema! – a primeira desculpa que veio em sua cabeça. Muito melhor do que “gripe espanhola por causa da mudança de temperatura constante no corpo, por causa das células tronco” Perguntava-se como os Stoll poderiam ser tão idiotas ao ponto de inventar uma desculpa tola como tal.

Suspirou nervoso.

- Ah, espero que se sinta a vontade no colégio. – a loira disse encarando-o com aqueles olhos cinzentos.

- Eu estou à vontade, não se preocupe. Mas fico agradecido pela preocupação. –
Autocontrole. Agora sim, estava tudo bem com ele. Pelo menos era o que achava. Seguro. Ele estava seguro. E isso, o fazia espantar qualquer tipo de medo que estivesse disposto a atormentá-lo.

Era apenas uma garota. Uma garota inteligente e esperta. Mas continuava sendo somente uma garota.

- Então... Annabeth! – sussurrou quando o professor barbudo colocou-se para escrever qualquer coisa na lousa – Eu não queria lhe causar danos, mas, será que você poderia me passar os assuntos que eu perdi nos últimos três dias?

A garota sorriu em resposta. Não precisava mais do que isso. Assentiu com a cabeça e voltou seus olhos para a lousa. Ela não era muito de falar, havia percebido. Era uma das coisas mais agradáveis nela. E um dos motivos pelos quais queria mata-la logo.

- Olha, eu vou pegar o meu caderno no armário... Encontre-me na biblioteca! – ela disse sorridente e desapareceu nos corredores.

Ela parecia estar chamando o perigo. E ele começava a gostar da ideia. A biblioteca lhe parecia perfeita para a ocasião. Claro, como estava sempre vazia, ele poderia mata-la logo. Porque não hoje? Agora? Pouparia os esforços da menina para ensiná-lo a entender qualquer coisa, acabaria com todo o desespero que os pulmões têm para bombear o ar. Acabaria de uma vez por todas com a vida dela.

Um sorriso maléfico brotou em seu rosto. Entrou na primeira porta que viu aberta, e logo se encontrou numa salinha pequena. Algumas vassouras no canto. Algumas prateleiras. Provavelmente a dispensa.

Conferiu a arma na barra da calça e a deixou preparada para qualquer alteração. Arrumou as munhequeiras. Estralou o pescoço.

E todo o ritual que sempre fazia antes de acabar com a história de uma pessoa.

Achava que seria fácil, mas não tanto. Era um dos casos mais simples que havia pegado. Bom, pelo menos seria bem pago.


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Notas finais do capítulo

O capítulo está pequeno, mas o próximo vai ser maior :D
Espero que tenham gostado, posto assim que tiver o próximo capíutlo *--*
Deixem reviews??



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