O Mundo Secreto De Ágatha. escrita por Koda Kill


Capítulo 10
Uma lambida pode assustar




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– Eu juro que vou me comportar direito. E... Não vou entrar com você. Fico te esperando na sala de espera.

– Tá bom. – Concordei irritada. Como se eu tivesse algum tipo de escolha. – Vou trocar de roupa espera aqui. – Ele segurou meu braço. Assustada e surpresa puxei-o de volta bruscamente.

– Não... Você fica bem assim.

– Ha! Ha! – Ironizei. – Não se mexa, não fale e de preferencia não toque em nada. Ele apenas levantou as mãos. Corri para o quarto, troquei de roupa, lavei o rosto, escovei os dentes, os cabelos e todo o resto da higiene matinal. Voltei para a sala e encontrei-o esparramado no sofá.

– Anda é melhor agente ir antes que meu irmão acorde.

– Não precisa pedir duas vezes.

Descemos pelo elevador e atravessamos a rua, que já estava apinhada de gente e entramos em uma pequena e rustica lanchonete com enfeites azuis e amarelos. As mesas de madeira cheiravam a floresta e eram cobertas com um tecido estampado que me lembrava da casa da minha avó. Desde que me mudei para aquele prédio, sempre que podia, escapava para a lanchonete para escrever e ter alguns minutos de sossego. Aquele lugar por si só já me trazia certa paz de espirito. Mas principalmente a ultima mesa da direita, perto da janela.

– Um café preto bem forte, por favor. – Pedi batendo no balcão.

– Dois. – Completou Diogo. Quer dizer, Dante. (Lapsos, lapsos)

A garçonete assentiu e gritou para uma garota franzina aparentemente da mesma idade que eu ou um pouco mais nova e com finas trancas loiras, para que ela preparasse e levasse nosso pedido. Sentamos nas mesas da esquerda e sem conseguir evitar, quando olhei para a minha mesa, suspirei e sorri.

– O que foi? – Perguntou ele olhando ao redor.

– Nada... Só, costumo escrever aqui. – Expliquei. Ele não disse nada, só ficou tamborilando os dedos na madeira. Aquele som começou a me irritar seriamente. Eu odiava que fizessem isso. Segurei seus dedos e o encarei enquanto ele me olhava surpreso. – Não faça isso. – Nossa, paz de espirito incrível. Retirei minhas mãos e mudei de assunto repentinamente.

– Então... Você não vai levar bronca por faltar à escola?

– Moro sozinho. Pra quem eles vão ligar? – Disse dando de ombros. Legal. Sempre quis morar sozinha.

A garota desajeitada chegou segurando debilmente a bandeja com as duas xicaras de café. Ela se inclinou para nos servir e entregou-me uma xicara. Em seguida serviu Dante. Ou melhor... Tentou servir, pois quando ele voltou sua atenção para ela e sorriu a garçonete se atrapalhou e derrubou a xicara de café quente na camisa dele. Dante gritou de dor e surpresa e a garota se desesperou completamente.

– Ai meu deus! Desculpe-me! – Ela pousou a bandeja na mesa. Eu apenas observava o desenrolar da cena com uma expressão mais seria do que o normal no rosto.

– Tudo bem... Tá tudo bem. – Ele tentou acalma-la, mas ela estava realmente nervosa. Dante segurou suas mãos. – Olha pra mim. – Sinto que ela se derreteu e quase desmaiou nesse exato momento. Revirei os olhos. – Está tudo bem. Não se preocupe.

– Ok. – Respondeu ela. Desviei o olhar daquela cena patética. A garota provavelmente voltou para trás do balcão.

– Acho que vou ter que trocar a camisa... ou tomar um banho. – Ele riu olhando para suas roupas. Eu apenas bebi um gole do café levantei e deixei o dinheiro em cima da mesa, indo até a saída. Dante me seguiu. – Ei para onde está indo?

– Casa. E você não vai junto. Vou deitar e dormir até a hora da entrevista.

– Eu fiz alguma coisa? Pensei que tínhamos um acordo.

– Vai se trocar e aproveite para ir pra escola. – Mandei atravessando a rua. Ele quase foi atropelado mas me seguiu e segurou me braço.

– Nós tínhamos um combinado e ele vai ser cumprido nem que eu tenha que ficar te olhado dormir por duas horas.

– Eu te odeio sabia? – Falei batendo nele. Eu estava tão irritada que parecia que eu ia explodir. Continuei batendo nele até cansar.

– Pronto? Está melhor? – Sim eu estava.

– Não! Porque você insiste em andar comigo? Não esta claro que eu não quero você perto de mim?

– Eu não sou cego Ágatha. – Ele segurou meus ombros e encarou no fundo dos meus olhos. Se ele sabia que eu não gostava dele, porque ele continuava ali na minha frente, me encarando? – Venha comigo. – Ele me puxou pela rua, segurando minha mão. Foi muito estranho porque depois de um tempo ele desacelerou e ficamos lado a lado, mas ele não soltou minha mão.

– pra onde está me levando? – Exigi saber, mas ele não respondeu. Depois de alguns quarteirões dobramos em uma rua pacata, cheia de prédios e entramos em um edifício de apenas três andares. Ele me puxou para o elevador. Não estava gostando do rumo da historia. Soltei minha mão da mão dele. – Onde a gente tá? Fala! – O elevador abriu e uma graciosa salinha com duas poltronas e uma mesinha cheia de revistas apareceu.

– Olha eu preciso trocar de roupa. Se não quiser entrar ou por não se sentir confortável, pode esperar aqui fora. Eu volto em um minuto. – Bufei frustrada. Eu pensei que ele fosse dizer algo relacionado ao que estávamos discutindo! (E não me levar àquele antro de perdição). A porta ficou aberta, de modo que pude escutar tudo que se passava. Escutei Dante cantando desafinadamente, o chuveiro e a porta do quarto batendo... Dante apareceu na porta com o cabelo ainda encharcado e um cheiro forte de perfume.

– Vou fazer alguma coisa pra gente comer. Não quer entrar? – Eu iria responder que não, mas uma coisa molhada e quente começou a subir pela minha perna. Comecei a gritar de susto e saltitar. Passei correndo pela potra e me escondi atrás dele. Dante começou a gargalhar quando apareceu na porta. Ele tentou se aproximar de mim, porem girei Dante de modo a me proteger. Dante quase se dobrava em dois.

– Tira isso daqui! Tira isso daqui! – Gritei. Ele agarrou a coleira daquele monstro e o arrastou às gargalhadas até um quarto e o trancou lá.

– Você está bem? – perguntou ele quase sem respirar. Dei um forte tapa em seu ombro.

– Você devia ter me avisado! – falei enfurecida. Ele tentou ficar serio, mas não conseguiu.



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Notas finais do capítulo

Desculpa gente só mandou metade do capítulo. Atualizei ele na integra. Espero que gostem.