Rangers -ordem Dos Arqueiros -a Lealdade escrita por Veritacerum


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

AA! Hoje é meu aniverssário e estou dando mais um cap para vocês! Ah, obrigada pela recomendação, Dríada Dias! Esse cap é para VC!



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Capítulo 31


Will estava deitado no chão rústico da cela a mais de duas horas. Seus olhos estavam semi-abertos e seu corpo enrolado na capa de arqueiro. Seu corpo estava doendo, mas ele não tinha a menor intenção de mudar de posição. Seus pensamentos vagavam muito além daquelas paredes úmidas.

-O quê você tem? – Halt perguntou depois de se segurar ao máximo para não fazer, mas foi mais forte que ele. Era muito estranho não ouvir a voz de Will por mais de 10 minutos.

-O quê? – perguntou Will confuso.

-Você está se sentindo bem?

-Eu... – Will empurrou a capa para o lado e se sentou. -Não tem nada melhor para fazer.

-Isso nunca foi motivo para fechar a sua boca – disse Halt coçando a barba.

-Eu estou bem – disse batendo os dentes de frio. Antes que se desse conta, Halt estava ajoelhado ao seu lado.

-Pelas barbas de Gorlog! – ele exclamou depois de colocar a mão em sua testa. -Você está com febre!

-Eu estou bem, Halt. Não se preocupe – replicou o jovem puxando a capa outra vez até o queixo.

-Não, você não está – afirmou o arqueiro. -Droga! Eu deveria saber que isso ia acontecer! Você ainda não estava recuperado e precisava das ervas! Idiota... – Ele caminhou até as grades e ficou esperando, como se as ervas pudessem estar ali em algum lugar.

-Halt? – chamou Will. – O arqueiro se virou e foi até ele.

-Está com dor? – Halt perguntou preocupado.

-Sim, mas nada que não dê para suportar.


Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos, e Will poderia jurar que estava ouvindo as engrenagens do cérebro de Halt funcionando a todo vapor.

-Halt – ele disse puxando o braço do arqueiro –, fique calmo. Eu estou bem.

-Eu não estou nervoso! – retrucou de pressa.

-Claro que não – afirmou o jovem dando um sorriso.


Eles ouviram um barulho de dobradiças enferrujadas e logo depois Erak estava entrando na cela.

-Erak! – Halt exclamou se levantando de um salto.

-Como vão? – ele perguntou sério.

-Will está com febre – informou o arqueiro.

-Agora eu sei para quê Malcoln mandou isso – ele retirou um saquinho de ervas secas do bolso e as atirou em um copo de água morna.

-As ervas... – Halt murmurou aliviado.


As ervas se diluíram na água e a bebida ficou escura.

-Beba – disse Halt levando o copo até os lábios de Will. – O garoto bebeu um gole e se engasgou antes que o arqueiro pudesse levantar sua cabeça.

-Vá com calma – ele disse suavemente.


Will acabou de beber o chá e se virou para o lado, adormecendo quase no mesmo instante.

-Que bom que ele dormiu – disse Halt bagunçando os cabelos do jovem.

-Eu também queria ter um... – murmurou Erak.

-Um o quê? – Halt perguntou.

-Um pai carinhoso igual a você – respondeu Erak. – Halt deixou escapar um rápido sorriso.

-Halt... – Erak começou –, vocês terão de subir até o pátio para se exercitar um pouco.

-Quem disse isso? – o arqueiro quis saber.


Erak se mexeu desconfortável e resolveu continuar.

-O General – disse ele. -Ele quer que seus prisioneiros fiquem saldáveis.

-Com a comida que ele nos dá é praticamente impossível continuar saudável – ele cobriu Will e se levantou. -Vai ser bom se exercitar.

-Lá fora está chovendo – continuou Erak.

-Não tem pro... – Halt se deu conta da gravidade do problema. -Mas e Will?

-Ele também terá que ir – falou Erak. -Não sei como, mas ele terá que ir. Será pior se não for.

-Tudo bem... – Halt começou –, será que você consegue pelo menos uma hora?

-Claro – disse Erak. -Daqui uma hora eu volto.

-Ótimo – falou Halt balançando a cabeça.



Depois de uma hora, Halt se ajoelhou e colocou a mão delicadamente no ombro de Will.

-Will – ele chamou. – O jovem estava em um sono profundo, pois não escutou o chamado.

-Will? – Halt chamou novamente o sacudindo com mais força.


Will resmungou algumas pragas que seria feio falar em voz alta e abriu os olhos.

-O quê? – perguntou ele encarando Halt.

-Temos de ir para cima – informou o arqueiro. -Aquele maldito General quer que nos exercitamos.

-Nããão... – Will gemeu segurando o braço de Halt.

-Sim – continuou o arqueiro. -E ainda está chovendo.


Will soltou mais pragas e tentou fechar os olhos novamente, mas a mão firme de Halt o pôs sentado outra vez.

-Nem pensar – ordenou com a voz firme. -Agora só me escute. Tudo bem?

-Tudo bem – concordou o jovem esfregando os olhos e puxando a capa para se cobrir. – Halt fingiu que não tinha visto e começou a contar os planos.

-Nós vamos subir sem reclamar, vamos ficar na chuva sem deixá-los perceber nenhuma expressão, vamos nos exercitar, vamos treinar golpes de desarmar e de defesa pessoal. Vamos fazer desse castigo uma boa coisa.

-Você quer dizer – Will começou –, que vamos aproveitar a oportunidade para treinar para a guerra?

-Exatamente – confirmou Halt.

-Pode contar comigo – falou o jovem jogando a capa para o lado e se levantando. Mas logo se arrependeu. Ele sentiu uma tontura e logo tentou se segurar nas grades, mas o braço firme de Halt o pegou a tempo de não cair.

-Calma – disse ele segurando o braço do jovem. -Tome. – Halt empurrou um pequeno vidro com um líquido escuro para as mãos de Will.

-Isso vai te dar energia – disse ele.

-O que é isso? – perguntou Will abrindo a tampa.

-É uma bebida forte que irá te dar energia – informou o arqueiro. -Normalmente eu não recorro a ele, mas é por uma boa causa.

-Quem fez? – Will estava olhando desconfiado para o vidro em suas mãos.

-Eu. Aprendi com os Temujais quando passei um tempo por lá – disse ele com a voz suave. -Pode beber sem medo. É forte, mas não o suficiente para causar danos. Afinal, foi eu que preparei.

-Quantos goles? – perguntou com o vidro a centímetros da boca.

-Bem... Acho que 3 é o suficiente.


Will levou o vidro nos lábios e tomou 3 goles fartos.

-Pronto – disse Halt pegando o vidro de volta e o escondendo no meio dos trapos que serviam de cobertores. -Agora é só esperar Erak vir nos buscar.

-Quando ele chega?

-Pelas minhas contas, dentro de minutos.


Will se levantou para ir até as grades, mas outra vez não conseguiu. A tontura que sentiu desequilibrou suas pernas e fez sua cabeça girar. Ele tropeçou, e se não fosse o aperto firme de Halt em seu braço, teria ido de encontro ao chão de novo.

-Eu disse que a bebida era forte – disse Halt o repreendendo.

-Eu estou tonto – falou Will ainda tentando se equilibrar.

-Isso só vai durar alguns minutos. Erak já deve estar chegando.


O arqueiro levou o jovem até seus cobertores e o pôs sentado.

-Descanse em quanto temos tempo. Hoje vamos colocar esse corpo em forma outra vez.

-Tomara que esteja certo – murmurou Will se enrolando nos cobertores.

-Eu estou – respondeu Halt, que também estava se deitando para esperar Erak vir buscá-los.



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Notas finais do capítulo

Bjinhos!