Capítulo 18

Todos estavam sentados em volta dafogueira. Até Orman e Xander vieram para acertar  o plano de ataque.

-Que bom que está melhor. Precisamos de você, disse Orman para Will.

-Halt, o senhor Orman precisa de você. Will deu mais ênfase para a palavra você.

-Claro, concordou Crowley.

-Se a brincadeira já terminou, falou Halt com sua delicadeza natural,

-Podemos começar os preparativos?

-Claro, concordou Orman. -Bom... eu tenho 35 homens espadachins e 1 ou dois arqueiros que podem servir. O inimigo tem 70 ou 80 guerreiros com sigo. O fato é, preciso de guerreiros ou acontecerá um massacre no castelo.

Halt e Crowley trocaram um olhar de preocupação.

-Podemos fazer como fizemos em Nihon-Jin, sugeriu Horace.

-Esquece, falou Will. -Lá nós que decidíamos o lugar onde batalhar. E além do mais, isso não vai ser uma batalha a campo aberto.

-Will tem razão, concordou Halt.

-Mas..., começou Crowley e todos se viraram para ele.

-Mas...? perguntaram Will e Halt juntos.

-A quantos dias de marcha eles estão? Perguntou o comandante.

-Oito, respondeu Orman.

Crowley balançou a cabeça várias vezes. -Sim...

-Ah, Crowley! Pare com isso. Fale! Ordenou Halt.

-Está passando muito tempo com Will, Halt. Controle sua ansiedade. Bem, Nós vamos esperar o exército atacar, concluiu Crowley.

-Esperar? Perguntou a voz fina de Xander.

-A menos que você queira ir ao encontro deles, ameaçou Will com a voz perigosamente baixa.

Xander, que ainda não se esquecera da última ameaça quase cumprida de Will, se encostou em um tronco e desviou os olhos do arqueiro jovem.

-Eu..., eu não vou atrapalhar, ele conseguiu falar.

-Bom para você. Retrucou Will com o mesmo tom de voz.

-Esperar sem fazer nada? Indagou Horace.

-Nós vamos deixar eles atacarem primeiro. Assim que o ataque começar, eles vão encontrar todos nós preparados, disse Crowley.

Halt e Will já tinham começado a entender o plano de Crowley.

-Você quer dizer, Halt começou, -Que eles vão acreditar que irão nos pegar de surpresa, por isso não terá muita organização no exército e sem plano B. Afirmou o arqueiro.

-Eles vão ver o que os seus olhos quiserem ver. Eles acreditam que será só invadir e matar qualquer um que verem na frente. Por isso nunca vão esperar um pequeno exército disciplinado, concluiu Will.

-Vejo que você continua transformando mato e água em exércitos em um piscar de olhos, disse Horace sorrindo para o amigo.

-Só meu corpo que está quebrado, não meu célebro, falou Will retribuindo o sorriso. -Senhor, disse ele se dirigindo a Orman. -Será que o senhor poderia reunir dez ou quinze homens para mim?

Todos o olharam sem entender. -Dez ou quinze homens? Para quê? Perguntou Orman.

-Porquê quinze ou vinte arqueiros são bem melhor que cinco. E além do mais, eles podem diminuir um número razoável do inimigo.

-E quem irá treiná-los? Perguntou Orace.

Will deu um sorriso para ele.

-Está falando com ele. respondeu.

-Você? Perguntou Malcoln.

-Sim, afirmou Will. -Já que eu ainda não posso correr e nem fazer esforço, posso ficar responsável pelos recrutas.

-E como vai fazer para treiná-los em sete dias? Perguntou Orman curioso.

-Nós não precisamos ensinar eles a atirar e atingir uma maçã a 200 metros de distância, explicou o jovem arqueiro. –Tudo que nós precisamos fazer é enciná-los a mirar e atirar. O exército estará desorganizado. Todos irão querer um lugar na linha de frente, e com isso vão facilitar muito o nosso trabalho. É só encaixar, apontar, puxar e soltar.

-É uma boa idéia, concordou Halt inclinando a cabeça.

-Você acha que consegue? Perguntou Crowley.

-Eu não acho. Tenho certeza, respondeu Will determinado.

-Ele foi treinado para não achar. Mas sim para ter certeza, disse Halt vendo a expressão preocupada de Orace.

-Posso recrutar os homens até amanhã atarde, disse Orman. -E você? Perguntou olhando para Orace.

-Eu? Perguntou Horace confuso. -O que tem eu?

-Precisa de alguns homens?

Horace olhou para os arqueiros pedindo ajuda, mas nenhum deles estava disposto a ajudar.

-Bem... eu..., começou Horace. -Se você puder me dar o mesmo número que para ele? e apontou para Will. -Quem sabe cinco ou dez a mais...?

-Você os terá amanhã, respondeu Orman. -Vou mandar guardas para reunir os homens e quando chegarem vocês mesmos escolhem.

Os dois balançaram as cabeças em sinal de entendimento.

-Mas vocês não vão poder continuar aqui, falou Xander.

-É claro que não, concordou Orman. -Amanhã vocês podem ir para o castelo. Lá podemos conversar a qualquer hora, e Will terá mais conforto.

-Will é o conforto em pessoa, disse Halt com ironia.

Orman o olhou sem entender. Ele ainda não havia se acostumado com as brincadeiras dos arqueiros.

-Ah... você está fazendo uma piada, Halt? perguntou ao arqueiro.

-Ele não está fazendo uma piada, respondeu Will. -Mas ele gosta de pensar que está.

-Bem... eu espero vocês no castelo amanhã, e se levantou seguido de Xander. -Até mais.

Os outros se despediram, e como já estava tarde, cada um foi para seus quartos ou suas tendas.