Begin Again escrita por le97le


Capítulo 1
But on a Wednesday in a cafe...


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem.



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Ele tinha outra. Usou aquela frase clichê "Não é o que você está pensando." Veio andando nu até mim e tentou me segurar quando dei um passo para trás.

"Meu amor, vamos conversar com calma." E depois: "Eu não sei o que quer de mim. Eu já disse que te amo, porra. Só que não sei amar só uma pessoa."

O idiota levou um tapa na cara e uma joelhada em lugares sensíveis.
Claro que joguei o anel no olho dele e um abajur na cabaça da p**a que tinha ficado com ele.

De lá fui para o aeroporto. Peguei o primeiro vôo para Califórnia. Quem sabe praia, sol e pessoas novas não mudam minha vida.

Eu cheguei lá com dois celulares, um notebook, duas calcinhas, uma blusa e um shorts.

Liguei o note, procurei um apartamento para dividir com alguma garota da minha idade.

Oh, meu Deus. Desculpem-me. Meu nome é Isabella Swan, tenho 24 anos e acabei de descobrir que tudo que o amor faz é partir, queimar e acabar comigo.

O idiota que me traiu era o cara que eu amo, ou odeio, não tenho certeza. Jacob.

Eu o odeio.

Pensando melhor, eu tenho certeza.

O apartamento que encontrei era na frente da praia. A garota chamava Alice Cullen e já dividia com uma garota chamada Rosalie Hale.

Liguei para Alice, tendo em vista que ela era a dona do apartamento.

— Alice Cullen, decoradora de interiores, quem deseja?

— Meu nome é Isabella Swan e eu queria saber se posso dar uma olhada no seu apartamento. Gostaria de dividi-lo com você e sua amiga.

— Oh, meu Deus. — Sua voz, antes profissional, ficou animada e feliz. — Claro que sim, vá até a praia, nos encontre lá daqui a meia hora. Sou baixa de cabelo preto e Rose é alta e loira. Estaremos no posto 15.

— Estarei lá.

A verdade é que eu já estava lá. Andei até um restaurante e fui direto para o banheiro, coloquei meu short, comprei uma água e quando voltei à praia, as duas garotas da descrição de Alice estavam paradas onde eu estava alguns minutos antes.

— Alice? — Eu disse alto o suficiente para que me ouvissem.

Elas se viraram na minha direção e a baixinha correu até mim. Abraçou-me e beijou minhas duas bochechas.

A loira sorria calorosamente para mim.

Impossível não retribuir.

— Isabella, é um prazer. — Rosalie disse educadamente antes de dar um beijo em minha testa. Ela era mais que linda.

— O prazer é meu.

— Venha, veja o apartamento. — Alice me puxava pela mão.

Eu levantei uma sobrancelha em direção a Rosalie e ela riu.

— Você se acostuma. — ela disse apontando Alice.

O apartamento era maravilhoso. Três suítes com vista para o mar, cozinha enorme, sala com uma televisão 50 polegadas e uma míni biblioteca.

Descobri que Alice namorava o irmão de Rose, Jasper Hale. Rosalie namorava um dos irmãos de Alice (gêmeo) Emmet Cullen.

Eu lhes disse o que havia acontecido e acabei chorando. Elas me consolaram como se nos conhecêssemos desde sempre.

Liguei para meus pais e avisei que o noivado com Jacob havia acabado e que estava na Califórnia. Também liguei para Ângela, minha cunhada, e pedi para pegar minhas coisas na casa do idiota, ela também aceitou mandar tudo para meu novo apartamento.

E assim eu criei uma nova vida.


Passados oito meses morando ali, conheci Jasper e Emmet, com 26 anos cada, assim como Alice e Rosalie; Esme e Carlisle (pais de Alice), mas não conheci o outro irmão dela. Ele estava em uma viagem pela Europa e estava voltando agora.


Eu comecei a fazer cursos de culinária e arte. Arranjei um emprego na cozinha de um bom restaurante.

Hoje, quarta, Alice me encontraria na cafeteria perto do restaurante. Ela disse que chegaria há uma hora. Nós tínhamos que preparar as coisas para a chegada do irmão desconhecido.

— ALICE CULLEN, — Eu gritei no telefone assim que ela atendeu. — Estou te esperando há uma hora e quatro minutos. Se você não aparecer nos próximos dez minutos, eu juro que você é uma anã morta.

— Então estou morta. Estou ligando para dizer que Emmet conseguiu se prender em casa e perder a chave dele. Ou seja, estou indo para lá salvar o idiota.

— Eu te mato quando chegar em casa. Agora vou aproveitar que estou aqui e vou comer deliciosos cookies e tomar um expresso quente.

— Trás um cookie para mim?

— Você não merece, Alice Cullen. Mas se o cookie me animar, eu levo. — Eu suspirei. — Hoje faz oito meses, Ali.

— Eu sei, meu anjo. E você tem que ter em mente que ele não te merece. Você é linda, engraçada, carinhosa trabalhadora, esforçada, e muito mais. E eu só te conheço há oito meses. Ele devia saber mais, já que te conhecia desde seus oito anos.

E as lágrimas voltaram aos meus olhos, como em muitas noites nos últimos oito meses.

— Eu vou comprar cookie pra você, Ali, não precisava me fazer chorar.
Eu dei uma risada nervosa.

— Não chore, estamos do seu lado pra sempre. E Jasper NÃO vai terminar comigo. Estou indo. Beijos, Bellinha.

— Beijos, Alice Cullen.

O último aviso de Alice antes de desligar o telefone foi por causa do que eu descobri sobre o amor só quebrar, quebrar e acabar com os envolvidos.

Alice e Rose quase me bateram quando contei a elas.

Fui tirada dos meus pensamentos por uma garçonete.

— Vai pedir alguma coisa, senhorita?

— Um chocolate quente, dois cookies para agora e mais dois para viagem.

— Já trago.

— Obrigada.

Continuei pensando que fazia oito meses em que eu estava mal, apesar de estar melhor do que há oito meses, eu ainda não tinha superado de verdade.

Desta vez, fui tirada da minha linha de pensamentos por uma voz masculina que parecia pertencer a um anjo:

— Com licença, hm... Eu ouvi sua conversa há alguns minutos e não pode deixar de notar com quem estava falando. De onde conhece Alice Cullen?

Eu olhei para ele.

— Desculpe, mas quem é você?

Seus olhos verdes piscaram em minha direção e até parecia um pouco perdido, como eu. Seus cabelos cor de bronze estavam bagunçados e sua barba por fazer.

Um sorriso torto se abriu em seus lindos lábios rodados. Suspirei baixo.

— Sou Edward Cullen, irmão de Alice.

— Meu Deus. — eu quase gritei. — Eu moro com sua irmã e Rosalie. Conheci Emmet e Jasper, e seus pais. Estão todos esperando por você.

— E há quanto tempo moram juntas?

Eu suspirei, lembrando o que aconteceu naquele dia.

— Oito meses. — Dei um sorriso triste.

— Só por esse sorriso, já sei que não foi bom o motivo para vir para cá.

Assenti.

Ficamos em silêncio por alguns minutos até que Edward disse:

— Me acompanha em um chocolate quente?

Eu ri.

— Já pedi o meu. — me inclinei em direção a ele e falei baixinho. — Aproveita que a loira gostosa do caixa está te secando e vá pedir. Tenho certeza que vai conseguir o telefone dela.

Eu ri novamente.

Ele arregalou os olhos, olhou para o caixa, voltou pra mim e respondeu:

— Eu prefiro as morenas.

Nós não aguentamos e começamos a rir.

Começamos a fazer um jogo de perguntas.

Eu perguntava e respondia minha própria pergunta, então ele tinha que responder a minha pergunta, fazer outra e responder a própria pergunta.

Ele começou com "qual é a sua cor favorita? Verde". Até que chegou a perguntas que me deixavam vermelha, como "Quantos anos deu seu primeiro beijo? Onze."

E o pior foi quando ele parou, olhou para os lados, se inclinou para frente e indicou com o dedo para eu fazer o mesmo. Então sussurrou:

— Quando tirou sua virgindade? Ou é virgem? 14.

Eu acho que fiquei roxa nessa hora.

Ele deu uma risadinha, se inclinou um pouco mais e deu um beijo na minha bochecha rosada.

— Com 18, com o meu primeiro namorado que logo se tornou noivo. — respondi e fiz minha pergunta: — Porque está aqui, na cafeteria? Eu vim encontrar a Alice.

— Eu vim encontrar o Emmet.

Paramos por alguns segundos e comecei a rir.

Ele me olhou confuso.

— Alice é uma diaba.

Então ele começou a rir. E às lembranças me tomaram.


FLASH BACK ON

Jake tinha acabado de me contar uma piada super engraçada, estávamos num restaurante e fizemos um jogo.

Na minha vez, eu coberto uma piada que as duas mesas do lado se colocaram a rir. Mas Jake não.

Ele olhava pra mim com um sorriso forçado. Pegou minha mão e comentou "casualmente":

— Você não tem o dom da comédia, meu amor. Mas eu ainda te amo.


FLASH BACK OFF

Edward me olhava curiosamente. Afinal, eu havia parado de rir do nada.

— Desculpe — murmurei, — lembrança desagradável.

Ele sorriu carinhosamente.

— Entendo.

Nós terminamos nosso chocolate quente, meus cookies e os dele, guardei os da Alice e da Rose, e fomos embora ao pegar nossos casacos.

O frio era arrepiante.

— Então, — ele começou, — Bella, aceita sair comigo amanhã? Um almoço. Tenho que fugir da minha família até a hora da festa não tão surpresa de Alice.

— Você sabe. Não a deixe desconfiar, vai ficar louca.

— Eu sei, por isso tenho que fugir. Mas e aí? Aceita almoçar comigo?

— Ok — Nem pensei duas vezes.

— Na cafeteria às 13.

Nos fomos andando até a portaria do meu prédio. Ele me deu um beijo na testa, um em cada bochecha e um selinho. Eu corei.

Ele deu uma risadinha e passou a ponta dois dedos na minha bochecha.

— Até amanhã, Bella.

— Até amanhã.

Entrei no prédio correndo. Cheguei ao apartamento ofegante.

Rosalie e Alice estavam na sala com Emmet e Jasper. Todos se viraram para mim.

Alice levantou devagar e foi vindo na minha direção. Eu fui andando na direção do corredor na mesma velocidade.

Alice acenou com a cabeça e logo Rosalie vinha do outro lado.

Eu estava presa.

As duas pularam em mim e me jogaram no sofá.

Alice sentou na minha barriga e Rosalie segurava meus braços acima da cabeça.

— Pode falando, Swan. — Alice disse.

Eu fechei minha boca e balancei a cabeça, dizendo que não.

— Sabemos que aconteceu algo, vai nos esconder? — Rosalie perguntou.

Eu assenti.

Então, meu gigante veio me salvar. Emmet tirou Rosalie de perto de mim e jogou Alice no sofá. Pegou-me em um abraço de urso e sussurrou no meu ouvido:

— Eu sei que não vai contar nada agora, mas eu também quero saber, Isabella.

Quando ele me soltou, eu saí correndo pelo corredor, gritando "Oi, Jasper", entrei no quarto, tranquei a porta e comecei a rir.

Tomei um banho e coloquei um short jeans e uma camiseta de manga cumprida. O aquecedor estava ligado em todos os cantos do apartamento.

Entrei na sala, onde os quatro ainda conversavam sobre a festa de amanhã. Ouvi Alice dizer:

— Ele chega aqui depois das 18hr, por isso os convidados precisam estar aqui esta hora também.

Então, aquele Edward que conheci não era o Edward certo?

— Alice, — comecei desinteressada, — pode me mostrar uma foto desse seu irmão? Não quero estar perdida na festa.

Alice me fuzilou com os olhos e disse:

— Não sei se você merece.

— Por favor, por favorzinho. — eu fiz cara de cachorro abandonado.

Ela pegou o celular e mostrou uma foto do homem que eu conheci hoje abraçado a ela.

Suspirei aliviada e ela me olhou desconfiada.

— O que? — perguntei inocentemente.

— Eu te conheço bem o suficiente para saber que me esconde algo. — Ela disse, séria. Então começou: — Por favor, me fala, estou ficando louca. Por favor.

— Tudo bem, tudo bem. — comecei. — Tenho um encontro amanhã na hora do almoço.

O silêncio reinou até que se ouviu o grito animado de Alice:

— Finalmente. Qual é o nome dele? O que ele faz? Nós conhecemos?

— Sem detalhes, anã.

Ela fez biquinho. Eu andei até ela, dei um beijo na bochecha e disse:

— Eu acho que você vai amar. Mas não vai ser agora.

Andei até a cozinha, preparei um jantar para todos e comi antes dos outros.

— Boa noite. — Eu disse dando um beijo na bochecha de Jasper e em abraço em Emmet.

Fui para meu quarto e decidi o que vestiria no dia seguinte, para o suposto encontro.

Dormi com uma música qualquer ligada.

Acordei às 09h30min sendo esmagada por dois corpos gritando:

— Bellinha, Bellinha. Acorde, Bellinha. Nós vamos te arrumar para o encontro, Bellinha.

— Eu tenho que encontrar ele às 13 horas, meninas. Hoje não tenho trabalho.

— Mas temos muito que fazer.

Levantei e fui tomar um banho de banheira. As duas depilaram minhas pernas, secaram meu cabelo, pesaram maquiagem em meu rosto. Mas a roupa eu já havia escolhido.

Por incrível que pareça, elas aceitaram.

Uma calça jeans clara, uma blusa de mangas cumpridas azul marinho e um casaco preto.

Olhei-me no espelho da sala, respirei fundo, e saí.

Tranquei a porta e olhei para meu sapato, Jacob sempre dizia que odiava meus saltos e que eu não deveria usá-los, mas eu uso.

Coloquei meus fones e liguei em uma música que fazia todo sentido para mim, mas Jacob não gostava então eu só ouvia quando estava sozinha.

Entrei no carro de Rosalie e fui até a cafeteria.

Jacob sempre se atrasava para nossos encontros e, por um momento, pensei que Edward também se atrasaria. Mas ele já estava lá, sentado, passando uma mão no cabelo e acenando com a outra.

Estacionei e andei até ele. Mesmo com o salto, eu era meia cabeça mais baixa.

Ele me puxou para um abraço que fez com que eu me sentisse protegida, bem.

Deu um beijo na minha testa e sussurrou, logo após me soltar:

— Oi. Eu pensei que não viria.

Desliguei meu iPhone e olhei para o relógio.

— Faltam dois minutos para as 13.

— Mesmo assim.

Eu ri.

— Não vamos entrar?

— Você achou que eu te traria para almoçar em um café? — Ele perguntou sorrindo.

— Existe essa possibilidade? — Devolvi.

— Não.

— Então, não.

Ele riu.

— Vou te levar para almoçar em um lugar legal. É meu restaurante favorito em toda Califórnia.

— Ótimo, porque sua irmã demoníaca não me deixou comer nada hoje.

— Então vou te encher até não aguentar.

Deu um sorriso brilhante em sua direção.

Já no restaurante, Edward segura a cadeira para eu sentar e eu imagino que não saiba o quanto isso é fofo.

Nós fizemos nossos pedidos e ríamos das trapalhadas do garçon. Eu pedi para ele contar uma piada e ele me deu a condição de eu contar outra.

A piada dele me fez chorar de rir. E eu acabei vermelha pelo esforço.

— Sua vez.

Por algum motivo eu contei a mesma piada que contei para Jacob quando ele disse que eu não era engraçada. Para minha surpresa, Edward jogou a cabeça para trás e ria como um garotinho. Ele riu e riu, assim como o garçon que estava colocando nossos pratos na mesa.

— Você é engraçada. — ele comentou casualmente. E mais uma vez fui tomada pela lembrança de Jacob dizendo o contrário.

Começamos a falar sobre música e em algum momento eu comentei:

— Mas nada supera a coleção de álbuns que tenho do James Taylor.

Ele parou.

— Não. Eu tenho 25 e nunca conheci nenhuma garota que tivesse tantos ou mais.

— Eu tenho 27. Especiais limitados em filas gigantes.

— E, falando em filas gigantes, sabe que eu fiquei em uma fila durante 5 horas por um cd uma vez e no fim, eu nem gostei dele.

E assim as histórias foram contadas. Um pouco da infância dele, um pouco da minha.

Então, eu percebi que já estava gostando do cara que conheci no dia anterior. Irmão da minha melhor amiga.

Comecei a ficar mais tímida e mais fechada e até pude ver sua expressão confusa.

Conversamos um pouco mais e terminamos de comer.

Já eram 16, e se eu não chegasse para ser, pela segunda vez no dia, a Barbie da Alice, eu morreria ainda hoje.

Fomos andando até o meu carro, falando sobre filmes e eu me lembrei de algo com Jacob. E quase falei "nunca fui a um cinema com meu ex."

Mas ele começou a falar de filmes como "Um natal brilhante" ou "As férias da minha vida", os quais assistiam todo natal com a família.

E eu me liguei nele.

E, naquele momento, eu estava querendo ser abraçada pelos braços do cara que andava só meu lado. O cara que me elogiou e me contou de sua vida.

Edward.

E o passado ficava para trás. Tanto fazia, naquele momento.

O que passou, passou. E era a primeira vez em oito meses que eu me tocava disso.

Ele abriu a porta, já destrancada, do meu carro para eu entrar.

Mas antes que eu pudesse me sentar, ele me puxou em seus braços e meu deu um beijo.

Não um beijo na testa, um beijo de verdade. Onde um explorava a boca do outro. E ficamos assim até perdermos todo nosso ar.

— Nos vemos a noite, pequena.

Eu levantei os pés e dei um selinho antes de entrar no carro.





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Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem no final.
Comentem e me deixem feliz.
Beijos,
L.



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