O Mundo Secreto De Ágatha. escrita por Koda Kill


Capítulo 11
A pequena fresta


Notas iniciais do capítulo

GEEEENTE! REPETINDO: O ultimo capitulo foi só a metade! Voltem a ler ele ou não vao entender a continuaçao, viu meus aspargos? ;DD Espero que gostem desse.



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Quando acordei, primeiro percebi que alguém segurava minha mão inerte e em seguida percebi três pares de olhos me encarando. Quatro se contar Diogo na porta. Talvez você goste de acordar com pessoas te encarando, mas eu não. Parece aquele momento que você acorda com seu cachorro te encarando. Me sobressaltei e apertei a mão de André.

– Como você esta? – perguntou Rafael.

– Bem, eu acho.

– O que ele fez com você, hein? – Perguntou Ícaro irritado.

– Ele não fez nada. Danandra caiu por cima de mim de mal jeito. – Diogo levantou as mãos para os três garotos parecendo estar satisfeito consigo mesmo como se tivessem levado um longo tempo discutindo o assunto. – Que horas são?

– Um terço de lua. – Falou Rafael sentado na beira da cama, segurando um pano molhado que provavelmente estava na minha testa alguns instantes atrás.

– Porque estão aqui? – Perguntei confusa e um pouco irritada. – Pensei que vocês me odiavam... E digamos que eu não esteja exatamente feliz com vocês.

– Claro que não te odiamos, nós só estávamos... – André parecia procurar a palavra certa.

– Zangados. – Completou Ícaro. Os outros dois aquiesceram. Eu queria simplesmente abraçá-los, mas não parecia o certo a fazer. Algo me impedia.

Puxei minha mão para longe de André. Eu queria dizer um monte de coisas que não saiam da minha garganta. Queria gritar e bater naqueles três, queria esfregar na cara deles que eles haviam me machucado, mas tudo que restara da minha raiva desenfreada foi uma fria indiferença, como se nada houvesse acontecido. Permaneci calada, mesmo sabendo que esperavam qualquer palavra de mim, por menor que fosse. Entretanto eu não disse tais palavras e Ícaro continuou a falar.

– Nós ouvimos falar da sua viagem. Você sabe que não pode ir sozinha.

– Ela não vai sozinha. – Falou Diogo da porta. Todos no quarto o encararam. – Ela vai comigo.

– O que? Não! – Ícaro se levantou e marchou decidido em direção a Diogo.

– Já foi decidido. – Falou Diogo inabalável, porém bem próximo de ser surrado. Ícaro o olhou desconfiado com a cabeça levemente inclinada e os olhos semi-cerrados.

– Do que está falando Cavaleiro Negro? – Ícaro parecia a um passo de explodir, portanto foi Rafael quem perguntou. – Quem decidiu isso? Você? – Ele falava “você” como se estivesse dizendo uma palavra muito suja, como se ela rasgasse sua garganta ao sair juntamente com o tom sarcástico.

– Pergunte a ela. – Rebateu Diogo irritado. Os quatro me encararam.

– Isso é verdade Agastar? Você decidiu isso?

– Não exatamente. – Daria qualquer coisa para não viajar com Diogo, mas naquele momento aquilo me agradou. Claro que eu não demostrei mais do que o cinismo com o qual eu estava conversando desde que acordei. Eu não saberia explicar exatamente porque estava agindo assim, só sabia que não conseguia parar. – De qualquer modo, eu não tenho escolha. Com nossas montarias eu nunca vou chegar a tempo para a reunião com os reis do norte, até porque não poderíamos acelerar demais devido a minha atual situação.

– Nós podemos dar um jeito, sei lá. – Rebateu André enquanto Diogo exibia um sorriso presunçoso as suas costas e Rafael arrastava Ícaro para longe da porta.

– Está feito. – Disse categórica.

– Ela está certa. – Disse Rafael serio. Ícaro puxou seu braço bruscamente de volta e encarou o amigo juntamente com André como se o garoto tivesse ficado louco. – É o melhor a fazer. Mas eu só quero que você lembre de uma coisa Cavaleiro Negro... – Ele chegou tão perto de Diogo que sua respiração embaçava o brilho da armadura negra. Diogo não recuou, pelo contrario, ergueu ainda mais o queixo sorrindo discretamente. Rafael sussurrou tão baixo que apenas Ícaro que estava próximo pode escutar. – Você pode até viajar com ela, e criar milhões de desculpas pra ficar por perto, mas eu só quero que não se esqueça que é pra cá que ela vai voltar, porque ela nos ama, e não à você... Não sei se já percebeu. – Os três saíram, assim como o sorrisinho de Diogo. Seja lá o que Rafael disse, o deixou serio e com uma carranca. Após algum tempo em silencio ele suspirou e passou as mãos no cabelo nervosamente.

– No que está pensando? – Ele se sentou na beira da cama, de repente parecendo muito cansado, e brincou com a colcha da cama ainda sem me dirigir o olhar.

– Nada, só na viagem. – Encarei-o cética. Ate parece que eu não sabia que ele ficara assim devido ao que quer que Rafael houvesse sussurrado.

– Me ajuda aqui. – Pedi. Ele concordou. – Preciso que me afaste mais para o lado esquerdo da cama, o máximo que der.

– Se quiser que eu saia é só pedir... Não precisa se afastar. – Revirei os olhos.

– Não é isso. Só... me afasta. – Ele segurou minhas costas com uma mão e minhas pernas com a outra com muita delicadeza, permanecendo de frente para mim. E seus olhos me encaram investigativos. Envergonhada, desviei o olhar. Então ele se afastou.

– Pronto.

– Agora senta aqui. – Mandei indicando o local vago da cama. Ele me encarou confuso, como se tentasse prever o que eu pretendia. – Diogo senta logo antes que eu mude de ideia. – Falei irritada, ele deu um leve sorriso, tirou a parte de cima da armadura, permanecendo apenas com sua blusa sem mangas preta no lugar e sentou-se onde eu apontei.

– Mais alguma coisa? – Ele me encarou novamente, dessa vez mais de perto. Neguei com a cabeça. Ele pareceu desapontado, mas se estava não se pronunciou. – Eu acho melhor eu ir. – Disse ele inexpressivo. – Tenho que arrumar as coisas pra viagem. – Ele tentou se dirigir a porta, mas eu segurei sua mão e ele pareceu ter levado um choque.

– Amanhã. – Falei – Quer dizer... Você está cansado. É melhor pernoitar por aqui. Amanhã nos vamos ate lá e ajeitamos tudo.

– Sim você está certa, seria perigoso eu ir agora de qualquer jeito.

– Sim. – Confirmei.

– Tudo bem. – Ele relaxou, voltando a se sentar ao meu lado e fechou os olhos. Eu o encarei tentando descobrir o que diabos eu tinha acabado de fazer e porque, porem não consegui pensar em uma desculpa plausível a não ser o remédio que eu havia tomado na sopa, e Diogo não voltou a abrir os olhos. Então eu também fechei os olhos e voltei a dormir.

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Levei um tempo para realmente acordar, aquele remédio me deixava meio grogue. Eu estava deitada, ou melhor, inclinada sobre alguma coisa morna e que se mexia. Além disso, algo arrepiava a pele do meu braço esquerdo e eu estava usando dois travesseiros, o que não fazia sentido porque Diogo estava... Espera. Coisa morna e macia, que se mexe... Abri os olhos e percebi que eu estava agarrada a a Diogo. E o que me arrepiava eram seus dedos que subiam e desciam pelo meu braço. Com o susto me sobressaltei e tentei me afastar rapidamente. Então um pontada extremamente aguda e cortante atravessou meu peito me fazendo dar gritos de dor. Diogo me segurou com cuidado e me ajeitou na cama enquanto tentava me acalmar. Meus olhos lacrimejaram, meu coração acelerou e eu ameacei chorar. Mordi os lábios e fechei os olhos, respirando ofegante.

– Bom dia. – Saldou ele com um tom de voz estranho. Desde de ontem que ele estava agindo assim, e sua cabeça parecia estar bem longe daqui.

– Bom dia. – Respondi abrindo os olhos e tentando analisa-lo. – Que horas são?

– Um terço de sol.

– Porque não me acordou antes?! – Ele apenas deu de ombros.

– Não se preocupe, temos tempo. – Ele se levantou, ficando de costas para mim e se espreguiçou estalando os ossos das costas. – Tenho que ir arrumar minhas coisas. Acho melhor que venha comigo, assim partiremos logo em seguida. – Disse ele ainda de costas, vestindo novamente sua armadura. – Acha que consegue levantar?

– Talvez... – Diogo me ajudou a ficar de pé e não senti tanta dor quanto antes, apenas um certo incomodo, porém andar ainda estava fora de questão. Balancei a cabeça com convicção. – Não dá – Ele me colocou no colo.

– Está doendo? – Neguei. Ele deu dois passos. – Doeu? – Neguei novamente.

– Posso te pedir mais uma coisa?

– Sim...

– Leve-me ate os meus amigos. Eles provavelmente estão na sala das armas. Diogo me levou até a sala onde os encontrara e lá estavam os três. – Estou indo para o Norte. – Anunciei da porta enquanto Diogo me colocava no chão.

– Tome cuidado ok? – Pediu Rafael ignorando o clima tenso e frio.

– Vou tomar. – Diogo se retirou da sala.

– Não deixe ele ficar a menos de um metro de você. E se ele tentar alguma coisa estranha eu quero que você chute a bunda dele. – Pediu André.

– Acho que estou impossibilitada de chutar bundas por enquanto. – Disse sorrindo.

– Só inflija algum tipo de dano. – Disse Rafael rindo.

– Ok, vou tentar. – Ícaro foi o primeiro a me abraçar, em seguida os outros dois. Mesmo que o clima não estivesse dos melhores, ainda era bom ser abraçada por eles. – Não se preocupem, vai dar tudo certo.

Danandra entrou no quarto, seguida por Amanda, e me abraçou sussurrando apenas uma única palavra no meu ouvido. “Volte” Amanda também me abraçou e repetiu as recomendações dos outros quatro. Diogo me colocou novamente em seus braços e me levou ate Floyd, me ajeitando da melhor maneira possível nas costas do dragão.

Em algumas horas chegamos em sua casa. Imaginei que seria um grande palacete assombrado. No entanto era apenas uma cabana velha e aparentemente aconchegante, escondida entre as árvores da floresta. Parecia ser bem velha e empoeirada, quando entrei no entanto, estava tudo impecável e no seu devido lugar. Nada sujo ou jogado.

Entrei devagar, em seus braços, como se ele estivesse temeroso de alguma coisa. Quando ele me pousou no sofá macio e virou as costas, pude ver o que parecia o inicio de uma fina cicatriz, já que ele retirara novamente a parte de cima da armadura com alguns minutos de viagem. Segurei sua camisa, mantendo-o próximo. De costas e pego de surpresa ele permaneceu imóvel. Passei os dedos pela cicatriz disforme e observei sua pele se arrepiar. Ele se empertigou e enxotou minhas mãos.

– Não toque nisso. – Disse ele firme e muito serio.

– Onde você conseguiu essa cicatriz? – Perguntei curiosa. Ele apenas me ignorou.

– Nunca mais toque nisso, entendido? – Ele me olhou tão intensamente e com um olhar tão raivoso que estremeci com uma onda súbita de medo. Fiquei tão atordoada que não disse nada. Diogo desapareceu atrás de uma porta de madeira e me deixou ali sozinha. Fiquei me perguntando o que deveria fazer, mas sem resposta apenas fiquei observando os arredores. Ou pelo menos parte deles.

Havia um criado mudo perto de mim e como uma dama muito educada e pudica revirei ela toda a procura de qualquer coisa mais... Incomum. Não tinha nada demais é claro, porém uma pequena fresta na madeira estava me intrigando e me irritando. Estiquei o dedo para tentar puxa-la. De repente um barulho extremamente alto e estrondoso ecoou pela casa e assustada, fechei a gaveta e me encolhi tentando imaginar o que Diabos tinha sido isso.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? Uiuiui. kkkkk Ok to ficando meio doida aqui. Mas não esqueçam de reler o capitulo anterior. Beijinhos comentem!