Estrela Negra escrita por Sophia Santos


Capítulo 2
Capitulo Um – O Reencontro – Dias Atuais


Notas iniciais do capítulo

Boa noite amores! Demorou mais veio. Fiquei triste porque só uma pessoa comentou o prologo :( Infelizmente eu só irei postar o capitulo 2 (nome ainda nao disponivel) na proxima quinta feira. Espero que gostem, e que dessa vez, tenham mais comentarios :) haha



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Eram quase cinco horas da manhã. O sol começou a aparecer ao leste. As nuvens iam tomando cores diferentes e o dia estava preste a iniciar. Alguns acordavam cedinho para tomar um bom café da manha e fotografar o lindo fenômeno: O nascer do sol. Outras não ligavam para ver isso, preferiam dormir. Mas também, existia um grupo de pessoas que não tinha o prazer dessa escolha, nem havia tempo para ver o nascer do sol, nem tempo de decidir fazer alguma coisa. Estes eram os alunos do Reformatório Sword & Cross. O horário comandado para todos acordarem era cinco da manha e as aulas começavam seis e meia. Infeliz era aquele que, algum dia tivera que estudar ali. Os assistentes eram bastante rigorosos, mas eles tinham que ser mesmo. Ninguém nem imaginava a ficha criminal de muitos alunos que passaram por ali. Não existia privacidade. Em todo lugar tinha câmera vigiando cada passo que os alunos faziam.

O reformatório era isolado por enormes cercas elétricas e eram vigiadas 24 horas pelos vermelhos (era assim que eles chamavam as câmeras neste lugar). E isso adiantantava? Claro que não, os estudantes saiam de lá quase toda hora. Eles eram castigados, obrigados a fazer varias coisas aleatórias. O Reformatório achava que isso os ajudava a se reconstruir ou pensar nas ações que eles fizeram. Mas na maioria das vezes, os alunos saiam piores do que eram quando entraram. E o que acontece? Repetiam os mesmos erros, acabavam voltavam para lá e não adiantava.

As aulas na Sword & Cross também não animava muito. Pois os alunos faziam o que queriam a aula toda e não se importavam com a conseqüência disso. Muitos professores e assistentes já saíram por ameaças de alunos. Mas também muitos alunos pediram transferência por medo dos assistentes. Tudo neste lugar era à base de ameaças, brigas, castigos e muitos outros.

Alguns pensavam que podia existir alguém com a ficha criminal mais “leve” na Sword & Cross, mas se você era uma dessas pessoas, não se iluda. Esse reformatório foi feito para apenas crimes mais pesados, de assassinatos para até pior. Isso explica por que os assistentes eram tão severos e os alunos tão rebeldes.

O dormitório da Sword & Cross era dividido em três setores: dormitório feminino (1 até o 150), do masculino (151 até o 304) e os dos alunos em observação, aqueles que o crime cometido era muito mais grave (305 até o 390). Os quartos eram bem pequenos. Mas os dos alunos em observação... Já eram bem menores.

Em uma parte do Dormitório Masculino, um silêncio corre pelo quarto numero 201. O despertador não havia tocado nos aposentos de Daniel. Ele estava atrasado para o café da manha.

Daniel escuta ruído de conversas que vinha do outro lado da porta. Ele mexeu um pouco na cama minúscula. Tentou ignorar o barulho, mas não funcionou. Levanta com um pouco de raiva e da uma checada no relógio: 05h19min. Ainda com um pouco de sono, corre para o armário estreito que mal cabia suas poucas peças de roupa. Sem olhar direito o que escolheu, leva as peças para o banheiro e começa vestir a calça. Daniel percebe que ainda estava de pijama, então começou a despir-se, da uma olhada para o chuveiro e resolve tomar uma ducha, para ver se ele desperta. Como não podia demorar muito, ele toma um rápido banho.

 Daniel troca de roupa e da uma olhada no espelho. Bagunça um pouco o cabelo loiro e escova os dentes incrivelmente brancos. Olha novamente para o espelho e percebe que ele ainda não sabia que roupa estava usando. Um suéter e uma calça preta. E para completar, também usava um cachecol vermelho. Mesmo que neste colégio só poder utilizar vestimentas pretas, Daniel não se importou, o sono não o deixou lembrar-se desse detalhe. Ele também não percebeu que, estava na época de verão e o dia estava muito quente para usar as roupas que ele colocou.

Mais uma vez, Daniel olhou para o relógio. Só havia passado pouco tempo. Ainda restavam alguns minutos para o café da manha terminar. Ele pensou em ir, mas olhou para a cama. Pensou duas vezes e se deitou.

Ele estava bastante cansado. O motivo, nem ele sabia o certo. Queria apenas descansar, se precisasse dormiria o dia inteiro. Daniel começou a sonhar... E finalmente adormeceu.

O sonho era esplendido! O melhor com que alguém poderia sonhar. Daniel estava tão feliz, tudo estava perfeito para ele neste momento. O problema foi, que logo que o sono veio, ele se foi. Escutou um barulho, alguém o chamara. Daniel acordou assustado com batidas irritantes na porta.

Ele correu para abri-lá. Daniel certamente estava com problemas.

-Ah Roland, ainda bem que é você! Eu achei que... –Daniel falou com um alivio.

-Falta pouco tempo para o café da manha acabar! Achei que você tinha morrido! –Essa não era a voz de Roland. Era uma voz feminina e doce. Mesmo estando falando com um pouco de ironia. Era Gabbe.

-Ela quis vir aqui, achamos que estava com algum problema ou sei lá. Mas se você não se apressar, vai acabar perdendo a primeira aula. –Roland que falou desta vez.

-Serio? Eu estou com sono, mas não sou burro. A aula ainda vai demorar muito para começar! –Roland e Gabbe riram. Daniel deu de ombros e foi com os amigos para o refeitório.

Eles chegaram com pressa para dar tempo de conseguirem lanchar. Os amigos escolheram uma mesa e esperaram Daniel pegar a comida dele. Ele foi direto para a parte que amava, os sanduíches. Pegou a comida e um suco de laranja.

Daniel voltou para a mesa e sentou-se. Ele olhou para o enorme sanduíche que tinha em sua frente. O recheio era perfeito: ovos, queijo, salsicha e presunto. Esse era seu preferido! Existia coisa melhor?

-Desse jeito, a escola vai falir com o tanto que você come! –Gabbe ironizou e voltou a brincar com os dreeds de Roland. Daniel nem se importou com o comentário dela. Ele estava muito ocupado, comendo.

Quando ele ainda estava na metade do sanduíche, um sinal tocou. O tempo do café da manha esgotou. Daniel olhou triste para o sanduíche e jogou o resto no lixo.

Os três caminharam para fora do refeitório e foram esperar o sinal da aula tocar no jardim. Ainda ia demorar mais ou menos meia hora para começar.

Eles atravessaram vários corredores antes de chegar ao destino desejado. Mas esse trajeto nunca era feito em silencio. Sempre era cheio de piadas, risadas ou conversas aleatórias. Mas hoje foi diferente. Daniel estava quieto, sem falar quase nenhuma palavra. Roland estava muito pensativo e Gabbe estava incomodada com alguma coisa. Nenhum deles estava agindo como o de costume.

Chegaram ao jardim sem graça e sem flores. Sentaram e cada um ficou pensando na sua vida. No seu mundo. Daniel então resolveu quebrar o gelo e falar alguma coisa. Tentou puxar assunto, mas não deu muito certo.

De repente, Gabbe arregalou os olhos como se ela tivesse visto um monstro horrível. Daniel se assustou com a cara dela e resolveu olhar o que era. Não viu nada muito assustador. Só tinha uma multidão ali. Nada que eles não vissem todo dia.

-Oi? Ta tudo bem? –Daniel pergunta meio curioso. Já Roland, parecia que ele sabia o motivo de Gabbe estar deste jeito.

-Ah, não é nada... Eu só tenho que ir ali, para resolver algumas coisas. –Ela disse, disfarçando. –Roland, vem comigo?

Ele assentiu. Daniel não estava acreditando em nada que os amigos estavam falando. O que será que eles estavam tramando?

-Serio Daniel, agente precisa mesmo resolver algumas coisas importantes. –Gabbe falou seria, como se lesse os pensamentos dele.

Daniel resolveu deixá-los ir, até parece que tinha escolha de fazer o contrario. Ninguém nunca quer discutir com Gabbe. Ela sempre acaba ganhando e também é a dona da razão. Caso contrario, você ganha a discussão e um soco na cara, um brinde que também serve como um lembrete: “Nunca mecha mais comigo, idiota!”. Daniel gostava muito de Gabbe. Ela era como uma Irma para ele. Mas é claro que, as pessoas preferem ser amiga dela. Caso alguém seja um inimigo... Todos têm dó dessa pessoa.

Daniel ficou com tédio. Afinal, não tinha nada para fazer ou alguém para conversar. Ele olha para o relógio. Ainda faltavam vinte minutos para a aula iniciar. Respirou fundo e resolveu já ir para a sala de aula. Era uma longa e chata caminhada até o prédio escolar.

Pensando duas vezes, Daniel volta a curta distancia já percorrida e vai em direção ao dormitório. Passa pelos corredores estreitos e chega ao dormitório masculino. “Ótimo! Agora só faltam cinqüenta quartos para eu chegar ao meu” Daniel pensa. Sobe uma escada e finalmente chega onde queria  ‘Número 201’. Ele arranca a chave de seu bolso e abre a porta alegremente.

-Finalmente! –Daniel fecha a porta do quarto e pula em sua cama. Nunca esteve tão sonolento, preguiçoso como hoje. Geralmente ele mal dormia. Nem chegava a falar a palavra “dormir”. Mas agora ele só estava pensando nisso.

Suas pálpebras ficaram pesadas, sua cabeça começou a doer e seu corpo se entregou. Adormeceu em um sono profundo e sem sonhos.

~~~~~~

            Gabbe estava apreensiva. Andava de um lado para o outro sem parar. Seus olhos estavam arregalados e ela não agüentava mais tudo isso.

            -Você viu o que eu vi! Ela esta aqui! Não, não, não... –Gabbe dizia isso toda hora. Roland já estava cansado de escutar.

            -Quem sabe dessa vez possa ser... Sei lá, diferente? –Ele fala querendo resolver logo o problema.

            -Nunca é diferente! Roland, por que você esta do lado dela? Tu sabes do que ela é capaz! –Gabbe falava cada vez mais nervosa. –Eu só quero a felicidade... -A voz dela é interrompida pelo sinal irritante de inicio as aulas.

            -Vamos! –Roland diz com raiva do drama de Gabbe.

            -Danem-se as aulas!

            -Aff Gabbe, vem logo. –Roland a arrasta pelos corredores.

    ~~~~~~

            Daniel acorda. Ele olha para o relógio achando que ainda era cedo. E se assusta com o horário: 13h47min. Levanta correndo da cama e sai do quarto. Quando ele fecha a porta, vê um papel colado. “IMPORTANTE! COMO NÃO COMPARECEU AS AULAS, TERÁ UM CASTIGO HOJE, ÀS 14 HORAS COMPAREÇA AO CEMITERIO. NÃO OUSE SE ATRASAR!”

            -Ah, que ótimo! –Daniel reclama baixinho. Ao invés de ir almoçar, ele caminha em direção ao cemitério. Não estava com fome e não iria se atrasar, para não ter mais problemas.

             Na caminhada para o cemitério, Daniel avista Gabbe conversando com umas garotas. Como ela estava muito estranha hoje, ele resolveu nem cumprimentá-la para não atrapalhar. Então continuou andando, mas devagar para não ter que esperar muito tempo.

            Viu a grande cerca que cobria o cemitério. Ele suspirou e percebeu que não havia trocado suas roupas. Estava muito quente! Retirou o cachecol para tentar ficar com menos calor, não adiantou. Olhou para as esculturas velhas, porem bonitas. Pela primeira vez as encarou com desprezo por pensar que teria de limpa-lás.

            A coordenadora chegou com os outros alunos castigados. Orientou o trabalho deles e sentou em um banco para supervisionar. Daniel ficou encarregado de limpar as lapides junto à Molly. Toddy e Roland ficaram com as esculturas. “Espera, Roland aqui?” Daniel pensou. Em seguida chegaram Gabbe e mais duas outras meninas que Daniel não conhecia. Ele ficou ainda mais surpreso. Percebendo a cara de dele, Roland sorriu. Gabbe e uma das meninas tiveram que ajudar Roland e Toddy. A outra ficou com a Molly e Daniel.

            -Você aqui. –Molly dirigiu-se a Daniel, com ironia.

            -Olha quem fala. É a décima vez que veio para o castigo essa semana? –A menina que chegou com Gabbe se intrometeu.

            -Desculpa, mas aqui o papo é reto, da licença. –Molly apontou para Daniel e excluiu a garota da conversa. –Vá limpar as lapides.

            -Quem é você para mandar em mim? –A garota esticou a discussão.

            -Sou a aquela que não tem medo de pegar outro castigo por bater em uma garotinha indefesa. –Molly lançou a mão, e como se tivesse feito isso varias vezes, acertou um soco forte no nariz da garota e completou: - Otária!

            A coordenadora saiu correndo e arrastou a Molly para longe de lá. A garota atingida dirigiu-se a enfermaria.

Daniel teve de limpar as lapides sozinho, enquanto Roland ria da cara dele e do que tinha acabado de ocorrer. Todos esfregavam as esculturas ou lapides com força e depois jogavam água para tirar o sabão.

No final da tarde Gabbe, a amiga dela e Roland acabaram sua parte e saíram do cemitério. Ainda faltavam cerca de dez lapides para Daniel acabar o serviço.

-Boa sorte aí cara! –Roland disse para ele, ironizando.

Esfregou as que faltavam com força e determinação. Continuava pensando “Falta só... Algumas!”. Nunca acabava esse serviço. Principalmente sozinho.

Cansado de fazer isso, Daniel só jogou água nas que faltavam e saiu logo após os amigos. Ele dirigiu-se para a saída e sentiu-se aliviado.

Saindo do castigo, Daniel fica feliz em poder fazer outra coisa ao invés de lavar o cemitério. Pelo menos, seu sono constante passou. Ele foi em direção ao jardim para encontrar com os amigos e saber por que tinham demorado tanto para aparecer. O que eles devem ter aprontado? Por que Gabbe tinha ficado com a expressão tão assustada nesta manha? Daniel ficou meio zonzo de tantas perguntas que assombravam a cabeça dele. Uma imagem conhecida o fez voltar à realidade. Ele já havia chegado ao jardim. O lugar de encontro com os “traidores” que o abandonou no cemitério.

Daniel procurou por seus amigos, mas não os encontrou em nenhum lugar do jardim. De repente, ele sentiu uma tontura novamente. Ficou fraco e achou que havia desmaiado, mas isso não aconteceu. Ele estava apenas parado. Ficou confuso.

Seus olhos corriam para todas as direções, mas sem rumo, sem intenção de ver alguma coisa, por ele, não precisava nem enxergar. De repente, esquecendo de todos os pensamentos anteriores, um enorme sorriso surgiu no rosto de Daniel. Seus olhos mudaram para um tom de violeta mais intenso e ele achou que iria transbordar de felicidade. Essa sem duvida era a melhor sensação que ele sentira. Nada podia se comparar. Uma brisa quente atingiu seu rosto, e uma lagrima quase desceu de seus olhos.

O que Daniel tinha visto para causar esse impacto nele? O amor, isso que seus olhos encontraram. Uma menina de cabelos curtos, em forma de cachos desarrumados. Ela parecia perdida, mas não parou para pediu informação, pelo menos, não para ele. Ela tinha tipo físico magro e era razoavelmente alta. Mas, você acha que ele olhava a beleza dela? Não, Daniel admirava o brilho da alma, aquele que era, na verdade diferente. Não era puro, mas também não era ruim. Era algo que encantava Daniel de uma forma desesperadora e maluca.


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Notas finais do capítulo

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