– Eu consegui rastrear! – Falou Kurt, mexendo em diversos teclados ao mesmo tempo e obtendo coordenadas. – Eu usei um mecanismo de busca com base nas imagens do vídeo! Ela não está longe.

Todos se aproximaram para combinar um plano.

– Então, eles estão no Lago de Castle, não muito longe daqui... Acho que estão em uma lancha, bem no centro do Lago. – Comentou Kurt, imprimindo coordenadas.

– Bem, acho que seria ideal uma aparição surpresa. – Planejou Scott. - Vamos pegar o Jato R9, assim, ficamos invisíveis e podemos fazer uma aparição súbita, pulando do céu diretamente na tal lancha e resgatando Julia.

Houve um murmúrio geral de concordância e em seguida, dos preparativos. Exceto Logan se manifestara. Ele mantinha a expressão impassível, porém, igualmente hostil e voraz. Sua boca se crispava numa espécie de rugido mudo.

– Logan? Aonde você vai? – Perguntou Jean.

– Vou pegar meu carro e ir até lá. Eu sei onde fica. – Comentou Logan, virando as costas e seguindo em direção à porta.

– Mas vamos de jato! É melhor ir conosco, chegaremos antes. – Advertiu Jean, trocando mensagens rápidas com Charles mentalmente.

– Eu tenho meu próprio plano. E, além disso, até vocês se arrumarem, eu já estarei lá dando umas boas porradas naquele desgraçado do Creed!

Julia viu todos seus medos se condensarem em dor.

Lembrava-se vagamente do que tinha acontecido. No carro, raptada por Dentes de Sabre, eles seguiram por Nova York até um lago, onde havia uma lancha ancorada. Julia ainda estava petrificada quando foi ferida por Creed e então, levada machucada até a lancha. Então fora amarrada e atada a uma cadeira que se encontrava na cabine do piloto. Essas lembranças eram constantemente pontuadas por agressões que ela se lembrava de ter sofrido. Lembrava-se também de não ter tido forças para reagir ou se manifestar.

Acreditava que nada lhe aconteceria, afinal, eram apenas alguns minutos com o pai, mas o impensável acontecera. Era uma armadilha, na qual ela caía debilmente. Estaria morta em questão de minutos após essa tortura.

Estava transitando suavemente na realidade de sua tortura e na inconsciência de seus sonhos indolores quando sentiu um tapa violento em sua cara.

– Acorda, garota... – Urrou Dentes de Sabre, olhando para ela como se ela fosse um verme particularmente chato de esmagar.

Julia demorou a focalizá-lo e distinguir que ele queria que ela acordasse. Respirou e tentou manter os olhos abertos.

– O seu amiguinho e a corja dele podem chegar a qualquer momento. Quero que eles vejam a sua morte deprimente! – Cuspiu Dentes de Sabre.

– Logan... – Murmurou Julia, sentindo dores nos punhos cortados pela fricção com as cordas.

– Sim. Esse seu amiguinho idiota também vai sofrer as consequências. Meu adorável irmão...

Julia estremeceu ao ouvir a palavra irmão. Mas decidiu que perguntaria a Logan depois, caso tivesse a oportunidade.

– Pai... – Murmurou ela em seguida. Estava preocupada com o que pudesse ter acontecido a ele, mas mal conseguira reunir forças para pensar no assunto com percepção.

– Ah, sim, o seu pai... Bem, eu fui fazer-lhe uma visitinha no trabalho. Gravei as falas dele e depois o dispensei. Matá-lo não me interessa, ele não é o meu alvo. Mas tive que fazê-lo dormir um tempinho... Ele queria te avisar, falar demais... Sabe como é, não é mesmo? Depois, apenas usei a gravação e sua amiga caiu como um patinho. Não demorou até que eu pegasse o carro do seu pai e fosse tranquilamente para a frente da Mansão, esperando você... Tive certeza que viria.

Enquanto contava o plano, os olhos vítreos de felino de Dentes de Sabre se alumiavam com a certeza de um plano perfeito e de uma caça bem sucedida. Mas Julia apenas se deu ao trabalho de guardar uma informação em sua mente momentaneamente precária: Seu pai não fora morto. Estava vivo e bem. Isso já fazia qualquer tortura ter valido a pena minimamente.

– Agora, posso atrair o James e levar essa caçada adiante. O Magneto gostaria muito de vê-la morta, sabia? – Continuou Dentes de Sabre.

Julia pensou com pesar que, sim, ela sabia.

Logan correu pela estrada a quase 200 quilômetros por hora. Forçou o motor de seu velho Opala preto, decidido a impedir que Dentes de Sabre cometesse outras atrocidades para provocá-lo.

Depois de chegar até o Lago de Castle, Logan parou seu carro na grama. Fazia frio e estava a ponto de nevar. Mesmo assim, Logan tirou sua camisa e guardou-a no banco de trás do carro. Em seguida, parou ante o Lago. Observou a lancha parada no centro, ondulando suavemente. Não teve dúvidas.

Entrou no Lago disposto a nadar e enfrentar sua leve correnteza para libertar Julia. Com sorte, de uma vez por todas.

Julia encontrava-se novamente atordoada. O cheiro de sangue recente começava a incomodá-la, fato que a deixava ainda mais frágil. Pensou se os X-Men não saberiam de seu paradeiro, se Logan não estaria a caminho. Pensou na vida que vinha levando. No quanto gostava disso. E agora, pela terceira vez, e por causa do mesmo homem, estava prestes a perder tudo. Porque ela sempre tinha que ser raptada e ficar incapacitada dessa maneira?

– O que você fez não foi nada legal... – Provocou Dentes de Sabre, aparentemente tentando matar o tempo enquanto nada emocionante acontecia. – Trair o Magneto e a Irmandade na cara dura... Roubar as relíquias dele... Isso o deixou muito furioso. Ele disse que, se eu fracassar, vai atrás de você pessoalmente. Então, reze para que eu faça o serviço.

Julia estremeceu.

Em parte, pela fala de Dentes de Sabre, em parte, pela sombra que se esgueirou atrás de Dentes de Sabre, revelando garras mortíferas entre os nós dos dedos. A voz de Logan ressonou perigosamente:

– Reze você para sair vivo dessa, Creed.

Wolverine saltou em direção a Dentes de Sabre, que rugia perigosamente enquanto afiava suas longas unhas felinas. As presas dele reluziam à pálida luz da lua, visto que a noite já surgia. Reluziam perigosamente enquanto pareciam ter vida própria para atingir o pescoço de Logan.

Julia, impossibilitada de se mexer, apenas assistia aquilo. Se Logan estava lá, muito provavelmente os outros X-Men estavam a caminho. As chances de sobreviver pelo menos por um pouco mais de tempo estavam ao favor dela.

No decorrer da luta, o combate corpo a corpo estava mais intenso a cada minuto. Wolverine e Dentes de Sabre estavam atracados em uma ferrenha luta do lado de fora da cabine principal da lancha, de modo que tinham um espaço livre considerável para lutar. Entretanto, o chão de madeira clara estava coberto de sangue em alguns pontos e quebrado em outros, tal era a atrocidade da luta. Wolverine enterrava as garras no torso de Dentes de Sabre, cortava-lhe o pescoço, dava-lhe ganchos por todos os lados e tentava diversos arranhões com suas garras e suas habilidades de combate, mas, no máximo, conseguia arrancar rugidos furiosos e um leve retardo no inimigo. Pouco tempo depois, Dentes de Sabre ser regenerava. O mesmo acontecia com Wolverine.

Dentes de Sabre pulava e fazia acrobacias felinas e predatórias para cima dele, ferindo-lhe com suas unhas afiadas. Aliás, estavam tão mortíferas e cortantes que as unhas dele cresciam uns dez centímetros curvadas como uma meia lua. Mortalmente letais. Wolverine se esquivava como podia, mas era ferido algumas vezes e gritos de raiva e dor eram liberados por ele, para, em seguida, ele se regenerar como o outro.

Enfim, a luta, apesar de emocionante, nunca mudava. Era sempre daquela maneira, com um e outro se mutilando e se curando. Julia pensou consigo mesmo que aquela luta devia ter mais aspectos que realmente importavam do que um simples resgate de uma companheira de equipe.

Anos e anos de mágoa, ressentimento e coisas não ditas estavam sendo condensados naquela luta. Porque, se irmãos de verdade se odiavam e buscavam iminentemente a morte um do outro, era porque de fato havia muito mais do que aparentava haver. Julia imaginou quantos acontecimentos durante todos aqueles anos deveriam ter ocorrido para motivar tal desejo de morte e vingança. Uma história fraternal escrita a sangue.

Depois de alguns minutos, o jato dos X-Men se aproximou da cena.

Como estavam no modo invisibilidade, dificilmente alguém captaria sua aproximação. Logo, Scott avistou a lancha e avistou a luta travada entre Logan e Victor.

– Dentes de Sabre está distraído. Vamos apenas nos preocupar em resgatar Julia, conforme o Professor nos disse. – Comunicou ele, mantendo a calma de sempre.

Dessa forma, o jato de aproximou lentamente e planou. Noturno deu a mão a todos os que lá estavam e os teleportou até a lancha.

Julia se surpreendeu agradavelmente ao ver que todos ali estavam, como ela tinha suposto. Aparentemente, além de Julia, apenas Logan notara que Jean, Scott, Noturno e Kitty estavam ali. Dentes de Sabre estava absorto em um golpe particularmente doloroso e concentrado em um discurso humilhante.

Ele chutou uma das costelas de Logan e o som de ossos quebrados ecoou no recinto.

– James, James... Sempre tão fraco quando motivado pela paixão. Um completo idiota. Mas não se preocupe, logo, logo não haverá mais motivo para se preocupar. Essa garota não estará mais aqui!

Dentes de Sabre riu sombriamente, e dava para ver que Logan refreava uma resposta ou uma reação.

Em seguida, Scott comandou um novo ataque e ordenou aos X-Men com sua voz de líder de sempre:

–AGORA!

Foi aí que, pela primeira vez, Dentes de Sabre deixou de olhar para Wolverine e encarou a multidão que agora se encontrava atrás dele. Ele deu meia volta e avistou cada um dos X-Men em postos. Scott soltou rajadas ópticas certeiras, Jean evocou um campo de força para evitar um ataque de resposta, Noturno e Kitty se preparam para caso algo desse errado e deram cobertura a Logan. Assim, as atenções de Dentes de Sabre foram desviadas para esse novo ataque.

Logan foi correndo em direção à cadeira de Julia. Pelo modo como se movia, pelo visto as costelas ainda estavam completando sua regeneração.

– Logan... – Chamou Julia, pela primeira vez dizendo algo com clareza e definição.

– Vou tirar você daí...

Logan, com suas mãos habilidosas, desamarrou os nós que prendiam as mãos e os tornozelos de Julia e chutou a cadeira longe. Eles se abraçaram durante um tempo e Julia permitiu que uma lágrima escorresse por seu rosto.

Em seguida, Logan carregou Julia nos braços sem fazer um mínimo esforço e, com a ajuda de Kitty, estava quase chegando até Noturno. Assim que cruzasse a linha de fogo da batalha, no convés da lancha, poderia entregá-la até Kurt e então ela seria teleportada em segurança. O resto haveria de ser resolvido depois disso.

Mas não foi tão simples.

Contar com a idiotice e a vulnerabilidade de Dentes de Sabre foi um equívoco.

Isso porque ele não se deixara distrair pela nova batalha. O alvo dele sempre fora e sempre seria Julia e Logan. Inicialmente, Logan pensara que a segunda batalha contra os outros X-Men incitaria o instinto selvagem de Dentes de Sabre, fazendo com que ele permanecesse lutando com afinco até dizimar seus alvos.

Mas Dentes de Sabre não se deixou enganar tão facilmente.

Tinha um plano em mente e, mesmo com as eventuais distrações, seguiu com esse plano. Porque, quando Logan tentava chegar até Noturno com Julia nos braços, foi interrompido com um golpe na cabeça dado por Dentes de Sabre e caiu no chão, sentindo dores de crânio partido.

Dessa maneira, Dentes de Sabre puxou Julia pelos cabelos, fazendo-a gritar, e a arrastou até a borda da lancha, pendurando-se na grade e ameaçando jogá-la no lago bravio a qualquer momento.

– Pensou que uma distração desse nível me faria esquecer a minha missão? – Indagou Dentes de Sabre, puxando o cabelo de Julia mais forte. Ela já estava quase caindo no lago. Sentia os respingos das gotículas geladas que pulavam no ar.

Logan juntou-se aos outros X-Men, de modo que eles podiam ficar encarando Dentes de Sabre dependurado na grade com Julia. Logan não se importou com a dor de cabeça, afinal, já deveria estar se regenerando. Ele não tinha esse tempo de cura disponível.

Então, com raiva por ter perdido Julia novamente para Dentes de Sabre e perdido a chance de mandá-la em segurança para o jato, Logan liberou mais uma vez suas garras afiadas e rugiu sombriamente, avançando até Dentes de Sabre.

– Eu não faria isso se fosse você... – Anunciou Dentes de Sabre tranquilamente, enquanto estendia uma unha particularmente afiada na direção do pescoço de Julia.

Logan rugiu e avançou a passos mínimos e lentos, mas obrigou-se a parar. Julia suplicava-lhe com o olhar que continuasse, que a tirasse daquelas garras fétidas e vorazes que a ameaçavam de morte todo o tempo desde então.

Mas Logan devia tê-la interpretado errado, porque a encarou com pesar e parou de andar, recuando suas garras.

– Assim está bem melhor. – Falou Dentes de Sabre, sem mover a garra no pescoço de Julia.

– Logan! – Suplicou Julia, mas recebeu um tapa na cara de Dentes. Novamente, Logan soltou um rugido grave e adiantou alguns passos a frente.

– Nada de gracinhas! Ou solto você nesse lago... Que, aliás, deve estar bem gelado. – Comentou Dentes, empurrando Julia bruscamente mais para perto da borda.

Logan ficou ali quieto, sofrendo em silêncio, enquanto sua mente trabalhava a mil tentando planejar algo para evitar que Julia morresse, fosse pelo lago gelado, ou pelas garras imundas de Dentes.

Foi então que teve uma ideia.

Silenciosa e imperceptivelmente, cutucou Scott. E ambos entenderam.

Não era preciso leitura de mentes. Eles tinham estabelecido entre si um plano mudo que tinha tudo para dar certo.

Wolverine indicou, com o olhar astuto, as mãos de Dentes de Sabre, que agora seguravam Julia pelo pescoço de maneira selvagem. Scott acompanhou o olhar de Logan e encontrou a mesma visão.

Mãos desprotegidas.

Então, tão rápido quanto o vento, Scott soltou rajadas ópticas apenas nas mãos de Dentes de Sabre. Este urrou de dor e largou Julia de suas mãos.

Pulou da grade, correndo pelo convés da lancha enquanto observava a carne dilacerada e queimada de onde antes havia membros. Dentes de Sabre. Machucado, atordoado, e momentaneamente esquecido de sua refém.

Foi a vez de Logan correr e aproveitar essa verdadeira distração de Dentes de Sabre.

Mas, novamente, era tarde demais.

Quando Dentes de Sabre fora atingido pelas rajadas, tivera que soltar Julia de seu aperto furioso. Mas não sem antes conseguir empurrá-la no lago para efetivar sua vingança.

E assim acontecera.

Atingido pelas rajadas, e finalmente percebendo o plano de Ciclope e Wolverine, Dentes de Sabre, mesmo ferido, não se dera por vencido. Enquanto urrava pela mão debilitada, mesmo com Julia fora de seu aperto, conseguira empurrá-la no lago e, com alguma sorte, conseguira também cumprir a missão imposta por Magneto.

Wolverine correu o mais rápido que pôde, pensando que, com a rapidez suficiente, poderia segurar Julia e impedir que ela caísse na água. Mas não. Não conseguira.

Wolverine pensou no plano desenvolvido por ele. Parecia bom. Atingir Dentes de Sabre nas mãos para que ele soltasse Julia. Então, conseguir tirar Julia dele e matá-lo por ser tão idiota. Era um plano muito bom, não fosse pelo fato de Dentes de Sabre ter conseguido empurrar Julia na água, ainda que ferido.

Então, Logan não pensou mais e se atirou na água atrás de Julia.

A última coisa que viu lhe confortou. Os X-Men estavam dando uma boa surra em Dentes de Sabre e agora este parecia estar desacordado e profundamente ferido.

Mas a água insuportavelmente gelada tirou-lhe a atenção da cena, como se mil facas tivessem atravessado seu corpo rígido. Com dificuldade, ele deu as primeiras braçadas e achou Julia boiando a uns dois metros de distância. Ainda estava acordada e consciente, porém, incapaz de fazer mais do que falar.

– Logan... – Murmurou ela, sentindo os braços fortes de Logan a envolverem. Em seguida, ele conseguiu ajeitá-la em seu corpo de modo que pudesse nadar.

E Logan pensou na única coisa que lhe ocorreu. Levá-la, do jeito que fosse, até terra firme. O mesmo local onde havia deixado seu Opala. Porque, apesar de estarem no centro do lago, o caminho não era tão cumprido. Ele podia até mesmo enxergar seu carro em meio s sombras.

Por sorte. Wolverine sabia nadar e, devido às suas avantajadas condições físicas, conseguiria levá-la sã e salva até seu destino. Poderia vencer a correnteza potente e o frio cortante da água. Nadou, apesar do frio e da pressão que a água exercia, e continuou assim, firme e forte, com Julia firmemente presa a ele como se mais nada lhe restasse.

Assim, quando estava próximo a tão desejada terra firme, parecia que a correnteza havia se intensificado. Parecia que a água estava mais congelante do que antes. Parecia que a pressão não queria lhe presentear com o agradável cheiro de terra molhada.

– Logan... Estou com... Com frio... – Murmurou Julia, sentindo os dentes baterem uns contra os outros.

– Vai ficar tudo bem... Estamos quase no fim. – Foi só o que ele conseguiu dizer.

Mas Logan vencera.

Sentiu o lago ficando mais raso até que só lhe restava caminhar, com Julia em seu colo. Seguiu caminho assim até estar completamente na terra firme e seca.

Estavam em um local arborizado e com o chão feito apenas de areia branca e fofa, iluminados pela luz fraca da lua na madrugada. Então, depositou Julia no chão de areia, para que ela deitasse e pudesse descansar. Enquanto ela estava deitada e tremendo devido ao frio, Logan sentou-se no chão ao seu lado quando ouviu um barulho conhecido a ele.

E então Noturno apareceu, com os outros X-Men em seu encalço. Logan calculou que o jato deles deveria estar planando em algum ponto em cima deles no céu.

– E então? – Perguntou Logan. Só queria saber o que havia acontecido a Dentes de Sabre.

– Nós o deixamos lá durante um tempo... Estava inconsciente. – Relatou Scott, adiantando-se frente ao grupo. – Mas ele acordou agora e está na lancha seguindo em direção ao Norte. Vamos persegui-lo de jato e garantir que não faça mal a ninguém.

– Melhor assim. Ele não se mantém inconsciente por muito tempo. É melhor mesmo que vão atrás dele... – Falou Logan, tirando uma mecha de cabelo do rosto de Julia, que ainda estava deitada, remexendo-se inquieta.

– Logan... – Chamou Scott, parecendo cauteloso.

Ele não respondeu. Apenas aguardou os comandos de Scott. Ele sabia que era esse tipo de coisa que viria a seguir.

– Bem... Vamos de jato atrás de Dentes de Sabre... Então, será que você poderia levar Julia até a Mansão?

Logan observou a garota que tremia e tossia ao seu lado, cada centelha de seu corpo precisando de ajuda. Desejou estar no lugar dela para se regenerar e não ter que assistir aquela cena de sofrimento. Respondeu com um meio sorriso no rosto:

– Claro. Sou sempre eu que faço isso, não é mesmo?