Penny Jackson E O Resgate Do Tártaro escrita por Redbird


Capítulo 2
Hotel e pousada Doce Descanso


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal, aqui vai mais um capitulo. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/315294/chapter/2

Se existe algo desconfortável no mundo é uma viagem de cão infernal. Apesar de meu estômago parecer estar em um globo da morte e de eu não conseguir ver nada ao meu redor, eu estava até que curtindo a viagem.

Os cães nos deixaram em um lugar próximo de uma rua vazia em Los Angeles. Era noite, eu não sabia como tínhamos chegado tão rápido, mas para falar a verdade, eu não me importava.

Descemos dos cães. Eles começaram a pular ao nosso redor, farejando tudo que encontravam pela frente e latiam felizes. Alex segurou minha mão, percebi que ele estava morrendo de medo dos cães. Tive que fazer força para não rir. Mas assim que olhei para ele, percebi que ele estava verde e que a coisa era séria.

–Ok meninos, voltem para o acampamento. Assim que der chamamos vocês de volta.

Assim que terminei de falar os cães latiram contentes mais uma vez e viraram as costas para nós. Eu tinha que admitir, estava começando a perder o medo dessas coisinhas. Observo os garotos, eles estão com as caras preocupadas.

–Vocês acham que eles vão ficar bem?- Pergunta Alex.

Ele está com um olhar distante. Tales também parece preocupado, olhando para o local onde os cães sumiram.

–Ei gente, estamos falando dos maiores semideuses do século. E eles ainda contam com a Mirna e a Lara. Aquelas duas são duras na queda. Sinceramente tenho pena de quem atacou o acampamento- digo.

Eu não sei de onde veio isso, por que eu mesma estou aterrorizada. Morrendo de medo que alguma coisa tenha acontecido com meus pais ou meus amigos. Mas olhando para os dois, eu sinto uma necessidade de confortá-los. Eu sei que muitos diriam que isso é uma das principais qualidades de um líder. Mas sinceramente eu não me vejo assim e duvido que algum dia me veja. Os dois sorriem para mim.

–Ok, como chegamos ao mundo inferior?- perguntou Alex olhando para Tales.

– Não sei. Eu tenho um leve pressentimento que temos que seguir por essa rua, mas eu não tenho tanta certeza.

–Você é o neto de Plutão, como pode não ter certeza?- Pergunta Alex.

– Talvez por que eu não seja o perfeitinho como você?

Auch!

– Ei meninos, qual é! Somos amigos lembram? Qual é o problema de vocês?

Os dois percebem que eu estou ali e me olham como se fosse algo estranho. Eles parecem meio que estar voltando a realidade.

–Então você acha que temos que seguir por essa rua?- Pergunto para Tales.

–Sim com certeza. Mas tenho um palpite que, se não conseguirmos encontrar o mundo inferior, ele vai conseguir nos encontrar sozinho.

Dou um suspiro cansado, ele tem razão. Tales pega minha mão e seguimos em frente. Assim que começamos a andar meu colar começa a brilhar.

–Você tinha razão. É por aqui mesmo –digo maravilhada olhando para o colar.

–O que é isso?- Alex tem o olhar diretamente no colar

– É um presente de Psique. Ela diz que isso vai ajudar a nos guiarmos no mundo inferior.

–Eu me pergunto por que só você ganha os presentes legais- diz Alex emburrado atrás de mim. Ele tem o olhar fixo do outro lado da rua e parece olhar para todo lugar menos para mim.

– Não fique com inveja. Eles geralmente vem seguidos de avisos terríveis e de quase morte.

Os dois me olham intrigados. Alex de repente para na minha frente de supetão.

– Espera ai que tipo de avisos?- Diz ele me olhando intensamente

Droga! Boca grande idiota!

–Hum, nada demais.

Os dois me olham desconfiados.

– Vamos- digo simplesmente e continuamos a andar.

Depois de cerca de uma hora andando encontramos um pequeno hotelzinho. “Hotel e Pousada Doce descanso”. Ok, é um nome inocente e assustador para uma pousada. Olho para meus companheiros e percebo que eles estão cansados, e que, por mais pressa que tenhamos, uma hora ou outra teremos que parar. O colar continua brilhando, o que significa que estamos muito perto do nosso destino.

–Pessoal o que vocês acham de descansarmos um pouco?

–Isso é uma boa ideia- diz Tales.

–Eu estou simplesmente morto

Nós dois olhamos para Alex. Não sei o porquê, mas segundos depois começamos a rir.

–Ok, eu sei que dizer isso quando se está indo para o mundo inferior não é uma boa ideia, mas eu realmente preciso de descanso.

Ainda rindo entramos na pequena hospedaria. Ela parecia estar vazia, mas ignoramos esse fato por que já era tarde da noite e os hospedes provavelmente deveriam estar dormindo ou passeando na cidade.

A hospedaria era pequena, não era muito aconchegante, havia uns quadros estranhos na entrada que mostravam cenas das bíblia e algumas até passagens clássicas de mitos Greco-romanos. O problema é que todas as pinturas terminavam em morte.

Além das pinturas, havia poucos móveis na sala. Apenas duas cadeiras para visitas e uma bancada onde uma mulher de mais ou menos 20 ou 30 anos estava sentada, com uma cara de tédio, recepcionando as visitas.

Assim que a mulher viu os garotos ela deu um sorriso de orelha a orelha e arrumou sua postura.

– Olá, sejam bem vindos, em que posso ajudá-los?- Pergunta ela sorrindo com dentes perfeitos, alternado seu olhar de Tales para Alex.

–Huum- digo tentando chamar a atenção da mulher –Precisamos de dois quartos.

Ela finalmente olha para mim, seu sorriso desvanece um pouco. Mas não sei por que, a expressão dela me dá medo.

–Oh, infelizmente só temos um quarto. Que menina de sorte você é- diz a mulher ainda sorrindo para os garotos.

De novo? Só pode ser brincadeira. Alex parece estar pensando a mesma coisa que eu por que dá um resmungo quase inaudível.

–Apenas nos veja um quarto por favor- digo olhando feio para a mulher.

Não sei por que, mas estou começando a odiar ela. Olho para o lado e vejo que Alex está sorrindo para a mulher. Dou uma cotovelada nele. Ele me olha, para de sorrir para a mulher e pigarreia baixinho virando o rosto para o outro lado envergonhado. Não posso evitar de pensar que acho bem melhor assim.

Tales também parece vidrado na mulher, então dou um beliscão para que ele saia do transe. Ele me olha e apenas sacode os ombros. Homens.

Um senhor de meia idade, com uma careca surgindo do topo da cabeça surge no Hall. Não posso evitar pensar que o cara é muito estranho.

–Ah olá, que bom que temos novos hóspedes- o homem tem um sotaque francês muito carregado.

–Sim senhor, e eu já estava levando eles para o quarto.

–Ok, espero que tenham uma boa noite- diz ele me olhando. Ok, ele estava me olhando com uma expressão estranha, mas estava muito cansada para ligar para isso.

A mulher nos levou para um pequeno quarto com três camas. O quarto era pequeno, de móveis só havia as camas e uma pequena cômoda com televisão.

–Esse é o quarto. Se precisarem não hesitem em me chamar- disse a mulher sorrindo para os garotos- Será um prazer atendê-los.

Assim que ela sai sentamos na cama, não posso evitar dar um suspiro de alivio.

–Urgh! Essa mulher é horrível.

–Eu gostei dela- diz Tales.

–Eu também- diz Alex.

Olho para ele

–Quer dizer, achei simpática só isso- diz ele corando até a raiz do cabelo.

Tales nos olha desconfiado.

–Ok, eu vou tomar um banho e já volto.

Assim que ele sai, Alex pigarreia.

–Hum, er, obrigado por ter me ajudado com os cães infernais hoje. Eu sei que isso é idiota, mas eu ainda continuo tendo medo daquelas coisas.

Eu sorrio para ele.

–Sem problemas, aquelas coisas me assustam também.

–Eu sei, não é muito romano da minha parte, e eu não deveria temer aquelas coisas e...

–Droga Alex,por que você sempre tem agir com esse ar de superioridade e estar sempre tão concentrado o tempo todo. Eu prefiro essa parte de você que gosta de ajudar os outros, que não sabe o que fazer e que tem medo.

–O que? Penny, da onde eu vim, você tem que ser desse jeito para sobreviver. Eu sempre tive que acertar. Sendo quem eu sou, um mestiço e filho de Jason e Piper Grace um erro é inadimissível. E quer saber, pelo menos não sou eu que fica escondendo as coisas de todo mundo. Pelo menos, eu confio nas pessoas.

–Eu confio nas pessoas, eu só...

Ele vem até minha cama, num ato inconsciente. De forma mais inconsciente ainda passa as mãos pelos meus cabelos.

–Quer protegê-las? Tem medo de se machucar? Acho que eu posso entender isso. Principalmente depois do que Petúnia fez.

É inevitável sinto uma onda de raiva e tristeza tomar conta de mim assim que fala o nome dela. Mas por quê? O que eu tenho haver se ele está sofrendo por ela. Acho que ele sente isso também por que volta para sua cama.

–Sabe, não é verdade.

Eu o olho para ele confusa.

O que?

–Aquilo que você me disse na enfermaria. Você é muito melhor que ela, sabe. Eu sempre gostei dela, é verdade. Ela era a única que me tratava com decência. Mas isso parece tão distante agora. E acho- diz ele calmamente- Que podemos aprender a confiar um no outro. Boa noite domadora.

Ele coloca os fones de ouvido e eu fico olhando para suas costas abismadas. Não sei por que as palavras dele ficam ecoando na minha mente. Argh Penny, pare de ser boba! Isso não significa que ele gosta de você daquele jeito.

Quando Tales sai da ducha, Alex já está dormindo.

–Ele é rápido não?- Pergunta ele olhando para Alex.

Eu rio

–É verdade. Mas afinal, o que há entre vocês?

Tales suspira e se deita na cama ao lado da minha.

–Não leve a mal. Eu gosto de Alex. É só que... Ás vezes é difícil competir com ele. Eu me lembro que no acampamento Júpiter os garotos sempre armavam para ele se dar mal, mas ele sempre continuava sendo bom e gentil com todos eles. Isso sempre me dava raiva. Um dia eu estava aprontando com os filhos de Mercúrio. Íamos roubar uma das oferendas para os deuses. Alex nos viu e contou para a pretora.

–Ele o que?

–Eu sei o que você está pensando. Mas há verdade é que ele estava tentando salvar um garotinho que estava por ali. Ele cuidava das oferendas, se os pretores percebessem provavelmente pensariam que tinha sido ele. Mas mesmo assim, fiquei com raiva dele. Ele havia nos dedurado.

–Poxa! Não é para menos que vocês têm problemas.

–É. Mas acho que no fim ficamos amigos. Acho que aprendi a confiar nele. Ainda mais sabendo que ele nunca vai fazer nada para trair você.

Eu levanto as sombrancelhas para ele.

–O que você quer dizer com isso?

Ele me lança o mesmo olhar que Lara me dava quando falava de Alex. Algo como “Não é obvio?” Droga, odeio quando as pessoas dão esse olhar para mim.

– Bom, nada exatamente. Boa noite Penny- ele se levanta dá um beijo na minha testa- Lembre-se vou estar bem aqui se precisar.

Não durmo muito. No meio da madrugada, escuto uns barulhos do outro lado do corredor. Parecem sibilos de cobra. Ignorando todos meus instintos, levanto e decido verificar. Por via das dúvidas levo contracorrente. Os garotos estão dormindo a sono solto, por isso sou o mais silenciosa possível.

O corredor está extremamente escuro. Enquanto ando, o sibilo continua aumentando e começo a escutar vozes. Desço as escadas e paro na parede antes de chegar ao Hall de entrada. Com o coração disparando reconheço a voz dos atendentes do Hotel.

–Você tem certeza Shamel?- O homem pergunta para a mulher intragável que nos atendeu.

–Tenho senhor. Você mesmo a reconheceu. Ela é a filha de Percy Jackson e Annabeth Chase.

Ops!

–Mas isso não é perfeito? A filha daqueles dois pestinhas? Sabe, será que se eu sequestrá-la como fiz com a mãe, eles virão atrás dela?

–Ah aposto que sim Sr. Espinheiro. Eles adoram resgatar menininhas.

–Isso seria muito divertido. E o que fazemos com os outros dois?- Pergunta o homem de forma pensativa.

– Posso ficar com pelo menos um como brinquedinho Senhor? Eles são tão bonitinhos. O loirinho é uma graça. E o afro-asiático... ah eu tenho um fraco por caras como ele.

–Ai Shamel, o que eu vou fazer com você? Pode sim. Mas não se esqueça de matar depois de usar.

Matar depois de usar? O loirinho é uma graça? Sequestrá-la? E pelos Deuses, que raios de nome era Shamel? Mas antes que eu pudesse me deter mais nessas questões, o Tal de espinhudo (Sim, estou pegando a mania do senhor D de não me importar com o nome das coisas, no caso, homem assassino, possivelmente monstro), começou a farejar o ar.

–Acho que temos uma abelhuda por aqui.

De repente o monstro está na minha frente.

– Opa! Acho que o banheiro fica para o outro lado- digo encarando o monstro

Destampo a contracorrente, o monstro começa a se transformar na minha frente. Seu tronco parecia o de leão, ele ainda tinha uma cauda de escorpião. E a cara não tinha mudado nada (essa era a parte mais assustadora)

Começamos a lutar ele soltava uma saraivada de espinhos com a cauda a cada segundo em cima de mim. Eu tentava sem sucesso enfiar a contracorrente na sua barriga. De repente sinto um vento atrás de mim e me desequilibro. Levanto o rosto e vejo a assistente do Dr. Espinheiro atrás de mim.

–Achou que ia ficar com aqueles dois garotos só para você queridinha?

A Dracanae vem para cima de mim, mas rolo para o outro lado desviando.

–Ei, caramba! Vocês Dracaenaes podiam me dar um descanso né?

O Senhor Espinheiro aproveitou que eu estava lutando com a Dracanae e me lançou mais uma saraivada de espinhos. Dessa vez, um deles atingiu um braço. Caio no chão. A Dracanae pula para cima de mim novamente aproveitando meu estado e consegue me agarrar.

O Senhor espinheiro se aproxima de mim lentamente enquanto o outro monstro continua com os braços envolta do meu pescoço.

–Oh, não poderia ser melhor. Finalmente aqueles dois vão me pagar- diz ele sorrindo em cada silaba-Eu gostaria de ver a cara de Percy Jackson quando ele descobrir que temos sua garotinha nas nossas mãos. Seria muito legal te matar agora, mas acho que vou me divertir muito mais dando alguns dias de agonia para seus pais.

Escuto passos na escada. Alex e Tales vem correndo para a recepção gritando meu nome. Tento gritar, mas o Manticure tampa minha boca com uma pata (Eca!). Como se meu peso não fosse nada para ele, o monstro abre um pequeno alçapão que fica atrás da mesa da recepção e me joga dentro de um cubículo.

–Seja bem vinda Penélope Jackson, a minha pequena prisão- O Sr Espinheiro sussura para mim antes fechar a porta. E assim que ele tranca a pequena cela, tenho certeza de que os garotos não me ouviram, nem vão me ouvir. Estou sozinha. E virei prisioneira no meu primeiro dia de missão.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

This is it!
Beijos pessoal espero que tenham curtido.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Penny Jackson E O Resgate Do Tártaro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.