Jess

Enfim a cerimônia acaba e podemos ir pra festa.
No salão dentro de casa serviam a comida e bebidas em geral, do lado de fora uma pista de dança com DJ foi instalada. A festa estava animada e até os meus pais se arriscaram em uns passinhos dança, oque nos rendeu ótimas risadas. A tarde já caia e a noite se aproximava.
Até agora nada de Emmy, eu ia falar com a Ruiva pra saber se ela tinha noticias, mas não a achei em lugar nenhum. Então oque me resta é carregar uns dos meus primos até a pista de dança. O escolhido da noite foi Matheus, ele era meio duro, mas dançava de um jeito engraçado. Era disso que eu precisava: Rir.

Passava das 18:00h quando saímos da pista e minha mãe me mandou comer alguma coisa. Entramos na casa e sentamos com meus tios, pais de Matt. Fizeram muitas daquelas típicas perguntas de tios. Consegui me livrar deles e roubei uma garrafa de champanhe na cozinha.

Fui até a varanda do lado contrario a festa, estava frio e ventando bastante. Sento na cadeira de balanço da minha avó e abro a garrafa tomando um longo gole.
Não sei se é possível se embebedar com champanhe, mas aqui vamos nós. Tomei quase a metade do conteúdo de uma vez, isso fez minha cabeça girar um pouco.

-Um brinde aos desesperados! Tim, tim - disse sozinha quando enchia a boca com o liquido novamente.

Por sorte ninguém me encontraria ali, então eu iria até cozinha para pegar mais bebida antes que essa acabasse.
Deixei a garrafa no pé da cadeira e levantei. Minha cabeça girou novamente, ou o meu corpo, não sei.
Fui até a cozinha sem que ninguém me visse e peguei mais uma garrafa de champanhe e outra que me parecia rum. Pus alguns salgadinhos em um prato e tentei equilibrar até onde eu estava.

Quando sento na cadeira e vou abrir o rum escuto uma voz me chamando.

-Jessik?!

Olho pra trás e a ruiva me olha preocupada.

-Oie - digo.

-Oque você tá fazendo? - ela pergunta chegando mais perto.

-Festejando, ué. Essa não é a festa de casamento dos nossos irmãos?

-É, mas você não tem idade pra beber.

-Vai-me regular agora, mamãe?

-Não.

-Então me deixa em paz - volto à atenção pro rum em minhas mãos.

-Meu Deus! Oque que a Emmy viu nessa garota? - ela parecia falar mais com ela mesma do que comigo, então me limitei a olha-la e sorrir debochada - ela esta querendo falar com você.

-Ela quem? -pergunto ainda tentando abria aquela maldita garrafa.

-A Emily, ela está lá fora te esperando.

Levanto de um pulo fazendo Carrie se assustar.

-Onde?

-No portão, ela não quer entra. Precisa que você...

Antes que ela termine a frase saiu correndo dali. Nem percebi a baguça em que minha cabeça estava.

Passei pelos convidados e esbarrei em quase todos dizendo  um ''sinto muito" vez ou outra.

Emily

Estava esperando há uns 10 minutos e a cada segundo estava cada vez mais angustiada. Na verdade oque eu sentia mesmo era medo. Medo do abandono e da rejeição.
Deixei Jess esperando por 3 meses, ela bem que podia ter desistido e seguido o próprio caminho. Mas eu não sairia dali até falar com ela.

Sentei no chão e pus os braços sobre os joelhos, estava de costa para o portão enorme, mas me sentia mais confortável assim.
Sinto e escuto um baque no chão atrás de mim, mas antes que eu pudesse virar sou agarrada por braços longos e logo identifico aquele perfume que senti tantas vezes.

-Nunca mais faça isso - ela diz no meu ouvido com os braços ainda cercando o meu pescoço por trás.

Solto-a e nos levantamos. Ela estava linda.
Com o vestido longo e rosa, como o de Carrie. Os cabelos amarrados em um coque alto, como o de Carrie também. Mas aqueles olhos, os seus lindos olhos ninguém tem igual.
Seu sorriso era tão grande quanto o meu, ela me analisava, dos pés a cabeça.

-Eu vim inteira, relaxa - digo e ela rir.

-Que bom, estou feliz em ver você.

Ela sorrir, mas logo fica seria.

''já tomou sua decisão? - ela pergunta.

-Sim, sei exatamente oque quero.

-Oque você quer Emily?

Me aproximo e seguro sua cintura puxando-a pra mais perto.

-Eu quero você bobinha.

Ela sorrir e puxa o meu rosto para um beijo. Eu sentia falta do seu brilho de morango, do seu perfume doce e da sua pegada feroz. Essa era a minha Jess. Minha doce, engraçada, divertida, inteligente e sexy Jess.

Nos afastamos e eu pude ver o seu sorriso.

-Me diga que não estou sonhando – ela diz e me faz rir.

-Não tá não.

-Que bom então.

Ela rir novamente e me abraça.