Harry on

Apenas percebi na furada em que me meti quando em menos de cinco minutos conversando uma sobre a outra elas começaram a se xingar e tive que segura-las para não se baterem. A única conclusão que chegamos foi que teria que orientar Pansy enquanto a própria teria que ensinar tudo dela para Hermione nos tempos vagos.

Decidindo isso eu e Pansy (o que se tornava mais estranho ainda saber que estava com uma preconceituosa de sangue-ruins) fomos andando até do salão comunal, já que havia perdido toda a hora do jantar sentado com cara de cu tentando resolver os problemas dos outros.

–Não ande assim. –disse para Pansy um pouco antes de entrar no salão – Hermione nunca rebolaria tanto assim.

–Ok, assim está melhor? –ela saiu andando se rebolando toda como uma lacraia e começamos a rir – Estou de sacanagem. Mostra aí como se faz gostosão.

Esses tempos estão muito loucos não? Se me dissessem a uma semana atrás (ou até mesmo ontem) que eu estaria rindo, me divertindo e até mesmo gostando da companhia da garota mais nojenta da Sonserina eu acharia a pessoa doida. Pera aí. Ela me chamou de gostosão. O charme do Potter aqui está funcionando.

–Assim olha. –tentei imitar o jeito que Hermione andava, mas não deu muito certo.

–Eu só acho que ela anda mais normalmente do que um robô com um negocio duro no meio. –ela disse provocando mais risadas – Agora, sério, vou me esforçar para andar mais parecida com a sua namorada.

Meu rosto corou instantaneamente. Namorada? Hermione não era minha namorada. Que estranho. Estávamos muito longe disso, já que a Gina tinha uma quedinha (ou como Ron diz: um penhasco sem fim).

–NÃO! –gritei e ela arregalou o olho– Quer dizer, nada haver, nem estou afim dela, como podemos namorar?

Pansy on

Aquela notícia me fez dar um leve sorriso. NÃO PANSY. NÃO FAÇA ISSO. A última vez que eu gostei de um amigo deu muita merda, não poderia deixar que acontecesse o mesmo com o meu conselheiro e guardião do segredo.

Chegando ao salão comunal todos olhos se viraram para mim. Como Hermione podia não gostar disso? Meninos babando, garotas me invejando ao máximo possível, poder arrancar suspiros, conseguir alguém para fazer o dever de casa... PUTA QUE PARIU OS DEVERES DE CASA.

Saí correndo, peguei o dever de Herbologia e sai em disparada para a biblioteca novamente antes que chegasse ao soasse o toque de recolher.

–Hermione, o que faz na biblioteca nessa hora? –perguntou Neville me vendo chegar naquele lugar com cheiro de mofo.

“PLIM”

Não. Isso não foi o toque de recolher. Claramente isso era eu tendo uma ideia. Neville Longbottom, um aluno excelente em Herbologia, procurando loucamente uma garota. Ele não iria resistir a mim.

–Sabe Neville... –disse com a voz mais sexy que poderia fazer, mexendo nos cabelos dele levemente – Eu estou com um pouco de pressa, você poderia fazer um favor para mim?

Ele gaguejou algo que parecia um “Sim”. Eu sei, eu sou muito sedutora. Até no corpo dessa despeitada eu conseguia enlouquecer os garotos.

–Dever de Herbologia, pode fazer para mim? –disse chegando o mais perto possível dele e ele balançou a cabeça positivamente.

***

Daphne on

Pansy entrou no dormitório com o nariz empinado de sempre, porém ela andava feito uma lacraia. Qual era o problema dela esses últimos dias? Têm se afastado cada vez mais de mim e de Draco. Será que tem algo conectado com o fato da minha irmã idiota estar gostando do Draco?

–Pansy Parkinson o que tem acontecido com você? –perguntei enquanto colocava o pijama. –É por causa da Astoria? Eu não tenho culpa de ser uma da família Greengrass.

–O que? –ela falou confusa – O que a sua irmã teria com isso?

Ela ficou me encarando enquanto o cômodo inteiro parou. O clima tinha ficado realmente pesado com o pronunciamento das minhas palavras. Logo depois uma das garotas idiotas que eu preferia não dividir o quarto deu uma leve risada parecendo falsa.

–Está brincando certo? – a garota que ria finalmente desembuchou– Está na cara que você sentiu ciúmes do Draco quando a Astoria disse que queria ficar com ele.

O ódio subiu a minha cabeça. Ninguém fala assim da minha amiga. Fui na direção dela, a encarei. Consegui ouvir o grito silencioso que ela soltava. Eu adorava aquilo. O pavor da vítima. Como Pansy diria “Aí como eu estou bandida”.

–Não –disse Pansy me segurando –Deixa para lá.

–Mas que porra você está fazendo Parkinson? –escolhi as minhas palavras com sabedoria.

Hermione on

Desejei não ter feito aquilo. Se Pansy souber... estou ferrada. Olhei para ela paralisada. Ela era claramente uma das amigas da sem-cérebro. Já a outra... Tinha que pensar como uma vadia louca.

–Quer dizer... deixa para lá para eu... eu... –parei de falar por um momento e logo tive uma ideia genial – Eu preciso cuidar disso.

“PLAFT”

MAS QUE DROGA HERMIONE. O QUE VOCÊ FEZ? Eu havia batido na cara da garota que era supostamente minha inimiga. Todos nos olharam e caíram na risada. Minha mão ardia ainda pelo tapa.

–PUTA QUE PARIU! –a garota gritava de ódio – VOCÊ VAI VER...

–Toma cuidado, mexeu com a minha amiga, mexeu comigo! –exclamou Daphne ainda em uma crise de risos, mas logo olhou para mim- Bem-vinda de volta Pansy.

Soltei a respiração aliviada e fui dormir. É, eu dormi. Como se nada daquilo estivesse acontecido. Honestamente? Eu estava gostando de ser uma vadia louca. Afinal, o que é melhor que não precisar se preocupar com fazer merda?