Era Ele escrita por Biaa Black Potter


Capítulo 3
Capítulo II - Incontrolável


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem? Eu sei que disse que iria postar na quinta, mas... Algumas coisas desse capítulo não foram planejadas e simplesmente foram aparecendo. PS: Eu sei três músicas para me inspirar nesse capítulo: Somebody That I Used To Know, do Gotye. Incontrolável, do Nx Zero. E Insubstituível, também do Nx Zero (para a parte sobre Snape).



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O que você fez matou as promessas

E você aqui dentro de mim não existe mais nada seu

(Insubstituível, Nx Zero)

As primeiras aulas foram bem normais. Em Transfiguração aprendemos a teoria da transfiguração humana e foi bem interessante... Fiquei ansiosa para poder testar, mas só veríamos a parte pratica na próxima aula. Depois tive Herbologia, que era junto com a Ravenclaw, e vimos uma planta chamada Erva-de-Cobra que pode ser útil contra veneno de cobras em geral. Não gostei muito dessa planta, mas fiquei ansiosa para saber mais sobre Bubotúbera, a planta que veríamos na próxima semana. E a última aula foi Feitiços. O professor Flitwick ensinou a como saber se nevaria no dia, quase como uma previsão do tempo, mas bem mais simples e eficaz.

– Vocês estão com fome? - perguntou Dorc, do meu lado.

– Aham – eu e Lene falamos juntas.

Saímos de perto do lago, em direção ao Salão Principal para almoçar. Felizmente para mim e Lene, os Marotos não estavam lá ainda. O que foi ótimo, já que as palavras de James, "Você sabe que ela não é só uma conquista para mim..."e "Ela é diferente", não saiam da minha cabeça... Hoje estava sendo um dia muito confuso.

Comemos e ficamos conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo, sabe? Quando a conversa está acolhedora e alegre, mas é sobre assuntos sem importância... Foi bom para relaxar um pouco, afinal eu ainda tinha metade do dia pela frente... E muita coisa podia acontecer ainda.

– Lily? - falou Amos Diggory, um aluno da Lufa- Lufa, se aproximando de mim quando eu estava saindo com as meninas.

Nesse momento os Marotos já estavam lá e vi Potter trincar os dentes.

– Como foi o seu dia? - perguntou ele.

Sorri amigavelmente para ele e terminei de me levantar.

– Normal. As aulas foram chatas, mas eu prestei atenção – falei rindo.

– E o dia de vocês?- perguntou para Dorc e Lene.

– Porque não vamos caminhar e conversar? - sugeri e todos concordaram com a ideia.

Passamos horas conversando, já que mesmo que em alguns minutos faltasse assunto, eu logo falava sobre a monitoria (Amos também era monitor do sexto ano).

Praguejei, quando lancei um feitiço para saber que horas eram. Eu já estava atrasada para a aula. Mas por sorte, a matéria era Poções, com o Professor Slughorn, que me adorava. Despedi-me rapidamente das meninas, que resolveram matar aula, e de Amos, que tinha horário livre.

Corri sem parar um segundo até a sala de Poções. Minhas bochechas estavam vermelhas pelo meu esforço, já que a sala de Poções era bem longe de onde eu estava.

Timidamente, abri a porta, tentando não fazer barulho – o que não deu certo- para não chamar atenção dos meus colegas de classe e do professor.

– Senhorita Evans? Poderia me explicar o motivo do atraso, por gentileza? – perguntou Slughorn, me encarando.

– Eu... eu... – gaguejei – Perdi a hora, professor. Desculpe-me. Prometo que não vai se repetir.

Para meu alívio, o professor apenas sorriu e acenou.

– Ah, sua dupla faltou hoje – falou ele e o encarei confusa. Alice Lusy tinha faltado?

– Tudo bem, eu me viro sozinha - acenei.

– Não, não precisa! Como a dupla do senhor Snape faltou também, eu acho que seria uma excelente oportunidade para os meus dois alunos mais brilhantes se juntarem - falou animado e quando viu minha expressão acrescentou - Não se preocupe. Na próxima aula, você estará junta de novo com a senhorita Lusy.

Porém o motivo de eu não querer fazer dupla com Snape não tinha a ver com Alice. O motivo era que me dupla era justamente Severo Snape. Meu ex-melhor amigo e agora um... nada. Eu o conhecia desde pequena e éramos grandes amigos – tanto que, mesmo sendo de casas rivais, continuamos nos falando, sem nos importar com as opiniões dos outros. Foram anos ótimos e tínhamos uma amizade verdadeira. Eu diria que continuaríamos amigos até depois de Hogwarts, o que seria bem provável já que só faltavam dois anos para nos formarmos. Até que comecei a perceber umas mudanças em Severo. O jeito dele falar e de agir. Uma tristeza permanente nos olhos dele... como se tivesse visto algo que o tenha assustado. Ele defendendo mais os amigos malvados dele... Suas ofensas cada vez mais pesadas. Eu estava perdendo aquele considerava meu melhor amigo para a Slytherin.

Tentei de tudo para trazer o velho Sev de volta e às vezes conseguia. E não desistiria. Faria de tudo para ele ir para o lado do bem, o lembrar quem ele era na verdade. Mas um dia mudou tudo. Ele atingiu o meu limite de tolerância. Porque ele me humilhou quando fui o ajudar contra o Potter. Na frente do Potter e da escola. Chamou-me de uma coisa que eu jamais perdoarei. Ele me chamou de Sangue-Ruim. A maior ofensa a um nascido trouxa que um bruxo pode fazer.

Naquele dia, me senti sem chão. Onde fora parar todos aqueles anos de amizade? Onde foram parar os apelidos carinhosos? Onde foi parar a amizade? O que eu fiz para merecer isso? Chorei por horas seguidas, até que uma semana depois, decidi que jamais gastaria minhas preciosas lágrimas com Severo Snape novamente.

Mesmo assim, ainda sofri por um tempo com tudo que aconteceu. Mas um dia tudo passa e agora eu só sinto um vazio quando falam de Snape para mim. Agora ele é só alguém que um dia eu conheci.

Fui para a cadeira vazia do lado de Snape, mesmo contra minha vontade. Não queria que ele pedisse desculpas de novo pelo que aconteceu, porque quando ele me xingou estava sabendo bem o que estava fazendo. Não foi sem querer. Foi o que ele pensava de mim. E depois de um tempo tornou-se um tanto ridículo vê-lo pedindo desculpas.

– Qual é a poção de hoje?

– Wiggenweld - respondeu Severo baixo, olhando para mim esperançosamente.

Como se eu fosse o perdoar do nada.

Abri meu livro e está passando as páginas, procurando a poção, quando Snape pegou o livro dele e colocou na minha frente.

– Me dê seu livro que eu acho a página – pediu.

Cedi, dando o livro para ele. No meio do caminho nossas mãos se encontraram. O que não significou nada para mim.

– AÍ! – ouvi um grito que sabia ser do Potter perto de mim, no fundo da sala.

Imediatamente me virei na direção do som, preocupada.

– Potter, você está bem? - perguntei e vi que escorria sangue da mão dele.

– É claro que não, Evans! - Black me olhou como se eu fosse uma retardada - Ele acabou de fazer um corte na mão com uma faca, sem querer.

– Ok, ok, pergunta estúpida, já entendi! – resmunguei e me aproximei da mesa deles.

James nem pareceu me notar e... Espera! Eu pensei, James? Sacudi a cabeça para afastar esses pensamentos enquanto tentava chamar a atenção do Potter.

– Potter! Deixe-me ver a sua mão – pedi – Quero ver se consigo curar o corte.

Potter me mostrou sua mão e graças a Merlin consegui parar o corte com um feitiço simples.

– O que aconteceu aqui? - perguntou Slughorn. Atrasado como sempre.

– Potter se cortou sem querer, professor. E eu lancei um feitiço para parar o sangue do corte... – falei - Mas eu ainda acho bom ele ir à enfermaria - acrescentei.

Potter concordou com a cabeça, provavelmente só para sair da aula.

– Muito bem, senhor Potter, pode ir - Slughorn falou - E Lily, se pudesse depois passar na enfermaria para ver como ele está... e me avisar mais tarde... Eu agradeceria - concordei com a cabeça – Pode continuar a poção, então.

Voltei para o meu lugar. Ainda tinha uma poção para preparar.

Peguei meu livro e conferi se todos os ingredientes estavam ali. Confere. A primeira parte da poção, em que se esmaga a Moly estava feita, confere. Snape estava fazendo isso quando eu saí. No momento, Snape estava cortando o Ditamno em fatias minúsculas, então me ofereci para cortar as de Wiggentree, ele aceitou e ficamos em silêncio por um tempo.

– Me desculpe. Eu sei que odeia isso, mas... - falou ele.

– Foi sua culpa, admita - falei, sem emoção.

– Eu não pensei no que estava fazendo – retrucou e eu fiquei calada.

Depois do tempo, no mais absoluto silêncio meu e de Snape, terminamos de fazer a poção e ela ficou da cor indicada.

– Perfeita, como se era esperado... vindo de vocês. Meus talentosos alunos. Estão liberados – falou Slughorn com um sorriso. Sorri de volta para ele.

Arrumei meu material com calma e estava quase saindo quando o professor me lembrou que eu teria que ver o Potter na enfermaria. Mas antes eu iria tomar um banho.

Quando fiquei pronta, eu comecei a caminhar para enfermaria.

A enfermaria não é um local que eu escolheria para passar meu tempo livre. Lá as paredes são marrons, a maca é branca, os lençóis da maca são brancos também, tem grandes janelas, um lustre no meio do local... E de qualquer lugar que você esteja, verá outra maca. Ao não ser que elas estejam tampadas com as cortinas, que ficam ao lado da maca.

Porém, como o professor me pediu, eu preciso ver o Potter. E admito que uma pequena parte de mim quer conferir se ele está bem.

Apressei meu passo e logo estava na frente da enfermaria e, alguns segundos depois, perto da maca do Potter. Que felizmente parecia bem, pensei. Suspirei aliviada.

– Potter? Você está bem? - perguntei, com um tom de voz doce.

– Lily? - o Maroto, que estava sozinho, perguntou confuso – O que você veio fazer aqui?

Revirei os olhos.

– Slughorn me pediu para ver se você está bem.

– Ah. Estou. Pode ir – falou com um tom de voz entediado.

Mas eu não queria ir. Queria ficar mais um pouco. Não sei por quê.

O Potter assim não está parecido nem um pouquinho metido, conclui, nem arrogante. Parece uma pessoa comum, que precisa de atenção.

Ele me encarou confuso, sem entender porque eu ainda não tinha ido embora.

Assim, ele me lembra de alguém... Ele me lembra de Jimmy.

Agora fui eu que o encarei confusa. Eu realmente tinha pensado que Potter era parecido com meu antigo melhor amigo?

Hora de ir embora, pensei. Repeti o feitiço de hora e vi que faltava vinte minutos para minha próxima aula.

Porém, nesse momento Madame Prompfey apareceu. Curiosa, vi o que ela iria fazer na mão de Potter, desistindo de sair. Ela só passou uma pomada e disse para Potter ter mais cuidado e que já podia sair.

Potter se levantou da maca e eu, sem opção, o segui.

– Ei, Potter. Qual é sua próxima aula? - perguntei, mesmo já sabendo qual era. Rezava para estar errada.

– Estudo de Trouxas. Você também faz essa aula - afirmou – Pode esperar eu pegar meu material e ir comigo até a sala?

– Por quê? - exclamei, confusa e irritada.

– Porque Slughorn lhe pediu para ver se estou bem e você pode dizer agora a ele que eu estou, mas e se eu desmaiar? Se minha mão inchar? Vai parecer que você não foi me visitar na enfermaria e que mentiu para ele.

Bufei irritada. Potter estava certo.

– Eu espero - cedi. Ele sorriu.

Continuamos a caminhar em silêncio até chegar ao salão comunal da Gryffindor.

– Vá rápido – falei e Potter assentiu com um sorriso.

Vi ele correr as escadas, apressado, e contive o impulso de rir. James Potter estava realmente tentando fazer o que eu pedia.

– Porque o sorriso, Lírio? –perguntou ele quando desceu, com o material da aula.

Fechei a cara na mesma hora.

– Agora não estou mais sorrindo.

Não vou falar do caminho para aula, porque não aconteceu nada de interessante.

O começo da aula também foi muito desinteressante, porque a professor falava sobre fotografia trouxas. Assunto que eu já conhecia e muito.

– Senhor Potter! Senhor Lupin! Já que estavam conversando, que tal mostrarem as fotografias que trouxeram para a turma?

– Claro, professora. Desculpe-me – falou Remus – Eu coloco a foto aonde?

– Me dê que eu passo para seus colegas verem.

A foto de Remus foi passando de mão em mão, até chegar a mim.

Era linda. O céu o contraste... As águas... Tudo perfeito.

– Foi um fotografo trouxa, amigo do meu pai, que tirou a foto – falou Remus.

– Potter, passe a foto- pediu a professora.

Potter corou, mas passou a foto.

Admito que estava um pouco curiosa com a foto de Potter, ele era sangue-puro, então iria comprar uma foto? Pedir uma câmera emprestada e tirar uma foto dele com os Marotos?

E nada me preparou para foto que eu vi, quando a passaram para mim.

Era a foto minha e de Jimmy. A que eu tinha no meu quarto. E que sem contar com meus pais, Jimmy era a única pessoa que poderia a ter.


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Notas finais do capítulo

Sobre o capítulo:A planta Erva-de-Cobra foi uma planta que eu achei por acaso. Então nada mágico nela, mas a Bubotúbera é 'mágica'. O feitiço do Flitwick foi inventado por mim. Alice Lusy, é, futuramente, Alice Longbottom. A poção Wiggenweld já apareceu em algum livro/filme. E eu pesquisei como é ela.



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