Comarco não pretendia ir embora tão cedo, após dois meses em Londres, ainda não havia realizado o objetivo da sua visita, reconquistar Hermione. O primeiro passo seria tirar Ron do seu caminho, já havia feito isso antes e faria novamente. E como parte do plano, passou para fazer uma vista a Hermione e Hugo.

–Boa noite, senhor Granger. Comarco o cumprimentou. –Hermione está?

–O que deseja, rapaz? John estranhou a visita. –Ela...

–Pai! Hugo interrompeu o avô. –Você veio me ver?

–Claro! Ele pegou o filho no colo. –Estava com saudades!

Hugo ficou muito feliz com a presença do pai, o puxou para dentro de casa e começou contar tudo o que fez desde a última vez que se encontraram. John achou melhor avisar a filha que Comarco havia aparecido.

–Hermione. Ele bateu na porta.

–Ron já chegou? Ele está adiantado! Hermione abriu a porta rapidamente. –Diga que desço em um instante.

–Não, Ron ainda não chegou. Comarco está lá em baixo conversando com Hugo. Achei melhor te avisar.

–Claro, obrigada pai. Ela agradeceu preocupada. –Já desço.

Hermione terminou rapidamente de se arrumar e desceu receber a visita. Pai e filho conversavam animadamente na sala. John e Catherine deveriam tê-los deixado a sós.

–Você está muito linda, Hermione. Comarco a viu descendo as escadas. –Vai sair?

–Irei jantar com Ron. O que faz aqui? Ela perguntou seria.

–Eu estava em uma reunião aqui perto e pensei em passar ver Hugo, já que não pude vir final de semana passado...

–Claro, você não veio semana passada porque estava trabalhando. Hermione frisou a palavra trabalho. –Sexta-feira à noite e você não tem mais nenhuma reunião para ir?

–Não, hoje não tenho nenhuma. Comarco sabia que ela estava se referindo as festas que frequentava e dava a desculpa do trabalho. –Acho melhor ir embora.

–Não pai, fica mais um pouco! Por favor! Hugo pediu.

–Eu não quero atrapalhar o jantar da sua mãe. O garoto o olhava triste. –Mas nós podemos ir para o hotel onde estou hospedado, nós jantamos e você pode dormir comigo, o que acha?

–Posso mãe? Por favor! Hugo estava praticamente implorando a ela.

Hermione foi pega de surpresa, não sabia o que responder. Estava com receio de deixa-lo ir, Hugo nunca ficou sozinho com o pai.

–Tudo bem, mas amanhã depois do almoço quero você aqui em casa!

Hugo saiu correndo para o seu quarto, Hermione o ajudou a pegar roupas e os brinquedos que ele escolheu levar. Voltaram para sala com o som da campainha.

–Filha, Ron chegou! Catherine avisou. –Como vai, Ron? E as crianças?

–Tudo bem, as crianças ficaram com meus pais. Molly e Arthur querem aproveitar o tempo em que elas estão por aqui. E o Hugo?

–Está arrumando suas coisas, irá passar a noite com o pai.

–Olá Ronald! Comarco veio lhe cumprimentar. –É, hoje a noite será apenas eu e o Hugo!

–Olá. Ron apertou sua mão. –Espero que se divirtam!

–Estou pronto, pai! Vamos? Hugo apareceu com a sua mochila. –Oi, tio Ron!

–Oi, Ron. Hermione apareceu logo atrás e o cumprimentou com um rápido beijo. –Já falo com você.

–Tudo bem. Oi, Hugo!

–Comarco, por favor cuide bem dele! Ela começou suas recomendações. –Deixe esse celular ligado! E traga Hugo amanhã para casa!

–Sim, senhora! Mais alguma coisa? Ele respondeu rindo. –Não se preocupe, nada irá acontecer.

–Assim espero! Tchau, filho. Hermione abraçou forte o garoto. –Se cuida e qualquer cosa liga no meu celular ou aqui em casa e fala com seus avós!

–Tudo bem, mãe. Hugo se despediu dos avós e do Ron.

Hermione ficou na porta olhando pai e filho entrarem no carro e irem embora. Ficou mentalmente pedindo que nada de ruim acontecesse.

–Hã, o que acabou de acontecer aqui? Ron perguntou.

–Eu também não sei. Ela respondeu visivelmente preocupada e nervosa. –Hugo foi passar a noite com o pai.

–Não se preocupe, vai dar tudo certo! Catherine abraçou a filha. –Agora termine de se arrumar e vá jantar com seu namorado!

Ron e Hermione saíram para jantar em comemoração a dois meses de namoro. Hoje não era a data correta, mas não puderam se encontrar antes, pois estavam atarefados com os trabalhos. Hermione ficava o todo tempo conferindo seu celular, mal tocou no prato que pediu e estava distraída.

–Hermione? Ron a chamou. –Escutou o que eu disse?

–Claro, claro! Ela despertou dos seus pensamentos. –Pode repetir? Assim tenho uma opinião melhor.

–O que você quer que eu repita? Sobre meu trabalho ou seu presente?

–Presente? Mas nós combinamos que não iria ter troca de presentes!

–Eu sei, mas como você não escutou a parte que eu disse sobre meu trabalho... Ele sorriu e a entregou um envelope. –Abra!

–Eu escutei sim o que você disse! Hermione riu e abriu o presente. –O que isso significa?

–É uma passagem para nós passarmos o ano novo em Paris! Ron estava com receio da reação dela. –O que acha?

–Eu acho perfeito! Ela o beijou. –Posso pedir para meus pais ficarem com Hugo. Um tempo só nós é tudo que estou precisando, mas o que isso tem haver com o seu trabalho?

–Bom, eu encontrei um incrível roteiro baseado em um livro e quero fazer disso um filme! Falei com uns amigos dos Estados Unidos, eles pediram para que eu fosse para lá e apresentasse o projeto para as empresas cinematográficas em que eles trabalham.

–E quando você vai? E quanto tempo irá ficar lá? Hermione perguntou apreensiva.

–Estou pensando em ir em janeiro, assim as crianças podem ir junto e participam do casamento de Lilá. Devo ficar um mês ou até menos se der tudo certo.

–Vai dar tudo certo! Ela o incentivou. –Ainda vou vê-lo recebendo um Oscar!

–Tudo bem, acho que chega de vinho para a senhorita! Ele riu tirando a taça de perto dela.

–É serio! E quando ganhar terá que dizer no seu discurso de agradecimento o quanto me ama e que duvidou de mim!

–Ok, mas não precisa esperar até eu ganhar um Oscar para escutar eu dizer que te amo. Afinal isso pode demorar anos ou nem acontecer!

–Ai Ron, você e a sua autoconfiança! Ela o beijou. –Também te amo!

Ron conseguiu deixar Hermione menos nervosa e preocupada com Hugo. Após o jantar eles foram para a casa de Ron aproveitar o resto da noite e fazer muitos planos para a viagem a Paris.

Hugo estava adorando passar a noite com o pai. Comarco o levou a uma loja de brinquedos e deixou que o filho escolhesse o que quisesse, depois jantaram no hotel e Hugo comeu o que quis, desde sanduiches a sorvetes e doces.

–Pai, vamos jogar vídeo game?

–Não está na hora de dormir? Não podemos dormir demais, pois se eu atrasar um minuto para entrega-lo sua mãe me mata!

–Só um pouco, por favor! O garoto implorou. –Esse é o meu jogo favorito, sempre jogo com o Ben.

–Tudo bem, vamos jogar! Comarco sentou ao lado do filho e começou a jogar. –Huum, Ben é filho do Ron?

–Aham, ele é apenas alguns meses mais velho que eu. Também tem a Rose que tem cinco anos e é bem legal, mesmo sendo uma menina! Hugo respondeu sem parar de jogar.

–E faz muito tempo que a sua mãe e Ron estão namorando? Ele perguntava o mais natural possível.

–Hã, acho que uns dois meses. Mas sabia que eles já namoraram antes? E eu escutei o tio Ron falando que desta vez eles não irão brigar e se separar! Você sabe por que eles se separaram?

–Não, eu ainda não conhecia a sua mãe. Comarco fingiu não saber.

Comarco fingindo de desinteressado fez mais algumas perguntas sobre o namoro de Hermione para o filho.

–Agora chega de jogar por hoje, vamos dormir!

Hugo relutou um pouco, mas foi apenas deitar que logo dormiu. Comarco ficou pensando em tudo que o filho havia comentando sobre o namoro da mãe. Talvez desta vez não fosse tão simples, mas quem sabe com a ajuda de Hugo, o caminho não ficasse mais fácil.

No outro dia, antes de deixar Hermione, Ron passou na casa dos pais buscar os filhos. Molly estava fazendo o almoço com a ajuda de Rose enquanto Arthur e Ben assistiam a algum jogo que passava na televisão.

–Vamos para casa? Ron perguntou aos filhos.

–Não! Eu quero terminar o almoço com a vovó! Rose disse brava.

–E eu quero terminar de ver o jogo! Por que não ficamos para o almoço? Ou você vai chegar em casa e fazer comida? Ben debochou do pai. –Por favor!

–Nós temos que deixar Hermione em casa. Ele explicou. –Ela está esperando Hugo voltar.

–Onde Hugo foi? Rose perguntou curiosa.

–Ele foi passar a noite com o pai dele. Hermione respondeu. –Nós podemos ficar para o almoço, claro se Molly deixar.

–Você sabe que não é necessário convites! Sempre foi e será bem-vinda! Molly os mandou sentar, pois o almoço seria servido.

Durante a refeição, as crianças contaram tudo que fizeram com os avós. Montaram uma barraca no quintal, alimentaram os cachorros e os patos do lago, e o melhor, escutaram as maravilhosas histórias de Arthur Weasley.

–Hermione querida, já tem planos para o natal? Molly perguntou durante a sobremesa.

–Mãe, ainda faltam três semanas para o natal. Ron suspeitava o que sua mãe queria com a pergunta. –E aposto que Hermione já tem planos.

–Huum, provavelmente irei ficar com meus pais e Hugo.

–Ótimo, então vocês estão sendo convidados para passar o natal conosco! A senhora Weasley sorriu. –São todos bem-vindos!

–Obrigada Molly, será um prazer! Não havia como negar o carinhoso convite. –Tudo bem, Ron?

–Claro! Ele respondeu vermelho. –Será um prazer tê-los conosco, mas já aviso, toda a família estará aqui.

Hermione insistiu para ajudar Molly com a sujeira do almoço enquanto Ron recolhia as coisas dos filhos.

–Muito obrigado por ter ficado com eles. Ron agradeceu aos pais. –Até e se cuidem!

–Não foi nada, pode trazê-los sempre! Arthur se despediu. –E se comportem crianças!

–Pode deixar, vovô! Elas responderam.

–Obrigada pelo almoço, Molly! Hermione agradeceu. –E pelo convite!

–Não foi nada! A senhora Weasley a abraçou. –Filho, você deve trazer Hermione mais vezes!

–Tudo bem, mamãe! A senhora apenas tem que convence-la a parar de fazer doces e sair comigo. Hermione lhe deu um tapa no braço o reprovando. –Farei o possível.

Despediram-se e foram deixar Hermione em casa. Hermione os convidou para entrar, mas Rose tinha um aniversário de uma colega da escola para ir e ainda não haviam comprado o presente. Combinaram se encontrar amanhã.

Pouco tempo depois de Hermione ter chego em casa, Hugo chegou acompanhado do pai.

–Ai está ele, inteiro do mesmo modo que eu o peguei ontem! Comarco brincou.

–Muito bem! Talvez você não seja tão irresponsável assim... Hermione rebateu.

–Mãe, olha o que o papai me deu! Hugo tirou vários brinquedos das sacolas. –Até um vídeo game igual ao do Ben, não é legal?

–Aham. Ela olhou brava para Comarco. –Agora de tchau para o seu pai e vá guardar seus brinquedos.

–Tchau, pai! Hugo o abraçou. –Não demore muito para me visitar, tá bom?

–Tchau, filho! Prometo que virei o quanto antes e aproveite seus presentes!

Hermione esperou até o filho subir e entrar no quarto para começar a falar um monte para o ex-namorado.

–Você acha que vai compra-lo com um monte de presentes? Nunca deu nada desde quando ele nasceu e agora, de repente, aparece e vira um super pai que dá vários presentes caros sem ser uma data especial!

–Não seja assim, Hermione. Eu não quero compra-lo, apenas quis dar uns presentes para recompensar o tempo e as datas importantes que perdi. Ele explicou. –Desculpe, não sabia que isso lhe deixaria tão brava.

–Não é isso, eu só estou preocupada com tudo isso que está acontecendo. Até quando essa sua visita irá durar? Quando for embora, quanto tempo irá demorar para que Hugo pare de ficar triste por você ter o deixado?

–Eu não vim apenas fazer uma visita, eu quero ficar. Quero comprar uma casa aqui em Londres, ser um pai para o Hugo e... Comarco segurou a mão dela. –Talvez ficarmos juntos, sermos uma família.

–Não, você está brincado, certo? Ela começou a rir. –Você nunca deixaria a sua vida de festas e viagens pela Europa para morar em Londres, que uma vez você me disse ser uma cidade sem graça. Se quiser ser um pai para Hugo eu fico muito feliz e terá o meu apoio, mas nós não temos mais nada, eu amo o Ron e estou feliz com ele.

–Tudo bem, isso é o que veremos. Ele disse serio. –Até mais.

Era tudo que Hermione precisava Comarco querendo reconquista-la, agora que ela e Ron finalmente estão caminhando para um relacionamento serio. Mas desta vez, não deixaria que Comarco atrapalhasse o seu namoro.