" Oque fazer quando se está amando?" Perguntava os dois secretamente. 

Draco não poderia levar isso adiante, a perspectiva de depender de uma pessoa como depende de si era demasiadamente assustadora, absurda. Entenda, ele não conhece o amor e ao senti-lo soube que é uma fraqueza.

Hermione se entregava de corpo e alma a algo que ela sabia não ser duradoura, mas quando se acostuma plenamente em um sentimento que acabará, ela preferia apreciar enquanto tinha conhecimento dele.

Draco queria fugir, dar um adeus e sumir junto com a fraqueza que o prendia a terra. Era uma mordaça na boca, enquanto seu coração gritava contra a mordaça da sua mente e se engasgando com as três palavras que sempre morreram com ele e sempre estarão na dúvida dos olhos de Hermione.

Hermione, sempre racional, queria poder apreciar o tempo que escorria como partículas de areia na ampulheta. Ela só queria uma última vez. Um último dia, um último beijo de boa noite.

Que, no entanto, Draco não daria.

Draco iria chamá-la para se encontrar na sala precisa, uma última noite. Iria esperar, sentado em um sofá com um firewhisk clandestino, ele se sentia acanhado, algo que nunca iria admitir. Ele iria se remoer por todos os controles que perdeu, todos os sentimentos que ele deixou acontecer. Era errado, mas ele queria provar de algo proibido.

Hermione iria chegar sem demora, entraria na sala precisa com o seu costumeiro semblante de sabe-tudo e iria se encaminhar a um sofá. Perceberia como Draco estava sério ultimamente e comprovaria tudo quando ele a olhasse, uma última vez.

Um silêncio iria pairar e Draco não poderia deixar de admirar Hermione nos últimos segundos. Sua decisão, por mais que tentasse se convencer, não era por ela e sim por ele, ele fugiria, novamente, de algo que não poderia controlar. Ele é um Sonserino e nunca será um Grifinório como ela.

Hermione iria levantar o olhar e se acorrentaria as camadas grossas de confusão e acolhimento que a mesclagem dos olhares trazeria. Hermione, observando os movimentos e os olhares de Draco já teria ligado os pontos, como ela bem sabia, acabaria ali.

Draco iria bebericar novamento o líquido no copo para conseguir tempo, ele não iria querer que acabasse, seu tempo já badalava à meia-noite.

Hermione pensaria em começar tudo aquilo, mas queria que ele sofresse, se contrangesse com a situação, sendo que, seria ela quem sofreria mais tarde. Seria justo medir as dores, ela sofreria por alguém que amaria e ele, acredita ela, sofreria somente em não acabar com aquela palhaçada.

Draco iria se debruçar sobre a mesinha de centro que os separaria e não iria olhar para ela até ela sair daquela sala com raiva dele e ódio, que ele faria ressurgir. 

Não, ele gostaria de acreditar naquilo, mas ele não a olharia por outra razão, mesmo que a outra tinha uma certa verdade. Ele não a olharia para poder só absorver um último olhar na qual ela ainda gostaria dele e para não ficar com um pé atrás na qual recuaria com o simples olhar de indgnação que ele teria certeza que ela lançaria para ele.

Draco iria se levantar de supetão, assustando Hermione. Iria se aproximar calmamente, como se os mundos se desfinhassem aos poucos. Hermione se levantaria também, para o contato visual não se perdesse.

Ele não gostaria de rodeios e em um folêgo diria simples palavras que arrasariam com pequenos sentidos. Pequeno e devastador.

-Acabou- Draco não iria olhar para ela ao dirigir as palavras, ele seria covarde.

Quando Draco já se acostumava em saber que estaria sozinho, Hermione se pronunciaria, doce.

-Eu sei.

Seria um espanto, tanto para Draco e tanto para Hermione que não sabia o porque dessa naturalidade.

Hermione iria apreciá-lo enquanto evitava os olhares se chocarem. Hermione iria observar como a franja caia sobre o olho direito, como ele tem um ponto sensível no pescoço, como contraí as mãos quando está com raiva ou feliz de mais, algo que ele estava fazendo agora.

Draco viraria para ela com uma nova ideia, um adeus.

-Um beijo- soltaria as palavras no ar para ela pegar.

-Não entendo- diria Hermione enquanto sua sobrancelha iria reclinar-se, olhos confusos e uma leve entortada nos lábios, Draco descreveria.

-Um último beijo de boa noite.

-Último- sentenciaria Hermione olhando para os lábios e os olhos de Draco.

Draco não hesitaria em selar os lábios em Hermione, suas mãos estariam hospedadas no contorno da cintura. Draco sentiria pela última vez o corpo prensado de Hermione sobre o seu. Draco puxaria Hermione mais para si e ela deixaria.

Draco iria sentir as duas mãos coladas dela se enroscarem na sua blusa, ele iria saber que para ela essas lembranças seriam perigosas. Ele sabia, mesmo doendo, que Hermione ama dois e ele preferiria saber que ela estaria com alguém que ela ama e salva.

Draco deixaria ela escolher o Weasley porque Draco nunca podeira trazer a felicidade que uma família inteiramente feliz tem.

Por essa razão, Draco iria aproveitar o momento que suas testas estariam coladas e alcançaria a varinha no bolso da calça, iria hesitar, porque ela não podeira ficar com ele, seriam felizes, ricos e compartilhariam de tudo que quiserem. Mas Draco percebeu, ele nunca seria oque Hermione merece, ela não iria querer uma mansão fria aonde eles mal se viam só na hora de deitar ou um marido que só fica enfurnado no trabalho para voltar e encontrar a mulher já dormindo ou sentir sempre uma vontade de ter outra ou ter um único filho para herdar tudo. Hermione nunca iria querer o dinheiro ela iria querer o amor que Draco perderia ao medir dos anos.

Draco ergueria a varinha e colocaria contra a têmpora e Hermione o iria olhar com uma confusão e raiva florescendo. Hermione saberia oque estava por vir.

-Um último beijo de boa noite- Hermione diria para Draco antes de ouvir ele sussurrar.

-Obliviate.

Let's do this right

Vamos fazer isso direito

With just a kiss goodnight

Com apenas um beijo de boa noite

With a kiss goodnight

Com um beijo de boa noite

Kiss goodnight

Beijo de boa noite