POV’ Josh

Fiquei me sentindo como um cara malvado. Por que eu não contei para a Sophie que a Ally estava em casa comigo, como namorados, e não como parceiros de estudos? Eu... eu me sentia... estranho. Como se tudo que eu estivesse fazendo estivesse errado.

Eu teria que contar para ela no dia seguinte, afinal, eu não podia fingir que nada estava acontecendo comigo e com a Ally na frente da Sophie. Não conseguiria fingir ser o canalha que eu não sou. Eu enojo canalhas.

Eu tinha contado para o meus pais que estava namorando, mas não consegui contar para a minha melhor amiga. O QUÊ ESTÁ ACONTECENDO COMIGO AFINAL, DEUS?

Minha mãe estava na cozinha fazendo o jantar e meu pai estava na garagem, arrumando o carro, como ele fazia todo o dia e nós estávamos sozinhos na sala.

Depois de desligar o telefone, Ally me olhava desconfiada.

– Está tudo bem? – ela disse se aproximando.

– Sim, claro! Por que não estaria? – dei uma risada nervosa. O lance é o seguinte: eu não sei mentir.

– Você tá estranho... Quer conversar sobre isso? – ela pegou no meu braço.

– Não precisamos conversar, tá tudo bem – lancei um olhar de cumplicidade.

– Tem certeza?

– Absoluta.

Ela me abraçou. Foi um abraço estranho, apertado. Depois, começou a me dar beijos no pescoço e na boca, alternadamente. Suas mãos deslizavam por minhas costas. Tá bom, aquilo já estava muito estranho para os padrões de namorados de três semanas.

– Hã, eu acho que eu vou ver se meu pai precisa de ajuda, o.k? – eu me soltei de seus braços e comecei a andar em direção à porta de entrada (medooooo...).

– Hum! – ela bufou, sentando no sofá.

Fui até o jardim tomar um pouco de ar. Eu gostava da Ally. Ela era legal, engraçada e bonita, mas quando a abraçava e a beijava, eu não sentia nada. Comecei a pensar que o problema era comigo.

Minha mãe me chamou e eu entrei. O jantar foi mais silencioso do que eu esperava.

...

No carro, o único som era os ruídos do motor e as nossas respirações. Chegamos em frente à casa dela.

– O.k. Nós precisamos conversar. O quê aconteceu com você Josh? – ela estava nervosa.

– Não aconteceu nada.

– Você... você não me trata como trata suas amigas.

– Não mesmo. Você é minha namorada, e eu não saio por aí beijando as minhas amigas.

– Você entendeu o quê eu quis dizer. É serio.

– Eu gosto de você, Ally, de verdade.

– Por que eu não estou convencida?

– Amanhã eu vou te apresentar pra elas, lá na escola - dei um beijo em seus lábios. - Isso muda alguma coisa?

– Talvez... – ela sorriu. Ufa, eu pensei. Ela saiu me deixando sozinho no carro, e, antes de entrar na casa dela, me lançou um aceno.

– Cara, como ela é insistente - eu disse para mim mesmo acenando de volta.