The Dreamland In A World Of Nightmares escrita por TheDifferentGirl


Capítulo 7
Deveres.


Notas iniciais do capítulo

Hey! ALGUÉM AQUIIIIII??? ~eco~



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“Diversão, é disso que precisamos! Vamos Lá Alice! Divirta-nos!”

    Eu estava sentada no peitoril da janela da biblioteca com um livro em mãos, estava lendo há algum tempo até ouvir um grito familiar e desde aquele momento estou sentada aqui olhando para fora para ver se vejo de onde veio o grito. Estranho, muito estranho...

-Não deveria estar ai!

    Dou um salto e fico de pé de frente para quem me disse isso, vejo o Chapeleiro sentado em uma das poltronas bebericando seu chá.

-Ainda aqui?

-Não, já fui...

-Não seja irônico!

-Não estou sendo... Realmente fui embora.

-Então o que fazes aqui afinal de contas?

-Protegendo você!

-Não necessito de proteção Chapeleiro! Pode ir para casa... Vá!

-Alice, Alice... Minha doce e inocente Alice...

    Ele fala vindo ao meu encontro em passos lentos e calmos. Quando estava próximo a mim senti seus finos dedos passarem com carinho na maça de meu rosto, o olhei e vi que em seus lábios continha um sorriso pequeno e bonito que me fez ruborizar.

-Ainda não compreendeu que está correndo grandes riscos?

-Riscos?

-Vou ficar...

-Não! Não pode ficar aqui Tristan!

    Vi seus olhos esmeraldinos se arregalarem e seu sorriso sumir, ele parou de tocar-me rosto e foi se afastando de mim. Eu não estava entendendo nada, mas... Sentia-me desprotegida, como isso é possível?

-Boas lonjuras Alice. – disse abaixando sua cartola fazendo uma sombra cobrindo seu rosto e sumindo no ar.

    Respirei fundo, o que estava acontecendo? Joguei-me sem cuidado em uma poltrona e fiquei a fitar o teto...

-Está tudo cada vez mais curioso. –suspirei.

(Tristan)

-Chapeleiro? Chegou cedo!

    Ouvi a voz fina e tranquilizante de Lunna, a olhei e vi que dessa vez ela usava um laço vermelho em uma de suas longas orelhas de Lebre.

-Não deveria esconder tuas orelhas enquanto estiver em sua forma humana?- perguntei risonho.

-Oh! Sim isso seria o meu dever senhor, mas como já é de noite e os humanos não visitam as outras pessoas em horários assim não achei que seria necessário! Chá?

-Não obrigado Lunna, dispenso o chá agora.

    Vi os olhos rosados escuros se arregalarem e me olharem com duvida e susto.

-Senhor o que aconteceu? Ora quem é você e o que fez com o meu Senhor?

    Gargalhei de forma gostosa e descontraída.

-Lunna acalme-se... Sou eu ainda!

-Senhor! Você nunca rejeita chá!

-Apenas não tomarei agora Lunna, tomei bastante chá enquanto vigiava a nossa Rainha.

-Mas... E o nosso lema? “Chá nunca é de mais!”...

-Ainda prevalece...

-Senhor...

    Senti a orelha grande e fofa perto de meu queixo e olhei para baixo, Lunna parecia preocupada.

-O que foi Lebre?

-Alice está quase despertando para sempre não está Chapeleiro?

    Suspiro.

-Infelizmente sim...

-MOLLY!

    Vejo em seguida uma camundongo correndo vestida com suas vestes de dormir e com os olhos semiabertos aparecer às pressas na sala.

-O que houve? O que houve? Alguém está nos atacando?

-Alice, Molly...

    Vi a Dormindonga abrir seus olhos pretos e arredondados com velocidade, ela havia despertado rápido.

-O que tem nossa Rainha?

-É de nosso dever e honra proteger nossa Rainha de seu verdadeiro mundo! Tarrant sempre nos ensinou isso!

-O que faremos?

-Ainda não pensei em nada.

     Eu via e ouvia as duas em silêncio, elas estavam sentadas no tapete que continha naquela sala em que estávamos elas discutiam para armar um bom plano para que a Rainha ficasse segura até a sua morte.

-Definitivamente, uma Rainha humana não é fácil! – Molly disse bocejando em seguida.

-Sim, é complicado... Meu pai deveria ter me instruído melhor!

-Seu pai era um louco Lunna! – falei despejando chá de cereja em um xícara para mim.

-De certa forma todos nós somos... Quanto sono... Quanto sono.

-Não durma outra vez Molly! Mas... Chapeleiro, nossa Rainha é muito nova!

-Todos nós somos novos Lunna...

-Ela é humana Tristan!

    Humana, essa palavra sempre ecoava em minha mente independente das coisas que eu pensasse... Humana, a minha Rainha era uma humana, como das outras vezes... Como sempre... A história iria se repetir, o tempo passa para ela... Menos para mim. Fiquei olhando fixamente para o chão enquanto segurava minha xícara a caminho de meus lábios. Ouvi o suspiro da Lebre e sua mão encostar e meu ombro.

-Sinto muito por isso Senhor, mas ela um dia irá morrer... Assim como fora das outras vezes.

-É meu Senhor, a Rainha ainda é humana como ela fora nas outras cinco vidas em que vocês se encontraram... Vocês não poderão ficar juntos como fora das outras vezes... Você não ficarão juntos no final.

-Molly!

-O que? Não ando mentindo!

-Você só mente correndo ou sentada Molly?

-Não seja tão irônica comigo Lunna! Não minto nunca!

-Não deve falar coisas assim para ele Molly... Ele pode paralisar!

-Não paralisei... – falei tomando o chá.

-Sinto muito Chapeleiro... Molly anda falando de mais!

-Nós sabemos o quão verdadeiras são as palavras dela Lebre, não precisa pedir desculpas por algo que realmente irá acontecer. -Levantei-me e deixei a xícara sobre a mesinha de centro. – Com a sua licença moças... Vou me deitar, foi um dia exaustivo! Bons sonhos.

-Obrigada... Igualmente... Hum que delicia de chá! Molly as broas, por favor!

-Aqui... Cubos de açúcar?

    Fui até o quarto e me tranquei lá dentro, retirei minha cartola e a joguei na cama junto do casaco e as luvas, no chão deixei os sapatos e as meias que usava e fui até a janela. O vento frio batia raivoso contra meu rosto, retirei a gravata e joguei em um canto qualquer... Eu estava tão cansado, exausto na realidade. Senti o vento bagunçar meu cabelo, me sentei no peitoril da janela e fiquei olhando o céu.

-Eu quero que tudo isso acabe o mais breve possível, ela só precisa esquecer-se de tudo e de todos. Ela não pode mais lembrar, não pode mais morrer lutando com Lizabeth.

    Fechei os olhos e ouvi um grito agudo o que me fez abrir os olhos rápido, olhei para onde o grito tinha vindo e vi uma moça sendo carregada de forma brutal por um homem encapuzado, fixei os olhos e vi que era... Alice! Com agilidade peguei minha cartola e saltei da janela caindo de pé... Droga! Estão levando ela... Como da ultima vez!

(Alice)

    Eu sentia minha cabeça latejar e meu corpo doer de uma forma infernal. Abri os olhos com dificuldade e senti-os arderem por causa da luz intensa, pisquei diversas vezes e me deparei com seis homens sentados em lugares variados de uma sala enorme e... Grotesca! Ela parecia ser inteira de carne e tinha... Olhos! Como assim olhos? Mas que lugar horrível é esse?

-Finalmente a princesa acordou... Ou devo dizer... A Vossa Majestade? – o vi rir de forma debochada.

-Quem é você?

-Eu? Oh! Então é verdade? Você não se lembra de nada... Mas isso é ótimo! Vamos para as apresentações... Sou Rick... Richard... E esses são os meus homens.

    Ele tinha cabelos castanhos até os ombros, eram um pouco ondulados, seus olhos eram negros e sua pele era branca e maltratada, tinha cortes e cicatrizes. Ele me assustava, seus homens eram piores, mais feios e assustadores. Tentei me levantar e percebi que estava amarrada, me olhei e o que vi me deixou mais assustada ainda, eu vestia um vestido muito curto sem mangas vermelho e preto, era como estar de corselete com babados e só! Minhas meias iam apenas até o meio de minhas coxas e elas eram todas pretas e eu estava de botas... A mesma bota de antes, eu comecei a me debater para tentar sair, mas eu não conseguia e isso estava me desesperando muito mais.

-Nos divirta Alice... É disso que precisamos.

    Ele disse começando a retirar suas roupas, arregalei os olhos e depois os fechei com força... Ele iria... Não! Gritei assim que senti suas mãos sobre minha coxa apertando forte, o desespero estava cada vez maior, quando senti seu hálito perto de minha orelha ouvi a porta daquele lugar terrível ser arrombada.

-Ora, ora... Mas parece que querem maltratar você menina?

-Tire suas mãos imundas de cima dela... Agora!

    Aquelas duas vozes, abri os olhos...

“Irei te proteger, mesmo que custe a minha vida... É o meu dever como seu melhor amigo Alice, sua menina tola!”.


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