POV’ Sophie

Tinha tomado um banho quente e demorado, afinal, tinha ficado horas em água gelada e vento cortante. Coloquei o meu pijama preferido e fiquei ouvindo músicas do Guns N’ Roses. Acho que cochilei, pois quando me dei conta, uma playlist inteira já tinha acabado e ouvi um barulho vindo da minha janela.

Abri e olhei para baixo, dando de cara com Josh com a mão cheia de pedrinhas. Dei um sorriso de orelha a orelha. Ele também estava de pijama, acho, e tinha trago uma mochila. Como um acrobata, Josh subiu pelo cano da calha – impressionante! – e entrou pela janela.

- Estou tão feliz de você estar aqui comigo! – eu disse enlaçando meus braços em volta do seu pescoço.

- E eu estou feliz de estar com você também – ele me abraçou na cintura.

- Não vamos fazer barulho, o.k? Mike não tá aqui, mas Walter chatão tem ouvidos de águia.

- Tudo bem. O quê quer fazer?

- Só queria ficar com você... pertinho de você... – ainda estava enlaçada nele, mas que se dane!

- Estou gostando disso... – ele disse aproximando seu rosto do meu.

Encostamos nossas testas e ficamos assim um tempo, eu observando seus olhos maravilhosos, mas ao mesmo tempo tão misteriosos... Aqueles olhos que deixa qualquer uma apaixonada.

- Eu acho que... – ele disse com aquele sorriso bobo – acho que te amo, pequena...

Eu perdi o fôlego. Eu estava chocada, mas ao mesmo tempo um calor ocupava o meu peito. Era uma sensação maravilhosa. Amor.

- Eu te amo também Josh Mark. Te amo de todo o meu ser...

- Acho que podemos seguir para o segundo passo, não acha?

- Qual é o segundo passo?

Ele não disse nada, simplesmente aproximou seus lábios dos meus e me enlaçou em um beijo.

Já contei que nunca tinha beijado antes? Não? O.k. Também já contei que foi a melhor sensação da minha vida sentir aqueles lábios quentes e carnudos nos meus? Não também? O.k.

Acho que ficamos muito tempo nos beijando, tempo suficiente para me fazer perder o ar que restava em meus pulmões, fazendo nos separarmos.

Eu apenas sorri e ele me deu um selinho, e mais outro, e mais outro.

- Tudo bem. Já chega! – eu disse rindo. - Se por acaso o Walter aparecer aqui, você fica debaixo da cama e espera, tá?

- Estou até parecendo um fora da lei.

- Você é em partes...

Ouvi barulhos de porta e passos vindos da sala. Com certeza meu irmão e minha mãe tinham chegado. Josh olhou para mim com uma cara de “o.k, já entendi...” e foi para debaixo da cama. Se repararem bem, a situação era até engraçada.

Desci e minha mãe e meu irmão estava guardando as compras na cozinha.

- Já de pijama? – disse meu irmão me olhando desconfiado. - Aliás, o que você está fazendo aqui?

- O lugar onde estávamos estava com previsão de chuva, então tivemos que voltar. E eu estou cansada. Acho que vou dormir – eu fingi um bocejo.

- Boa noite – meu irmão me deu um beijo na testa.

- Boa noite – disse a minha mãe. - Durma com os anjos.

“Vou dormir com um anjo mesmo”, eu pensei soltando um sorriso.

Subi para o meu quarto quase saltitando de felicidade e parei na porta, trancando-a atrás de mim.

- Acho que vou dormir... – eu disse com voz distraída. - Não tem nada pra eu fazer mesmo...

Eu me deitei na cama e fechei meus olhos. Senti um peso sobre a cama e quando abro os olhos de novo, dou de cara com aqueles olhos tempestuosos me observando.

- O quê está fazendo?

- Te olhando. Quero lembrar exatamente cada traço de seu corpo – senti minhas bochechas queimando.

- E o que pretende fazer com essas lembranças depois?

- Me tocar de como eu fui burro em não perceber eu que sou completa e loucamente apaixonado por você.

- Para com isso!

- Mas é verdade!

- Por acaso, a sua mãe ou seu pai sabem que você está aqui? – eu disse me sentando e ele se sentou ao meu lado.

- Não, eles acham que eu só fui pegar algumas roupas que eu tinha esquecido e tomar um banho.

- Que mentiroso! – ele riu.

Eu o abracei, só para sentir um pouco mais de cheiro dele, só para poder sentir os braços dele à minha volta de novo.

- Vamos dormir? – eu disse ainda abraçada com ele.

- Claro. O dia foi cansativo e teremos muitas coisas para explicar amanhã na escola.

- Boa noite – eu dei mais um longo beijo nele antes e me ajeitar nas cobertas.

- Boa noite, pequena – ele se deitou ao meu lado e me abraçou para mais perto dele.

A última coisa que me lembro daquela noite foi sentir a respiração quente dele em meu pescoço.